P/1 – Walter, pra começar a gente pede pra você dizer o seu nome completo, a cidade, né, o local e a data do seu nascimento.
R – Meu nome é Walter Meyer Karl, é, eu moro aqui em São Paulo e eu nasci em 01 de março de 1963.
P/1 – Nascido em São Paulo?
R – Não, eu nasci em Nova Friburgo, Rio de Janeiro.
P/1 – E qual é a sua formação?
R – Eu sou engenheiro civil, e, depois, eu tenho outra formação, em análise de sistemas e tenho uma empresa de consultoria em informática, hoje. Sou empresário.
P/1 – E como você conheceu o Ethos?
R – Eu comecei a prestar consultoria pra Fundação Abrinq, é, indicado pela Fundação Kellogg, que era um dos parceiros e apoiadores da Fundação Abrinq. E depois de alguns anos a Fundação Abrinq, o Oded Grajew, presidente da Fundação Abrinq, ele fundou, iniciou o movimento Instituto Ethos. E o Instituto Ethos, na realidade, ele não tinha uma sede ainda, a gente colocou os computadores pras primeiras pessoas trabalharem numa sala na Fundação Abrinq. E eu fui lá e coloquei, dei uma infraestrutura mínima no início, e, depois, fui também trabalhar pra dar infraestrutura toda de informática pro Instituto Ethos, desde o seu início, né? Na sala, na montagem das salas no primeiro escritório, e aí, foi, daí, eu estou no Instituto Ethos até hoje. Na realidade, o primeiro embrião foi lá na fundação Abrinq, numa sala com dois funcionários, e, depois, a gente mudou pro escritório e foi, assim, foi me envolvendo e eu estou aqui até hoje.
P/1 – Você me dizia que você tem uma relação muito próxima com o pessoal do Instituto Ethos e com o Instituto?
R – É, na realidade, assim, eu fui sempre tratado como se fosse um funcionário do Ethos, né? E isso era muito legal, porque a gente têm uma relação boa, a gente têm uma relação como se a gente fosse, também, uma casa, veste a mesma camisa, apesar de eu ser terceirizado,...
Continuar leituraP/1 – Walter, pra começar a gente pede pra você dizer o seu nome completo, a cidade, né, o local e a data do seu nascimento.
R – Meu nome é Walter Meyer Karl, é, eu moro aqui em São Paulo e eu nasci em 01 de março de 1963.
P/1 – Nascido em São Paulo?
R – Não, eu nasci em Nova Friburgo, Rio de Janeiro.
P/1 – E qual é a sua formação?
R – Eu sou engenheiro civil, e, depois, eu tenho outra formação, em análise de sistemas e tenho uma empresa de consultoria em informática, hoje. Sou empresário.
P/1 – E como você conheceu o Ethos?
R – Eu comecei a prestar consultoria pra Fundação Abrinq, é, indicado pela Fundação Kellogg, que era um dos parceiros e apoiadores da Fundação Abrinq. E depois de alguns anos a Fundação Abrinq, o Oded Grajew, presidente da Fundação Abrinq, ele fundou, iniciou o movimento Instituto Ethos. E o Instituto Ethos, na realidade, ele não tinha uma sede ainda, a gente colocou os computadores pras primeiras pessoas trabalharem numa sala na Fundação Abrinq. E eu fui lá e coloquei, dei uma infraestrutura mínima no início, e, depois, fui também trabalhar pra dar infraestrutura toda de informática pro Instituto Ethos, desde o seu início, né? Na sala, na montagem das salas no primeiro escritório, e aí, foi, daí, eu estou no Instituto Ethos até hoje. Na realidade, o primeiro embrião foi lá na fundação Abrinq, numa sala com dois funcionários, e, depois, a gente mudou pro escritório e foi, assim, foi me envolvendo e eu estou aqui até hoje.
P/1 – Você me dizia que você tem uma relação muito próxima com o pessoal do Instituto Ethos e com o Instituto?
R – É, na realidade, assim, eu fui sempre tratado como se fosse um funcionário do Ethos, né? E isso era muito legal, porque a gente têm uma relação boa, a gente têm uma relação como se a gente fosse, também, uma casa, veste a mesma camisa, apesar de eu ser terceirizado, mas sempre fui tratado como uma pessoa da casa, né? E pra mim, assim, o orgulho de estar, de poder dar um suporte, ver isso crescer dessa maneira, a gente está desde o início assim. E poder saber que eu sou parte, assim, de ter ajudado isso, não é? E eu fico muito feliz, também, da gente ter essa grandeza toda, de você ficar passando aqui, olhando isso tudo aqui que fez, né? Que você nem acredita. E você, às vezes, fica, como você está lá dentro, você não, nem vê o que a gente já realizou, o que as pessoas realizaram, né? Tudo que o Ethos fez, né? Que é muito legal, muito grande. Eu estou muito feliz de hoje estar aqui dando esse depoimento, também, que é muito orgulho que eu tenho de ter participado disso aí também, uma pequena participação.
