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Por: Museu da Pessoa, 19 de julho de 2013

"Antigamente eu não tinha medo de nada"

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"Antigamente eu não tinha medo de nada"

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Eu já estava de vento em popa, registrada, tenho meus cartões de crédito, graças a Deus, ainda tenho minhas coisas. O crime pra mim ficou pra trás. Eu tive três parceiros na minha vida. O W. era craqueiro, então eu tinha que comprar crack pra ele, trabalhava e eu tinha que ir buscar crack pra ele. E eu acabava ficando com dó e comprava crack pra ele. Mas chegou uma hora que eu falei: “Eu não quero mais não, W., você está me chamando de novo pra droga que um dia eu deixei pra trás”. Aí foi onde eu larguei dele, por causa do crack. A minha prisão foi um golpe fatal porque eu tinha ganhado tudo, eu tinha feito tudo. O A. ainda estava lá fazendo o bar do seu F. e eu arrumando lá. Só que eu não prestava atenção na rua, em nada, só queria sair da rua. Quando foi no outro dia, que eu fui trabalhar, era noite, deu dez horas da noite e eu: “Caramba, mas o bar foi entregue, o seu F. já tinha pago o A.”, porque estava cobrando os dois mil que estava na rua. Aí eu parei, quando eu parei não vi mais nada, só vi coisa preta na minha frente: “Você está presa”. Eles ainda entraram dentro de minha casa, eu mostrei pra eles. “Não faça isso, não” “Nós somos obrigados a fazer sim” “Não faço isso, não, cabo”. Eu só baixei a cabeça e falei: “É isso mesmo, eu errei”. Eu vou fazer o quê, é verdade. Eu estou há quatro meses aqui, mas eu estou indo embora. Saio no dia 15 do novembro de 2013. Na verdade a minha cadeia caducou, mas a Justiça! Então, vou ter que pagar. Vou nos advogados, porque tem umas coisas de serviço pra resolver. Até falei isso pro polícia, eu falei pra ele: “Olha, minha carteira aí, senhor, eu mudei. Eu mudei, não faça isso não. Hoje eu não sou mais a Nega Tchan, eu sou a M., o senhor acha que eu estou achando bom ficar aqui? Eu não estou, mas eu sei o que eu fiz. Eu errei! Eu sei”. Era para eu ter saindo do...

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Correios 350 anos

Depoimento de M. F. S.

Entrevistado por Karen Worcman

São Paulo, 19 de Julho de 2013

Realização Museu da Pessoa

HVC_046

MW Transcrições

R – No Canindé, foi o primeiro marido que eu tive como homem.

P/1 – Mas você estava na rua nessa época ou não?

R – Não, como eu falei pra senhora, eu já estava de vento em popa, registrada, tenho meus cartões de crédito, graças a Deus, ainda tenho minhas coisas. Então minha vida não era mais... o crime pra mim ficou pra trás, uma vida legal, pra frente. E o W.. Eu tive três parceiros na minha vida. O W. era craqueiro, então eu tinha que comprar crack pra ele, trabalhava, trabalhava, e poxa vida, eu tinha que ir buscar crack pra ele. Não dava e a dona Hilda mesmo dizia pra mim: “Não faça isso”. Só que eu ficava com dó porque lá atrás eu também fui. E eu acabava ficando com dó e comprava crack pra ele. Mas chegou uma hora que eu falei: “Eu não quero mais não, W., você está me chamando de novo pra droga que um dia eu deixei pra trás”. Aí foi onde eu larguei dele, por causa do crack. E agora o mais novo que eu fugi da casa de padim Ciço.

P/1 – E o A. usa crack também ou não?

R – O A.? Personal trainer.

P/1 – Ah? Ah, ele é personal trainer

R – Ele saiu da casa dele pra fugir comigo (risos).

P/1 – Foi paixão mesmo.

R – Ele fugiu da casa dele e deixou tudo, até documento, tudo. Tirou agora no Poupatempo, novo. Deixou tudo e fugiu. E fomos pra debaixo da ponte.

P/1 – E ele te escreve, te visita?

R – Não. Primeiro, eu não sei o endereço dele porque no dia que eu mudei não deu pra tirar porque foi muito rápida a minha prisão, muito rápido. Foi um golpe fatal porque eu tinha ganhado tudo, eu tinha feito tudo, as pessoas da loja. O Brás a senhora conhece. Eu sou muito assim dada, né, então ganhei muitas coisas, até enxoval cheguei a ganhar. Mudamos, arrumei, o Arnaldo ainda estava lá fazendo o bar do seu Fernando e eu arrumando...

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