Nascido em Guaíba, no dia 18 de maio de 1967, Edson Luis Staphaniak, recebeu o nome escolhido pela mãe, mas desde muito pequeno, ganhou do avô Antônio, de origem polonesa, o apelido carinhoso de Polaco, por ser muito branquinho.
Vô Antônio, pelo menos uma ou duas vezes por ano, fazia uma...Continuar leitura
Nascido em Guaíba, no dia 18 de maio de 1967, Edson Luis Staphaniak, recebeu o nome escolhido pela mãe, mas desde muito pequeno, ganhou do avô Antônio, de origem polonesa, o apelido carinhoso de Polaco, por ser muito branquinho.
Vô Antônio, pelo menos uma ou duas vezes por ano, fazia uma deliciosa visita, trazendo diversas frutas fresquinhas da sua cidade, Mariana Pimentel. Doces lembranças aquelas...
Quando os pais do Seu Polaco se conheceram, já eram viúvos e tinham outros filhos do primeiro casamento. Ricardo, Maria e Jéssica, filhos por parte do pai e Maria Celéria por parte de mãe. Depois a família tornou-se ainda maior com a vinda de Bernadete, Beatriz, Erci e Edson. Uma família grande e cheia de amor. Mesmo com a trabalheira e a dificuldade de criar e educar todos os filhos, na casa de S. Polaco nunca faltou carinho e atenção. O pai, mesmo cansado do trabalho, ao chegar em casa, sempre brincava com as crianças. A mãe, muito carinhosa, esperava os meninos para o almoço com um gostoso macarrão com carne de porco, daqueles de dar água na boca, preparado com muita dedicação e amor.
Polaco e os irmãos não só amavam muito seus pais, mas também os respeitavam, sem ser necessário levar, sequer uma palmada. O respeito se fazia presente, não pelo medo, mas sim, pelos bons exemplos e pelas conversas que tinham com os pais. “Antigamente, os pais só olhavam para a criança e ela percebia que estava fazendo algo errado. Enquanto os adultos falavam, as crianças ficavam quietas ouvindo”. Para Polaco, na época de sua infância, tudo era muito diferente. As ruas eram mais calmas, podia-se caminhar tranquilamente, mesmo à
noite. As pessoas podiam apreciar as noites quentes de verão, assim como, comer um delicioso sorvete na companhia dos amigos sem preocupação, sem temer a violência que nos cerca nos dias de hoje. As crianças brincavam na rua de pega-pega, esconde- esconde... Ahhhh... doces lembranças aquelas que não voltam mais.
Hoje, os pequenos passam mais tempo dentro de casa, jogando vídeo-game ou na internet, porque os pais temem o que pode acontecer na rua. Quando criança, Polaco estudou na escola Itororó, de 1ª a 4ª
série, e foram esses os anos mais felizes de sua infância. Foi lá, que conheceu professores tão queridos, que fazem parte de suas lembranças até os dias de hoje. A primeira foi a professora Maria, senhora já idosa e cheia de paciência e carinho com todos os alunos, sabia motivá-los e incentivá-los a estudar cada vez mais. A segunda professora foi a Elaine, tão querida e agradável, que Polaco fazia questão de acompanhá-la até perto de sua casa, enquanto conversavam pelo caminho, sobre as atividades trabalhadas na aula.
Também teve a professora Ângela, bem jovem, no começo de sua carreira. E o que lhe faltava de experiência, tinha de sobra em carinho e atenção. Lembra-se claramente da Diretora Lenita e da Vice-Diretora Marli, rígidas e sérias, mas ao mesmo tempo queridas e carinhosas. Na escola tinha também a merendeira Geni, que era querida por todos, muito gentil e cuidadosa, fazia o melhor arroz de leite do mundo. E a sopinha então Feita com tanto carinho, não tinha quem recusasse.
No recreio, o futebol era sagrado, não faltava nunca e era a paixão do Polaco e de seus colegas, que algumas vezes, matavam aulas para poder jogar em um campinho perto do colégio. Na 5ª
série, ele foi para outra escola e o Itororó tornou-se uma doce e inesquecível lembrança nas cores branca e azul.
Na outra escola, as coisas eram diferentes. Ele tinha vários professores, várias matérias e muito pouca afetividade e atenção. Polaco foi, aos poucos, perdendo o interesse nos estudos, e quando o pai adoeceu, saiu da escola e passou a trabalhar para ajudar nas despesas de casa. Aos 13 anos tornou-se açougueiro, mesma profissão de seu pai, e que exerce até hoje.
Na sua adolescência, aos finais de semana, os Clubes Veteranos, Classe A e do Comércio, faziam a alegria da garotada. Polaco, sempre que os pais permitiam, também ia lá se divertir com seus amigos. No centro havia a Praça da Bandeira, com vários bichinhos: macacos, pássaros e peixinhos. Outro ponto de encontro da meninada da época que, infelizmente, hoje não existe mais.
Também, tinha o cinema da cidade que, depois virou o Mercado Poko Preço e agora é o Mercado do Paulinho.
Polaco lembra que as praias da Alegria e Florida eram muito movimentadas, especialmente nos finais de semana. “Vinha gente de vários lugares, até de Porto Alegre, passear nas praias daqui. Guaíba um dia já foi famosa”. Esses momentos felizes jamais serão esquecidos por Polaco, como também a alegria de ganhar um afilhado, o Wendel, filho de seus patrões. Um lindo meninão de apenas cinco meses, que já está dando muito orgulho para seu padrinho coruja.
Mas a vida de Polaco não é feita apenas de boas lembranças. A Páscoa, por exemplo, trás a pior de suas recordações, a perda de sua mãe. Neste domingo especial, em que as famílias reúnem-se, Polaco passou o dia junto de D. Bernardina, mas a noite, ela passou mal, e mesmo tentando socorrê-la, não tiveram como salvá-la, e ela acabou falecendo nos seus
braços, deixando para sempre a tristeza e o vazio que são sentidos até hoje nos domingos de Páscoa. Polaco é um homem muito simples e gosta de viver de forma tranqüila, alimenta até hoje, alguns sonhos de infância. Gostaria de criar cavalos e de morar “pra fora”, mas com conforto, sem passar dificuldades. Também gostaria de melhorar o carro, talvez até trocar seu Fusca por um Chevette mais novo, inteiro. Mas o que gostaria mesmo que melhorasse é a sua saúde, já que, por conta da diabete, precisa aplicar duas injeções de insulina todos os dias. Apesar de toda sua simplicidade, S. Polaco é um homem que possui uma grande riqueza, talvez a maior e melhor herança que os pais podem deixar para seus filhos, uma história repleta de amor e lembranças maravilhosas, que o acompanhará por toda sua vida.Recolher