P/1 – E aí, você me dizia, que você, a sua empresa e o Ethos vestem a mesma camisa, né? E como que elas se alinham, assim, a sua empresa, a sua atividade, com as atividades do Ethos, com as bandeiras do _______?
R – É, hoje eu, assim, eu procuro cumprir com as minhas obrigações, com os princípios que o Ethos tem. Exatamente, assim, a relação que eu tenho com as pessoas que trabalham na minha equipe, é, que são como se fossem pessoas, também, que o Ethos trata. Então, tenho até uma definição, assim, que a gente se sente, é, Ethos, entendeu? Não é uma pessoa que vai lá faz o serviço e vai embora, a gente está como se fosse da empresa, como se estivesse cumprindo. E a gente tenta, né, passar os mesmos princípios, passar o mesmo companheirismo, é, as bandeiras que o Ethos cumpri a gente tenta jogar pra fora também, pra outros clientes que eu trabalho, eu trabalho com outras ONGs também. Então, isso, a gente acaba contagiando outras empresas, outras organizações, né? Dessas idéias que a gente sente lá dentro, que as pessoas nos passam dos seus ideais, né? Então, isso é muito importante, eu acho que é por aí que eu vejo isso, então, eu tento seguir, né? A maioria das coisas, a gente tenta cumprir ali, né? No dia-a-dia, se policiando, né? E policiando os outros, a nossa casa, a nossa família e todos, assim, amigos, né? Isso é uma coisa, então, contagia e a gente vai passando isso que a gente têm, que é jogar essa causa pra gente, e, depois, a gente passa pra fora também, né?
P/1 – Como que na área de informática esses princípios se realizam, assim, você tem algum exemplo de alguma utilização que vocês fazem pensando em sustentabilidade?
R – Oh, a gente tem tudo, assim, é, como a gente tem a parte de doação de equipamentos antigos, que a gente dava pra o CDI (?), a gente tem, é, a parte de fornecedores que a gente tem, compra de fornecedores já que estão indicados, a gente tem, é. E implanta, assim, passar, é, a parte que eu acho que é a relação humana que é muito importante dentro disso, sabe? É, de atender os usuários, atender as pessoas, com cada um tendo uma atenção adequada, mesmo se as pessoas não sejam entendidas do assunto, tentar explicar melhor, tentando ser solidário, né? É, agora, tentando, também, contratar serviços de empresas que tenham, é, sua responsabilidade social. Então, assim, eu acho que isso tudo, agora, está incluso dentro do Ethos. É, isso a gente está, é, está intrínseco, né? Isso aí não tem como escapar, então, a gente têm, está fechado com parceiros, realmente, que respeitam o que a gente está pregando aí, que nos ajudem a fazer.
P/1 – Vocês têm alguma atuação, assim, socioambiental dentro da cadeia produtiva?
R – Não, a minha empresa não. Assim, eu lá dentro não, isso não, não chego a ter ação, porque a minha é uma parte de infraestrutura de equipamentos e não tenho na seqüência não, mas o que a gente tem é, assim, é devolução de tonners, cartuchos, estudo pra reciclar. É, a parte de equipamentos que a gente passa pro CD, e, que depois eles vão dar um fim ou vão reaproveitar, ou eles vão, também, fazer uma reciclagem com esses materiais. Quer dizer, então, a gente dá, faz essas coisas. A parte de impressão, a gente tem controles pra não imprimir muito papel, é, então, isso, a gente tenta ajudar com o gerenciamento de impressão, umas coisas nesse sentido, né, verificar, fazer algumas regras políticas pra poder que as pessoas verifiquem, realmente, se precisam mesmo imprimir ou não. Alguma coisa nesse sentido, assim, né? Mas, assim, no geral eu não tenho muito, assim, nossa parte é mais infra, de treinamento e de verificar se os equipamentos estão funcionando, e, se as pessoas estão, é, ok, se está todo mundo feliz. Porque, realmente, cada dia a gente é chamado como se fosse um doutor, né? Um médico, né? O pessoal de informática, assim, é que cuida disso. Algumas pessoas, naquela hora, estão estressadas, elas estão com problema, querem resolver o seu trabalho e estão com um problema que o equipamento não funciona, então, a gente têm que ter uma certa calma pra chegar lá e ficar tranquilo, e, poder acertar o problema de cada um o mais rápido possível. Nem sempre é tão fácil, assim, como eu estou falando, mas a gente tenta fazer o melhor.
