A DIFÍCIL TRAVESSIA DA LOUCURA HUMANA
CÂNTICO PRIMEIRO
A infância sofrida
Eu invoco as divindades
As protetoras celestiais
Para falar das tristezas
Das ruins dores mentais
O sentimento profundo
Que me faz ver o mundo
Pelas celas manicomiais
Infante sem o colo gentil
Pleno de vis sofrimentos
Tudo ausente e presente
Só desafetos e tormentos
Com intensa dor pueril
O futuro incerto e hostil
Sem afetos aos relentos
Agressões injustificáveis
Surras físicas corporais
Estão todas registradas
Nos arquivos emocionais
Dores na carne e na mente
O meu corpo sofre e sente
As cicatrizes sentimentais
O trabalho infantil duro
Era o fantasma cobrado
E ajudar na subsistência
Foi um mote mal glosado
Nas feiras com os picolés
Como se fossem nas galés
No remo da vida forçado
Mas não foi só perdição
Também teve salvamento
Muito estudo e educação
Foi o grande investimento
Que por fim agora desfaz
Aquele sofrimento voraz
A cura pelo conhecimento
CÂNTICO SEGUNDO
A constatação da loucura
Na chegada da loucura
Chamou-me a atenção
Que certos sentimentos
Ficaram sem explicação
E vemos tudo diferente
Pois sofria minha mente
Não por falta de afeição
Decretada minha loucura
Rompi os elos do normal
Para enfrentar a ditadura
Do tão inútil clichê social
Normal é seguir a norma
Já ser legal é seguir a lei
O Louco não se conforma
E encara como eu encarei
E a vida começa a piorar
Com o transtorno mental
Que causa uma alteração
Orgânica, psíquica e social
No seu estágio mais crítico
O desequilíbrio psíquico
Traz desconforto infernal
Na luta da esquizofrenia
Os delírios e alucinações
Sempre me forçam a ouvir
Vozes e ver as aparições
E os gatilhos dos delírios
Disparando os martírios
Causam as perturbações
Ao iniciarem os ataques
Começou o meu sofrimento
Descuido com a aparência
No cheiro há relaxamento
Sem eu conseguir entender
Aumentou assim o...
Continuar leituraA DIFÍCIL TRAVESSIA DA LOUCURA HUMANA
CÂNTICO PRIMEIRO
A infância sofrida
Eu invoco as divindades
As protetoras celestiais
Para falar das tristezas
Das ruins dores mentais
O sentimento profundo
Que me faz ver o mundo
Pelas celas manicomiais
Infante sem o colo gentil
Pleno de vis sofrimentos
Tudo ausente e presente
Só desafetos e tormentos
Com intensa dor pueril
O futuro incerto e hostil
Sem afetos aos relentos
Agressões injustificáveis
Surras físicas corporais
Estão todas registradas
Nos arquivos emocionais
Dores na carne e na mente
O meu corpo sofre e sente
As cicatrizes sentimentais
O trabalho infantil duro
Era o fantasma cobrado
E ajudar na subsistência
Foi um mote mal glosado
Nas feiras com os picolés
Como se fossem nas galés
No remo da vida forçado
Mas não foi só perdição
Também teve salvamento
Muito estudo e educação
Foi o grande investimento
Que por fim agora desfaz
Aquele sofrimento voraz
A cura pelo conhecimento
CÂNTICO SEGUNDO
A constatação da loucura
Na chegada da loucura
Chamou-me a atenção
Que certos sentimentos
Ficaram sem explicação
E vemos tudo diferente
Pois sofria minha mente
Não por falta de afeição
Decretada minha loucura
Rompi os elos do normal
Para enfrentar a ditadura
Do tão inútil clichê social
Normal é seguir a norma
Já ser legal é seguir a lei
O Louco não se conforma
E encara como eu encarei
E a vida começa a piorar
Com o transtorno mental
Que causa uma alteração
Orgânica, psíquica e social
No seu estágio mais crítico
O desequilíbrio psíquico
Traz desconforto infernal
Na luta da esquizofrenia
Os delírios e alucinações
Sempre me forçam a ouvir
Vozes e ver as aparições
E os gatilhos dos delírios
Disparando os martírios
Causam as perturbações
Ao iniciarem os ataques
Começou o meu sofrimento
Descuido com a aparência
No cheiro há relaxamento
Sem eu conseguir entender
Aumentou assim o sofrer
Num verdadeiro tormento
Então começou o suplício
Quando comecei a lutar
Os pensamentos negativos
Começaram a se instalar
Atacaram a crença e a fé
