Projeto Fundação Banco do Brasil
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista de Eliezer Leite Entrevistado por Stella
Recife, 22 de Janeiro de 2002
Código: ACHÉ_HV001
Transcrito por: Maria da Conceição Amaral da Silva
Revisado por Jordana de Oliveira Pradal
P – Para começar eu queria que você dissesse o seu nome completo, local e data de nascimento.
R - Meu nome é Eliezer Leite da Silva Junior. Eu nasci em Natal, Rio Grande do Norte, no dia 07 de novembro de 1970. P – Então, a gente está fazendo, excepcionalmente, uma entrevista curtinha, não é? E eu queria pedir para você contar algum caso que você queria deixar registrado.
R - Isso. Bem, o caso que eu queria contar é com relação a minha entrada no Aché. Porque durante o processo seletivo eu fui cortado. Porque eu não tive, fiz uma boa prova. Então eu fui cortado. E na hora que eu fui cortado pelo gerente, na época era o gerente Mairon, eu olhei para ele assim: “Mairon, me dê mais uma chance.” Disse: “Não, mas você foi cortado.” “Mas me dê mais uma chance.” Aí, ele disse: “Não, infelizmente, você pode vir outra vez, mas você infelizmente foi cortado.” Aí eu olhei para ele assim, falei: “Vamos fazer o seguinte? Beleza, eu fui cortado. Agora, me dê essa literatura?” Porque o próximo passo da seleção seria decorar a literatura e apresentar a literatura. Digo: “Me dê essa literatura? Eu estou fora do processo. Agora eu vou mostrar a você que eu posso. De homem para homem, eu vou mostrar a você. E aí?” Ele disse: “Vá, vá, vá.” Aí, ele me deu a literatura e eu fui treinar a literatura, decorei. Só que quando fui apresentar, mesmo estando fora do processo, eu não consegui apresentar. Aí ele disse: “Está vendo rapaz? Você não ia conseguir. Então vá para casa, em uma próxima oportunidade você volta aqui que a gente volta a lhe entrevistar.” Eu disse: “Mas Mairon, me dê mais uma chance? Só para lhe mostrar que...
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Projeto Fundação Banco do Brasil
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista de Eliezer Leite Entrevistado por Stella
Recife, 22 de Janeiro de 2002
Código: ACHÉ_HV001
Transcrito por: Maria da Conceição Amaral da Silva
Revisado por Jordana de Oliveira Pradal
P – Para começar eu queria que você dissesse o seu nome completo, local e data de nascimento.
R - Meu nome é Eliezer Leite da Silva Junior. Eu nasci em Natal, Rio Grande do Norte, no dia 07 de novembro de 1970. P – Então, a gente está fazendo, excepcionalmente, uma entrevista curtinha, não é? E eu queria pedir para você contar algum caso que você queria deixar registrado.
