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História
Por: Museu da Pessoa, 16 de abril de 2018

A prestação de contas com a criança interior

Esta história contém:

A prestação de contas com a criança interior

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Eu tenho uma filha, ela é Julia Mares e eu botei Mares em gratidão ao mar, o cara do cartório me perguntou assim: “Por quê que você tá colocando isso?”, eu falei: “Por gratidão ao mar, Julia Mares por gratidão ao mar” Esse nome é somente por conta disso, mas eu não fiz isso à toa, fiz isso porque o meu pai fez isso comigo. O meu nome é Pedro Cezar e o meu pai, um dia eu perguntei pra ele: “Por que eu me chamo Pedro Cezar?” “Porra, bicho, você nasceu de cesariana, eu tasquei um Cezar” eu nasci de cesariana e por isso eu sou Pedro Cezar.

Eu tinha pais, mas fui criado pelos meu avós, e perguntava assim pra minha vó: “Cadê a minha mãe? Quem é a minha mãe? Eu lembro uma vez que eu ensaiei, que eu chamei a minha vó de mãe, assim, de uma forma muito espontânea e eu lembro que ela deu a resposta mais genuína, sincera e mais difícil, assim, de decupar, que ela me tratou do jeito que ela sempre me tratava (risos), ela falou assim: “Meu filho, eu não sou sua mãe, eu sou sua mãe duas vezes, eu sou sua vó, a sua mãe está estudando no Rio de Janeiro”. A partir daquele momento, nunca mais eu pronunciei a palavra mãe.

Nasci no Rio, mas me criei em Pernambuco, em Candeias. Candeias é essa praia que não tinha asfalto, que não tinha nada, ali eu me invento pro mundo como um cara que gosta de mar, de surfe, de poesia, de natureza e a partir dessa auto invenção, dessa constituição, desse lugar, eu vou atrás de todas as coisas que esse mundo fornece, da poesia, o surfe, essa ligação mais próxima com a natureza. Eu tive de buscar a praia pra não morrer de asma, eu tinha muita asma, muita asma, muita asma, eu tenho muita lembrança com a porra de um aparelhinho no hospital, toalha com álcool pra poder respirar, respirar! Então foi mar, mar, e mais mar pra eu não morrer, e sim existir. O mar tem essa força.

O mar em Candeias, ele tinha umas ondinhas ótimas pra uma...

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Pessoas: Contar para Viver

Depoimento de Pedro Cezar Duarte Guimarães

Entrevistado por Karen Worcman e Rosana Miziara

São Paulo, 16/04/2018

Realização Museu da Pessoa.

PCSH_HV584_Pedro Cezar Duarte Guimarães

Transcrito por Mariana Wolff

P/1 – Então, eu queria começar fazendo as mesmas perguntas que eu te fiz no inicio, seu nome inteiro, data e o lugar que você nasceu.

R – Meu nome é Pedro Cezar Duarte Guimarães, nasci no Rio de Janeiro, em seis de abril de 1966.

P/1 – E o nome da sua mãe?

R – Eu sou filho de Rosa Maria Duarte Guimarães e Ronaldo Duarte Guimarães.

P/1 – E os seus avós?

R – Meus avós paternos, José Cardoso da Cunha, Najicina Cardoso da Cunha. Meus avós… desculpe, meus avós maternos, José Cardoso da Cunha, Najicina Cardoso da Cunha. Meus avós paternos, João Duarte Guimarães e Ana Duarte Guimarães.

P/1 – E me conta assim, um pouco, o que você sabe da história da sua família. A gente pode começar pela família da sua mãe, assim, o quê que os seus avós faziam, como era… que história coce conhece dessa…

R – Da minha mãe. Eu cresci… eu fui criado pelos meus avós, com sete meses, quando eu nasci, a minha mãe era muito jovem e com sete meses, o meu avô materno veio aqui no Rio, foi lá no Rio (risos) e falou pra minha mãe seguir os estudos dela e me levou pro Recife, onde eu fui criado com a família dele. Tem um fato curiosíssimo que eu tenho um tio 29 dias mais velho do que eu, filho do meu avô e da minha vó, com quem… era um filho temporão, caçula deles, né, e eu fui criado por esse casal, pelo o meu avô e pela minha vó junto com esse meu irmão, o Manolo, tio Manolo que eu nunca chamei de tio. E assim, a história que eu escutava quando eu fazia muito assim, bissextamente assim, eu perguntava pra minha vó: “Cadê a minha ame? Quem é a minha mãe?”, ou às vezes… eu lembro uma vez que eu ensaiei, que eu chamei a minha vó de mãe, assim, de uma forma muito espontânea e...

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