Projeto Mulheres Empreendedoras Chevron
(Transcrição de Ana Paula Corazza Kovacevich)
Depoimento de Dani Viana da Rocha ou Danny
Entrevistada por Rosana Miziara
Itaipava (Itapemirim), 05 de maio de 2012
Realização Museu da Pessoa
Entrevista Nº MEC_HV025
Revisado por Bruna Ghirardello
P/1 – Dani, você pode falar seu nome completo, local e data de nascimento?
R – Meu nome é Dani Viana da Rocha, nascida e criada em Itaipava. É... 18 de março de 1986.
P/1 – Dani, seus pais são aqui de Itaipava?
R – Meu pai na verdade ele é carioca, ele veio pra cá com dezessete anos, casou com minha mãe, veio pra cá, morar aqui. Iniciou a profissão de pescador...
P/1 – E por que é que seu saiu do Rio e veio pra cá?
R – Ele queria ser pescador e lá não tinha profissão assim certa ele, ele preferiu vir pra cá. A família da minha mãe é toda de pescadores, ajudou ele.
P/1 – Mas ele veio pra cá porque conheceu sua mãe?
R – É.
P/1 – Ele conheceu sua mãe aonde?
R – Conheceu no Rio. Ela morava no Rio.
P/1 – A sua mãe morava no Rio?
R – Ela é daqui e foi morar lá pra trabalhar.
P/1 – Trabalhar em quê?
R – Ela trabalhava como ajudante de loja. Trabalhou em colégio. Ela teve várias profissões. Trabalhou em colégio como servente, trabalhou em lojas...
P/1 – Aí conheceu seu pai lá?
R – Isso.
P/1 – Aí vieram pra cá?
R – É. Eles moravam na mesma rua lá no Rio. Aí ele a conheceu, ela contou a história de vida dela aqui. Ela gostava muito, ela sempre foi apaixonada por Itaipava, mas aqui era difícil de emprego. Ela foi trabalhar lá, aí o conheceu, contou a história do pessoal de Itaipava, que todo mundo era pescador, e ele se apaixonou pela profissão e quis vir trabalhar aqui.
P/1 – Seus avós são pescadores?
R – Todos eles... Meus avós... Minha avó pescadora de pedra de linha, que a gente fala, e meu avô ele era pescador profissional.
P/1 – O que é pescadora de pedra?
R – É...Pesca com linha mesmo. Linha, isopor amarrado e camarão. Pesca em pedra.
P/1 – E aí eles vieram morar aqui?
R – É. Eles vieram morar aqui.
P/1 – E aí foi onde você nasceu?
R – Eu fui fabricada no Rio. Fui fabricada no Rio e nasci aqui, minha mãe queria que eu fosse capixaba.
P/1 – E em que casa vocês moravam? Na casa em que eles moram até hoje?
R – Não. Na verdade, meu tio Sérgio ele cedeu uma casa pro meu pai e minha mãe morar por um tempo até eles construírem a casa deles. Aí, meu pai juntou dinheiro da pescaria, comprou um terreno, fez a casa, e é a casa onde a gente mora até hoje.
P/1 – E quem é que mora na casa?
R – Ó, meu irmão casou esse ano. Era eu, meu pai, mãe e irmão. A gente é um casal. Aí meu irmão casou e saiu da casa.
P/1 – E como é que foi sua infância nessa casa?
R – Acho que foi a melhor de todas, foi... A gente acordava cedo, ia para o colégio. Aí já voltava na expectativa de mergulhar ou ir pescar com meu pai porque depois que ele começou a trabalhar como pescador, ele quis adquirir o barquinho dele. Aí como um barco de pesca grande era muito caro, ele comprou um barquinho de pesca pequeno, de camarão. Aí a gente chegava e ia pescar com ele.
P/1 – Você gostava?
R – Até hoje eu pesco com ele. Eu adoro. É bom. Ele... É balão pesca camarão com rede de balão. É bacana.
P/1 – E aí, e na escola, você... Com quantos anos você entrou na escola?
