Antigamente como de costume as moças e rapazes casavam jovens demais e assim aconteceu com dona Eva e seu Oscar que se conheceram alguns anos atrás e se casaram, dando inicio a uma família. Depois de algum tempo tiveram três filhos: Nilse, Elenice, Maria Eunice e João Vilson.
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Antigamente como de costume as moças e rapazes casavam jovens demais e assim aconteceu com dona Eva e seu Oscar que se conheceram alguns anos atrás e se casaram, dando inicio a uma família. Depois de algum tempo tiveram três filhos: Nilse, Elenice, Maria Eunice e João Vilson.
Durante um bom tempo Nilse morou em uma fazenda e foi criada pela avó madrinha como era chamada na época e lembra de como era bom e saudável suas brincadeiras com seus irmãos.Visitava a mãe só quando ia passear, sua avó muito dedicada, severa e cuidadosa não há deixava sair, sua vida na fazenda era de solidão, pois brincava sozinha, não tinha amigos tudo era muito longe e as vezes brincava com seus irmãos, naquela época não existia luz elétrica, televisão e os brinquedos eram todos criados por ela e seus irmãos. Conta com grande emoção que sua boneca eram os milhos, trançavam os cabelos da espiga, desenhavam com carvão a boca e os olhos sem que estragassem o milho, pois seria usado para comer. Lembra ainda que amarravam o sabugo de milho nas patas das galinhas e patos, só para ver os bichinhos voarem levando o sabugo de arrasto campo a fora, muitas vezes sua boneca era um monte de pano enrolados em vários outros panos fazendo de conta, mas sonhava em ter uma de verdade com cabelo, olhos e boca. Recorda o encantamento quando ganhou de presente de sua avó aos 10 anos uma boneca e uma cadeira, pois era acostumada sentar se em tronco de árvores, porque naquela época como ela mesmo disse criança não tinha vez, obedeciam sempre os mais velhos.Lembra com tristeza que entrou para a escola aos dois anos e sua professora se matou e ela não quis ir mais para escola, só voltou a estudar aos oito anos na casa de dona Noely onde começou a ensinar as crianças daquele local. Mais tarde teve que ir estudar no município de Mariana Pimentel e sua avó ficava sentada na sala até a hora da saída, pois não a deixa ficar sozinha tinha medo que algo acontecesse porque as turmas eram misturadas e de diferentes idades, antigamente as turmas eram únicas e a professora dava aula para todos juntos independente da idade. Certo dia seu irmão aos sete anos levou um corte no rosto com uma gilete de um menino de treze anos na escola e essa era a preocupação da avó. O que mais marcou sua infância era que no Natal ela e seus irmãos não ganhavam presentes e sim balas e não entendia porque que acontecia isso só na casa dela, pois as demais crianças ganhavam brinquedos e isso a entristecia muito. Só saiam de casa quando era muito urgente, lembra que certo dia com oito anos foi a Porto Alegre de barca com avó para tomar uma vacina e consultar este momento para ela foi fantástico e aos dez anos conheceu a TV na casa na tia. Relata que raramente tomavam refrigerantes, nas festas de casamento ou bailes só serviam suco, café, bolo etc. Pela primeira vez tomou sorvete aos dezesseis anos e que aos treze ganhou uma caneta do tio que a recomendou para não gastar, pois tinham uma vida de economia, onde o rádio funcionava a pilha, a luz era de lampião e tinha que economizar.Na sua adolescência conta que se alguém morria da família tinha que ficar de luto durante um ano e pouco saía, pois não tinham quase onde ir. Quando tinha bailes acontecia em barracos e dançam até amanhecer o dia depois vinham a pé até em casa ou pegavam carona na carroceria de caminhões quando tinha... era tudo muito longe, o cantor do baile era Jorge que cantava a música:
ABRA PORTA E A JANELA
E VEM VER O SOL NASCER...
Ao final do baile Jorge tocava a música limpa banco que significava que ninguém ia ficar sentado, pois a música era boa.
Sente saudades da infância de comer rapadura na frigideira preparado pela mãe onde ela e seus irmãos ficavam horas tentando comer, era um divertimento. Um dia eles resolveram fazer uma brincadeira à noite viraram a cama da irmã e seu pai acordou bravo e bateu deles.
Não via hora de seus quinze anos sonhava ganhar um lindo vestido igual as das fotos de sua prima, mas se decepcionou quando avó convidou para irem a Porto Alegre e comprou um vestido que ela chamava de velha, pois era preto, com botões e comprido e isso a deixou muito triste, mas lembra que ao ver quinze bolinhos preparados pela tia a deixou contente neste momento, mas recorda com decepção. Nilse tem dois filhos Marcelo de trinta anos e Alexandre de vinte e um anos e mora em Guaíba, se dedicou anos de sua vida sendo professora no qual se orgulha muito, hoje está aposentada, e gosta de promover excursões para pessoas de idade e vendedora de semi- jóias e lingerie. Lembra de suas memórias com carinho e agradece muito pela educação rígida deixadas pelos seus pais que sempre foram respeitados e admirados com carinho e sente muitas saudades dos almoços de domingos juntamente com todos.Recolher