Onze de setembro de dois mil e um às catorze horas divulgavam em todo meio de comunicação o atentado terrorista que derrubou o símbolo do capitalismo americano, chegava eu ao centro de Curitiba depois de mais um dia de serviço, (estava trabalhando a dois meses em uma loja) só tinha visto jorna...Continuar leitura
Onze de setembro de dois mil e um às catorze horas divulgavam em todo meio de comunicação o atentado terrorista que derrubou o símbolo do capitalismo americano, chegava eu ao centro de Curitiba depois de mais um dia de serviço, (estava trabalhando a dois meses em uma loja) só tinha visto jornaleiro gritando; ‘extra, extra... ’ em histórias de quadrinho, até aquele momento, porque não se via outra coisa naquele dia sombrio, bem nesse momento recebi a notícia que os Correios tinham me chamado para a entrevista, apesar dos acontecimentos do dia fiquei contente, fazia um ano e meio que tinha feito concurso, alias, lembro o dia que fiz a inscrição: desempregado, pós-serviço militar obrigatório já tinha feito alguns concursos, mas nunca me passou pela cabeça os Correios, então estava eu passando na rua XV de Novembro quando um malandro tentou me aplicar o golpe do “paco” que é assim, ele escolhe uma vítima e joga um pacote de dinheiro e pergunta se a pessoa deixou cair àquela importância, que na verdade é só uma nota enrolada num monte de papel bem recortado modo esse a gente pensa que é um monte de dinheiro, na hora me liguei (porque já havia ouvido falar daquele golpe) e falei com o malandro aquilo já era ultrapassado, quando ele me ameaçou e disse pra não contar nada, sai andando depressa no meio da multidão e já entrei numa banca pra despistar o golpista e nisso vi no jornal, as inscrições estavam abertas para concurso nos Correios, carteiro e operador de triagem e transbordo (OTT), eu sabia o que fazia um carteiro (ate ai então Correios para mim eram só os carteiros) me inscrevi para OTT no mesmo dia, que alias era o ultimo dia de inscrição.
No dia primeiro de outubro comecei a trabalhar nos Correios e depois de sete anos no Centro de Tratamentos de Encomendas (CTE) fui trabalhar no CTC (cartas), quando em dois mil e onze a pedido da chefia fiquei um mês prestando serviço no CDD Campo Largo, atendia o público que ia retirar suas cartas, encomendas no CDD, pois tinham fechado todas Agencias Comunitária, enfim eram longas filas o dia inteiro, fazia o impossível para atender toda aquela gente.
Certo dia, achei estranho ao abrir o balcão de atendimento só tinha uma pessoa aguardando atendimento, quando o normal era estar cheio de gente, pelo menos naqueles dias os quais eu estava lá era assim, ao cumprimentar a pessoa com um ‘bom dia’ ele me gesticulou que era surdo e mudo, então da melhor maneira tentamos nos entender, ele através dos sinais manuais disse ter vindo buscar o documento do carro que não chegou à sua casa, nisso uma senhora elegante entrou no recinto e ficou aguardando atrás do rapaz para ser atendida, enquanto eu na maior integração com surdo-mudo na linguagem de sinais, nisso tinha chegado mais pessoas, ele pegou seu documento despediu e foi embora e antes de eu falar alguma coisa a senhora que estava aguardando se dirigiu a mim gesticulando e falando sem deixar sair o som, no meu entendimento ela tinha vindo ali para pegar uma caixa, então gesticulando e falando abafado eu queria saber que tipo de encomenda ela veio buscar, nisso Ela me ouviu e espantada perguntou: - Você fala?
- E a senhora também? Foi a maior gargalhada no CDD, ela achando que eu era surdo-mudo e eu idem.
Isaias Raimundo.
Isaias raimundo
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