Entre 2018 e 2022, pesquisadores e profissionais de diversas áreas, como defesa civil, educação, tecnologia da informação, gestão de desastres e políticas públicas, atuaram junto a comunidades das capitais São Paulo e Rio Branco para melhor compreender seu papel na governança de inundaç&o...Continuar leitura
Entre 2018 e 2022, pesquisadores e profissionais de diversas áreas, como defesa civil, educação, tecnologia da informação, gestão de desastres e políticas públicas, atuaram junto a comunidades das capitais São Paulo e Rio Branco para melhor compreender seu papel na governança de inundações/alagações e outros problemas relacionados às chuvas. Em encontros, estudos coletivos e pesquisas de campo que contaram com a participação de cidadãos — moradores e líderes comunitários — engajados cotidianamente na luta por segurança e dignidade, os participantes do projeto ‘Dados À Prova D'Água’ buscaram promover o uso, geração e circulação de dados de maneira oportuna e acessível, de modo a contemplar os saberes e experiências locais, destrinchar problemas existentes e soluções possíveis por meio do estabelecimento de diálogos entre organizações comunitárias, sociedade civil e poder público. Um processo longo de aprendizagem multilateral visando a difusão de informação e preparo de agentes locais para o manejo de ferramentas de prevenção, conscientização e troca de informações sobre a relação dessas comunidades com rios, córregos e eventos relacionados à água. A mostra "Dados À Prova D'Água: Memória, ciência e informação" é parte desse longo processo de estudo e desenvolvimento, baseada na concepção norteadora do que são considerados dados pertinentes para a representação de um fenômeno — de algoritmos, métricas físicas, climáticas e informações pluviométricas à memórias individuais, coletivas, registros orais e visuais —
a expografia que conta com registros amadores, relatos sonoros reais e os olhares cuidadosos do fotógrafo Lucas Lourenço e da documentarista Juliana Brombim, responsáveis por registrar as subjetividades encontradas pelo projeto em sua vigência, faz um convite à participação do público dentro da mostra e fora dela, a partir do uso de ferramentas tecnológicas desenvolvidas pela pesquisa científica somado às práticas coletivas de cidadania e organização comunitária Ao se colocar no lugar da participação ativa, observação e escuta, sugere-se que o visitante resgate memórias próprias ou de terceiros, compreendendo-as dentro de uma teia de questões e discussões atuais sobre o papel do indivíduo, das comunidades e das instituições públicas e privadas na criação de relações mais saudáveis entre humanidade, clima e meio ambiente tendo em vista o contexto atual de emergência climática, tomando a manutenção, criação e discussão popular de políticas públicas e do trabalho científico como ferramenta central no processo de estabelecimento de uma realidade sustentável.Recolher