IDENTIFICAÇÃO Nasci em 12 de abril de 1961, em Fortaleza, Ceará. Meu nome á Álvaro Evangelista Sales, mais conhecido como Sales, dentro da companhia. INGRESSO NA PETROBRAS Meu ingresso na empresa, tem uma história interessante. Na realidade, antes de entrar na Petrobras, eu ...Continuar leitura
IDENTIFICAÇÃO Nasci em 12 de abril de 1961, em Fortaleza, Ceará. Meu nome á Álvaro Evangelista Sales, mais conhecido como Sales, dentro da companhia.
INGRESSO NA PETROBRAS Meu ingresso na empresa, tem uma história interessante. Na realidade, antes de entrar na Petrobras, eu fui militar. Era segundo sargento da Força Aérea Brasileira,
mecânico de vôo. Lá, passei 10 anos. Então, quando eu era criança, via os aviões passar no céu e me dizia assim: “olha, um dia eu vou ser piloto de avião”. Não consegui, porque vim de uma família pobre. Quando eu consegui, digamos, prestar um concurso preparatório, para entrar na escola de formação, foi a última chance e eu não passei.
Como eu não pude entrar como piloto, perguntei o seguinte: “como é que eu faço para andar junto com os pilotos? Então, eu tenho que ser mecânico de vôo”. Aí, fiz concurso para a Força Aérea, para a Escola de Especialistas de Aeronáutica, em 1979. Passei e vim a ser mecânico de vôo. Passei, praticamente, 10 anos voando no Hércules, avião cargueiro da Força Aérea Brasileira. Trabalhando, inclusive, em um esquadrão de Busca e Salvamento, salvei muitas vidas nessa vida, que tenho aí afora.
Só que chegou um momento, que esse desejo de voar esgotou, porque eu já tinha casado, tinha um filho já. Eu vivia dentro de um avião, andava pouco em casa e queria ver meu filhote crescer, estar mais junto com a minha esposa. Então, optei por outra coisa. Um desejo meu, antes de entrar na Aeronáutica, era um dia trabalhar em uma das três empresas, que naquele tempo no Brasil eram faladas. Petrobras, Banco do Brasil e Receita Federal.
Mas, a Petrobras tinha muita coisa, assim, comigo. Porque a minha família, nasceu de pessoas técnicas. Tenho um avô, que foi mestre de mecânica de navios. Aí eu vivi, cresci em cima disso, um dia eu queria ser dessa área. Como eu era mecânico de avião, fiz concurso de mecânico. Só que, para eu entrar, tem uma coisa assim bem interessante.
Eu já andava, dentro do meu carro, com a papelada pronta para arranjar um novo emprego. Quando a gente quer, a gente tem que andar, mais ou menos, assim. Eu vinha de umas férias de Fortaleza, voltando de Fortaleza para Recife, onde eu trabalhava na Aeronáutica. Aí, eu passei em Natal, onde minha esposa tem uma tia e ficamos lá.
Eu peguei um jornal, assim que, cheguei e tinha lá “Concurso para a Petrobras”. Isso era uma quinta-feira e o jornal era de quarta-feira, quer dizer, do dia anterior. E: “encerra hoje para mecânico”. Quer dizer, já havia encerrado. Como eu não desisto fácil, eu sou muito persistente nas coisas que quero, de imediato larguei o jornal e disse: “Filha, eu estou indo ali”. Não disse para onde ia e fui em busca de onde era a Petrobras, lá em Natal. Porque até então, eu não sabia. Também não conhecia Natal, naquela época.
Chegando na portaria, cheguei lá para o segurança e disse: “como é que eu vou fazer, para entrar aqui?”. Eu me lembrei, que há uns tempos eu tinha conhecido, um engenheiro. O engenheiro Francisco, que trabalhava na manutenção, através de um compadre meu, tio da minha esposa. Eu me lembrei desse engenheiro Francisco. Cheguei na porta e disse: “eu queria falar com o engenheiro Francisco”.