E nessa luta a doença é
Capaz até de nos eliminar
A loucura ou insanidade
É segundo a psicologia
A condição que a mente
Pelos pensamentos cria
Modos de vida anormais
Contra estigmas sociais
Vivenciados no dia a dia
A loucura é uma quimera
No campo da psiquiatria
Com comprovação física
Através da esquizofrenia
Os seus ataques são reais
As perturbações mentais
Dizimam sua autonomia
A loucura não respeita a
Intencionalidade humana
E não permite o controle
Durante a batalha insana
Tudo descontrola a mente
Que se o descontrole sente
Então a mente nos engana
Maluca é aquela pessoa
Que vive sempre a sorrir
E vive a sua maluquice
Sem a ninguém agredir
Tem uma bondade pura
E na lucidez da loucura
Seu lutar é para resistir
Loucos são os radicais
Sozinhos vivem falando
Sempre vão pelas ruas
No dia a dia vagando
Vergonha disso não têm
A Eles não tratam bem
Porém vão atravessando
O doido é aquela pessoa
Que parece não ter sina
Às vezes chega a esmolar
Nas ruas pelas esquinas
Sendo assim sofre demais
Com os estigmas sociais
E por quem o discrimina
CÂNTICO TERCEIRO
Os Pensamentos Mórbidos
Suicídio pode acontecer
Por um ato intencional
De se matar a si mesmo
Numa ação dura e fatal
Quando fazemos a consulta
Vemos que sempre resulta
De algum distúrbio mental
Entre os fatores de risco
Que o mal podem causar
Um deles é o depressivo
E ter transtorno bipolar
Através da esquizofrenia
O tormento no dia a dia
Ao suicídio podem levar
Não só aquelas drogas
Criminalizadas e ilegais
Também as das cartelas
Servidas nos hospitais
Pensamentos mórbidos
E sentimentos sórdidos
Das drogas medicinais
Dificuldades financeiras
Outras afetivas também
Negócio que deu errado
O amor que não foi bem
Problemas emocionais
Quase sempre são fatais
E nunca livram ninguém
Eu já vivi por um tempo
Pensando em me suicidar
Mas consegui com a luta
A minha vida reorganizar
E hoje estou mais seguro
E sei que não tem futuro
Eu a minha vida acabar
Disse-me um psiquiatra
Se em suicídio pensasse
Para as pessoas que amo
Sobre o problema falasse
Essa estratégia deu certo
Minha família por perto
Ajudou que eu superasse
E ao estudar caso a caso
Do tiro ao enforcamento
Fogo ou saltar de alturas
Até mesmo o afogamento
Remédio nunca dá certo
Tendo um hospital perto
Ocorrerá seu salvamento
Cortar os punhos também
Deixando o corpo sangrar
Outro tipo que não é certo
Sempre alguém virá salvar
Além de você ficar infeliz
Vai viver com uma cicatriz
Para sempre a lhe marcar
Outra forma que é falha
É a do o envenenamento
Pois sendo o veneno fraco
Chega alguém no momento
E o leva para um hospital
Numa lavagem estomacal
Trará o seu o salvamento
Por isso se alguma vez
Você pensar em suicidar
Fale com algum parente
Peça para ele lhe ajudar
E da verdade não tema
Com certeza o problema
Você conseguirá superar
E também se algum dia
Sofrer alguma decepção
Reflita bem sobre o caso
Busque achar a solução
Tente preservar a vida
Ao tirá-la causará ferida
A quem o ama de coração
CÂNTICO QUARTO
A Fera da Depressão
Agora ao deus da agonia
Eu peço toda inspiração
Para cantar nesta hora
Sobre a cruel depressão
Cujo ataque é sorrateiro
E lhe invade por inteiro
E sem chance de reação
A depressão é uma fera
De ferocidade imensa
Que ataca sem ternura
Numa violência intensa
Nos casos de depressão
Parecer não ter solução
É o que a mente pensa
E sempre no seu ataque
Causa grande sofrimento
Bagunça a sua aparência
Muda seu comportamento
E se ninguém entender
Vai piorar o seu sofrer
Causando cruel tormento
Depressão meus amigos
É um transtorno mental
Você perderá o interesse
Pela convivência social
E se o apoio não chegar
Você poderá se suicidar
Com a sua morte no final
Há alteração no sono
E no apetite também
Você fica sem energia
Concentração não tem
Aí procura a se afastar
Busca sempre se isolar
Por não se sentir bem
Logo a pessoa começa
Como disse a se isolar
