IDENTIFICAÇÃO Meu nome completo é Diógenes Tavares de Melo Junior, nascido em Salvador, Bahia. Em 2 de janeiro de 1962. INGRESSO NA PETROBRAS Meu pai era petroleiro, minha mãe, petroleira. Meu pai não aposentou porque morreu antes, minha mãe aposentou na Petrobras. Entrei na á...Continuar leitura
IDENTIFICAÇÃO Meu nome completo é Diógenes Tavares de Melo Junior, nascido em Salvador, Bahia. Em
2 de janeiro de 1962.
INGRESSO NA PETROBRAS Meu pai era petroleiro, minha mãe, petroleira. Meu pai não aposentou porque morreu antes, minha mãe aposentou na Petrobras. Entrei na área de segurança patrimonial, porque eu tinha vindo do Exército do NPOR ( Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva).
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Eu entrei na Petrobras em 1983,
em Salvador, como auxiliar de segurança. Depois fiz um curso para a área de operação. Era a vontade de mexer realmente com o cru - que a gente chama - com o petróleo. Realmente, aquela vontade que você têm de trabalhar com ele. Fiz o concurso e os cincos primeiros colocados, eles estavam admitindo imediatamente para trabalhar numa área em Pernambuco. A Petrobras estava construindo uma base lá. Como fui o segundo colocado, fui direto para lá. Fiquei por nove anos trabalhando lá, e depois vim para cá, porque minha ex-esposa é daqui de Campinas. Nós nos conhecemos lá em Pernambuco, casamos e tivemos filhos lá. Estou aqui desde 1991. Aqui foi que fiz o curso para área de transferência e estocagem, porque você pode optar, são várias áreas dentro de uma refinaria, tem a transferência e estocagem, a destilação, o craqueamento, tem utilidades e a área de manutenção.
PROCEDIMENTOS DE TRABALHO Eu sou operador de petróleo I. O navio atraca em São Sebastião e bombeia o petróleo para a gente aqui. A gente recebe este petróleo, o operador de transferência e estocagem armazena nos tanques de cru, prepara este petróleo e manda o tanque para as unidades de destilação atmosférica. Esta unidade processa e manda para gente os derivados. E aí a gente armazena de novo GLP - gás de cozinha -, as naftas, que a gente vai transformar depois em diesel e em gasolina; o querosene de aviação, e os subprodutos, que são os asfaltos.
Basicamente armazena, recebe, manda, recebe de novo e vende ou manda pelos oleodutos. A Replan tem sete oleodutos, sem contar com o Brasil–Bolívia, que é o oitavo, ele é praticamente on-line, a gente quase que não põe a mão nele.
GREVE DE 1995 Quando eu entrei, em 1983, a Petrobras estava vindo de uma greve, que a gente tem orgulho de falar que é precursor em matéria de embate político. Eu não acompanhei, porque foi na época que estava entrando na empresa. Mas o momento mais marcante foi a greve de 1995. É o que a gente chama de divisor de águas. O Itamar Franco tinha fechado um acordo conosco. E o Fernando Henrique assumiu e não cumpriu este acordo. Foi quando ele falou aquela famosa frase: “Esqueçam o que eu disse.” E a gente saiu para a greve. Foi quando colocaram os tanques aqui na refinaria. Eu tinha feito outras greves, mas a de 1995 não sei se pelo fato de que minha esposa questionava, minha sogra questionava: “O que você vai fazer?”
CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE Nós não conseguimos o que queríamos. Ficamos 30 dias em greve, ficamos sem salário, nosso holerite veio zero. Os trabalhadores sem terra foram os que nos ajudaram com cestas básicas com hortifrutigranjeiros. O sindicato tinha um dinheiro em caixa que foi que ajudou a gente a pagar condomínio, pagar luz, água. Aquilo ali foi um divisor de águas, ali só fez aquela greve homem e mulher realmente. Homem, no pleno sentido da palavra. Eu vi gente chorando ali. Teve gente que 29 dias depois voltou para dentro da refinaria: “Não, minha mulher vai separar.”
RELAÇÕES DE TRABALHO Eu sou filiado ao sindicato desde que eu entrei. E a relação do nosso sindicato com a Petrobras é boa, mas todo mundo tem queixa, tem informações, há um tempo atrás nós estávamos passando por uma greve. Não que eu goste de greve. Se você tem que fazer, tem que saber por que. Tem certas coisas que eu já votei contra a greve, porque meu ponto de vista era outro
CULTURA PETROBRAS Para mim, trabalhar na Petrobras é uma coisa que eu sempre quis.
Estou contribuindo para o progresso deste país. Eu estou colocando aí fora material de primeira. Nós temos ISO 9001, ISO14 mil/BS 8800 em matéria de meio ambiente, saúde ocupacional. Eu estou fazendo uma coisa que gosto e bem-feita. Estou sabendo que estou colocando produto para um país gigantesco, estou fazendo uma coisa para o bem da comunidade.
MEMÓRIA PETROBRAS Essa iniciativa do sindicato de fazer parceria com a Petrobras no projeto Memória dos Trabalhadores da Petrobras, acho maravilhosa, uma coisa louvável, de tirar o chapéu. Uma coisa assim para guardar.Recolher