Projeto Aché
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista de Vera Lucia Batista de Souza
Entrevistada por Karen Workman
Guarulhos, 23 de Novembro de 2001.
Código: ACHÉ_CB142
Transcrito por Jurema de Carvalho.
Revisado por Jordana Pradal
P/1 – Vera, eu queria começar perguntando seu nome completo, local e data de nascimento
R – Vera Lucia Batista de Souza.
P/1 – E você nasceu aonde?
R – Marialva, Paraná
P/1 – Quando?
R – 08 de março de 1961.
P/1 – E quando você veio do Paraná para cá, pra São Paulo?
R – Do Paraná eu vim, eu tinha de 13 pra 14 anos, por aí.
P/1 – Ah, é? Você veio com a família?
R - Com a família toda.
P/1 – Vocês vieram direto para Guarulhos?
R – Não, no início pra São Paulo, ficamos bem pouco tempo em São Paulo.
P/1 – E depois a família mudou pra Guarulhos?
R – Exatamente.
P/1 – Por algum motivo?
R – A gente morava em casa alugada em São Paulo, aí surgiu a oportunidade de comprar um imóvel em Guarulhos, aí nós viemos pra cá.
P/1 – E para São Paulo, vocês vieram por causa de quê?
R – Sempre a gente procura melhorar a vida.
P/1 – E lá em Marialva era mais difícil?
R – Ah, sempre é. Sempre é. Meu pai era agricultor.
P/1 – Que idade você tinha quando começou a trabalhar no Aché?
R – No Aché? Acho que eu tinha 28, 29 anos, por aí.
P/1 – Antes disso você tinha trabalhado em que tipo de trabalho?
R – Eu fui bancária.
P/1 – O que aconteceu pra você vir trabalhar no Aché?
R - Na verdade, eu morava aqui em Guarulhos mas eu não conhecia o Aché; eu mandei currículo para algumas empresas e o Aché foi a primeira que me chamou. Aí eu vim, fiz os testes e comecei a trabalhar logo em seguida. Eu tive propostas até melhores, mas me simpatizei com o Aché.
P/1 – Ah é, por quê? o que aconteceu? Você lembra do seu primeiro dia de trabalho aqui?
R – A gente fica assustada, no começo é muita...
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Projeto Aché
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista de Vera Lucia Batista de Souza
Entrevistada por Karen Workman
Guarulhos, 23 de Novembro de 2001.
Código: ACHÉ_CB142
Transcrito por Jurema de Carvalho.
Revisado por Jordana Pradal
P/1 – Vera, eu queria começar perguntando seu nome completo, local e data de nascimento
R – Vera Lucia Batista de Souza.
P/1 – E você nasceu aonde?
R – Marialva, Paraná
P/1 – Quando?
R – 08 de março de 1961.
P/1 – E quando você veio do Paraná para cá, pra São Paulo?
R – Do Paraná eu vim, eu tinha de 13 pra 14 anos, por aí.
P/1 – Ah, é? Você veio com a família?
R - Com a família toda.
P/1 – Vocês vieram direto para Guarulhos?
R – Não, no início pra São Paulo, ficamos bem pouco tempo em São Paulo.
P/1 – E depois a família mudou pra Guarulhos?
R – Exatamente.
P/1 – Por algum motivo?
R – A gente morava em casa alugada em São Paulo, aí surgiu a oportunidade de comprar um imóvel em Guarulhos, aí nós viemos pra cá.
P/1 – E para São Paulo, vocês vieram por causa de quê?
R – Sempre a gente procura melhorar a vida.
P/1 – E lá em Marialva era mais difícil?
R – Ah, sempre é. Sempre é. Meu pai era agricultor.
P/1 – Que idade você tinha quando começou a trabalhar no Aché?
R – No Aché? Acho que eu tinha 28, 29 anos, por aí.
P/1 – Antes disso você tinha trabalhado em que tipo de trabalho?
R – Eu fui bancária.
P/1 – O que aconteceu pra você vir trabalhar no Aché?
R - Na verdade, eu morava aqui em Guarulhos mas eu não conhecia o Aché; eu mandei currículo para algumas empresas e o Aché foi a primeira que me chamou. Aí eu vim, fiz os testes e comecei a trabalhar logo em seguida. Eu tive propostas até melhores, mas me simpatizei com o Aché.
P/1 – Ah é, por quê? o que aconteceu? Você lembra do seu primeiro dia de trabalho aqui?
R – A gente fica assustada, no começo é muita novidade, muita gente nova pra conhecer. Mas foi bom, a impressão foi boa.
P/1 – O que era de muito diferente do lugar que você trabalhava antes?
R – Eu trabalhava no centro da cidade, num banco, de repente eu vim aqui pra Guarulhos, aqui é só o pessoal daqui mesmo, os amigos que a gente faz aqui, acaba almoçando por aqui, trabalha por aqui.
P/1 – E como era o Aché naquela época, tinha esse prédio, como era, onde vocês trabalhavam?
R – Esse prédio aqui não era assim não. Eu entrei aqui antes dessa reforma que teve, dessa construção que teve. Eu vi construindo tudo.
P/1 – Entendi. E como era o Aché naquela época, o pessoal almoçava aqui, como era a dinâmica?
