sobre a coleção

criada em: 14/07/2025

No cotidiano das favelas e periferias, alguns moradores e moradoras se tornam referência por suas ações e pelo compromisso com o bem comum - algumas se entendem como lideranças comunitárias, e outras não usam essa nomenclatura, mas todas se dedicam, dia após dia, a transformar os lugares onde vivem. Nestes locais, onde o acesso a direitos e a serviços públicos ainda é precário, essas pessoas se envolvem com causas sociais e emergem como promotoras de saúde - mobilizam ações, compartilham informações, articulam serviços, fazem vigilância popular, produzem conhecimento, cobram políticas públicas, escutam, acolhem e oferecem afeto, entre tantas outras ações.

As histórias reunidas nesta coleção nos aproximam desse universo.
Por meio de suas vozes, conhecemos os lugares onde vivem, suas motivações, as ações que realizam, os desafios que enfrentam, as estratégias que criam com criatividade e sabedoria popular, e as transformações que vêm construindo em suas comunidades — além de conselhos e inspirações para quem deseja fazer a diferença onde vive e/ou atuam. (Re)conhecemos ainda o papel essencial da Rede de Comunidades Saudáveis — um espaço de troca, fortalecimento e articulação entre diferentes lideranças e referências comunitárias do Brasil — no apoio e cuidado a elas próprias, na partilha de conhecimentos, na ampliação do impacto comunitário e no cultivo de sonhos coletivos para o futuro.

Mais do que relatos individuais, o que vemos aqui são registros de um saber-fazer comunitário que mistura resistência, sabedoria e cuidado — que pode (e deve) inspirar políticas públicas mais sensíveis à realidade das favelas.
Nosso objetivo é dar visibilidade e valorizar as histórias, saberes e estratégias que nascem da vivência e da organização coletiva nos territórios populares. São expressões do patrimônio cultural das favelas, que constroem novos caminhos possíveis para a saúde pública no Brasil. Nos mostram que a realidade não muda sozinha, mas sim com muitas vozes, saberes populares e afetos.

Esta exposição é parte do projeto "Saúde nas Favelas: Vigilância Popular em Saúde e Memória Social", realizado pelo Cedaps - Centro de Promoção da Saúde, com apoio da Fiocruz, no âmbito do 146 x Favela.