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Por: Museu da Pessoa, 6 de setembro de 2012

A minha missão não era ter grana, era ter saber e conhecimento

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A minha missão não era ter grana, era ter saber e conhecimento

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Eu sou pernambucano, me criei em Tuparetama, porém nasci em Paulo Afonso, na Bahia, na construção da usina! O meu pai tinha uma olaria, era sócio com os meus tios, e foram vender tijolos e telhas. A minha mãe foi grávida, eu nasci lá, mas o negócio não deu muito certo. Seis meses depois o meu pai voltou para Tuparetama. O meu pai e a minha mãe se conheceram no forró. O meu pai era namorador e conheceu a minha mãe. Os dois se apaixonaram e eu nasci de quatro meses!

Ela não casou de véu e grinalda, casou de vestidinho curto! Eu sei que fui feito em uma dessas festas, uma dessas escapadas de cerca. Minha mãe é uma mulher muito forte, meu pai também, é um cara que parece uma ave. Ele me incentivou a ir pro mundo! Eu sou filho de uma espécie de clã do interior de Pernambuco. A minha família morava toda próxima. Lá tinha um campo de futebol, com trave de ferro, redes, e o meu pai e tios tinham um time; e tinha uma pista de vaquejada. A minha família paterna era de perto de Caruaru, no agreste, e meu avô era dono de umas terras, e eles brigavam com os cangaceiros, o Antônio Silvino, e nessas brigas alguns tios-avós meus morreram.

E o meu avô quis se afastar, queria ser um homem pacífico, vaqueiro, domador de cavalos. Ele se mudou e criou novos documentos, o sobrenome dele antes era Gajão. Os irmãos da minha mãe, na década de 60, vieram pra São Paulo pra trabalhar porque era pouca terra. Meus avós, nenhum era rico, eram remediados. E a primeira vez que eu fui a São Paulo eu tinha 16 anos, e me apaixonei pelo mundo cosmopolita. Eu comecei a sonhar em ter uma vida urbana. Eu entrei na escola muito cedo, porque minha mãe era Professora primária na região. Ela educava a molecada, deixava o cara educadinho assim. E eu terminei o segundo grau não tinha nem 17 anos. A televisão foi minha janela pro mundo. Em 1978, antes da seca, chegou uma televisão Telefunken na minha casa! Eu comecei a assistir Sessão da Tarde, filme de faroeste,...

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P/1 – Flávio, você pode falar o seu nome completo, o local e data de nascimento?

R – Posso.

P/1 – Por favor.

R – O meu nome completo é Flávio Rocha Silva, eu sou pernambucano, me criei em Tuparetama, sou tuparetamense, porém eu nasci em Paulo Afonso, na Bahia, na construção da usina! O meu pai tinha uma olaria, ele era sócio com os meus tios e eles foram vender tijolos e telhas lá na usina, na construção da usina que tinha que construir as vilas, aquilo tudo e o meu pai foi pra lá, então, a minha mãe foi grávida, lá eu nasci, mas o negócio não deu muito certo lá, seis meses depois o meu pai voltou e eu vim para Tuparetama, então, eu sou tuparetamense.

P/1 – Os seus pais são de Tuparetama?

R – São do município, que na verdade a minha família morava na zona rural, a minha mãe morava no município de São José do Egito que é do lado, o terreno dos meus avós, sítio dos meus avós, pais da minha mãe e o meu pai morava pertinho no município de Tuparetama. Então, eles são de lá, são do Sertão do Pajeú.

P/1 – Você sabe como eles se conheceram?

R – Olha, o meu pai e a minha mãe se conheceram no forró , o meu pai era meio namorador, tinha outras namoradas e tal e aí conheceu a minha mãe, se apaixonou por ela, os dois se apaixonaram e tal, o meu pai tinha 24 anos e a minha mãe tinha 19 anos e eu nasci de quatro meses, quer dizer , eu descobri essa história e fui perguntar para a minha mãe: “O mãe, mas espera aí, se o seu casamento de aniversário é no dia 19 de julho e eu nasci no dia 21 de outubro como é que pode esse negócio?” aí depois eu vi que a barriguinha dela estava, ela não casou de véu e grinalda, casou de vestidinho curto, aquele negócio que tem, aquela tradição, se ela não é mais virgem não usa véu, então, ela não casou com véu e grinalda e eu sei que eu fui feito em uma dessas festas, uma dessas escapadas de cerca, eles deram uma fugida do forró e lá eu acho que aconteceu...

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