Pensa então em morrer
Nos cantos fica a chorar
O remédio será atenção
Mais carinho e afeição
Que o conseguirá salvar
Se a pessoa for crente
Ir à igreja vai ajudar
Ou uma boa ocupação
Para a mente trabalhar
O tratamento e a terapia
Poderão no seu dia a dia
A sua depressão aliviar
Esconder seu problema
Não é uma boa solução
Diga aos seus parentes
Que sofre de depressão
Agindo assim com certeza
Você terá mais firmeza
E encontrará a salvação
Nunca tenha a vergonha
Por se encontrar doente
Porque ninguém adoece
Nunca intencionalmente
E amigo nunca esqueça
Que você em sua cabeça
Tem uma poderosa mente
Dance e faça caminhada
E aceite que está doente
Escute boas músicas, leia,
Veja filmes regularmente
Procure o quarto arrumar
Essas coisas irão ajudar
A minorar a dor que sente
Procure um profissional
Não aceite o preconceito
Trate-se com boa terapia
E você encontrará o jeito
E verá que o tratamento
Diminuirá seu sofrimento
E será muito bom o efeito
Por isso digo que a ajuda
Deve-se sempre procurar
Primeiro a um psicólogo
Para com você conversar
E será por seu intermédio
Se for para usar remédio
Ao médico ele vai mandar
Por isso se alguma vez
Pensar em se suicidar
Fale com seus parentes
Peça para alguém ajudar
Nunca a verdade tema
Que assim esse dilema
Você poderá enfrentar
Quando chega Setembro
Todas as equipes do SUS
Abordam esse problema
Buscando achar uma luz
Falando sobre esse tema
Um verdadeiro problema
A nossa verdadeira cruz
Quando você por acaso
Sofrer alguma decepção
Reflita bem sobre o caso
Tente achar uma solução
Mas preserve a sua vida
Tirá-la não será a saída
E nem terá recuperação
CÂNTICO QUINTO
Rezo o Apoio de Curandeires Auxiliares
Agora será sobre o Rezo
Que estenderei meu cantar
Batalhão de Curandeires
Que conseguem energizar
Só com a natureza pura
Na busca de achar a cura
Para sua vida melhorar
E porquê são Curandeires?
Todes os gêneros ajuntades
Uma Legião LGBTQIAPN+
Para a batalha preparades
Essa é uma nova linguagem
De todes que tem coragem
De se assumirem confrades
Uma terapia integrativa
Que o meu avô praticava
Lá em Jardim do Seridó
Ele muita gente curava
Quando ervas prescrevia
E as suas mãos estendia
No momento que rezava
Agora eu irei cantar
Minha atual situação
As doenças que sofro
E sobre a medicação
Que todo dia ingeria
O médico prescrevia
E não vinha a solução
Seis da manhã já tomava
Losartana para a pressão
Glicamin para o diabetes
Escitalopram para depressão
Omezaprol contra a acidez
Carbolítio a primeira vez
Para o humor sem alteração
À tarde após o almoço
Andilopino para pressão
Mais carbonato de lítio
Para não ter alteração
Glicamim e a Tiamina
Ácido fólico era a sina
Tomar essa medicação
Seis da trade Losartana
Mais um outro Glicamim
Diazepans para dormir
Outro Carbolítio enfim
Olanzapina de 5 e de 10
Os verdadeiros coquetéis
Que receitaram para mim
Um alcoólatra e portador
De transtornos mentais
Bipolar e esquizofrênico
Duas doenças infernais
Dezessete comprimidos
Todos os dias ingeridos
Me intoxicavam demais
Remédio para o diabetes
Para controle da pressão
Para as crises de delírios
Também para alucinação
Tanto remédio eu tomava
E mais eu me aperreava
E aumentava a depressão
A Olanzapina eu tomava
Para delírio e alucinação
Mesmo assim via bichos
Vindo em minha direção
E continuava o martírio
Sofrendo com o delírio
De constante perseguição
Dois Diazepans tomava
E dormir não conseguia
Acordava vez em quando
Era bem grande a agonia
Hoje chá de manjericão
É a minha boa opção
Durmo até o raiar o dia
Um dia me convidaram
Se eu quisesse participar
No CAPS AD LESTE III
De uma forma de pensar
Na experiência que teria
Com alunos de psicologia
Para no tratamento opinar
Foi então que eu decidi
Adotar aquela orientação
E com esse tratamento
Com menos medicação
Eu sem fazer sacrifício
Praticar mais exercícios
Melhorar a alimentação
Descobri que folhas verdes
