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Por: Museu da Pessoa, 22 de outubro de 1999

Além das expectativas

Esta história contém:

P/1 - Vou pedir para que a senhora repita mais uma vez seu nome.

R - Meu nome é Florinilde Santos Bernardino da Silva. Eu nasci no dia 06/05/1947, em Aracaju, capital do estado de Sergipe. De lá saí aos dois anos de idade e fui morar no Rio de Janeiro, onde morei 28 anos. Casei-me e vim para São Paulo.

P/1 - Vamos voltar um pouquinho. Seus pais são de Sergipe?

R - Meus pais são sergipanos.

P/1 - Então seus pais eram de lá?

R - Meus pais eram de lá. Meus pais são sergipanos, minha família toda é sergipana.

Meus pais eram muito jovens. Eles se casaram muito cedo, meu pai tinha vinte anos e minha mãe dezesseis. Viveram só quatro anos juntos; separaram-se. Meu pai continuou em Sergipe e nós viemos para o Rio de Janeiro.

P/1 - Sua mãe já tinha quantos filhos?

R - Quatro.

P/1 - Os quatro com ele?

R - É, os quatro com ele. Meu irmão mais velho se chama José Rubens, eu me chamo Florinilde, minha irmã, Florinete - coisa de nordestino -, e meu irmão caçula, Jaime Augusto. Fomos morar no Rio de Janeiro.

P/1 - Mas a senhora tem alguma lembrança de Sergipe?

R - Tenho. Eu tenho uma imagem do meu pai, quando um dia, já em fase de separação dos meus pais, lembro que minha mãe foi buscar água na fonte. Bonito, né? Ela foi buscar água na fonte. Eu fui com a minha mãe e quando voltávamos a minha mãe vinha com a lata d’água na cabeça; ela tinha uma rodilha, um torço para botar a lata em cima. Havia assim, lá chamam... Não lembro. Não é botequim que chamam, é outro nome. Ele estava na porta, digamos hoje um bar, de cócoras. Eu me lembro que ele usava um chapéu e aí minha mãe falou: “Olha lá seu pai!”

Ele veio, me chamou e eu parei. Ele me deu um dinheiro amarelo, era dois reais. Eu fiquei muito feliz, saí correndo com aqueles dois reais e entreguei à minha mãe. Ela chegou em casa e falou: “Volte, devolva este dinheiro e diga a seu pai” - eu não esqueço, era pequena mas...

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Museu Aberto

Depoimento de Florinilde Santos Bernardino da Silva

Entrevistada por Rosana Wisard

Realização: Museu da Pessoa

São Paulo, 22/10/1999

Entrevista nº MA_EA_HV041

Transcrito por Ruth Siqueira

Revisado por Genivaldo Cavalcanti Filho

P/1 - Vou pedir para que a senhora repita mais uma vez seu nome.

R - Meu nome é Florinilde Santos Bernardino da Silva. Eu nasci no dia 06/05/1947, em Aracaju, capital do estado de Sergipe. De lá saí aos dois anos de idade e fui morar no Rio de Janeiro, onde morei 28 anos. Casei-me e vim para São Paulo.

P/1 - Vamos voltar um pouquinho. Seus pais são de Sergipe?

R - Meus pais são sergipanos.

P/1 - Então seus pais eram de lá?

R - Meus pais eram de lá. Meus pais são sergipanos, minha família toda é sergipana.

Meus pais eram muito jovens. Eles se casaram muito cedo, meu pai tinha vinte anos e minha mãe dezesseis. Viveram só quatro anos juntos; separaram-se. Meu pai continuou em Sergipe e nós viemos para o Rio de Janeiro.

P/1 - Sua mãe já tinha quantos filhos?

R - Quatro.

P/1 - Os quatro com ele?

R - É, os quatro com ele. Meu irmão mais velho se chama José Rubens, eu me chamo Florinilde, minha irmã, Florinete - coisa de nordestino -, e meu irmão caçula, Jaime Augusto. Fomos morar no Rio de Janeiro.

P/1 - Mas a senhora tem alguma lembrança de Sergipe?

R - Tenho. Eu tenho uma imagem do meu pai, quando um dia, já em fase de separação dos meus pais, lembro que minha mãe foi buscar água na fonte. Bonito, né? Ela foi buscar água na fonte. Eu fui com a minha mãe e quando voltávamos a minha mãe vinha com a lata d’água na cabeça; ela tinha uma rodilha, um torço para botar a lata em cima. Havia assim, lá chamam... Não lembro. Não é botequim que chamam, é outro nome. Ele estava na porta, digamos hoje um bar, de cócoras. Eu me lembro que ele usava um chapéu e aí minha mãe falou: “Olha lá seu pai!”

Ele veio, me chamou e eu parei. Ele me deu um dinheiro amarelo, era dois...

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