"NEGUINHA, UMA HISTÓRIA DE VIDA".
Maria Madalena dos Santos Conceição recebeu esse nome em homenagem a sua avó materna. Hoje é conhecida como dona Neguinha, recebeu esse apelido de seu avô quando pequena, pois era muito miudinha.
Sua família era muito humilde, morava com seus pais e irmãos, ...Continuar leitura
"NEGUINHA, UMA HISTÓRIA DE VIDA".
Maria Madalena dos Santos Conceição recebeu esse nome em homenagem a sua avó materna. Hoje é conhecida como dona Neguinha, recebeu esse apelido de seu avô quando pequena, pois era muito miudinha.
Sua família era muito humilde, morava com seus pais e irmãos, entre eles havia muito carinho. Em sua casa não tinha água encanada e eles iam buscar no poço. Aos domingos, ia à igreja Matriz de Santo Antônio com seu avô, a missa começava às sete horas da manhã e por isso precisava acordar muito cedo.
Gostava muito de brincar com suas amigas, os brinquedos eram feitos por elas, bonecas de palha, casinhas de madeira, fogãozinho e comidinha de verdade, brincavam de balanço no cipó das árvores, amarelinha, corda, brincadeiras de roda e bola.
A escola era longe de sua casa, seu material era levado em um saquinho de arroz, uma professora que marcou sua vida foi dona Neuza Neri, pois era muito carinhosa e deu aula durante três anos para ela. Para fazer a merenda, a professora pedia aos alunos que levassem verduras e legumes, assim a sopa ficaria mais gostosa. Sua mãe não tinha condições de comprar o material escolar, ela fazia parte de um projeto da “caixa” e ganhava os cadernos e lápis.
Certo dia, depois do recreio, ela recebeu uma notícia muito triste, o seu pai havia falecido. Sua vida ficou muito difícil, ela sentia muita falta dele, e precisou ajudar sua mãe a plantar milho e feijão, sua mãe não tinha condições de comprar roupas e sapatos, eles sempre ganhavam de outras pessoas, mas o amor de sua mãe não faltava.
Na sua juventude gostava muito de passear, ia ao “Centrinho” do bairro, onde jogavam pingue-pongue, ouviam músicas e faziam bailinhos. Quando morria um velhinho que morava no asilo, ela e suas amigas não faltavam, pois lá ajudavam nos preparativos do velório, faziam fogueiras, contavam piadas e ficavam até tarde conversando. Naquela época só tinha uma capela na comunidade e foi construída a igreja “São Vicente de Paulo”, dona Neguinha ajudou na construção da primeira igreja.
No bairro Alto da Tenda, naquela época não tinha praça e os amigos se reuniam na linha do trem, pois era tudo aberto e se divertiam muito. Algumas pessoas falavam que o bairro era dividido em duas partes, a de cima era dos ricos e a de baixo dos pobres, mas isso era só uma brincadeira, conta ela. Também não havia muitas casas, quando geava, ela e seus irmãos gostavam de pisar descalços no gelo, só para sentir as dores do frio.
Logo ela se casou, tinha apenas dezesseis anos, a cerimônia foi na mesma igreja que ela ajudou a construir. Teve um casal de filhos e agora também uma neta, que são a alegria de sua vida.
Trabalhou na Camargo Corrêa na zeladoria geral e atualmente trabalha como diarista. Também gosta muito de limpar a igreja e ajudar outras pessoas.
Ela é uma pessoa muito agradecida a Deus por tudo o que teve e tem em sua vida. Seu maior sonho é que possamos viver em um mundo de paz, amor e alegria.
Dona Neguinha ficou muito feliz com o convite que recebeu dos alunos do 4º ano A da escola Honorina Albuquerque, falou que devemos valorizar o que temos e que precisamos estudar bastante, ser bons alunos e obedientes.Recolher