Projeto Memória do BNDES 50 anos
Entrevista de Isabel Rodrigues de Freitas
Entrevistada por Paula Ribeiro
Rio de Janeiro, 11/04/2002.
Realização do Museu da Pessoa
Entrevista BND_CB007
Transcrito por Barbara Tavernard Thompson
Revisado por Gustavo Kazuo
P/1 - Bom dia, Isabel. Eu gostaria de...Continuar leitura
Projeto Memória do BNDES 50 anos
Entrevista de Isabel Rodrigues de Freitas
Entrevistada por Paula Ribeiro
Rio de Janeiro, 11/04/2002.
Realização do Museu da Pessoa
Entrevista BND_CB007
Transcrito por Barbara Tavernard Thompson
Revisado por Gustavo Kazuo
P/1 - Bom dia, Isabel. Eu gostaria de começar o nosso depoimento pedindo que você nos forneça o seu nome completo, o local e a data de nascimento.
R - Meu nome é Isabel Rodrigues de Freitas. Eu nasci no Rio de Janeiro, no dia 14 de março de 1955.
P/1 -
Seus pais, qual é a origem dos seus pais?
R - Meus pais são mineiros. Minha mãe nasceu em Conceição do Rio Verde, em Minas Gerais, e meu pai nasceu em Caxambu, também lá em Minas, estação de água, muito legal, onde eu passei até a minha infância lá, muito bonito.
P/1 - Em termos de formação profissional você cursou algum curso técnico?
R - Eu fiz o segundo grau, que antigamente se chamava de segundo grau. Depois, quando entrei para o BNDES, eu tive a oportunidade aqui dentro do próprio Banco de fazer vários cursos, inclusive o de secretária, e que atualmente eu exerço a função aqui dentro do banco.
P/1 - Você entrou em que ano no BNDES e para ocupar que função?
R -
Eu entrei no banco em 1979; era lá no prédio sede do 53, da Rio Branco; eu entrei como telefonista e trabalhei durante três anos naquele prédio. Quando vem a inauguração deste prédio, eu fui uma das primeiras telefonistas a ingressar dentro do prédio, que veio a diretoria a presidência, e precisava de uma telefonista bilíngue, e eu vim acompanhando a minha chefe para poder atender a diretoria do banco e as pessoas que já estavam aqui começando.
P/1- Conta para gente um pouquinho como é que era essa sua
função de telefonista? Como é que era o dia-a-dia de telefonista? Como era a sua rotina?
R - Eu sempre gostei muito de ser telefonista, acho que o banco inteiro me conhece até como telefonista. E era muito legal, porque eu fazia todas as ligações interurbanas, fazia as ligações nacionais e fazia ligação para o exterior, e atendia todo o público, então era o cartão de visita do BNDES, entendeu? Embora eu não aparecesse, mas a primeira pessoa do BNDES que aparecia era eu, pelo telefone.
P/1-Você lembra de algum comentário em relação à sua voz, simpatia, uma brincadeira?
R - É, eu sou muito popular dentro do banco, todas as pessoas me conhecem. E eu conheço todas, porque eu fui a primeira pessoa a entrar dentro do prédio. Então eu acho que eu sou uma pessoa bem popular dentro do BNDES.
P/1 - Quando você entrou aqui no banco, o que representava o BNDES profissionalmente para você?
R - Olha,
o BNDES não representava, ele representa. O BNDES é tudo na minha vida, porque tudo que eu construí foi através e dentro do Banco, todas as oportunidades que eu tenho na minha vida. Até a própria mudança de vida, em função do próprio banco, que é uma grande empresa. Eu até digo que eu amo esse emprego. Todos sabem que todos os depoimentos, cursos que a gente faz, a gente fala muito bem do nosso trabalho; é uma coisa muito legal trabalhar aqui no Banco.
P/1 - E o que é que você ama?