R – Eu entrei na escola eu tinha seis pra sete anos... Prézinho. Aí, comecei a estudar no pré, depois eu fui pro Leopoldino Rocha e fiz o ensino médio lá.
P/1 – E você gostava de ir pra escola?
R – Eu era estudiosa, mas era bem bagunceira. Eu era meio levada no colégio, mas eu gostava.
P/1 – Você se lembra das suas professoras?
R – Algumas delas.
P/1 – Qual? Fala uma que te marcou?
R – Minha professora no primeiro, pré. A primeira professora, a Ruth, tia Ruth.
P/1 – Por que você se lembra dela?
R – Bom, eu... No primeiro dia de aula eu chorei, fiquei com medo e ela tipo que abraçava a turma, ela fazia a gente rir, brincava, e isso ficou tipo marcado na infância. Uma professora que eu gostava muito. E tinha a professora Cleide,isso aí já foi no ensino médio, ela adorava botar apelido na gente, ela era perturbada, mas eu gostava dela.
P/1 – E o quê mais você gostava da escola? O quê você gostava de estudar?
R – Bom, eu gostava muito de geografia e história, detesto matemática, química e física... Assim, estudava, gostava de tudo.
P/1 – E quais eram as suas brincadeiras de infância?
R – Caramba, eu era meio que moleque-macho, sabe? Gostava de pular muro, descer em carrinho de rolimã, jogar futebol. Eu gostava de brincadeira assim. Meio que brincadeira de índio. Nadar. A gente ia muito pra praia pescar siri também. Caçava, a gente caçava caranguejo. Era bacana.
P/1 – E quem que exercia autoridade na sua casa, quem que exerce, seu pai ou sua mãe?
R – Bom, na verdade, os dois. Eles são muito carinhosos, mas os dois chamavam a gente na chibata. Quando tinha que chamar atenção sentavam os dois junto com a gente e pegavam no pé mesmo, se a gente fizesse uma arte além do normal.
P/1 – E você fazia muita arte?
R – Fazia.
P/1 – Conta uma.
R – Caramba. Eu e meu irmão a gente brigava bastante. A gente era muito ciumento um com o outro. Aí tipo às vezes eu queria atrapalhar ele a jogar futebol, aí depois a gente brigava, aí meu pai pegava, botava nós dois de castigo. Era meio que engraçado. E hoje a gente é muito apegado um com o outro, até hoje. Ele casou, me deu uma sobrinha, mas a gente é agarrado até hoje.
P/1 – E vocês tiveram educação religiosa?
R – Sim. A gente foi criado na igreja, desde pequeno.
P/1 – Que igreja? Igreja católica ou...?
R – Não. Na verdade, foi na Pentecostal. Uma igreja até rígida. Deus é Amor, não sei se você já ouviu falar, ela é bem rígida. Meu pai criou a gente dentro da igreja, dentro das normas da igreja até os dezoito anos. Aí a partir dos dezoito anos, ele liberou pra gente ir pra igreja que a gente quisesse. Hoje eu faço parte da Batista, é a Batista Monte Aurélio.
P/1 – Que é outra orientação.
R – É. Ela tem uma doutrina um pouco mais leve, porque a Deus é Amor ela é bem rígida. A pessoa tem que se esforçar muito pra conseguir ficar dentro da doutrina dela. Eu admiro muito, meus pais são de lá, admiro pra caramba a doutrina, só que eu não consigo, tipo, dependendo do tipo de roupa que veste... Tem umas normas que eu ainda não consigo. Então eu preferi ir pra Batista que, apesar de ter uma doutrina mais leve, é a mesma, segue o mesmo Cristo. Então é isso.
P/1 – E a sua juventude, assim, o que você faz? Você é jovem ainda.
R – Bom, é que nem eu falei, eu sou apaixonada por mar, tudo que é relacionado à praia, mar... Eu comecei a trabalhar aqui na associação de pescadores, fiz uma prova na Anatel em Vitória e consegui alcançar esse emprego lá na sala de rádio, vai fazer quatro anos agora em setembro.
