A Vida Curta de Minha Boneca

Quando eu tinha cinco anos,por volta dos anos 60, cuidava de meus irmãos menores de 3,e 1 ano e alguns meses,enquanto meus pais estavam na roça.Moramos apenas um ano no sítio de meu avô,no interior de Caxias do Sul,mas foram meses marcantes. Havia um grande pomar,com goiabeiras,laranjeiras ...Continuar leitura

Quando eu tinha cinco anos,por volta dos anos 60, cuidava de meus irmãos menores de 3,e 1 ano e alguns meses,enquanto meus pais estavam na roça.Moramos apenas um ano no sítio de meu avô,no interior de Caxias do Sul,mas foram meses marcantes.




Havia um grande pomar,com goiabeiras,laranjeiras e várias árvores frutíferas,bem como um rio que passava pela propriedade,o Arroio do Ouro.




Todas as manhãs,ao sair para a lavoura,minha mãe me recomendava,cide dos seus irmãos,não deixe que saiam de casa,principalmente,não deveriam seguir na direção do rio.




A rotina era alimentá-los,brincar com eles,e cuidar para quem não se ferissem no fogão de lenha,na escada,enfim,vigilância total.




Para minha alegria,minha madrinha me presenteou com a primeira boneca.Era linda,tinha cabelos loiros,olhos azuis,que abriam e fechavam,usava um vestido laranja de bolinhas brancas,era minha alegria.




Uma manhã,estava cuidando dos meus irmãos,quando senti falta da boneca.Senti um angústia imediata,e comecei a perguntar,quando meu irmão de tres anos,me mostrou tinha escondido,no forno do fogão a lenha,que ficava aceso dia e noite.Subi na mesa para chorar mais alto,e minha mãe voltou correndo da roça,pensando em tragédia familiar,e eu só dizia:a minha boneca,a minha boneca.E nunca mais ganhei outra boneca!Recolher