Correios – 350 anos aproximando pessoas
Entrevistado por Olívia Paradas
Depoimento de Leticia Moreira de Moura
São Paulo, 13/06/2013.
Realização Museu da Pessoa
CM_CB006_Leticia Moreira de Moura
Transcrito por Cristiana Sousa
MW Transcrições
P/1 – Vamos começar com você falando pra ...Continuar leitura
Correios – 350 anos aproximando pessoas
Entrevistado por Olívia Paradas
Depoimento de Leticia Moreira de Moura
São Paulo, 13/06/2013.
Realização Museu da Pessoa
CM_CB006_Leticia Moreira de Moura
Transcrito por Cristiana Sousa
MW Transcrições
P/1 – Vamos começar com você falando pra gente o seu nome, data e local de nascimento.
R – Então, o meu nome é Letícia Moreira de Moura, eu nasci em 1 de Junho de 1996, nasci na cidade de Francisco Morato que é noroeste de São Paulo.
P/1 – Entendi, de onde veio a sua família Leticia, você sabe?
R – Então, ela veio do Ceará, numa cidade que fica no Sertão, fica a três horas da capital que é Fortaleza.
P/1 – De que cidade?
R – Trairí.
P/1 – E você sabe por que os seus pais vieram pra São Paulo?
R – Então, o meu pai ele já tinha vindo, antes da minha mãe e ele estava buscando emprego, eu acho que como toda pessoa que vem do nordeste, uma vida melhor, comprar um terreno e nisso ele já namorava com a minha mãe e ele só estava esperando ganhar um pouco mais de dinheiro pra poder trazer ela pra cá, aí nisso ele comprou o terreno, ele morava de aluguel, aí nisso ele trouxe a minha mãe pra cá, eles se instalaram em uma casa de aluguel, aí enquanto isso eles foram construindo a casa que é onde eu moro agora e onde eu nasci.
P/1 – Entendi, você sabe se ele chegava a mandar cartas pra sua mãe nessa época ou antes? É que é antes de você nascer, mas ela conta alguma história assim?
R – Ai não porque tipo eu não tenho muito contato com o meu pai, aí a minha mãe ela falou que tipo mandava bilhetinho e ficava nisso, sabe?
P/1 – Aham.
R – Porque muitas vezes ela não saía de casa porque ela tinha que cuidar dos irmãos, mas cartas mesmo não tanto porque eles moravam um pouco perto né?!
P/1 – Entendi, é eu estava perguntando desse período que ele veio e ela ficou.
R – Ah sim, sim mandavam cartas, só que não ficou durante muito tempo porque logo ele foi buscar ela, então...
P/1 – Entendi, conta um pouquinho da sua infância, como é que foi passar a sua infância em Francisco Morato, as brincadeiras que você fazia.
R – Então, eu era muito solitária porque, eu sempre fiquei em creche porque os meus pais trabalhavam bastante e tipo foi nisso que eu me distanciei um pouco do meu pai e a minha mãe, ela também trabalhava pra me sustentar e eu ficava numa creche e quando eu não ficava numa creche eu ficava numa vizinha e eu brincava quando eu ficava em creche, aí eu ficava brincando de esconde-esconde, de pega-pega, esses brinquedos sabe? Só que aí depois de passado um tempo, quando eu tinha seis anos eu comecei a ficar sozinha, nisso eu era filha única, aí eu comecei, eu ficava em casa, eu ficava brincando de boneca, eu ficava assistindo alguma coisa, esperando a minha mãe chegar, eu não ficava muito tempo sozinha, mas eu ficava um bom tempo, o que me ajudou bastante na minha infância foi os meus cachorros que eu adoro cachorros e tipo eles eram dois pastores alemães, aí eu ficava com eles a maioria do tempo brincando e eles foram a minha companhia na minha infância.
P/1 – Entendi e quando você começou a ir pra escola?
