IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Luiz Alberto Verri, eu nasci em Marília, interior de São Paulo, que fica a uns 500 quilômetros daqui de Paulínia. Nasci em 11 de agosto de 1951. INGRESSO NA PETROBRAS Eu fiz um concurso para entrar na Petrobras. Naquela época a Petrobras admitia muita g...Continuar leitura
IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Luiz Alberto Verri, eu nasci em Marília, interior de São Paulo, que fica a uns 500 quilômetros daqui de Paulínia. Nasci em 11 de agosto de 1951.
INGRESSO NA PETROBRAS
Eu fiz um concurso para entrar na Petrobras. Naquela época a Petrobras admitia muita gente, muitos engenheiros. Era uma época de pleno emprego, em 1974.
Eles iam de escola em escola, explicando as vantagens da Petrobras. Eu fiz um concurso e pronto, eu me formei e já estava empregado.
TRABALHO Eu fiquei só dois anos na Petrobras, de 1975 a 1977. Após um ano, um ano e meio aqui na Replan, recebi vários convites para trabalhar. Venho de uma família pobre, e dinheiro, prá mim, era coisa muito importante. Eu ganhava 11 mil e me ofereceram 23 mil, mais casa e carro para ser gerente de obra de uma grande empresa de papel e celulose. Então eu saí.
Fui para o Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia. Foi em 1978. Morei três anos em Salvador. Mas eu não gostei de Salvador. Aí apareceu uma oportunidade para trabalhar no outro extremo, que era o Pólo Petroquímico do Rio Grande do Sul. Fiquei cinco anos lá. E abri uma empresa. Eu fiquei quatro anos com uma empresa de engenharia e manutenção. A empresa ia indo bem e tal, passou uns meses, já comecei a pensar na Petrobras.
FAMÍLIA Eu me separei, sou casado pela segunda vez, Nessa época eu estava separado, e a minha ex-mulher com as minhas filhas estavam aqui no Estado de São Paulo, estavam em Sorocaba, porque ela é de Sorocaba. E eu estava lá sozinho no Rio Grande do Sul. O meu pai muito doente aqui no interior, em Marília.
TRABALHO Eu viajava muito de avião prá cá, e minha empresa prestava serviço para a refinaria, a Refap, que é a refinaria do Rio Grande do Sul. E uma hora eu entrei lá, um gerente de engenharia: “Escuta, velho, você não quer voltar a trabalhar na Petrobras não?” Aí eu falei: “Aqui eu não tenho interesse, mas se fosse em Paulínia eu voltava” Só falei isso. Aí passou uma semana, um engenheiro daqui ligou: “O fulano falou que você quer, aqui também tem concurso, se você quiser fazer.” Aí eu vim, fiz o concurso e voltei.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Eu retornei para a Petrobras no final de 1999. Voltei a começar tudo de novo. Eu cheguei aqui, virei gerente de setor, depois virei gerente de divisão, cheguei a substituir alguns superintendentes,
PROCEDIMENTOS DE TRABALHO Nós estamos fazendo mais duas grandes lá no fundo e eu sou o gerente desse negócio, da implantação, desde o projeto até a construção e até a entrega operando. É isso que eu faço.
E as unidades da refinaria são assim: uma unidade de coque e a outra de HDT. O petróleo brasileiro é um petróleo pesado, ele forma muitos derivados pesados, escuros, de pouco valor comercial. Então, a unidade de coque transforma o resíduo pesado em produtos nobres, que são o gás de cozinha, querosene de aviação, diesel. E o resto, a sobra é o coque, que é um carvão pequeno. Então, aproveita tudo do petróleo. É uma unidade ecológica também, porque aproveita tudo. E a unidade de HDT trata o diesel para ele ficar mais estável, de melhor qualidade e poluir menos. Aumenta a produção e o investimento é muito grande.
CULTURA PETROBRAS A Petrobras também me propiciou muita coisa. Eu sempre tive vontade de fazer um mestrado, de dar aula na Unicamp, porque a Unicamp também é uma referência. Então, a Petrobras me indicou para fazer um mestrado na área de qualidade. Eu sou mestre em qualidade, defendi tese e dou aulas. Dou aula de administração da produção.
HOMENAGENS Eu vi um outdoor com o petróleo jorrando, porque a Petrobras tinha descoberto petróleo na bacia de Campos. Isso foi em 1975. Eu nunca ia imaginar que hoje ela seria responsável por 80% da nossa produção e que nós estamos quase atingindo a auto-suficiência. Isso aí foi fantástico. E o fato também da Petrobras ganhar dois prêmios internacionais, na Offshore Technology Conference. Ela é referência em produção de petróleo em águas profundas.
PETRÓLEO O petróleo produzido no Brasil não tem similar; a Venezuela também tem esse tipo, que é um petróleo pesado. Um petróleo de menor valor comercial porque ele é mais difícil de processar. E tivemos que desenvolver uma tecnologia e nós vamos buscar petróleo a 2 mil metros de profundidade, e um petróleo pesado, viscoso, ácido. E a gente consegue fazer o melhor querosene de aviação do mundo. Porque querosene dá para comparar, porque a especificação tem que ser igual, a gasolina não pode comparar, porque a especificação de um país é diferente do outro.
RELAÇÕES PROFISSIONAIS Sobre a relação Sindicato–Petrobras, acho que precisa ter um sindicato forte, com posição radical prá poder trazer a gente para o equilíbrio. Então, eu vejo com muita naturalidade.
MEMÓRIA PETROBRAS Essa parceria do sindicato e da Petrobras para fazer a memória dos trabalhadores da Petrobras eu acho muito boa. Essa iniciativa pode ser até um embrião de um novo tempo. De um tempo em que realmente haja um momento da discussão. Tem que ser assim. Ideologia cada um tem a sua, mas isso não impede que sejamos amigos e tenhamos objetivos em comum.Recolher