IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Zoraide Francisca Gomes, nasci no dia 26 de setembro de 1971 na praia do Janga em Paulista, Pernambuco. Tenho apelido de Cris. Meu nome é Zoraide que eu herdei da minha avó paterna e minha mãe nunca conseguia falar Zoraide sempre errava e aí botou o apelido de Cris, porque era Maria Cristina a minha avó materna Pegou o apelido de Cris pro resto da minha vida. MORRO DOS PRAZERES Eu vim pro Rio com meu tio que já faleceu, morei com ele durante um ano e aí resolvi morar sozinha, me casei e vim parar no Morro dos Prazeres. Eu mudei pra cá em 1985 e fiquei encantada à primeira vista e foi amor mesmo. Falei assim: “cara, quero morar muito nesse lugar.” Meu esposo já morava aqui e aí me apaixonei assim, amor a primeira vista e daí esses anos inteiros eu moro aqui. Casei aqui, tenho três filhos todos nasceram aqui. São: Mariana 13 anos, Marina 11, Maicon(?) 9,está fazendo hoje. O Morro dos Prazeres pra mim, hoje é minha casa e acho que a realização de um sonho, uma conquista de trabalho. Eu já vi muita coisa boa acontecer aqui que foi fruto do meu trabalho. Eu acreditei num ideal eu batalhei por isso e assim me sinto bem em casa mesmo, não porque eu moro aqui, mas porque consegui realizar alguns sonhos nessa comunidade. Este morro tem muitos nomes. Eu como sou importada não sei em qual história eu vou acreditar. Tem pessoas que dizem que foi uma plantinha que veio pra cá e que se chamava “prazeres” e que aí ficou no morro; outras pessoas dizem que é por causa do visual que é lindíssimo por você ter um ângulo muito grande de panorama turístico, cartões postais. Porque tem um giro de 180 graus. Muitas pessoas achavam que era pela vista.Outras ainda porque tinha uma capelinha ali onde tem o edifício Raposo Lopes, que tem a Nossa Senhora dos Prazeres lá por 1920, 1925 e aí ficou Morro dos Prazeres que era muito próximo aos padres. As madres todo mundo...
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IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Zoraide Francisca Gomes, nasci no dia 26 de setembro de 1971 na praia do Janga em Paulista, Pernambuco. Tenho apelido de Cris. Meu nome é Zoraide que eu herdei da minha avó paterna e minha mãe nunca conseguia falar Zoraide sempre errava e aí botou o apelido de Cris, porque era Maria Cristina a minha avó materna Pegou o apelido de Cris pro resto da minha vida. MORRO DOS PRAZERES Eu vim pro Rio com meu tio que já faleceu, morei com ele durante um ano e aí resolvi morar sozinha, me casei e vim parar no Morro dos Prazeres. Eu mudei pra cá em 1985 e fiquei encantada à primeira vista e foi amor mesmo. Falei assim: “cara, quero morar muito nesse lugar.” Meu esposo já morava aqui e aí me apaixonei assim, amor a primeira vista e daí esses anos inteiros eu moro aqui. Casei aqui, tenho três filhos todos nasceram aqui. São: Mariana 13 anos, Marina 11, Maicon(?) 9,está fazendo hoje. O Morro dos Prazeres pra mim, hoje é minha casa e acho que a realização de um sonho, uma conquista de trabalho. Eu já vi muita coisa boa acontecer aqui que foi fruto do meu trabalho. Eu acreditei num ideal eu batalhei por isso e assim me sinto bem em casa mesmo, não porque eu moro aqui, mas porque consegui realizar alguns sonhos nessa comunidade. Este morro tem muitos nomes. Eu como sou importada não sei em qual história eu vou acreditar. Tem pessoas que dizem que foi uma plantinha que veio pra cá e que se chamava “prazeres” e que aí ficou no morro; outras pessoas dizem que é por causa do visual que é lindíssimo por você ter um ângulo muito grande de panorama turístico, cartões postais. Porque tem um giro de 180 graus. Muitas pessoas achavam que era pela vista.Outras ainda porque tinha uma capelinha ali onde tem o edifício Raposo Lopes, que tem a Nossa Senhora dos Prazeres lá por 1920, 1925 e aí ficou Morro dos Prazeres que era muito próximo aos padres. As madres todo mundo freqüentava muito e ficou esse nome. Cada morador antigo de 40, 50 anos atrás contam histórias diferentes, e eu não sei em qual delas vou acreditar, mas que é belíssimo é. ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DO MORRO DOS PRAZERES – ASSAMP Há uns nove anos atrás eu comecei A participar mais da vida comunitária, do movimento comunitário, freqüentando reuniões em posto de saúde, em escola. Aí comecei despertar interesse por esse desenvolvimento, porque eu faço parte da comunidade. Então o que adianta trabalhar em Ongs fora da comunidade? Tenho que melhorar o local que eu moro. Comecei então a trabalhar e comecei a me inserir dentro de vários movimentos, movimentos de mulheres mães de escola, de conselho de saúde e aí já estou nisso há nove anos e não quero mais sair. Meu dia é uma loucura, você nem imagina. É muito louco. Às 7 da manhã já tenho agenda marcada - trabalho com agenda - muitas reuniões, faço palestras estou sempre em muitos lugares ao mesmo tempo. Mais ou menos todos os eventos que tem em Santa Tereza que esteja ligado à alguma comunidade carente, mesmo que não seja do Prazeres, eu estou sempre participando. Eu nunca tive uma só meta. Eu idealizei uma idéia assim: eu quero melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. De que forma? Trabalhando a saúde e a educação que eu acho que é por aí. Se você tem saúde, se você tem educação, você consegue melhorar a vida das pessoas e não só na comunidade, mas preparando essas pessoas pra estar melhor na sociedade.Então minha meta é saúde e educação que eu acho que falta muito pras pessoas dentro das comunidades carentes. CASARÃO DOS PRAZERES O Casarão era ruínas e assim eu vim algumas vezes aqui. Tinha uma senhora que morava aqui, uma velhinha e a gente trazia biscoito, bolo, pães. Ela era deficiente, vivia em cadeira de rodas. Assim eu sempre tive muita compaixão e muito medo, porque era muito tenebroso era meio assim casa do espanto. As crianças ficavam brincando de castelo das bruxas. Era tudo arrebentado, tudo quebrado, as paredes tudo rachada, as janelas, sem porta, as escadas tudo quebrada a maior dificuldade. Eu subi uma vez durante dez anos aqui no andar de cima porque o acesso era dificílimo. Era tudo muito quebrado, muito perigoso até pra gente se machucar mesmo. Depois que eu tive filhos, eu trazia pra passear um pouquinho aqui. Porque é belíssimo, é muito tranqüilo e foi quando eu comecei chegar mais perto do Casarão porque antigamente eu não conseguia. E aí veio a obra e tudo. E me despertou mais interesse ainda. Comecei a vir todos os dias pra acompanhar a obra bem de perto e aí deu nessa maravilha. AVALIAÇÃO DO PROJETO Eu acho que é de extrema importância você saber a história da própria comunidade.Eu já busquei muito resgatar essa coisa, mas não é tão fácil como as pessoas imaginam, mas é importante porque a maioria das pessoas que nasceram aqui na comunidade não sabem a real história nem do Casarão e nem da própria comunidade e é triste é um patrimônio teu, uma história tua, que você não sabe contar pra ninguém. Eu acho assim belíssimo o trabalho de vocês, e está de parabéns o projeto e estou muito feliz por estar participando dele.
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