P/1 – É seu primeiro emprego?
R – É. De carteira assinada, sim.
P/1 – Qual foi seu primeiro emprego?
R – Bom, eu tinha doze anos na verdade, quando me ofereceram uma casa pra tomar conta, tipo caseira. Eu só, tipo assim, abria a casa durante o dia, aí à tarde ia lá e fechava. Molhava as plantas, cuidava das plantinhas por fora, que eu sempre gostei muito de flor também. Aí eu cuidava assim, e esse casa ela está comigo até hoje. A moça não pegou a chave de volta. Eu peguei o emprego aqui, continuei com a chave, no caso, eu passei a chave pra minha mãe tomar conta da casa e a casa está comigo até hoje. Já trabalhei como auxiliar em açougue, auxiliar em padaria, já trabalhei em loja, já trabalhei em sorveteria muito tempo também. Minha tia e meu tio abriram uma sorveteria e todo verão eu pegava o serviço. Agora, carteira assinada esse é meu primeiro emprego.
P/1 – Há quatro anos. Como é que você conseguiu esse emprego?
R – Bom, eu fiz uma prova em Vitória, na Anatel, aí surgiu a proposta aqui, aí eu fui, fiz a prova, passei e consegui o emprego.
P/1 – Mas você fez algum curso específico para rádio?
R – Não. Eu estudei em casa. A gente imprimia a apostila pra estudar em casa. No caso, a pessoa quiser fazer algum curso fora juntava um grupão e pagava pra fazer esse curso. Eu preferi estudar em casa, eu me concentro mais quando eu estou sozinha. Aí eu estudei em casa e passei. Consegui e consegui o emprego aqui.
P/1 – Era um concurso pra trabalhar na rádio?
R – Não. Não era concurso. Surgiu a proposta só que a pessoa tinha que ser habilitado, tem que ter a carteira de operador da Anatel.
P/1 – Você não tinha?
R – Não tinha. Aí eu puxei pela internet, no site da Anatel, imprimi a apostila, preferi estudar em casa e consegui.
P/1 – Não, aí você passou no curso, no concurso pra ser operadora, não é isso?
R – Para operadora de rádio.
P/1 – Aí você foi aceita?
R – Fui aceita. Aí eu apresentei aqui na APEDI e eles me convidaram pra trabalhar.
P/1 – Foi no começo da rádio, não? A rádio...
R – É, foi... A gente inaugurou a rádio, eu e o Zé Artur, o outro operador, os primeiros operadores da sala de rádio.
P/1 – Como é que era esse começo da rádio?
R – Bom, no começo foi meio assim, a gente era inexperiente com aparelho. Mas o Zé Artur, como ele era pescador muito anos, ele já tinha uma certa intimidade com SSB e VHF, que são os nossos equipamentos de serviço, ele foi me ensinando. E a parte de computador, internet, usar e-mail, essas coisas, ele já não sabia. Aí eu ensinei a parte de computador pra ele, ele me ensinou a parte da rádio. E foi funcionando bem. Está aí até hoje.
P/1 – E aí no começo o quê é que era? O que vocês faziam? O que mudou do começo pra cá?
R – Bom, a gente começou primeiro parceria com Shell e depois com Chevron, e a gente fazia assim, no começo a gente tinha que tentar afastar as embarcações das plataformas, começou a dar aviso de segurança, aviso sobre o meio ambiente, fazer o intercâmbio entre pescador e plataforma. E todo registro que a gente fazia com o pescador a gente tinha que estar anotando no computador e mensalmente a gente manda planilha para Shell e Chevron e para MAX, que é a representante pra gente, que abraçou o projeto da sala de rádio.
P/1 – Mas... Não, calma. Você falou muito rápido. Qual que é a diferença do começo pra agora? O que vocês faziam no começo que agora vocês fazem diferente?
