É noite e estou no alpendre de uma chácara, cercado de amigos. Um deles descansa numa rede, outros estão ao redor de uma mesa, conversando. É um churrasco de confraternização. De repente, é perto do meio-dia e me vejo na avenida principal da cidade onde estou (São Carlos), pois fui até lá,...Continuar leitura
É noite e estou no alpendre de uma chácara, cercado de amigos. Um deles descansa numa rede, outros estão ao redor de uma mesa, conversando. É um churrasco de confraternização. De repente, é perto do meio-dia e me vejo na avenida principal da cidade onde estou (São Carlos), pois fui até lá, de bicicleta, assistir à etapa brasileira da Fórmula 1. Aparentemente, os carros disputam a corrida pelas ruas da cidade, como em Mônaco. Algum tempo depois, pego a bicicleta e pedalo até outra região da avenida, próximo à catedral da cidade. Ao passar por uma subida em frente à biblioteca municipal, um sensor como que detecta minha passagem, e ouço uma mensagem por caixas de som ""públicas"": ""Rio 80"". Entendo ser uma companha que celebra o aniversário de 80 anos do Rio de Janeiro, e não acho estranho que sejam tão poucos anos. Já em frente à catedral, penso em como foi relativamente fácil andar pela avenida, apesar das subidas, e estando consciente de que, devido ao sedentarismo da quarentena, eu deveria ter penado bem mais. Há uma multidão por ali. Muitos dos presentes são jovens, que bebem alegremente. É quase como um carnaval de rua. Então encontro algumas garotas que conheço de meus tempos de universidade, mas com quem nunca cheguei a conversar de fato. No sonho, somos bastante próximos. Também por ali, reencontro uma outra garota que, aparentemente, estudou comigo na 1ª série. Ela me oferece uma bebida num copo descartável, bebo um gole e agradeço. Então percebo que estou em meio a uma multidão, ninguém usa máscara ou qualquer outro equipamento de proteção, e ainda por cima compartilhei um copo. Novamente de bicicleta, pedalo preocupado até minha casa (que fica a mais ou menos 5 km do local do sonho) e, chegando, entro discretamente para lavar as mãos. Não quero que meus pais percebam que voltei tão rápido, por isso procuro não deixar que eles percebam minha presença, entrando pelos fundos. No entanto, enquanto tento chegar ao banheiro, minha mãe me vê e pergunta: ""Ué, já voltou?"" E explico que precisava vir lavar as mãos.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
Por conta da quarentena, sinto falta de encontrar os amigos para me divertir e beber um pouco, e a narrativa do sonho supriu isso, de certa forma. Também há a menção ao sedentarismo provocado pela quarentena (pois pedalava diariamente, inclusive para ir trabalhar, e sinto falta de atividade física). Por fim, há a constante preocupação em se afastar de multidões e manter um rígido controle da higiene.Recolher