Eu tive o privilégio de nascer no Recife. E, desde muito novo, até diria, criança em tenra idade, eu tive a oportunidade de visitar constantemente a Agência Central dos Correios da minha cidade.
Em letras garrafais, estava lá, por sobre as "janelinhas" de recepção das cartas, o dizer: "Al...Continuar leitura
Eu tive o privilégio de nascer no Recife. E, desde muito novo, até diria, criança em tenra idade, eu tive a oportunidade de visitar constantemente a Agência Central dos Correios da minha cidade.
Em letras garrafais, estava lá, por sobre as "janelinhas" de recepção das cartas, o dizer: "Alguém, em algum lugar, espera uma carta sua".
Eu achava curioso haver uma "janela" para as cartas que iriam para São Paulo, outra para o Rio de Janeiro, e ainda outras para localidades mais populosas e lá no fim havia a derradeira que dizia - "Demais localidades".
Com o tempo descobri o setor de caixas postais. Assim que pude me tornei um assinante. Era uma honra ter comigo uma chave que me permitia ter acesso às minhas correspondências.
Para escrever uma carta era necessário: Papel, lápis esferográfico, envelope, selo e cola. Até que um dia inventaram o Aerograma: Papel, envelope e selo, tudo junto.
Entretanto, nada vence o advento da Lei Federal que criou a Carta Social. Com apenas R$ 0,01 (hum centavo) de selo o cidadão (pessoa física) tem o direito de enviar sua Carta Social (nos ditames legais) para qualquer parte do território nacional.
Eu tenho o maior prazer de ser missivista até hoje. E foi através da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) que comecei a escrever cartas para os jornais denunciando as mazelas sofridas pela população e cobrando providências ao poder constituído. Eram centenas de cartas publicadas nos jornais a cada ano.
Foi assim que no ano 2001, publiquei o meu primeiro livro sob o título: Cartas de "Um Parágrafo Só" - com selo da Editora Universitária da UFPE. Em 2002, a façanha repetiu-se, desta feita, com o segundo livro: Cartas Sem Antraz & Outros Escritos Mais, novamente, sob a chancela da Editora Universitária da UFPE.
À guisa de conclusão, gostaria de narrar rapidamente dois casos de reencontro para os quais os Correios foi fundamental, através de Cartas de Porte Simples.
Ainda na década de 90, consegui localizar na cidade de Macapá/AP, descendentes de um enteado da minha mãe, este que para ali havia migrado desde a década de 40 e em Lençóis Paulista /SP, pude contactar o meu próprio pai, que há um pouco mais de trinta anos o tinha como em lugar incerto e não sabido.
Destarte, espero com este meu relato, reacender nas pessoas o gosto pela correspondência escrita, a partir do punho escritor que Deus nos deu e da caligrafia personalíssima, ímpar e única, dentre todos nós, humanos que residem no planeta terra, apesar das vicissitudes provocadas pelas provações e expiações.Recolher