Consumidas regularmente
Para a pressão e o diabetes
Elas controlam eficazmente
E que sem bebida e sem sal
O nível da pressão arterial
Controla-se naturalmente
Que sem consumir açúcar
Doces, bolos, refrigerantes
O nosso nível de glicemia
Cai de forma impactante
Para transtornos mentais
A terapia é mais eficaz
Que o remédio intoxicante
A indústria farmacêutica
Com seus bilhões de reais
Cria seus medicamentos
Com seus fins comerciais
Sem pensar no lado ético
Controla no campo médico
Nossos transtornos mentais
Hoje há a um certo tempo
Sem nenhuma medicação
A glicemia está controlada
Onze por sete é a pressão
Convivo com meus delírios
E assim os meus martírios
Estão em nível de aceitação
Hoje sem tomar remédios
Nem pela tarde ou manhã
Para dormi eu tomo chás
Substituindo os Diazepans
Não sofro envenenamentos
Pelos fortes medicamentos
Graças ao Grupo de GAM
CÂNTICO SEXTO
A Importância da família
Agora invoco das Deusas
Inspiração neste momento
Para sobre saúde mental
Eu sem constrangimento
Diga sem largar a trilha
Ser importante a família
Participar do tratamento
A dependência química
É um transtorno mental
Que faz você ficar preso
A uma situação infernal
Bem rápido irá melhorar
Se a sua família ajudar
No tratamento em geral
Quando a família acolhe
O paciente sem lhe julgar
Aumenta a possibilidade
Dele bem rápido melhorar
Por isso todo acolhimento
Durante o seu tratamento
Afetivamente o irá ajudar
Eu por exemplo recebo
Grande apoio familiar
Que me acolheram bem
Sem o transtorno negar
Ajudaram Eles demais
Os transtornos mentais
Eu bem melhor suportar
A família é uma célula
De importância social
E por isso ela deve ser
Para sua saúde mental
Com bom acolhimento
Certamente o tratamento
Irá ser melhor no final
Quem tiver transtornos
E sofrer o imenso tédio
Por se sentir invisível
E sofrer muito assédio
Saiba que a sua família
Ao livrá-lo da armadilha
Será seu santo remédio
CÂNTICO SÉTIMO
A RD redução de danos
Agora ao Deus da saúde
Peço que apoie os planos
E eu possa contar aqui
Sem cometer os enganos
Falando de forma lúdica
Dentro da Saúde Pública
Sobre Redução de Danos
Falar sobre uso de drogas
E as estratégias adotadas
Ao tratar aquelas pessoas
Que pelas drogas afetadas
Vistos sob uma ótica penal
E sem atenção psicossocial
São sempre discriminadas
Todas estratégias de R D
Visam uma minimização
De riscos ao usar drogas
Procurando dar atenção
Ao conjunto de usuários
Que sofrem seus calvários
Como as vítimas que são
A Redução de Danos é
A diminuição que se faz
Para usar seguramente
Aquela droga que apraz
E aos riscos reduzindo
E as doses diminuindo
Poderá nem usar mais
Por ser séria esta decisão
Por você deve ser tomada
Não é preciso que alguém
De uma forma equivocada
Venha em seu lugar decidir
E assim venha a interferir
Na sua vida transtornada
Uma pessoa que usa crack
E decide usar a maconha
Será uma grande redução
Que a essa pessoas ganha
Com prejuízo bem menor
Para Ela será bem melhor
Ao entrar nessa campanha
No CAPS eu estou tratando
A dependência do alcoolismo
Usando a redução de danos
Com consciência e realismo
Já consegui parar de beber
E foi por eu mesmo querer
Que venci meu imobilismo
Sempre que o dependente
Não conseguir interromper
O consumo das substâncias
Mas isso Ele desejar fazer
Com a Redução de Danos
De acordo com seus planos
Ele próprio poderá fazer
E a redução deve ser
Sempre bem conduzida
Num conjunto de ações
Visando salvar sua vida
Num tipo de tratamento
Que reduza o sofrimento
De toda pessoa atingida
Assim se você quer parar
Mas de vez não consegue
Use a redução de danos
A dependência não negue
Que talvez você consiga
Livrar-se bem do estigma
E culpa nunca carregue
Se de alguma substância
For usuário e dependente
Quer parar e não consegue
A forma mais inteligente
Será deixando aos poucos
Mesmo passando sufoco
Você irá parar finalmente
Hoje eu parei de beber
