DAS ARTES, A MAIS BELA...
APARECIDA ISABEL MORETTI
Há 59 anos, numa casinha simples, mas com muito amor, na cidade de Adamantina-SP, nascia uma linda menininha, filha do Senhor Pedro e Dona Virginia.
Sua família é de origem italiana, seus avôs paternos e maternos saíram de seu país de origem ...Continuar leitura
DAS ARTES, A MAIS BELA...
APARECIDA ISABEL MORETTI
Há 59 anos, numa casinha simples, mas com muito amor, na cidade de Adamantina-SP, nascia uma linda menininha, filha do Senhor Pedro e Dona Virginia.
Sua família é de origem italiana, seus avôs paternos e maternos saíram de seu país de origem para buscar uma vida melhor em nosso país.
Assim que nasceu, seus pais começaram a escolher o nome que lhe dariam. Seu pai queria Aparecida e sua mãe Isabel. Depois de muita conversa, decidiram que seria Isabel. Seu pai foi sozinho ao cartório registrá-la e no último momento resolveu colocar Aparecida Isabel, mas não disse nada a ninguém, todos a chamavam de Isabel. Ela só foi descobrir o nome composto no 3º ano, quando a Professora lhe chamou pelo nome completo, ela questionou em casa e descobriu tudo sobre a história de seu nome.
Sua mãe, uma mulher enérgica, tinha hora para tudo: comer, brincar, dormir. Tratava Isabel com carinho, mas sempre que a menina cometia algum erro era castigada. Seu pai era mais carinhoso, amoroso, nunca foi castigada por ele, pelo contrário, sabia aconselhar muito bem, fazendo-a rever os seus erros, refletir e nunca mais cometê-los.
Sua casa ficava longe da cidade, tinha um quintal enorme, cheio de árvores, maritacas, horta, e um espaço delicioso para brincar, já que sua brincadeira preferida era pega-pega.
Gostava de brincar com bonecas feitas de sabugo de milho, pois a brincadeira já começava na confecção. Também tinha uma boneca durinha que mexia somente a cabeça, a qual ela gostava muito e cuidava para que não estragasse, já que era a única boneca verdadeira que tinha.
Isabel foi uma criança muito educada e esperta, desde cedo ajudava sua família em casa, o que motivou sua demora para entrar na escola. Aos nove anos, ela entrou na escola, e isso a deixava muito constrangida, pois era a maior aluna.
Às vezes até pensou em desistir, mas sua professora a incentivava dando responsabilidades na sala de aula, tornando-se líder da sala e os amigos começou a admirá-la.
Sempre vem a sua lembrança sua professora Maria, que a ensinou a fazer um trabalho com cascas de ovos; e algumas travessuras do tempo de escola. Um dia passou um esmalte muito vermelho nas unhas e achou que estava lindo, mas a professora lhe falou que estava muito forte para ela e isso a deixou envergonhada.
Sempre teve muito amor pela natureza, gostava tanto de cuidar e proteger as plantas que chegou a cortar o dedo algumas vezes.
A infância de Isabel não era só brincadeira, aos dez anos ela começou a trabalhar de babá, cuidava de uma criança de onze meses, lavava suas roupas, tinha que subir em um banquinho, pois não alcançava o tanque e quando ele dormia, brincava com a irmãzinha dele de nove anos. Nessa época, ficava olhando pela janela o lugar lá longe onde morava e chorava de saudade da família, queria voltar para casa.
Quando voltava para casa, para rever os pais, gostava de ficar na horta, correr, brincar, ouvir rádio. Até hoje, gosta muito de ouvir rádio, isso traz paz para sua alma.
Desde criança, Isabel tinha paixão por ajudar a próximo, participar das missas. Seus pais foram seus catequistas, a levava sempre às missas de carroça, pois a igreja ficava longe de sua casa, mas isso não os impedia de irem.
Quando tinha tempo, passava horas brincando com seus amiguinhos de catequese, pegava alguns tijolos para eles se sentarem e ao ar livre lhes ensinava o caminho da verdade, da justiça e algumas noções da fé cristã.
Às vezes, ajudava o pai vender garapa pelas ruas da cidade, sentia muita vergonha porque precisava puxar o cavalo.