Aí o segurança me identificou, me colocou o crachá de visitante e disse: “olha, ele fica lá, naquele galpão de manutenção”. Só, que a minha meta era ir na área de Treinamento, aí perguntei lá, ao primeiro colega que encontrei, e a pessoa disse: “olha, o bloco de Treinamento fica lá”. Fui e chegando lá, procurei o chefe do setor de Treinamento, que naquela época era o senhor Ivanildo. A secretária dele me atendeu, já estava terminando o expediente da manhã. Ele foi muito gentil e eu expliquei: “olha, eu acabei de chegar de Fortaleza. Vim, exclusivamente, para fazer a inscrição. Na realidade, eu estava passando, queria ter essa oportunidade, porque me falaram, que estava aberto até sexta. De repente no jornal, que vi hoje, encerrou ontem. Mas, eu não queria dar minha viagem perdida, porque é um sonho. Eu queria entrar nessa empresa”. Ele chamou lá o colega e disse: “já fechou o externo, mas está aberto o interno. Devido a sua situação...”
Apresentei para ele o meu currículo, meu histórico escolar, tudo. Ele viu que eu era mecânico de avião. Tinha turbina, tinha um conhecimento técnico muito bom e seria aproveitado na companhia. Ele, então, abriu concessão e me permitiu a inscrição. Dali eu já saí com o cartão de inscrição.
Só, que eu não tinha nenhum documento. O colega chegou e disse assim: “duas fotos”. Eu digo: “não tenho.” “Ah, mas tem que ter”. Aí, eu puxei duas carteiras que eu tinha, uma do Clube da Aeronáutica e outra coisa: “me dê uma tesoura”. Cortei e preguei a foto. Saí com o cartão de inscrição, me comprometendo a trazer o resto da papelada, no final da tarde e assim eu fiz. Isso foi em janeiro de 87.
Eu trouxe a papelada, confirmei a inscrição e pensei que, daqui uns 30 dias, já era o concurso. Quando eu fui receber o cartão definitivo, ele disse: “olha, o concurso é depois de amanhã”. De certa forma eu estava satisfeito, porque me inscrevi, mas ao mesmo tempo fiquei triste. Disse: “Pôxa vida, mas eu não estou preparado. Como é que eu faço?”
Havia me lembrado que um colega, que fez Escola de Especialistas da Aeronáutica comigo, tinha saído da Aeronáutica e tinha prestado concurso na Petrobras. Coincidentemente, também estava trabalhando, em Natal. Fui procurá-lo lá dentro da Petrobras e encontrei. Era o operador de produção Melo, que é um grande amigo, é um irmão praticamente. Hoje está trabalhando lá, senão me engano, no antigo Dtsul, em São Francisco do Sul.
A ele, eu digo: “Melo, é o seguinte, só tem um dia, aonde é que estão aqueles livros da escola, que tem desenho técnico e tudo, mecânica?” Ele disse: “rapaz, está na casa de meu pai aqui, em Natal. Deve estar guardado lá, em um baú”. Eu fui na casa do pai dele, peguei aqueles livros e estudei o resto de quinta e sexta. Sábado, eu fui prestar concurso. Eram 30 vagas só, para mecânico. Estavam inscritos, se não me engano, 172 pessoas. Eu passei como décimo terceiro colocado, que eu fui informado, posteriormente.
Segui minha viagem para Recife e, depois de uns 3 meses, passaram um telegrama dizendo, que eu tinha sido aprovado e que aguardasse, que ia ser chamado para exame médico. Então, levei praticamente 6 meses, para concluir todos esses exames. Eu vinha de vez em quando à Natal. Toda vida, que eu tinha que sair de Natal, tinha que inventar uma
história, matar uma tia lá em Natal.
