IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Almiro Silva dos Santos, nasci em 28 de outubro de 1956, na cidade de Macapá, hoje, Estado do Amapá. INGRESSO NA PETROBRAS Entrei na Petrobras, meu quarto emprego na época, em 1º de junho de 1981. TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Meu primeiro local de trabalho na Petrobras foi aqui, na Amazônia e está sendo, até hoje. Tenho todo esse período de Empresa, com trabalhos voltados aqui, para a área da Amazônia. Quando eu ingressei, exercia o cargo de topógrafo, topógrafo 1. Com os anos, passei para o cargo de topógrafo 2, topógrafo 3, técnico em Geodésia. Hoje, como houve uma modificação, nos cargos da Empresa, exerço a função de técnico de exploração do petróleo. Trabalho aqui, no Urucu, exercendo o cargo de supervisor. Quando entrei, topógrafo, em 81, como falei ainda há pouco, as primeiras atividades foram aqui na Amazônia, fazendo fiscalização de equipe sísmica. Na época, a Petrobras tinha várias equipes, fazendo pesquisa nessa região. Nós entramos para reforçar o quadro da Empresa, na fiscalização dos serviços de equipe sísmica. Desenvolvemos esse trabalho, no período aproximado de 15 anos. Em agosto de 81, fui admitido em Belém, já com transferência aqui, para Manaus. Foi criado aqui, na época, o Denoc – Distrito de Exploração da Amazônia Ocidental. Então, houve uma transferência de vários empregados de Belém, que formavam o quadro em Belém, no Denor, aqui para Manaus. Foram aproximadamente 200 técnicos. Eu fui um deles. Passei apenas dois meses, trabalhando lá, em Belém.Vim a Manaus e passei um período, de seis anos. Durante esse período, trabalhei todo o tempo, no serviço de fiscalização de equipe sísmica. Todo o trabalho de topografia, de implantação de programas sísmicos, era responsabilidade da Geodésia, que hoje é a gerência, que eu ainda atuo. Essa era a nossa responsabilidade, implantar todos os programas sísmicos, que eram aprovados...
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IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Almiro Silva dos Santos, nasci em 28 de outubro de 1956, na cidade de Macapá, hoje, Estado do Amapá. INGRESSO NA PETROBRAS Entrei na Petrobras, meu quarto emprego na época, em 1º de junho de 1981. TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Meu primeiro local de trabalho na Petrobras foi aqui, na Amazônia e está sendo, até hoje. Tenho todo esse período de Empresa, com trabalhos voltados aqui, para a área da Amazônia. Quando eu ingressei, exercia o cargo de topógrafo, topógrafo 1. Com os anos, passei para o cargo de topógrafo 2, topógrafo 3, técnico em Geodésia. Hoje, como houve uma modificação, nos cargos da Empresa, exerço a função de técnico de exploração do petróleo. Trabalho aqui, no Urucu, exercendo o cargo de supervisor. Quando entrei, topógrafo, em 81, como falei ainda há pouco, as primeiras atividades foram aqui na Amazônia, fazendo fiscalização de equipe sísmica. Na época, a Petrobras tinha várias equipes, fazendo pesquisa nessa região. Nós entramos para reforçar o quadro da Empresa, na fiscalização dos serviços de equipe sísmica. Desenvolvemos esse trabalho, no período aproximado de 15 anos. Em agosto de 81, fui admitido em Belém, já com transferência aqui, para Manaus. Foi criado aqui, na época, o Denoc – Distrito de Exploração da Amazônia Ocidental. Então, houve uma transferência de vários empregados de Belém, que formavam o quadro em Belém, no Denor, aqui para Manaus. Foram aproximadamente 200 técnicos. Eu fui um deles. Passei apenas dois meses, trabalhando lá, em Belém.Vim a Manaus e passei um período, de seis anos. Durante esse período, trabalhei todo o tempo, no serviço de fiscalização de equipe sísmica. Todo o trabalho de topografia, de implantação de programas sísmicos, era responsabilidade da Geodésia, que hoje é a gerência, que eu ainda atuo. Essa era a nossa responsabilidade, implantar todos os programas sísmicos, que eram aprovados pela sede. Na implantação desses programas, nós, do quadro de Geodésia, cuidávamos da parte de cartografia, implantação da linha sísmica e, também, a nossa atividade mais importante, da locação de poços exploratórios. Trabalhávamos na linha de frente. Tínhamos apoio de helicóptero, acampamentos no meio da selva, no rio, em balsas, onde fazíamos os alojamentos e refeição. A equipe sísmica tinha de cinco a oito balsas. Na selva, os acampamentos eram móveis, porque