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História
Por: Museu da Pessoa, 17 de agosto de 2007

A tradição dos partos encantados

Esta história contém:

A tradição dos partos encantados

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Jovita Silva do Sacramento, nasci no dia 14 de fevereiro de 1945. Eu cresci, acabei de me criar e estudei em Lagoa das Vacas, no município de Ipirá. Quando tinha a idade de 14 anos, nós íamos para a escola e, lá da escola mesmo, já tinha um caminho que ia para a roça. Meu pai e minha mãe já tinham casinha na roça, que já tinham panela, já tinham tudo, cozinhavam comida, ficavam esperando por nós, meio-dia. E, quando era meio-dia para a tarde, nós íamos trabalhar com nossos pais. Mas, nos dias de sábado e domingo, eles davam férias para nós brincarmos.

Aí, mudamos aqui para o sertão. Eu casei com um homem que chamavam de curador. Ele entendia de passar medicamento de remédio, de curar gente, de chegar gente perturbado de cura, amarrado de corda, ele mandava para o médico. E ele foi mudando o meu ritmo, e eu fui criando filho, e os “encantados” dele participavam de negócio de conhecimento demais, e as mulheres gestantes. É que já faz muito tempo. É que eu casei com viúvo, mas, antes da falecida morrer, trabalhava com isso. E a primeira mulher dele concorria, não dava para essa profissão que eu peguei, de pegar menino, de assistir uma gestante.

O “encantado” é o que o povo chama de caboclo, espírito, esse negócio que entra na cabeça de um e de nós, por exemplo. “Vamos chamar o caboclo de tal!” Aí, o caboclo dele, do falecido meu marido, era o nome que pegava o menino, chamava Velho Nagô. Agora, quando o Velho Nagô via que era difícil e ele não podia chegar junto, ele não ia. Só ia apegado com o caboclo. Ele tinha o movimento dele, chamava, tomava susto, que nós tudo assustávamos aqui. Ele já conversava de outro jeito. Ia lá, rezava na barriga da mulher, se o menino fosse para nascer aquela hora, ele falava: “Não demora, não!” E se não fosse para nascer também: “Você precisa de um medicamento ou, então, arruma um médico, arruma um carro para ir ao...

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