Não consumo nenhum dia
Porque fiquei consciente
Do que a bebida me fazia
Estou livre da dependência
Porque tomei consciência
Que um dia eu conseguiria
CÂNTICO OITAVO
As Estratégias para a Travessia
Ao sentir que vai chegar
Um episódio depressivo
Com um fone de ouvidos
Faço um ato regressivo
E ao momento de tristeza
Concentrado com firmeza
As tristes cenas eu revivo
Ao ver cenas estranhas
Olho a nossa cadelinha
Ela está sempre comigo
Na sala, quarto, cozinha
E se algo eu visualizar
E Ela não se manifestar
Será alucinação minha
Se eu sinto alguma coisa
Um tipo de perseguição
Eu me concentro na hora
Mudo o foco e a atenção
Assim atravesso o delírio
E venço assim o martírio
Causador da apreensão
A alucinação e o delírio
Sentimentos mórbidos são
Que mexem com a cabeça
Alterando sua percepção
E se não quiser sofrê-los
Só conseguirá vencê-los
Com muita concentração
Certo dia eu pela janela
Vi no meio da escuridão
Uma cara meio estranha
Um tipo de assombração
Então olhei para a cadela
A não manifestação Dela
Acalmou a minha aflição
Eu ao passar numa ponte
Ou num viaduto elevado
Eu sentia o carro caindo
Para o chão ser projetado
Hoje eu olho para dentro
Então daquele tormento
Eu me sinto bem aliviado
Com alto grau de irritação
Devido o transtorno bipolar
Eu evito todos os lugares
Que possam me estressar
Afasto-me de gente ruim
Com uma estratégia assim
Consigo a crise enfrentar
Após o episódio depressivo
A fase maníaca sobrevém
Você começa a falar muito
Não quer escutar ninguém
Nessa hora sozinho eu fico
Assim o episódio maníaco
Eu sempre atravesso bem
Tudo ficará bem melhor
Se a estratégia certa usar
Os medicamentos fortes
Que querem lhe receitar
A verdade fica explícita
Que mesmo sendo lícita
Dependência vai causar
Por tudo isso a loucura
Eu consigo atravessar
No modo sempre alerta
Procuro assim me tratar
Com memórias positivas
E lembranças negativas
Procuro não mais focar
Após uma travessia segura
No meu porto seguro afinal
Eu enfrentei as tempestades
Que sofri no campo mental
E relatei aqui com bravura
Como atravessei a loucura
De uma maneira sem igual
A minha loucura
Foi a mina ruptura
Contra a ditadura
Do normal
Normal é quem
Segue a norma
Legal é quem
Segue a lei
Doido é quem
Não se conforma
É pira com eu pirei
Mas me libertei
E atravessei!
Autor Poeta ADEBAL FERREIRA e Família
Umas Palavras Finais
Eu só bebia nos dias em que o Fluminense jogava que eram duas vezes por semana e também em eventos sociais. Primeiro de tudo é preciso que se tome consciência de que alcoolismo é doença séria e que leva a óbito se não for tratada corretamente. O primeiro sinal que o alcoolismo está num nível grave é quando você adormece bebendo e ao acordar corre para recomeçar a beber.
É falsa a ideia de que você só bebe quando quer. Geralmente as pessoas bebem já na sexta, no sábado e no Também existe essa história de “beber socialmente”. Não acredite nessa história de “beber socialmente”. Se a cada evento que você for precisar estar com um copo na mão já está alcoólatra, mesmo que num grau ainda leve. Recentemente buscando uma maneira de melhorar meu tratamento eu comecei a estudar o nível de teor alcoólico das bebidas mais comuns. Teor alcoólico é a porcentagem que indica o teor alcoólico e segue a escala Gay Lussac (°GL), que calcula quantos mililitros de álcool absoluto existem em 100 mililitros de mistura hidro alcoólica. A marca 5°GL, por exemplo, indica que há 5% de álcool na bebida. O estrago causado pela aguardente é muito grande, pois o seu teor é um dos mais altos porque fica oscila entre 38 e 49 graus. Importante frisar que cada dose de meio copo poderá levar em média cerca de duras horas para ser eliminada do organismo. Atualmente nesse tratamento acompanhado por profissionais que atuam no CAPS onde frequento eu parei de beber.
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