R – Bom, é... Na verdade, o serviço continua a mesma coisa do começo. A gente fala com o barco, passa aviso no rádio, aviso de segurança e só aumentou a quantidade de barco, no começo era bem pouco. Era a associação de pescadores com o despachante de barco que tinha aqui, então tinha outra sala de rádio. Então o pessoal seguia só a outra sala de rádio e usava a APEDI apenas como despachante. Aí quando abriu a estação de rádio...
P/1 – O que é usar como despachante?
R – Fazer documentação de barco, documentação de pescador, CEAP, essas coisas assim. Aí eles foram acostumando com a estação de rádio e foram começando a se inscrever também. E o número dobrou do começo pra cá, de embarcações, mas o serviço continua o mesmo. Só aumenta assim, avisos... Aumentou bastante.
P/1 – Aí vocês falam com a plataforma também?
R – Plataforma, rebocador...
P/1 – O que vocês falam com a plataforma?
R – Bom, a gente pega quando tem aviso de mergulho, por exemplo. Eles passam pra gente, pra gente alertar os pescadores para respeitar a área de exclusão. Basicamente isso. Quando o pescador entra na área de exclusão, eles chamam a gente pra gente avisar a eles pra sair. Dessa forma.
P/1 – E tem algum causo, assim, de algum aviso que vocês deram ao pescador, do pescador pra família?
R – A gente faz muito isso, todos os dias.
P/1 – E tem algum marcante, assim, pra contar pra gente?
R – Olha, tem um fato até meio engraçado. Tem um pescador, o apelido dele é até engraçado, é Da Lua o apelido dele. E eu no começo da sala de rádio, de serviço, eu era meio que apavorada, quando a pessoa falava que tinha algum tipo de acidente no barco eu ficava meio assustada, não tinha costume daquilo. Ele me chamou, pediu pra avisar o dono do barco que ele tinha colocado fogo no barco e o barco ia afundar, falou que não tinha jeito, o cara só podia rezar, na verdade. Aí eu liguei pro cara e falei. O cara tinha pressão alta. Aí o cara desesperou no rádio, veio pra estação de rádio, eu saí daqui onze horas da noite resolvendo esse pepino. Aí depois ele falou que foi o botijão de gás que soltou, botou fogo no convés, ele apagou e ficou tudo bem, acabou pescando o restante da viagem toda. Ele fez aquilo pra me apavorar. Eu era novata, eles gostavam de ficar brincando comigo no rádio. Até eu pegar o esquema deles... Hoje eles brincam comigo, quando eles fazem, falam alguma coisa assim, eu pergunto: “O barco está afundando?”. Aí eles falam: “Tá quase”. “Aí quando tiver a ponta pra fora aí vocês me chamam, que eu chamo a capitania”. Aí eles pararam com a brincadeira. É desse jeito. É assim.
P/1 – E você já evitou algum acidente?
R – Evitei acidente? Não lembro. Caramba. Já aconteceu tanta coisa dentro daquela sala de rádio.
P/1 – Conta mais.
R – É... Já, já aconteceu, sim, de barco se perder... Eu agora não estou lembrando porque quase quatro anos, já aconteceu tanto caso. É... Barco se perder, ficar à deriva, e a gente conseguir barco de apoio pra resgatar eles. Tipo coisas assim.
P/1 – E o quê que mudou com a entrada da Chevron na rádio?
R – Dobrou os avisos. Avisos de segurança, avisos da área de exclusão. Agora... Quando, por exemplo, a gente tinha só Shell, a gente fazia aviso de mergulho para Shell, agora dobrou as embarcações. Veio a Chevron e a gente tem que prestar serviço para ambas. Aí é bastante embarcação... Desse jeito.
P/1 – Mas no quê que melhorou a entrada dela?
R – Bom, é emprego. Eram dois operadores, patrocínio, Shell. Agora entraram mais dois com o patrocínio Chevron.
P/1 – Mas só emprego? Não... O quê que mudou para rádio?
R – Bom...
P/1 – Porque antes funcionava meio período.Não tinha uma coisa assim?
