Meu nome é Regina Célia Farias Castro, nasci aqui em Fortaleza no dia 26 de maio de 1955, meu pai é de Cascavel interior do Ceará e a minha mãe de Cariré, interior do Ceará também, eles se conheceram porque meus avós moravam em Cascavel, os pais da minha mãe, moravam em Cascavel. Ele era d...Continuar leitura
história
história na íntegra
-
Vídeo na íntegra
(não disponível) -
Áudio na íntegra
(não disponível) - Texto na íntegra
- Ficha técnica
P/1 – Regina, você pode falar o seu nome completo, o local e data de nascimento?
R – Ah, tá. Meu nome é Regina Célia Farias Castro, nasci aqui em Fortaleza no dia 26 de maio de 1955. Já sou uma pessoa antiga, né?
P/1 – Seus pais são de Fortaleza?
R – Cascavel, interior aqui. Meu pa...Continuar leitura
P/1 – Regina, você pode falar o seu nome completo, o local e data de nascimento?
R – Ah, tá. Meu nome é Regina Célia Farias Castro, nasci aqui em Fortaleza no dia 26 de maio de 1955. Já sou uma pessoa antiga, né?
P/1 – Seus pais são de Fortaleza?
R – Cascavel, interior aqui. Meu pai de Cascavel interior do Ceará e a minha mãe de Cariré, né?
P/1 – Cariré...
R – Interior do Ceará também.
P/1 – E você sabe como o seu pai de Cascavel e sua mãe de Cariré se conheceram?
R – Em Cascavel.
P/1 – Por quê?
R – Porque meus avós moravam em Cascavel, os pais da minha mãe, moravam em Cascavel. Ele era dentista. Tipo, naquele tempo era dentista prático que chamava, né? Então ele viajava pelo interior do Ceará atrás dos clientes, dos pacientes. Daí ele gostou de Cascavel, uma cidade assim mais ou menos perto da praia, e resolveu fazer a casa dele e o túmulo dele, meu avô de Cascavel. Aí meu pai e minha mãe se conheceram lá. Meu pai também de lá, né? Filho de farmacêutico. E se conheceram lá.
P/1 – E quando é que eles decidiram mudar pra Fortaleza.
R – Não, aí teve aquela história. Minha vida inteira assim, quer dizer, eu nasci aqui em Fortaleza, mas até os 15 anos a gente ficou entre Fortaleza e Cascavel.
P/1 – Mas você estudava, morava aqui?
R – Não. Eu estudava lá em Cascavel, isso até os 15 anos, né?
P/1 – Então você morava em Cascavel?
R – É. Em Cascavel.
P/1 – Você só nasceu aqui, mas morava lá?
R – É. A gente foi pra lá. Depois viemos várias vezes, fomos e tudo, até que com 15 a gente veio pra cá mesmo pra estudar, porque lá não tinha o ensino médio, né?
P/1 – Como é que era a sua casa de Cascavel?
R – Era uma casa maravilhosa, grande, meu pai... Era uma casa que era emendada com a farmácia, né? Por dentro dava... Quer dizer, dava exatamente um quarteirão. Correspondia a um quarteirão, a farmácia de uma rua e a casa do outro lado, né? Por dentro... Os fundos da farmácia já entrava em casa. Casa maravilhosa de grande, com muitos quartos. E assim, eu tenho muita saudade disso, moro aqui em Fortaleza, mas eu tenho saudade dessa coisa, desse espaço, dessa coisa do rural, né?
P/1 – E você tem quantos irmãos?
R – Tenho três irmãos homens.
P/1 – E como é que era a convivência da sua família? Você a única mulher, os três homens...
R – Era bom. Na verdade eu sempre senti falta de uma irmã, né? Mas nunca tive essa irmã.
P/1 – Você teve algum tipo de formação religiosa?
R – Ah, a origem da minha família era o catolicismo, né? Aí ao longo da vida eu fui desenvolvendo muitas outras coisas, pesquisas assim. Já fiz parte de várias coisas pra conhecer.
P/1 – Que tipo de pesquisa? Conhecer o que?
R – Ah, o espiritismo, budismo. Já permeei por várias coisas assim, né? Acho que a grande história é a luz, a luz não é propriedade de ninguém, né? Assim, de nada, nenhuma instituição, nenhuma religião. Acho que o caminho é por aí assim, buscar o bem. Acredito profundamente nisso, que a gente tem que buscar o bem.
P/1 – Com quantos anos você entrou na escola?
R – Sete anos. Naquele tempo a gente entrava um pouco mais tarde, né? Sete anos. Hoje eu acho que criança com três anos, dois anos, três já está na escola.
P/1 – Como é que você ia pra escola?
R – Como assim? Locomoção?
P/1 – É.
R – Ah, a pé. A pé.
P/1 – E você se lembra de alguma professora, alguma história marcante do seu período da infância?
R – Não muito, né? Assim, infância... Marcante, não. Era uma escola, um colégio de freiras. Mas assim, sempre gostei muito de ler, né? Sempre, sempre. Até hoje. Adoro ler, escrever.
P/1 – O que você lia?
R – Ah, muitas histórias, né? Muitas histórias. Comecei a ler muito cedo assim. Adoro ler, sou...
P/1 – Fala uma história que tenha te marcado que você tenha lido nessa fase.
R – Ah, uma história? Necessariamente uma história...
P/1 – Vocês tinham na sua casa o costume de mandar e receber carta?
R – Ah, sim. Sim.
P/1 – Pra quem? Com quem que vocês se correspondiam?
R – Para os familiares assim. Para os familiares. Geralmente era pros familiares e aí depois que eu cresci, que eu vim... Com 15 anos eu vim embora pra cá, né? Aí fiquei pra estudar, tá? Com 20 anos eu conheci a pessoa que é o pai dos meus filhos. E ele é um médico, como ele mesmo se caracteriza, de interiologista, né? Que é o médico do interior assim, que foi pro interior e fez essa opção e nunca quis morar na cidade mais, né? E aí foi que entrou a história dos Correios e telégrafos, essa relação. Porque aí a gente foi morar, eu com 20 anos fui morar com ele, aí moramos em Jaguaruana, que é sertão aqui do Ceará. Moramos em Guaramiranga, que é serra aqui no Ceará e em Baturité. E foi durante esse período, esse longo período que entraram os Correios, né? Por isso que eu achei legal e achei interessante esse projeto, porque...
P/1 – Como que entrou os Correios?
R – Porque a gente quando mora no interior acaba ficando muito isolado assim do mundo, de certa forma, né? E aí era quando eu escrevia muitas cartas e recebia muitas cartas. Cartas maravilhosas. E meu coração ficava aquecido de tantas coisas que eu recebia pelos Correios, né? Porque essa coisa da internet na verdade tem uns cinco anos que eu to conectada assim com a internet. Mais ou menos isso. Diretamente assim, com as redes sociais, mas uma coisa que eu quero deixar registrado que eu acho legal é que...
FINAL DA ENTREVISTARecolher
Título: Solidão no interior
Local de produção: Fortaleza
Autor: Museu da Pessoa Personagem: Regina Celia Farias Castrohistórias que você pode se interessar
Tricolor hermano
Personagem: José PoyAutor: Museu da Pessoa
Um menino muito esperto
Personagem: Miguel HerzogAutor: Museu da Pessoa
Um pouquinho de mim!!!!
Personagem: Renata Martins de SouzaAutor: Renata Martins de Souza
Eu tenho tanto pra te dizer, como é grande o meu amor por você...
Personagem: Flávia e AlexandreAutor: Flávia e Alexandre