P/1 – Como que essas pessoas que estão querendo resolver logo os seus problemas aceitam essa forma de vocês lidarem com as coisas, né? Esses princípios que você está elencando pra mim.
R – Oh, a maioria das pessoas, é, são tranquilas, eu acho que isso é o dia-a-dia das pessoas com qualquer lugar, sabe? Eu acho que no Ethos você está um pouco mais tranquilo, as pessoas têm um nível de aceitação e de entendimentos, compreensão um pouco maior. Mas eu acho que isso é do dia-a-dia, tem dia que você pode estar, fazer um atendimento, as pessoas não estarem se entrosando, mas vou dizer, assim, acho que 90% das vezes que a gente está acertando e a gente está se entendendo, sabe? Isso é um princípio básico das pessoas. Eu acho, que a gente por estar num ambiente desses, talvez, facilite o nosso trabalho, também, porque as pessoas respeitam o trabalho do outro, respeita o próximo. Sabe que a gente têm a consciência que a gente está querendo fazer o melhor. E a gente, também, sabe que as pessoas estão precisando e a gente tenta ser o mais solidário, o mais rápido, o mais eficaz possível, né? Então, as pessoas, acho, que entendem, que a gente está todo mundo ali com um fim só, né? Acho que na maioria das vezes a gente está se entendendo, a gente têm uma relação muito boa. Com esses princípios que a gente prega, né?
P/1 – Tem algum episódio que você lembre e que tenha sido marcante no Ethos? Alguma coisa que tenha a ver com esses princípios, alguma descoberta?
R – Não, teve uma vez que, acho que no início, assim, acho que estava no primeiro ano, assim, do Ethos, aí, eu recebi um telefonema do Oded, né? Falou assim: “Olha, o Ethos está em suas mãos, porque se os e-mails não funcionarem a gente sabe que essa Instituição não vai para frente”. Falei: “Nossa, Oded! Nas minhas mãos, a Instituição está nas minhas mãos, como assim?” “Não, porque se não mandar o e-mail, não sair daqui, não vai funcionar, nós já estamos...” “Não, eu estou indo aí, eu vou resolver, pode deixar, vai dar tudo certo”. Tipo, assim, né, se não funcionar, ou se eu não receber um e-mail essa Instituição não vai pra frente, uma coisa muito importante. É, tiveram outras, deixa eu ver se eu me lembro, acho que não, deixa eu ver. Ah, aquelas coisas, assim, de você, às vezes, ter que ficar trabalhando até de madrugada. Mas isso é o meu trabalho, a gente pode trabalhar em qualquer um, a gente faz isso porque é nossa obrigação, né? A gente têm obrigação de estar ali deixando tudo ok, mas o esforço a gente não é. Eu estou na décima conferência, praticamente, né? Também. A primeira foi lá num hotel na Alameda Santos, então, como é que foi bem pequenininha, e, depois, a gente foi aumentando essas conferências. As conferências são sempre motivos de desafios pra gente colocar tudo em ordem, porque, realmente, todo mundo quer agradar, vem sempre ali público externo. Então, são momentos que, realmente, a gente já passou de muita luta, de sufoco, mas que a gente sempre, no final dá tudo certo, a gente sai contente. E cada conferência é uma evolução e, assim, é impressionante como a gente evolui, como que as coisas estão ficando grandes, como é que a gente têm a capacidade de se superar e fazer as coisas legais também. Todo mundo, aqui está todo mundo de parabéns. É impressionante como é que a gente consegue. O tamanho disso aqui, de hoje, realmente, é de espantar, sabe? Eu estou, realmente, tenho que dar parabéns à equipe Ethos toda por tudo isso, sabe? Muito bom, muito legal.
P/1 – Você já falou um pouco de evolução, né? Desde a primeira conferência até essa de agora. Então, o que você lança pro futuro, assim, o que você acha que é o maior desafio do Ethos hoje em dia? Do que você vivencia?
