Em 1969, com 7 anos de idade, eu e minha família estávamos de mudança da cidade de Astorga, Estado do Paraná, para Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Teríamos que atravessar o rio Paraná de balsa.
Eram duas balsas: uma para levar as pessoas e a outra para levar os veículos e ônibus. Enquanto minha mãe pegava os nove filhos, meu pai pegava as bagagens.
Numa altura da viagem, eu acordei dentro do ônibus, sozinha, e vi que havia sido esquecida. Comecei a chorar desesperadamente, batendo na janela do ônibus, e me vi sozinha no meio do rio Paraná.
Um senhor que atravessava a balsa me pegou e cuidou para que eu me encontrasse com meus pais do outro lado do rio. Segurei firme na saia da minha mãe e não larguei mais.
Por conta disso, até hoje não consigo mais dormir em ônibus de viagem.
Isso aconteceu comigo: Delci Guimaraes de Araujo – EM. João Nepomuceno, Campo Grande/MS.


