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Vou contar a história de um menino caboclo que morava no sertão do Rio Grande do Norte.

Certa época, quando a seca e a fome estava imperando lá na roça, um menino decidiu sair pra caçar algum calango ou preá para "sargar" a boca naquele dia comprido e ensolarado.

O menino a que eu me refiro não aguentava comer uma tal de fava, que é uma espécie de feijão branco que se come com farinha na roça quando a seca é muito grande. Foi a única coisa que seu suado pai conseguira trazer para casa, para alimentar mais seis bocas famintas naquele dia. Porém, o menino caboclo, não aceitando tal conclusão, decidiu sair em busca do seu requisitado cardápio.

Foi então para o cume de uma rocha, onde tinha visão previlegiada do descampado. Lá viu sua saborosa presa: um preá gordinho, que dava para sanar seu problema Na espreita, sem sequer respirar direito, ele ajeitou seu fiel bodoque. Quando estava para atirar - um tiro certeiro no meio da testa do preá - pula de lá uma serpente, com a velocidade de um raio, se enrola no pobre bichinho e já começa a prepará-lo para o almoço.

O pobre menino, que nem mais piscava, pensava consigo: "Famigerada cobra Comeu o meu almoço" Então o menino, coitado, voltou para casa desolado, sabendo que por fim iria comer mesmo aquela fava do sertão, que nem cobra queria comer.

Esse menino era meu pai, hoje Segundo Sargento Reformado da Marinha, com 68 anos, e graças a Deus não passa mais fome.

(História enviada em 20 de junho de 2009)

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