Tudo começou no longínquo ano de 1887, precisamente no dia 24 de Março. Neste dia atracava no porto de Santos o navio “SAVOIE”, oriundo da Itália, (não foi possível precisar a cidade de embarque) trazendo no seu convés sonhos e esperanças de um povo sofrido fugindo da fome e da falta de ...Continuar leitura
Tudo começou no longínquo ano de 1887, precisamente no dia 24 de Março. Neste dia atracava no porto de Santos o navio “SAVOIE”, oriundo da Itália, (não foi possível precisar a cidade de embarque) trazendo no seu convés sonhos e esperanças de um povo sofrido fugindo da fome e da falta de oportunidades naquele país.
Dentre as centenas de desafortunados encontrava-se uma família muito especial pra minha história. Tratava-se do meu tetravô CARLO MORETTI (38 anos), que vinha acompanhado de sua esposa Savina Ferrário (32 anos) e seus dois filhos NATALE (meu bisavô então com 09 anos) e Serafina (07 anos).
Informações na Certidão de Desembarque dão conta que a família seguiu para a cidade paulista de Descalvado, para trabalhar em lavouras de café.
Entretanto mais nenhuma informação foi obtida até 1898.
Já em 19 de janeiro de 1898, na matriz de Pirassununga, foi proclamado o matrimônio de meu bisavô NATALE (agora com 20 anos) com Valéria Brambilla (21 anos), viúva de José Viganó. Na ausência de documentos comprobatórios mas por informações de meus tios, concluímos que o nome completo de meu bisavô era Adolfo Natale Moretti. Entretanto na certidão de casamento emitida pela Cúria Diocesana de Limeira seu nome aparece com Rodofo Moretti.
Já morando na cidade Orlândia, desta união nasceram oito filhos pela ordem: Pedro Moretti, Sabina Moretti, Atíllio Moretti, Antonia Moretti, Carlo Moretti, Olímpia Moretti, JOSÉ MORETTI (meu avô, nascido em 25 de março de 1916) e Lúcia Moretti.
Consta de informações levantadas junto aos meus tios-avôs que nesta época, Rodolfo Moretti trabalhava em um armazém de propriedade da família Bordignon, em Orlândia.
Por volta de 1920, deixando uma suposta carta de despedida, onde alegava estar com problemas mentais e financeiros, na qual dizia não ter mais condições de conduzir sua família, meu bisavô Rodolfo Moretti desapareceu sem deixar qualquer vestígio ou informações que pudessem indicar seu paradeiro ou destino.
Mudando-se para a vila de Avencas, no Município e Comarca de Marília, minha bisavó criou os oito filhos com muitas dificuldades e dois anos após sua morte (ocorrida em 15/11/1935), meu avô José Moretti, casou-se nesta cidade com Antonia Fiorini (minha avó viva até hoje).
O casamento de meus avós, ocorreu em 02 de outubro de 1937 e como frutos geraram quatro filhos pela ordem: Antonia Moretti (nasc.11/05/1941), Rodolfo Morette (nasc. 23/09/1943), Vanadil Moretti (nasc. 18/10/1945) e VALDECI MORETI (meu pai), nascido em Flórida Paulista, Comarca de Lucélia no dia 25 de abril de 1951. Para esta cidade meus avós haviam se mudado por volta de 1948, ali vivendo até 30 de julho de 1955, quando então toda a família mudou-se para a cidade de Santo André, no Grande ABC, prevendo uma vida melhor próxima à capital de São Paulo.
Já em Santo André, meu avô Jose Moretti trabalhou, por aproximadamente quinze dias na Laminação Nacional de Metais, saindo desta empresa para ingressar na Companhia Brasileira de Cartuchos, no bairro de Utinga. Nesta empresa trabalhou até 1967, quando então adoeceu e veio a falecer no dia 08 de novembro do mesmo ano. Contava então com 51 anos de idade e meu pai Valdeci Moreti, ficou órfão de pai aos 15 anos.
Naquela época, morando em Utinga – Santo André, meu pai cursava o ginasial, no Ginásio Estadual Dr. Amaral Wagner. Havia concluído o curso primário no Grupo escolar “Prof. João de Barros Pinto”. Com dificuldades, mas um incansável espírito de luta, concluiu o segundo grau no Colégio Estadual 31 de Março e formou-se, em 1978 bacharel em Ciências Econômicas pelo Instituto Municipal de Ensino Superior de São Caetano do Sul.
Meu pai começou a trabalhar muito cedo e já aos quatorze anos foi trabalhar na Cisul Materiais de Construção, mudando para a Companhia Paulista de Chenille, na Mooca onde ficou até os 17 anos. Já com 18 anos voltou a trabalhar em Utinga, na Laminação Nacional de Metais, coincidentemente a primeira empresa que meu avô havia trabalhado, lá ficando até fevereiro de 1975. Nesta empresa conheceu Maria Aparecida Gomes, com quem passou a namorar. Em junho de 1975 ingressou, através de concurso público, na Petroquímica União S.A., aonde exerceu o cargo de economista vindo a se aposentar em dezembro de 1996, passando a trabalhar como consultor de pequenas empresas.
O namoro com Maria Aparecida foi crescendo e em 04 de fevereiro de 1978, meus pais se casaram na Igreja de Santa Maria Goretti, em Utinga. Da união nasceram dois filhos. Rodrigo Tadeu Gomes Moreti (nasc. 27/12/1980), o narrador desta história, e meu irmão Felipe Thiago Gomes Moreti (nasc. 22/12/1983).
O objetivo desta narrativa é o de preservar um pouco da memória de minha família e na medida do possível, através de quem possua mais informações, resgatar as origens italianas do meu tetravô CARLO MORETTI.Recolher