era um trabalho muito dinâmico. Diariamente, tínhamos deslocamentos de pessoas na selva, com abertura de picada. Cinco turmas, aproximadamente, de picada, dependendo da velocidade e do interesse da Petrobrás, na conclusão dos trabalhos. Nós fazíamos acompanhamento dessas turmas. Vez por outra, dependendo da necessidade da nossa atividade, acampávamos juntamente com essas turmas. PROCEDIMENTOS DE TRABALHO Nós atuávamos da seguinte forma. A primeira equipe, que chegava - sempre era uma equipe da Geodésia - tratava de implantar os pontos de apoio, para todo aquele trabalho. Então, nós implantávamos os pontos de apoio. A equipe entrava com uma turma de frente, que iria abrir as picadas, para as outras turmas seguirem. Nós acompanhávamos abertura de picada, no caso, para não haver aí, um deslocamento da linha, que tinha um projeto a ser seguido. Nós acompanhávamos esse projeto, com uma turma de picada e uma turma de topografia, fazendo os trabalhos. O levantamento para gerar os mapas, para interpretação, futuramente. Outras turmas já seguiam, para fazer o trabalho de sísmica, propriamente, que seria a implantação do explosivo, de geofones...E, também, a captação das ondas sísmicas, para poder, então, que fosse levado ao geofísico para fazer a avaliação final, a análise daquela estrutura. Aqui no Amazonas, passamos por áreas que, acho, jamais o ser humano chegou a passar. Tínhamos determinados programas para chegar no local e, na época, usávamos cidades mais próximas como base, apoio, tipo Carauari. Tínhamos helicóptero, aguardando a nossa chegada para nos deslocar, por cerca de duas horas, para dentro da floresta. Então, a gente realmente chegava em áreas virgens, mesmo. Isso com certeza aconteceu. Nós trabalhamos, aqui, numa área inóspita. Era rotina encontrar com cobra, onça, pela picada. Isso, já não amedrontava mais, porque a turma toda, que trabalhava aqui, já estava no sangue, esses encontros. RELAÇÕES DE TRABALHO Não fomos atacados não, porque nós evitávamos. A gente percebia a presença de animal, se fechava ali em grupo, deixava o animal se afastar para depois continuar o trabalho. Evitávamos isso porque, realmente, estávamos na casa deles. Então, é ter, no mínimo, esse respeito com eles. Já tivemos situações, bastante difíceis também, no nosso trabalho aqui na Amazônia, como ataque de índio. Eu, propriamente, já sofri um ataque próximo de Erunepé, um ataque dos índios Caceteiros. Inclusive, houve vítima, funcionários da Funai. Sacrificaram dois da Funai, que estavam conosco, para fazer a proteção da equipe. Eles foram sacrificados na época, a equipe suspendeu o trabalho na área, se deslocou para uma outra área, exatamente para evitar o confronto. Uma outra época, também, tivemos um ataque de uma tribo, na clareira onde se encontrava uma turma. Atacaram essa clareira, não houve vítima, mas houve um ataque. Acho que eles, apenas, queriam demonstrar a insatisfação, que estavam tendo com a nossa presença. Então, eles circundaram a clareira, fazendo movimentos de danças. Sorte, que a equipe estava com rádio, no momento e entraram em contato conosco. Nós estávamos passando, fazendo um trabalho próximo deles. Então, viemos até a clareira, pousamos o helicóptero. Todos que estavam na equipe, se aproximaram da clareira. Fizemos, tipo aquela operação. Retirar todo mundo, uma retirada rápida. Era pegar. O helicóptero descia, enchia, saia. Eu estava passando nas proximidades, também. O helicóptero que estava conosco, colocamos para fazer essa operação. Não sabia que, naquele exato momento, eu poderia ser o último a ficar na clareira. Porque, se eu soubesse, teria feito uma retirada antes. E coincidiu, porque nosso helicóptero foi o que deu, a última pernada. Ficou eu... e um assistente chefe da equipe, na clareira. Nós dois, sozinhos. A gente estava ali, rezando para que o helicóptero não demorasse muito, senão, nossa situação ia ficar crítica. Mas, graças a Deus, não aconteceu nada. Acho que eles queriam, naquele momento, fazer com que nos afastássemos da área. E nós, realmente, fizemos uma retirada em massa e não houve incidente. Graças a Deus, porque se tivesse algum tipo de incidente, não estaria aqui, contando a história. A gente passa por muitas histórias, tem uma infinidade. Cada colega que trabalha, nessa unidade... que viu, aqui no caso, uma UN-BSOL nascer - o resultado de todo esse trabalho, um trabalho que nós tivemos desde 