Porque militar, para sair do Estado onde ele presta serviço, tem que justificar. E como eu não podia justificar, que estava entrando em um emprego novo, porque já estava empregado, eu matava a pobre da tia, da minha esposa. O meu chefe na época, Major Tacshita, já estava meio esquisito com essa história: “pô, essa tia não tem marido não?” “Não, é viúva”. “Não tem ninguém que possa tratar?”
“Não, só eu aqui mais próximo”.
Em janeiro de 89, já iria fazer 2 anos e o concurso iria perder a validade. Aí. houve uma greve grande na Petrobras. e chamaram algumas pessoas. Eu fui uma delas. Eu estava de carro, o carro arrumado, com mala arrumada. Eu ia sair de férias para Aracaju e Salvador, ia passar 30 dias fora, viajando. Exatamente, na véspera da viagem, com carro já arrumado, me ligaram de Natal, dizendo que eu comparecesse em 48 horas para poder trabalhar. Então, mudei de rota. No dia seguinte, em vez de ir para Aracaju, fui com a mulher e os meninos para Natal. Nos hospedamos, lá, na casa da tia dela.
Fui na Petrobras e já voltei com o crachá, da Petrobras, e a carteira de trabalho. Eu, ainda era sargento da Aeronáutica e você vai me perguntar: “e como é que tu fez para entrar, dizendo que estava no outro emprego?”. Na realidade eu menti, aquela mentira saudável, que a gente tem que fazer de vez em quando, porque a gente não pode perder as oportunidades da vida. Eu estava, ao mesmo tempo, com medo de sair da Aeronáutica.
Porque era um emprego federal, estável, onde eu
morava em uma vila, um condomínio fechado, com segurança e tudo. Morava em Boa Viagem. Do meu quarto, eu via a Praia de Boa Viagem, um local super confortável, para ir trabalhar em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Então eu estava com medo, é uma decisão muito difícil. Aí eu mesmo redigi uma declaração, dizendo que a Aeronáutica estava autorizando eu entrar.
Assim eu fui admitido. De imediato, viajei com a família para Mossoró, onde aluguei uma casa. Nos instalamos. Só para você ter uma idéia da disparidade, como eu estava, apostando na Petrobras. Naquela época, eu ganhava 570 e, não sei se era cruzados ou cruzeiros novos. Fui ganhar na realidade 252, pagando aluguel de 130. Então eu apostei. Acertei com a minha esposa, que nós iríamos, como diz lá no Ceará, comer o pão que o diabo amassou durante 3 anos, porque era o futuro da gente.
Na realidade, com menos de 6 meses, houve um aumento salarial -
meu dinheiro, já estava praticamente igual ao da Aeronáutica - para minha surpresa, logo depois. Pelo grande desempenho que eu tive lá, desde o início, que eu entrei em Mossoró como mecânico, na área de suprimento. Naquela época, a área de suprimento não tinha o pessoal da área técnica. Era considerada uma área de apoio administrativo, não apoio técnico operacional, como ela é hoje. Então, eles botam eletricista, mecânico para receber material, para conferir. Lá, eu
entrei, 6 meses depois, eu fui convidado para ser supervisor. De lá até hoje, eu sou supervisor de equipe. Em 1991, quando houve um plano de cargo e salário. Eu passei para a área de suprimento e, até hoje, estou na área de suprimento nessa companhia. Não estou arrependido. Foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida. Se eu estivesse, hoje, lá na Aeronáutica... Sem querer desmerecer o Ministério da Aeronáutica e a Aeronáutica, mas, infelizmente, em função da política do Brasil, no que compete às Forças Armadas... eu, talvez, não estaria vivendo, tendo o que eu tenho hoje. O conforto e a alegria, que eu estou dando hoje à minha família. Mas é isso aí. Foi desse jeito que eu entrei na Petrobras.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Como eu te falei, estou há 14 anos e meio na companhia. Desses 14 anos e meio, estou praticamente há 14 anos, à frente de equipe. Essa função só veio a ser reconhecida dentro da companhia, há uns 3 anos, quando ela intitulou a função de supervisor. Cada vez mais, a companhia vem prestigiando esse empregado, que está a frente da equipe, conduzindo a equipe. Primeiro que, para você ser supervisor, você tem que adorar, tem que gostar de gente. E eu tenho isso, adoro trabalhar com pessoas.
