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História
Personagem: Seu Antônino
Por: Museu da Pessoa, 15 de julho de 2021

A palavra deles

Esta história contém:

A palavra deles

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Como foi tudo? Foi com parceria, com a ajuda da comunidade, com ajuda das parcerias de fora, eles ajudaram bastante a gente, com todo o cuidado, explicando como a gente deveria proceder, e a gente foi caminhando, até chegar nessa caminhada aqui. A gente trabalhou, não foi fácil. Mas na caminhada muitos apoiaram a gente, gostaram da minha caminhada, das minhas conversas, da minha fala, até chegar nos quinze anos como cacique. Quando chegou nos quinze anos, eu também fiquei assim, um pouco desanimado, porque lutar e conversar com o ser humano, não é fácil. Mas eu saí muito da aldeia, para dialogar com os outros índios, por aí.

Aí nos encontramos com o povo Guarani, foi tomando intimidade com eles: só que a gente estava um pouco assustado com eles. A gente foi conversando, conversando, dialogando e até que a gente se achegou. E depois que a gente se achegou com eles, e nós conversamos, eles concordaram com nós sobre a demarcação das terras. Eles disseram que iam se aliar a nós, eles como índios Guaranis iam também pertencer a demarcação nossa dos Tupiniquins. Aí concordamos, os Guaranis e nós, e começamos nesta concordância. O que que aconteceu? Nós nos juntamos todos, na demarcação, até chegar nessa força de hoje, nós fomos a terceira demarcação, já melhorou demais, e nesta melhora é que chegamos até aqui.

A diferença, era a língua deles, e quando a gente se juntava para uma reunião, a gente também prestava bastante atenção nas falas deles, e nessas conversas, a gente foi aprendendo alguma coisa, o idioma deles também. É difícil entender a sobrevivência na palavra deles para nós. Mas o que eu fazia pela comunidade, na aldeia, era reunir. No meu ponto de vista, essa mobilização deu pra deixar nós incentivados, pela nossa vivência, para produção da nossa terra.

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Indígenas pela Terra e pela Vida

Entrevista de Antônio dos Santos

Entrevistado por Jonas Samaúma e Idjahure Kadiwel

Entrevista concedida via Zoom, em 15/07/2021

Realização: Museu da Pessoa

Entrevista número ARMIND_HV006

Transcrição por Lidiane Ramos

00:00:10

P/1: Então senhor Antônio, muito agradecido por a gente começar essa entrevista no Museu da Pessoa. Eu queria começar essa entrevista, você dizendo o seu nome, o ano em que você nasceu e o lugar que você nasceu.

R/1: Meu nome é Antônio Santos, mas sou conhecido aqui na aldeia por Antonino, desde quando eu comecei a prestar sentido nas palavras, todos me chamam por Antonino, não me conhecem por Antônio. Eu estou com 85 anos, que estou vivendo dentro da Aldeia de Pau Brasil.

00:01:18

P/1: Você já nasceu na aldeia, Antônio?

R/1: Já nasci na aldeia.

00:01:27

P/1: E eu queria perguntar. O que você se lembra, e que você sabe da história dos seus pais?

R/1: Para falar a verdade, da história dos meus pais, eu quase não sei da história deles não, eles viveram pouco tempo com nós. Pra eu contar a história deles é um pouco difícil, mas o que a gente sabe é coisa que a gente vem ouvindo junto, mais com a minha mãe. O meu pai largou nós, e deixou nós a sós, e a gente está vivendo.

00:02:33

P/1: Da sua mãe, quais lembranças você tem dela, quando você era pequeno? Você tem alguma memória da sua mãe?

R/1: A minha mãe, 88 anos, a idade dela, que ela viveu.

00:03:00

P/1: E tem alguma história que você viveu com ela, que você se lembra, alguma coisa marcante que você viveu com a sua mãe?

R/1: Uma história que eu possa contar dela, é que ela viveu comigo, com nós, mais comigo mesmo pois as outras irmãs estavam afastadas. E, esses 88 anos, ela viveu comigo, trabalhou comigo, e eu posso dizer assim, uma mulher que me sustentou, e a gente foi vivendo até que ela morreu. E antes dela morrer, ela viveu bastante, ela andou junto com os familiares dela, que é muito grande...

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