R – Já. Quando eu entrei aqui o pessoal já almoçava aqui, já tinha refeitório, mas não era aqui, era em outro lugar. Hoje me parece que é o almoxarifado onde era o refeitório. Mas as condições sempre foram boas, o que chamava a atenção era a higiene.
P/1 – Você já tinha tido algum contato com algum laboratório farmacêutico?
R - Nunca. Eu trabalhava em banco antes, depois vim para a indústria. Nunca tive contato com a indústria farmacêutica.
P/1 – E qual foi o primeiro produto que você tomou conhecimento?
R – O primeiro produto que eu vi do Aché, porque quando você entra no laboratório, você começa a observar; quando você vai na farmácia você começa a ver os nomes dos produtos. Eu lembro que o primeiro produto que eu vi do Aché foi Combiron.
P/1 – Mas no seu trabalho.
R – Eu digitava bulas. Quando eu entrei aqui no Aché eu era digitadora. Eu digitava bulas o dia inteiro.
P/1 – Ah é? E você passou a entender de remédios por causa disso?
R – Não. A gente conhece, mas não entende não. Conhece os nomes, mas só quem estuda essa área mesmo...
P/1 – E aí, de digitação de bula você passou a fazer o quê?
R – Quando eu entrei aqui, eu só tinha o segundo grau, aí eu voltei a estudar, fiz secretariado. Daí de digitadora eu passei... de digitadora eu fiquei um ano e pouco, dois anos, depois eu passei pra secretária Júnior, pleno, sênior, fui evoluindo. Entre digitadora e secretária eu fui auxiliar administrativa.
P/1 – Aí depois você continuou a estudar?
R – Isso, aí eu fiz o secretariado. Daí surgiu a oportunidade de voltar a estudar também, e eu fiz pedagogia. Mas aí eu estava “secretariando”; um Diretor, no Jurídico já, ele me estimulou bastante a fazer Direito. Aí eu mudei, e pedi transferência de curso. Então eu fiz metade de pedagogia, pedi transferência para direito, e concluí.
P/1 – O que mudou sua vida no Aché?
R – Mudou bastante porque eu comecei a atuar numa área que eu já estava. Quando eu tive oportunidade de fazer Direito, eu já estava trabalhando no Jurídico. Trabalhando com colegas da profissão, a gente aprende bastante.
P/1 – O que faz exatamente o Jurídico do Aché?
R – O Jurídico, nós temos um advogado para cada área: tributário, trabalhista, civil.
P/1 – Você é de que área?
R – Eu auxilio todas. Eu sou assistente.
P/1 – O que você acha desse teu período no Aché, o que mais te marcou? O que caracteriza pra você a Empresa?
R – Foi uma transformação muito grande pra mim. Eu tinha o segundo grau e hoje, graças a Deus eu consegui concluir o curso superior, então eu praticamente me profissionalizei aqui no Aché.
P/1 – E a relação com as pessoas?
R – É ótima, aqui no Aché eu fiz grandes amizades. Aqui no Aché é muito bom.
P/1 – Agora conta porque você trouxe seu pai pra cá, como aconteceu isso?
R – Depois de um ano e meio que eu estava trabalhando aqui, surgiu uma oportunidade, aí eu indiquei meu pai. Não é o fato de a gente trabalhar aqui, indicar um parente e já está admitido. A gente indicava naquela época, se preenchesse os requisitos, contava o fato de ter parente, pelo menos já sabia a origem da pessoa. Imagino que era assim, não estou afirmando.
P/1 – Aí teu pai foi chamado...
R – Foi chamado e está aí até hoje.
P/1 – Você vê ele todo dia?
R – Todo dia, mas como ele trabalha lá na produção, setor de líquidos, ele vem mais cedo. Então ele vem de ônibus e eu venho de carro. Eu saio um pouco mais tarde também.
P/1 – O Aché hoje está passando por muitas transformações, o que você acha que deve ser preservado?
R – Eu acho que o Aché deve ser profissionalizado mesmo, que é o que está acontecendo, mas eu acho que deve ser preservado esse lado bem familiar que existe, esses eventos como hoje, por exemplo, isso une tanto as pessoas.
P/1 – E o que você espera de seu futuro aqui dentro, o que você almeja?
R – Eu almejo continuar trabalhando aqui por um bom tempo, porque eu gosto daqui. Estou buscando aperfeiçoar cada vez mais na minha área também, a gente tenta progredir , acompanhar a evolução.
P/1 – Tem algum cargo, algum lugar que você gostaria de atingir?
R – Eu gosto da minha área, na minha área é muito difícil grandes vôos, você desempenhando bem sua função de advogado já é o bastante, defender a empresa já é bom.
P/1 – Tem mais alguma coisa que você acha que é importante que fique dita aqui pra contar um pouco da história do Aché.
R – Que eu me lembre... eu tenho fotos que eu posso mostrar, de outros tempos, de quando eu entrei aqui, de colegas que estão, boa parte deles ainda estão aqui. O Aché tem uma característica; várias pessoas que você perguntar aqui tem mais de dez anos de casa e todo mundo pretende ficar.
P/1 – Obrigada.
>>FIM DA ENTREVISTA>>
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