R – Eu comecei a ir pra escola de seis a sete anos, primeira série.
P/1 – Entendi, conta um pouquinho dessas primeiras lembranças da escola.
R – Ai, eu lembrava que eu brincava muito, muito, eu passava a tarde inteira brincando, eu gostava também de estudar e tal, eu sempre me dediquei, eu lembro que eu brincava muito de basquete, eu não sabia nem jogar bola direito, mas só de arremessar, nossa eu ficava fascinada, eu jogava bola também, bem pouco, mas jogava e quando eu estava na escola eu fiz três amigos muito grandes né, foram o Igor, a Neile e a Amanda, a gente acabou se separando depois de passado tempo, mas eu acho que eles são, eu acho que amigo de infância é o que fica, eles foram meus amigos e continuam sendo meus amigos até hoje.
P/1 – Entendi e hoje quais são as suas principais atividades? O que você faz?
R – Bom, eu estudo, eu estou no terceiro ano do ensino médio, eu trabalho também como operadora de telemarketing e no fim de semana eu faço capoeira ou então eu saio, fico com o meu namorado, essas coisas.
P/1 – Entendi e
você já escolheu o que você vai prestar pra vestibular?
R – Educação Física.
P/1 – E por que que você escolheu prestar Educação Física?
R – Nossa porque eu amo esporte, amo correr, brincar, pular, fazer qualquer esporte, basquete, eu faço capoeira o que me ajuda também, eu danço, é uma coisa que está muito presente na minha vida. Bom, é uma profissão assim que não tem tanto futuro como Direito porque tem bastante raízes no Direito, Educação Física nem tanto, mas é uma coisa que eu gosto de fazer, independente do dinheiro eu quero fazer uma coisa que eu goste.
P/1 – Entendi e você tem alguma memória de cartas Letícia?
R – Muitas.
P/1 – Conta pra gente.
R – Eu gosto muito de cartas, quando eu estou inspirada eu começo a escrever e fica lindo, eu de vez em quando dou cartas pro meu namorado, mesmo assim estando perto dele eu acabo, eu escrevo, eu tento passar o meu amor pra ele porque cartas é uma coisa que vem de bastante tempo e nessa era tecnológica que a gente vive as raízes acabam ficando de lá, eu acho que isso é uma coisa muito, é triste porque sei lá, são lembranças e também eu lembro que eu tinha um colega meu que ele acabou sendo preso aí a gente se comunicava por cartas, eu nunca fui visitar ele, tanto porque eu nem posso tal, ele já saiu, lógico, aí eu lembro que ele tinha um companheiro de cela que desenhava assim na borda da folha de papel e ficava uns desenhos lindos, mesmo estando em um lugar tão melancólico, tão assim, eu via as cartas e eu via que ele sentia, que ele ficava bem em me escrever, aí nisso ele pedia para o amigo dele desenhar a borda das folhas, ele escrevia e nisso ele mandava pra mim, aí a gente se correspondia por cartas.
P/1 – Que história linda!
R – (risos).
P/1 – Então tá Letícia, ela já bateu na porta, a gente vai encerrar.
R – Tudo bem.
P/1 – Eu queria saber então quais são os seus sonhos.
R – Bom, eu quero prestar essa faculdade de Educação Física, só que se eu não, são duas paixões que eu tenho na minha vida que é o esporte e trens, eu amo trens e eu assim sempre busquei ser maquinista, se eu não conseguir me firmar na Educação Física, eu quero ser maquinista, eu quero prestar concurso e eu sonho em ter uma vida pacata, fora aqui de São Paulo porque aqui tem uma, é uma energia meio pesada e eu gosto mais de campo, essas coisas e eu quero ser feliz independente de tudo, eu quero ser feliz, só isso.
P/1 – Então tá bom, obrigada Leticia por ter contado um pouquinho da sua história.
R – Obrigada você!
FINAL DA ENTREVISTARecolher