R – Eu acho que o maior desafio é a gente conseguisse a sustentabilidade do Ethos também. É, e ter essa infra pra poder continuar o nosso trabalho, não é? É difícil a gente, e a cada dia tem mais desafios, mais oportunidades, mais parcerias, mais coisas, mais engajamento da sociedade. Isso vai trazer muitos mais processos internos, nossos, em relacionamentos. E a gente têm que estar preparado pra isso, a gente têm que ter foco, objetivo e infraestrutura, que é a minha parte. Tem que acompanhar junto, tem que ter planejamento pra poder continuar. Então, eu acho que isso é um grande desafio, né? A gente saber planejar, saber focar. No crescer demais ser bem focado, saber aonde que a gente está atuando pra troca ser com qualidade, né? E a infra toda, a parte de informática, tecnologia, isso aí, acompanha e ajuda muito a você, diminuir os esforços, né? A tecnologia vem pra você diminuir esforço e as pessoas terem mais tempo de fazerem coisas, é, mais de relacionamento e se preocuparem menos com os processos, as coisas, né? Então, isso é importante, a gente ter a TI trabalhando junto com as pessoas pra apoiar, esse apoio e essa infra a gente tem que ter, a gente tem que ter esse planejamento pra poder estar bem, pra poder fazer as coisas com qualidade, sempre com qualidade, né? Que é a marca do Ethos.
P/1 – Você falou, então, agora, né, da sua projeção, que foi em função da sustentabilidade do próprio Instituto. E, agora, que ele está completando dez anos, se você olhar pra esses dez anos, você que participou deles, né? Que fato te marcou mais, o que você acha que foi a ação mais importante do Ethos? Que você olhou e falou: “Nossa, isso foi muito importante”.
R – Não, eu acho, assim, o Ethos participar dos diversos conselhos internacionais, é, que ele participa, nas cadeiras que ele tem, é, ele ser uma, ter um número de empresas com a qualidade que ele tem hoje em dia, os indicadores Ethos, as ferramentas que o Ethos lançou, todos esses recursos, eu acho que são uma coisa, assim, que eu não tenho como te dizer uma coisa que eu, mas, assim, isso é um conjunto de coisas que a gente vai passando aqui nos anos e vai vendo. Que uma coisa complementa a outra, e, de acordo com o momento que o país vive a gente está lá do lado, pra poder atuar naquele momento, do que acontece, porque é importante, porque, realmente, às vezes, você trabalha com planejamento, mas, de repente, uma coisa acontece marcante e você tem que dar a resposta naquele momento. Então, o Ethos, também, faz isso, entendeu? Então, ele é uma coisa que, também, trabalha junto com o acontecimento dos fatos, com a mídia ali junto pra poder dar a resposta que a sociedade precisa naquele momento também.
P/1 – Você se lembra de uma situação dessa?
R – Não, quando tem a parte, por exemplo, de educação. Aí, começa a falar de educação, o Ethos lança o manual de como investir em educação. Aí, você tem a parte de crianças, também têm. Aí, quando tem a parte dos presos, aí, você tem o manual do preso lá, né? Então, assim, tem a parte da ética, aí, tem a parte de corrupção de municípios, aí o Ethos vai, tem o seu trabalho pra isso. Então, assim, é bem pontual, né? A gente está sempre indo. Agora, pro trabalho escravo, eu estou falando do ano passado. Aí, esse ano, quer dizer, então, cada ano a gente está sempre no que está ligado e fazendo coisas novas, e, podendo estar dando material pra que a sociedade se informe, sendo um meio de informação, pra poder contagiar todo mundo nisso, né? As empresas que vão fazer com que isso passe pra funcionários, pra sua cadeia produtiva, etc. né? E vai, assim vai.
P/1 – Agora, eu queria saber, mais ou menos, o que você achou de dar esse depoimento.
R – Eu achei ótimo, assim, eu achei engraçado de eu ter passado aqui, né? Eu fui dar uma olhada na exposição hoje, porque ontem eu não vim na abertura e fui olhar, né? Assim, aí, que a Adriana falou: “Ah, vai lá dar uma olhada”. Aí, eu falei: “Não, eu vou sim”. Aí, fui olhar, né? Estava com um tempinho agora, fui olhar, e aí, achei legal. Aí, vocês me chamaram pra dar o depoimento, foi o depoimento número um e foi muito legal, porque eu, também, estava lá, no início das coisas, também, quando começou. E eu achei muito legal ter dado esse depoimento aqui. Fico muito feliz e orgulhoso de estar aqui, também, dando esse depoimento hoje pro Ethos.
P/1 – Legal. Tem mais alguma coisa que você queira dizer?
R – Não, não. Eu quero dar parabéns ao Ethos, a todos do Ethos, é, quem tem. Vamos ver de comemorar depois, também, porque a gente merece as conquistas, as glórias, né? E, também, parabéns a vocês, aí, pelo trabalho de vocês também.
P/1 – Ah, obrigada Walter. A gente quer agradecer aqui em nome do Museu da Pessoa por você ter compartilhado com a gente um pouquinho da sua história com o Ethos, né?
R – Tá bom, obrigado hein.
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