R - Isso. Bem, o caso que eu queria contar é com relação a minha entrada no Aché. Porque durante o processo seletivo eu fui cortado. Porque eu não tive, fiz uma boa prova. Então eu fui cortado. E na hora que eu fui cortado pelo gerente, na época era o gerente Mairon, eu olhei para ele assim: “Mairon, me dê mais uma chance.” Disse: “Não, mas você foi cortado.” “Mas me dê mais uma chance.” Aí, ele disse: “Não, infelizmente, você pode vir outra vez, mas você infelizmente foi cortado.” Aí eu olhei para ele assim, falei: “Vamos fazer o seguinte? Beleza, eu fui cortado. Agora, me dê essa literatura?” Porque o próximo passo da seleção seria decorar a literatura e apresentar a literatura. Digo: “Me dê essa literatura? Eu estou fora do processo. Agora eu vou mostrar a você que eu posso. De homem para homem, eu vou mostrar a você. E aí?” Ele disse: “Vá, vá, vá.” Aí, ele me deu a literatura e eu fui treinar a literatura, decorei. Só que quando fui apresentar, mesmo estando fora do processo, eu não consegui apresentar. Aí ele disse: “Está vendo rapaz? Você não ia conseguir. Então vá para casa, em uma próxima oportunidade você volta aqui que a gente volta a lhe entrevistar.” Eu disse: “Mas Mairon, me dê mais uma chance? Só para lhe mostrar que eu posso.” Aí ele foi e me deu mais uma chance. Aí eu fui para casa muito nervoso, mas eu não conseguia decorar o texto, né? Mas eu queria entrar na empresa. Eu queria ser admitido. Mas como eu estava fora do processo, então eu tinha que pelo menos mostrar ao Mairon que eu podia. E com a terceira vez, quando eu voltei para falar com ele e mostrar a literatura eu consegui assim, mas quase que no finalzinho dei uma vacilada, né? Mas: “E aí, Mairon?” Disse: “Vem amanhã.” Aí eu fui no outro dia. Eram oito vagas e eu era a nona pessoa. Você vê, já tinham escolhido os oito. Aí nós viemos aqui para Recife e passamos a um processo de novo de entrevistas. E na verdade ele estava me levando assim, mas como que, eu estava insistindo muito, então ele me colocou como se fosse assim: “Não, eu vou ficar com ele aqui por enquanto até onde der. Até ele desistir.” Mas eu não desisti. Eu continuei. Nesse processo seletivo, eu passei e um dos rapazes desistiu. Aí eu fiquei na vaga dele. E estou até hoje há 7 anos no Aché. Então eu quero dizer com isso que quando você tiver uma oportunidade não perca. Agarre essa oportunidade. P – Foi persistente?
R - Isso. P – Em que ano mesmo você entrou?
R - 95. P – 95. Está certo. E eu queria que você contasse para mim aquele caso do monte. Que você passou pelo monte e aí fez uma seqüência de fotos. Como é que foi?
R - Isso. Eu trabalhava inicialmente no interior. Eu ia para uma cidade a 3 horas de Natal. E na volta, quando eu estava retornando, eu observei que tem um monte lá no nosso estado que é muito importante. Que é o Pico do Cabuji. Eu achei muito bonito. Então eu pedi para o meu colega, que nessa época nós andávamos em um carro só. Aí nós paramos e eu pedi para tirar uma foto próximo a esse monte. Aí tirei uma foto. Depois eu fui para casa, mas fiquei pensativo: “Por que não escalar o monte?” E eu programei em um fim-de-semana escalar esse monte. Então eu fui com uma pasta, tudo arrumado, e escalei o monte fazendo uma seqüência de fotos. Como que um propagandista indo ao seu objetivo. Então a cada obstáculo eu tirava uma foto. Uma árvore, uma cerca de arame, eu tirava uma foto. Mostrando que ali eram dificuldades que nós estávamos passando como propagandistas para chegar ao nosso objetivo que é a prescrição do médico. Então tinha pedras, muitas pedras grandes. Uma vez eu caí, levei um escorregão. O meu irmão que estava tirando as fotos, tirou uma foto minha quando eu estava caindo. Finalmente eu cheguei no pico, após duas horas. Aproximadamente 700 metros, a altura desse pico. E lá, quando eu cheguei no final desse pico eu coloquei a pasta para cima, e gritei “Aché” muito forte, e aquela palavra ecoou durante toda aquela região ali. Esse pico fica localizado em uma região bem sertaneja. Bem seca e com muitas pedras. Então, eu achei isso muito bonito. P – E depois você usou esse material, não teve uma história assim?
R - Isso. Depois em uma reunião, a próxima, eu peguei todas essas fotos, fiz transparências e como forma de motivação eu mostrei para a equipe o que eu tinha feito. E a equipe gostou bastante. P – Bacana. Parabéns então, eu queria agradecer a sua participação.
R - Obrigado, Stella. P – Muito obrigada. E mais uma vez desculpa de ter que fazer bem rapidinho.
R - Ok. Obrigado, Stella. Obrigado. P – Obrigada a você.
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