Parece até uma hipocrisia, mas para mim, quanto mais difícil, quanto mais complicado é, melhor. As pessoas... cada qual tem muita coisa boa, para ensinar a gente. Às vezes, elas erram, como a gente também erra, porque não foram orientadas ou, talvez, não foi bem conduzida. Mas é muito gratificante conduzir pessoas, acima de tudo porque, sem elas, a gente não conduz os processos.
Primeiro, a gente tem que fazer com que elas interajam, com que elas consigam formar um time, uma verdadeira equipe. Para conduzir os nossos processos, porque não existe condução de processo, sem as pessoas. Então, para mim é muito gratificante. Gosto muito de ser supervisor e de ter a minha equipe, como sempre tive.
Atualmente, estou sendo supervisor do Porto Encontro das Águas. Um porto que nós temos, aqui em Manaus, que dá suporte ao envio de todo o material, lá para Urucu. Onde fica a nossa produção de óleo e gás, a 650km de Manaus. De lá, a gente manda do frango, iogurte, sorvete ao papel,
caneta,
tubo e
válvula, em outras palavras. Tudo o que for necessário para atender uma infra-estrutura de, aproximadamente, 1.500 pessoas, que estão lá no meio da selva, produzindo óleo e gás.
Na minha caminhada, da Petrobras para cá, eu estava morando em Recife, passei no concurso e vim para Mossoró, Rio Grande do Norte, onde eu passei 8 anos na atual UN-Rio Grande do Norte–Ceará. Lá, tive a oportunidade de implantar, foi um dos maiores desafios, que eu tive nessa empresa, implantar o primeiro centro de distribuição de material da Empresa. O desafio era pegar 28 almoxarifados e tornar um só. Porque nós tínhamos desde a área marítima, lá do Paracuru, que fica no Ceará, até Guamaré, Natal, no Rio Grande do Norte. Então foram 28 almoxarifados. A gente centralizou todos em Mossoró. Esse trabalho levou praticamente 3 anos.
Eu tive a oportunidade, de pegar o terreno no mato e acompanhar esse projeto, inclusive, implementando processo. Foram 3 anos de trabalho árduo, mas muito gratificante. Hoje, passo ali e os cabelos da pele sobem um pouco, porque ali tem muita coisa, não só do Sales, mas de todos aqueles colegas, que contribuíram para esse sucesso da nossa companhia. Está lá para comprovar para quem der e vier. Quem passar lá em Mossoró, vai ver o Centro de Distribuição de Material de Mossoró. Sou uma pessoa que gosta muito de desafio. Quanto mais difícil, melhor. Então já não tinha tanto desafio lá. Porque esses processos estavam tão bem conduzidos, que qualquer pessoa tocaria, com certa tranqüilidade. Então, procurei dentro da companhia, olhando a companhia como um todo, naquela época, em 1996, onde teria, assim, ganhos para companhia de dificuldade. Naquela época existia Macaé e existia aqui, Urucu, a unidade aqui do norte, que estava com alguma deficiência nessa área de material, no que compete a essa área de armazenamento, que é o meu conhecimento.
Então vim para cá em 1996. Daqui, a gente fez um trabalho muito interessante, reestruturou todos os almoxarifados da área, desde Belém, Manaus, Urucu,
juntamente com uma equipe muito boa, que eu consegui. O que não é novidade, para essa companhia. Você tem grandes cabeças pensantes, cabeças conhecedoras de assunto. Fui buscar colegas lá no Rio de Janeiro, em Salvador, Aracajú, em Fortaleza, e a gente formou uma grande equipe na comunidade de Material, do Sistema de Suprimento de Material.