R – É isso aí. Praticamente o emprego, né. E também para o pescador. Agora eles têm uma rádio funcionando 24 horas. No caso de algum acidente de madrugada eles podem contar que tem uma rádio para prestar serviço pra eles. É bacana. No caso de alguém ficar perdido ou acontece alguma coisa, no rádio, o rádio venha a falhar ou ficar com pouca bateria.Por exemplo, a embarcação está com pouca bateria, parou de funcionar, ele só tem aquela chance de falar com a gente pra passar a coordenada dele pra gente arrumar um apoio. Aí, o quê que acontece? A gente tem que aproveitar aquele horário que ele ainda está com bateria no rádio, ele chama a gente no rádio e pede esse apoio, talvez se ele fosse esperar até o outro dia de manhã não ia dar tempo de ele fazer isso, ele ia ficar à deriva até a hora que alguém encontrasse ele. Isso aí ajudou bem. Segurança. Dobrou a segurança dos pescadores, a sala de rádio funcionando 24 horas.
P/1 – O que você mais gosta de fazer aqui nesse seu trabalho?
R – Amizade. É Igual eu te falei... Nascida e criada no meio de pescadores. Meus avós, meus tios... Então eu trabalho em meio de amigos. Praticamente conheço todo mundo. Então, eu estou aqui eu estou monitorando meu irmão que é pescador, meus tios, meus amigos, meus vizinhos. Itaipava é uma cidade pequena. E também fora. A gente faz muita amizade. Então quando alguém, tipo, uma previsão de tempo ruim, eu não preciso ficar esquentando a cabeça se eles vão saber ou não, eu pego e passo o movimento do tempo e meus parceiros de serviço também eles vão passar de antemão quando tem um problema de previsão de tempo ruim, eles já estão avisando pro pessoal, pra dar tempo de sair fora. É uma segurança. A gente fica preocupada, às vezes, com o pessoal lá fora, tempestade... Então a gente está monitorando eles. Isso é bem legal.
P/1 – Seu pai... Seu irmão é pescador?
R – É.
P/1 – Você sai com seu pai e com seu irmão pra pescar?
R – É. Meu pai pesca aqui perto da praia costeira. Meu irmão ele já vai lá pro profundo. No profundo eu nunca fui, não.
P/1 – Você já foi pra alto mar?
R – Alto mar, não. Eu tenho vontade.
P/1 – E aqui na costa?
R – Aqui na costa eu vou. É bacana. Eu gosto.
P/1 – Aconteceu alguma coisa, alguma vez quando você estava pescando que você não esquece?
R – Não. Devia de ser... Aqui na costa se acontecer do barco quebrar, alguma coisa assim, a gente liga pra casa, ainda dá sinal no telefone, o pessoal vai e busca. É tranquilo. Lá no mar que é perigoso. Aqui é tranquilo.
P/1 – Qual que é seu maior sonho?
R – Meu sonho? Ganhar dinheiro suficiente, comprar um barco de pesca grande e botar eu e irmão pra administrar. Na verdade eu tinha vontade de ter uma frota sete embarcações, mas esse é um sonho meio distante. É caro um barco de pesca, é muito caro.
P/1 – E por que você quer pôr seu irmão de mestre?
R – Bom, meu irmão manda bem em barco, ele manda bem. Ele é um cara responsável pra caramba, ele trabalha desde os quinze anos, então ele tem muita intimidade com o barco, com o mar. Ele como tripulante não ia ganhar tanto como mestre. E eu sendo proprietária do barco, tanto ele, quanto a família toda ia ganhar. Seria um bem da família.
P/1 – Se você tivesse que mudar alguma coisa na sua trajetória de vida você mudaria alguma coisa?
R – Não. Eu gosto assim.
P/1 – O que você achou de contar sua história?
R – Eu achei diferente. Ninguém nunca me interrogou a respeito disso. Eu acho bacana. Eu só fico um pouco nervosa sendo entrevistada, mas é legal.
P/1 – Eu queria agradecer. Obrigada.
R – Por nada.
[Fim da entrevista]
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