Foram dois sonhos, uma noite após a outra. Estou no sítio da minha família, com todos - pai, mãe, avó que já está morta, amigos. Estamos sentados em volta da piscina, como sempre fazíamos quando eu era criança. De repente, começam a aparecer muitas cobras, enormes, verdes. Elas estão por tudo - pela grama, nas pedras em volta da piscina. Depois começam a se aproximar mais - entram na piscina, nos pés da minha família, e uma sobre no colo da minha avó que já morreu, mas, no sonho, está viva. Sinto um pavor, não vejo de onde elas surgem, mas estão por tudo. Acordo. Na noite seguinte (esta noite), sonho que estou na cidade, trabalhando. Vou entrevistar uma pessoa e ela traz consigo uma cobra numa caixa. Eu morro de medo, peço pra que tire a cobra dali. Depois, na sala de aula, surgem mais cobras. Peço ajuda para colocarmos para fora, devolver para o pátio. Vou pra casa e as cobras seguem voltando, enrodilhadas, vermelhas, pretas, brancas, elas sempre voltam e todos estão levando alguma cobra.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
As cobras são como o vírus - aparecem do nada, nos momentos em que estou com a minha família, não sei de onde surge, mas elas e a possiblidade de estarem ali estão presentes o tempo todo. Depois, o fato de que as pessoas na aula e no trabalho trazem cobras, que no início estão escondidas, me parece ter essa relação com o vírus que no início é invisível - não sei quem o carrega, mas ele pode vir de qualquer um, me atacar e me matar. Tendo expulsar as cobras, mas é inútil - elas estão aí, assim como o vírus, estão no mundo, invadem, não deixam eu seguir a minha vida nem me aproximar dos outros sem medo.