R - Eu amo a estrutura, sabe, a valorização que ele dá às pessoas, pelos menos a mim, que comecei aqui mesmo por baixo, que comecei como telefonista. Então eu acho que eles me deram todas essas oportunidades de fazer um concurso de acesso, eles deram a preparação do curso, então, comigo, eles tiveram um tratamento muito especial e eu devo muito ao BNDES, até a própria FAPS, que nós temos uma previdência social e que nos possibilita ter uma vida melhor, e um salário também, não é um dos melhores, mas ainda é um bom salário.
P/1 - E hoje como é o seu dia-a-dia? Qual é o seu
trabalho hoje?
R - Eu continuo muito feliz fazendo tudo o que eu gosto. Eu digo até que eu sou uma telefonista de luxo, eu agora sou uma secretária e praticamente já passei por todos os setores dentro do banco. O primeiro lugar que eu trabalhei como secretária foi na Presidência, na Secretaria Geral, depois eu saí da presidência e fui trabalhar na área de Administração, passei bastante tempo na área de administração, porque aqui no banco dá essa oportunidade de você ir a vários setores -, depois que eu saí da administração, eu fui trabalhar na AO2 que é uma área operacional; depois eu saí da área operacional. E com isso passaram vários chefes de várias pessoas e tudo pelo Banco. Aí depois eu saí, fui trabalhar no BNDESEXIM, aí foi um momento muito triste da minha vida, que foi quando eu perdi meus pais, que aí começaram as perdas, porque tudo aconteceu aqui dentro do Banco, e aí do BNDESXIM e até hoje estou trabalhando aonde era antes a área de infraestrutura, e com essa nova organização eu passei a ser a renda fixa. E todas as pessoas que passaram pela minha vida, muito importantes, todos os meu chefes, todos os meus colegas de trabalho, uma família, né? Aqui é uma grande família, já foi até muito melhor, porque a vida mesmo faz com que mude essa coisas, mas o BNDES para mim continua sendo a minha família.
P/1 - E como secretária, como era ser a secretária de uma presidência?
R - E eu não era secretária da presidência, eu passei muito tempo como parte da secretaria geral, e passei muito pouco tempo, mas era ali que passavam todos os documentos que iam para a reunião de diretoria, entendeu? Então era um lugar muito reservado e com o meu perfil, eu não sirvo para trabalhar na presidência. Arranjei um chefe muito mais light e estou com ele até hoje. Até disse para ele que ia falar dele. Meu chefe é o Carlos Audi, uma pessoa também muito conhecida no Banco, que eu digo até hoje para ele que no dia que eu deixar de ser secretária, ele terá uma secretária eterna, que eu serei sempre a secretária dele.
P/1 - E
em termos de vida, assim, mais social? Vocês fazem festa internas? Assim, no seu setor?
R - No meu setor nós comemoramos sempre uma vez por mês o aniversariante do mês. Então, a Isabel vai lá organizar festinha, comprar bolo, a gente se confraterniza, é muito legal, inclusive essas pessoas que são novas, que vem entrando agora, eles se sentem, sabe, super bem recebidos pela gente, que a gente... Eles se sentem em casa, é uma coisa muito boa, o BNDES e a minha vida, gosto muito de trabalhar no Banco, a minha vida toda, eu trabalho aqui já tem 23 anos.
P/1 - Algum conselho para essa nova geração que está entrando no BNDES?
R - Que ame o BNDES, como eu amo, que é uma grande mãe.
P/1 - Muito obrigado eu gostaria de perguntar para você, o que achou de ter dado este depoimento e contribuído para o Projeto de Memória dos 50 anos BNDES.
R - Eu me sinto... Meio século do BNDES e nesse meio século, eu faço quase parte da metade, pois eu tenho 23 anos e me sinto quase metade, daqui a dois anos eu faço 25, eu me sinto mesmo parte integrante do Banco, eu faço parte destes 50 anos, pelo menos 23, eu tenho 23, é uma vida...
P/1 - Muito obrigado pelo seu depoimento
R - Obrigada vocês, tá, tchau.Recolher