A gente fez, então, um trabalho também de 3 anos. Praticamente reestruturou todos os almoxarifados aqui de Urucu, que a grande massa de almoxarifado fica lá, praticamente 90%. A gente fez um trabalho completo lá de material, reestruturou totalmente os almoxarifados e, hoje, é o que está lá, para quem quiser ver. Não é, não perde para nenhum outro almoxarifado dos demais órgãos da nossa companhia. Está no mesmo nível, se não for bench market para alguns.
PROCEDIMENTOS DE TRABALHO Na realidade, a organização é intrínseca já do processo, porque não existe almoxarifado se não estiver organizado. Mas lá a gente tem que ter muito mais cuidado, porque querendo ou não, é um almoxarifado diferente. É um almoxarifado no meio da selva. A gente tem que estar pensando sempre, não só na questão do homem, que está lá, mas muito mais na questão do meio ambiente, que a gente está interagindo sempre. Como a área de material, mexe com todo tipo de material, com vários riscos, desde explosivo até produtos químicos perigosos, então, a gente está com a antena ligada, no que compete isso aí. Faz parte.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL As grandes histórias marcantes, dentro dessa companhia, sem dúvida, foram o sucesso dos trabalhos que a gente realizou. Eu diria dois trabalhos, que marcaram a minha vida profissional aqui dentro da companhia. Um foi a implantação do Centro de Distribuição de Material, que foi o primeiro dentro do Brasil. Logo depois é que veio lá o de Macaé, que foi o segundo. Foi muito interessante poder contribuir com esse trabalho, porque eu peguei desde o alicerce, junto com a minha equipe, até a conclusão das obras.
Colocação dos 28 almoxarifados lá dentro, onde a gente teve aí um ganho significante na época. Esse é uma coisa que ficou. Com certeza se hoje, Deus me levar, alguns colegas que passaram lá em Mossoró, que foram lá no Centro de Distribuição, vão se lembrar do Sales, assim como da minha equipe. É muito interessante a gente fazer aquilo que gosta. Eu gosto muito dessa área de material e, aliada a essa área de material, de conduzir pessoas e processos. Aqui eu diria que, também, a reestruturação desse almoxarifado.
Hoje eu te diria, que eu estou vivendo um outro momento. Como é de praxe, a vida é muito ‘contingencial’. Hoje, é o desafio que eu peguei por último, que foi reestruturar o Porto de Encontro das Águas. O Porto de Encontro das Águas, eu entrei em outubro de 2000. Vão fazer, agora em outubro, 3 anos que eu estou à frente, lá da equipe. Quem viu o porto, em outubro de 2000 e está vendo hoje, eu não preciso falar nada, porque as fotos, do antes e do depois, já dizem. O comentário das pessoas é muito interessante. Mas o bom de tudo isso, é que esse trabalho todo, esse sucesso, que gente está tendo de melhoria, não foi só, digamos assim, a condução da supervisão do Sales, propriamente dito.
Foi aí, um trabalho de muita gente em conjunto, desde a minha equipe propriamente dita - eu sempre estou colocando o nome deles na frente, porque sem eles a gente não teria sucesso - assim como nossos parceiros, o pessoal da área de engenharia, o pessoal da área de transporte, que está sempre lá junto com a gente interagindo, ajudando também para esse sucesso. Então, eu te diria que são três coisas interessantes, que me marcaram a esse respeito. O Centro de Distribuição lá em Mossoró, a reestruturação dos almoxarifados e a reestruturação do Porto de Encontro das Águas.
