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Personagem: Luana Alves Pessanha
Por: Museu da Pessoa, 31 de maio de 2012

"A gente vê que as pessoas, independente das suas deficiências, são felizes"

Esta história contém:

"A gente vê que as pessoas, independente das suas deficiências, são felizes"

“Uma vez um amigo, que é policial, disse que prendeu um rapaz, usuário de drogas, que contou que era assim porque a mãe dele tentou abortar. Ele tinha nascido sem uma perna. Minha mãe nunca tentou me abortar. Eu vim dessa maneira, com essa má formação congênita na mão direita, mas não vou me deixar levar pelo o que aconteceu. Se toco violão, pandeiro, fiz curso de cabeleireira e tudo – claro que da minha maneira – eu me sinto perfeita. Para mim, não há deficiência. Minha mãe desde cedo me ensinou a não depender das pessoas. Lavava louça, fazia comida, varria a casa, ajudava como qualquer pessoa. A casa era humilde, não precária. Meu pai sempre lutava pra poder dar o melhor pra gente. Ele foi uma pessoa que não recebeu carinhos dos meus avós, mas transmitia para gente, para mim e meus dois irmãos mais velhos. Eu tinha com ele até uma espécie de chamado, de um filme de lobos que a gente tinha assistido: ele assobiava e eu respondia, como um uivo. Quando eu comecei a procurar emprego, meu pai já me advertiu que as pessoas não iriam querer me dar emprego por causa da aparência. Na minha primeira entrevista, eu estava bem adiantada no processo, mas eles não tinham visto a minha deficiência. Quando viram, falaram “Não tem vaga porque você é deficiente. Como é que você vai carregar a caixa de blusas, como é que você vai limpar uma prateleira de vidro?” Cheguei chorando em casa e meu irmão dizendo que era pra eu pôr na Justiça, que ele ia quebrar tudo. Fomos lá pra conversar. Eles acabaram me contratando, mas só pra eu não pôr na Justiça. Passado o fim de ano, não me contrataram pra ser efetiva na loja. Mas aí comecei a gostar de trabalhar com o público, e até hoje é o que eu faço. Mas fiz também faculdade de Turismo. Na época, impulsionada por uma tristeza. Eu tive uma criança que gerei até os nove meses e na hora de nascer, tive que esperar o anestesista acabar de jantar e a criança...

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Dados de acervo

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Projeto: Mulheres Empreendedoras Chevron

Depoimento de Luana Alves Pessanha

Entrevistada por Stela Tredice

Local: Rio de Janeiro - RJ

Data: 31/05/2012

Realização: Museu da Pessoa

Código da entrevista: MEC_HV049

Transcrito por Karina Medici Barrella / MW Transcrições (Mariana Wolff)

Revisado por Grazielle Pellicel

P - Stela Tredice

R - Luana Alves Pessanha

P – Então, eu queria que você começasse dando o seu nome completo, local e a data de nascimento.

R – Meu nome é Luana Alves Pessanha, nasci no dia 21 de fevereiro de 1983. Foi em Bangu, na clínica particular em Bangu. Minha infância foi boa, tranquila. Minha mãe, quando ela estava me tendo ela não imaginava que eu iria nascer sem a mão direita. Mas depois os médicos começaram a falar que ela teria que me tratar como os meus irmãos, que eu tenho dois irmãos mais velhos. E que se eu fizesse bagunça, era pra corrigir mesmo. R ao decorrer da minha infância, aos sete, oito anos, aprendi a lavar louça - ela começou a me ensinar. Pra aprender e não depender das pessoas, pra eu poder aprender a fazer as coisas sozinha, sem estar dependendo deles. E aí foi, até então que eu comecei a estudar, eu fiz...

P – Mas vamos devagarzinho. Deixa eu te fazer uma perguntinha antes de entrar no estudo. O que seus pais faziam, ou eles fazem?

R – Meu pai era motorista de ônibus e minha mãe era do lar mesmo. Meu irmão mais velho, ele tinha aquelas kombis lotadas, naquela época, não existia, como hoje em dia existe, aquele procedimento, documentos. E lá era lotado, assim, às vezes ia pro Guanabara, Mercado, levava compras, e ganhava aquele dinheiro até ajudar porque a intenção do meu pai era trabalhar com caminhão, aquelas S10, na época. Ele queria sair de motorista, parar de ser motorista de ônibus pra trabalhar por conta própria.

P – Seus pais são aqui do Rio mesmo?

R – Meu pai é de Campos, Campos de Goitacazes, e minha mãe é de Minas Gerais.

P – E eles se conheceram...

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