Na sua primeira eucaristia colocou um vestido todo branco e lá foi ela, rumo a caminho da igreja que ficava longe e assim utilizaram uma carroça como meio de transporte, mas ela não desanimava e sua fé cristã cada dia mais aumentava.
Com o passar do tempo, já com 13 anos sua família mudou-se para Indaiatuba, procurando uma vida melhor. Foi morar na Rua Oswaldo Cruz, numa casinha bem simples.
Aqui conseguiu uma bolsa de estudo no Colégio Candelária onde fez o 5º ano. Tinha muita vontade de terminar seus estudos, mas não foi possível. Tinha que ajudar seus pais.
Seu pai foi trabalhar no Aeroporto Viracopos, como auxiliar de serviços gerais, seu irmão foi trabalhar na Singer e ela conseguiu trabalho na Textil Judith S.A., onde trabalhou por oito anos, sua mãe ficou cuidando da casa. Mesmo trabalhando, continuou a ser catequista duas vezes por semana, numa maternidade desativada, onde hoje é o FORUM, por dez anos.
Com a união e trabalho de todos, após dois anos, conseguiram comprar uma casinha simples na cidade.
Os anos foram se passando e Isabel se tornou uma bela jovem, continuava a ensinar catequese, agora na igreja, freqüentava todas
festividades, ia a muitos retiros espirituais, mas sempre com a restrição de não chegar tarde em casa, pois sua mãe era muito enérgica quando se tratava de horários. Mais tarde foi ser ministra da eucaristia, levando a comunhão a pessoas doentes, continuou ajudando muitas pessoas trabalhando em entidades assistenciais.
Certo dia estava conversando com uma amiga, quando passou um rapaz de bicicleta , foi amor à primeira vista, ela já namorava, mas esse rapaz era muito envolvente, então resolveu desistir do outro namorado e apostar tudo nesse. A partir desse encontro, sua vida mudou e ela começou a pensar em casamento.
O dia tão esperado chegou, depois de dois anos e sete meses de namoro e noivado. Na Igreja Santa Rita estavam os convidados a sua espera. Isabel irradiava alegria ao dizer “sim” ao Adélcio
e tudo aconteceu como ela esperava.
Com o casamento a sua vida começou a mudar, principalmente com a chegada dos filhos: Josiane, coordenadora da EE “ Prof.ª Helena Campos Camargo”, Fabiana, enfermeira do Hospital Dia e Murilo, engenheiro da Motorola-Jaguariúna; motivo de muito orgulho para Isabel que diz:” Eu não estudei, mas meus filhos sim”.
Os filhos se casaram e lhe deram três netos: Matheus, de onze anos, Ivy, de sete anos e Lucas de seis anos.
Mesmo cuidando de sua família com muita dedicação, ajudava os que precisavam. Certa vez, acolheu uma senhora e sua neta que não tinham onde morar. Criou um menino desde os três anos junto com seus filhos, como irmão até se casar. Depois acolheu um jovem que veio estudar, fazer faculdade e não tinha onde ficar. Morou um bom tempo em sua casa, dividia o quarto com seu filho.
Agora que sua família já está encaminhada, se dedica mais às reuniões da igreja, a fazer muitas amizades, conhecer gente diferente, e não parou por ai, começou a ajudar as pessoas que precisam de um a mão amiga, um ombro para chorar, desabafar; levar o pão a quem tem fome, agasalho a quem tem frio...
De tudo o que aconteceu em sua vida, não mudaria nada, pois se voltasse o tempo, faria exatamente igual, pois saberia que seria feliz. Essa história de dizer que “Eu era feliz e não sabia, é uma grande mentira, pois a gente é feliz e sabe muito bem”.
Quando era criança, queria muito ser enfermeira, para cuidar com muito amor dos doentes, mas hoje gostaria de ser assistente social ou conselheira tutelar, para ajudar as crianças desamparadas, poder dar amor, carinho, mostrar a vida de uma maneira mais prazerosa.
Dona Isabel nos deixou a seguinte mensagem:
“Ame mais os seus irmãos, pense antes de magoar alguém. Se quisermos ter coisas boas e bons resultados em nossas vidas, temos que praticar coisas boas, pois a vida nada mais é do que uma troca.”
“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.”
Renato RussoRecolher