CULTURA PETROBRAS Não sou tão velho como pensam. Apesar desses cabelos brancos, só tenho 42 anos de idade. Os empregos que tive foram dois, mas antes, digamos, de ser da Aeronáutica e Petrobras, meu pai tinha comércio e eu me lembro, que nos meus 6 anos de idade, eu já trabalhava. Meu pai tinha um mercadinho e eu ficava lá, avisando minha mãe, que estava chegando gente, já que eu não podia atender. Depois, quando comecei a entrar em uma empresa, para trabalhar, tive uma ligação muito forte de..., sempre trazendo alguma coisa para alguém.
Então, por exemplo, na Aeronáutica eu trabalhava com, na Força Aérea, um esquadrão que era de Busca e Salvamento. Então, eu era acionado para salvar vidas. A gente era baseado em Recife.
Eu salvei vidas, aqui no Norte. A gente vinha buscar gente aqui, em Boa Vista, em Porto Velho, em Cruzeiro do Sul, para levar para São Paulo ou Fortaleza, salvar as vidas dessas pessoas. Então é muito gratificante, quando você faz uma coisa, para gratificar alguém, você salvar alguém. Na Petrobras não ficou muito distante disso, porque ela me trouxe um pouco daquele patriotismo, que o militar tem muito, que eu aprendi e convivi com aquilo. Recentemente, a gente colocou uma bandeira do Brasil, lá, no Porto de Encontro das Águas. É esse sentimento de pátria que a gente tem, que o militar aprende. A gente gostar do País, amar a bandeira da gente. Aqui eu me sinto muito pátria, porque a Petrobras, por si só, se define no próprio nome, como uma empresa brasileira, uma empresa puramente brasileira, desde que começou.
Aos seus 50 anos de idade, é só sucesso. É muito interessante saber que, quando eu estou mandando material aqui do PEA, junto da minha equipe, lá para Urucu e, quando eu vejo os navios chegando, lá da janela da minha sala, vindo de Urucu, já cheio de petróleo e de gás, para descarregar aqui na refinaria, dá uma alegria muito grande. Eu sei que, aquilo ali, vai se tornar matéria prima de alguns outros produtos, que vão servir para todos nós.
A gente, só pensa na gasolina porque é importante, o diesel... Mas, com certeza, cada produto que tem aqui nessa sala, desde o filme a essa mesa, essa cadeira, com certeza tem uma participação do petróleo que, eu mais os meus colegas, a gente colocou, para poder tornar tudo isso aí. Então é muito bom, é um orgulho muito grande ser Petrobras, acima de tudo. Indiferente do que você faça, indiferente do quanto você ganha, isso aí não tem valor. É assim uma coisa que, nesse momento, agora estou todo arrepiado.
ENTREVISTA Sem dúvida eu fico muito honrado. Honrado e ao mesmo tempo muito gratificado, porque é um reconhecimento, é uma forma de reconhecer tudo isso, que eu te falei. Porque não é o dinheiro em si, que vem a pagar necessariamente essa recompensa, esse reconhecimento. Mas são momentos pequenos como esse, que vêm, digamos assim, prestigiar tudo aquilo que a gente fez para essa companhia. É uma pena, que no tamanho que essa empresa seja, ou aliás, que é, a gente não possa colocar à frente dessa câmara aqui, cada um dos seus 34 mil empregados. Com certeza seria um acervo, para a gente ler e conhecer os próximos 50 anos. Infelizmente, seria impraticável, mas sem dúvida, muito do que eu falei aqui, tem participação de todos que me ajudaram, fazendo parte da minha equipe. Aqui eu estou falando, quem sabe com certeza, muita coisa em nome deles. Muita coisa que eu sinto hoje, eles também sentem. Não são colegas, são amigos, são irmãos Petrobras.
Então, é muito gratificante participar de um projeto desse, não tenha dúvida. Fiquei muito satisfeito em ter sido indicado pela administração, porque é sinal que o trabalho da gente, se destaca um pouco do normal. Com certeza é um grande reconhecimento. Estou muito satisfeito e feliz.Recolher