81. Todo colega, que vive hoje aqui, no Urucu e que participou desse período, antes do petróleo, tem uma infinidade de histórias. Eu, com certeza, tenho muitas histórias. TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Urucu. Eu não posso nem te precisar a data, porque nós vimos isso aqui, como eu te falei há pouco. Isso aqui, acompanhamos desde o primeiro poço, o Ruc 1, Ruc 2, Ruc 3. Um mês atrás, eu estava conversando com uns colegas e, curiosamente, abri a pasta desses poços. Estava olhando, quem fez a locação desse poço, do Ruc 1 ao Ruc 3. Foram dois colegas lá no escritório, o técnico Nilo e o técnico Geovani. Então, desde o início, do primeiro furo, da primeira sonda, da equipe sísmica... nós nunca iríamos imaginar, que a estrutura da Petrobras chegasse, hoje, no que temos aqui no Pólo Arara. Desde aquela época, a gente vem acompanhando a evolução de tudo isso. Então, não tem uma data. Desde o surgimento disso, aqui. Eu sempre trabalhei aqui, nessa unidade. A minha transferência, foi retornar para Belém e, depois, retornar para o Amazonas, de novo. Hoje, com 20 e poucos anos de casa, não tenho pretensão alguma, de sair daqui para uma outra unidade. Porque tenho uma vida aqui, gosto de trabalhar na Amazônia. É nossa casa, vamos dizer. Sou da região, não tenho nada a ver, com outra região. Hoje, supervisiono uma equipe de técnicos aqui, que dá apoio nas atividades de obras civis, no Pólo Arara. Damos suporte a várias gerências, no serviço de cadastro de dutos, de obras civis - serviço aqui, da estrada. Estamos, agora, iniciando a reestruturação da estrada. Temos uma infinidade de trabalho, aqui e participamos, dando apoio a outras gerências. Enfim, é trabalho mais de infra-estrutura. Tem, também, o trabalho que vamos retomar agora, nesse semestre, que é de equipe sísmica. A Petrobras está retomando. A partir de julho, vamos dar esse apoio, que prestávamos há anos atrás. Vamos continuar com ele agora, com a vinda dessa equipe sísmica, aqui para a área. Vai voltar a abrir picada, novamente. Precisamos expandir nosso campo, encontrar mais petróleo. Unidade - Un-bsol Se formos avaliar, parar para pensar em toda essa evolução, da Petrobras aqui na Amazônia, cada um de nós, eu, os colegas, que participaram desse tempo todo, aqui,a gente sente orgulho. Porque quando recebemos, aqui, alguns colegas nossos de outras unidades, eles ficam deslumbrados com tudo isso que vêem aqui. Com o jeito da Petrobras trabalhar na Amazônia. Isso é gratificante para todos nós. Gratificante para todos nós, para o povo do Amazonas, a sociedade como um todo. Não sei se você chegou a observar. Aqui, nós trabalhamos de uma forma muito integrada, integrada com o meio ambiente. Isso aqui, já faz parte da nossa cultura. É um trabalho todo, que foi desenvolvido durante anos e, hoje, a gente se sente muito recompensado. Aqui, hoje, nós temos ,aproximadamente, 1.500 homens trabalhando. Isso é gratificante. Quando começamos, tínhamos uma equipe sísmica, com no máximo 300 pessoas. É aquela estrutura móvel, muito dinâmica, hoje aqui, amanhã ali, em outra região. Hoje, não. Temos uma estrutura fixa, uma estrutura de produção.Produzimos óleo, desde 1986. Isso aí é gratificante, também. Quando surgiu, o primeiro poço, em outubro de 1986, se não estou enganado, quando jorrou óleo no primeiro poço. Coincidentemente, naquele mês, eu estava sendo transferido para outra unidade. Eu não vi jorrar, mas até hoje, brinco com meus colegas, às vezes. “Olha, já fiz minha parte aqui, o petróleo está aí, agora vou voltar lá para Belém”. Mas, graças a Deus, retornei. Estou aqui de novo. E daqui, eu acho que para sair, vai ser um pouco difícil. É gratificante trabalhar aqui, não tenho a menor dúvida. ENTREVISTA Esse projeto é outro gratificante, para a gente estar participando e saber que existe. Que estão existindo, por trás, pessoas preocupadas em resgatar essa memória. Se tivermos tempo suficiente, para ir buscar toda essa história aqui... Nós vamos ter esse tempo, que o de vocês é pouco. Vamos ter que dispor aí, de uma semana, para deixar todo mundo à vontade e falar dessas histórias. Aqui, nós temos mil e uma histórias, cada colega tem uma diferente da outra. Então, ia enriquecer muito mais, esse trabalho de vocês. É altamente gratificante saber, que fui escolhido pela Empresa, para estar aqui com vocês, dando esse depoimento.
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