IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Paulo Roberto Cordeiro de Farias. Nasci em 8 de dezembro de 1946, no Rio de Janeiro. INGRESSO NA PETROBRAS Ingressei em 1981. Em termos de realização profissional, assim de atividades tipicamente geológicas, a Petrobras era a melhor opção. Eu me formei n...Continuar leitura
IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Paulo Roberto Cordeiro de Farias. Nasci em 8 de dezembro de 1946, no Rio de Janeiro.
INGRESSO NA PETROBRAS Ingressei em 1981. Em termos de realização profissional, assim de atividades tipicamente geológicas, a Petrobras era a melhor opção. Eu me formei no curso de geologia, no Instituto Geociências do Rio de Janeiro, em 1972. Na época, eu nem sabia que tinha geologia, foi assim, totalmente, por um acaso.
No curso secundário, na aula de geografia, a professora levou umas amostras de rochas, minerais. Aquilo foi uma revelação para mim. “É isso que eu quero, é isso que eu gosto”. Sempre gostei muito de história, geografia, principalmente, acho que geologia caiu como uma luva para mim. Foi isso o início da coisa.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Entrei como geólogo de boca de poço, como a gente chamava. A gente faz acompanhamento geológico dos poços, vai identificando as camadas geológicas, que vão sendo atravessadas para saber, exatamente, se ali tem petróleo ou não. A gente faz a avaliação do poço, se ele tem petróleo, se está seco ou, só tem água. Com isso, a gente vai montando a história geológica, da região do poço, que está sendo perfurado e avalia a economicidade. Basicamente, seria esse o nosso trabalho. Comecei a trabalhar em Belém. Meu primeiro poço foi o PAES 11, lá na plataforma da Ilha de Santana, no litoral do Pará, 80 quilômetros da costa, mais ou menos.
RELAÇÕES DE TRABALHO Um poço estava com 5 mil metros, mais ou menos, de profundidade e calcário direto. A gente tinha alguma informação, que tinham achado petróleo, ali perto. Então, a gente estava na busca, para ver se ia achar. A lembrança que eu tenho é a brincadeira, que o pessoal faz, quando você embarca a primeira vez na Petrobras, o pessoal sempre apronta alguma.
No meu caso, eu estava lá, empolgadíssimo com o trabalho,
veio uma testemunhagem, ou seja, fazer uma amostragem da rocha contínua, sem destruir. Eu estava doido, para ver essa operação. Aí disseram para mim, trouxeram um rádio. Naquela época, toda comunicação da Petrobras era feita com rádio. Tinha um operador, passava para o papel, daí fazia o encaminhamento. Veio um rádio dizendo que a plataforma estava cheia e que eu não podia continuar.
Disseram, que ia ter que desembarcar, naquele mesmo dia. Aí, fui lá, com mala e cuia para a plataforma do heliporto. Fiquei lá igual a um palhaço. Daqui a pouco o pessoal achou, que a brincadeira tinha ido longe demais. “Essa brincadeira é o nosso batismo. Você pode descer e continuar a trabalhar normalmente”. Só que, infelizmente, os meus 15 dias de embarque acabaram e a testemunhagem, realmente, foi depois. Bom, pelo menos o trote foi leve. Tinha muita gente lá, que dizia que você tinha que pagar pelo lanche. Então tinha gente, que só tomava o café da manhã. Então fui sortudo, nesse ponto.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Depois de Belém, fui transferido. Estava começando o distrito da exploração na Amazônia Ocidental, a sede em Manaus. Fui transferido para Manaus. Fiquei lá 3 anos. Naquela época, além da Bacia do Alto Amazonas, tinha a do gás do Rio Juruá. Trabalhei em diversos poços. Tive a felicidade de conhecer o Estado de Roraima, a Bacia do Tacutu, a Bacia do Acre. Então, posso dizer que conheço a Amazônia, relativamente bem. Era, assim, uma história geológica bastante diferente, foi uma vivência, que valeu ouro. Cheguei aqui em Natal, em novembro de 1983. Na época, eram três geólogos em Manaus. Cada um era responsável por uma sonda. Aí, a minha foi desativada, eu também fui desativado e vim para cá. Natal, na época, era uma cidade pequena, comparada ao movimento que tem hoje. Muito tranqüila, o trânsito, uma beleza, em termos, assim, de segurança. Era uma cidade de interior.
Vim, continuar a fazer o acompanhamento geológico de poço. Só que, aqui, trabalhei muito mais com a parte de avaliação. A gente fazia a perfilagem. Você desce uma série de instrumentos no poço, para obter as características da rocha e dos fluidos contido na rocha. A transformação, para gente poder identificar o fluido que está presente no poço.
Em determinadas zonas, pelos perfis e pelo dado de acompanhamento, a gente identifica o fluido, o petróleo. No caso, a gente isola esse intervalo e põe comunicação. O fluido já está em profundidade, com a pressão atmosférica. Com isso, a gente já faz a identificação e uma avaliação, preliminar, da economicidade do poço. Aqui no Rio Grande do Norte, ali no rio Mossoró, que eu lembro mais vivamente, foi um óleo, chamado óleo camaleão, porque cada hora ele estava de uma cor. É o óleo mais bonito, que já vi na minha vida. Na hora que a gente quebrava a coluna, ele era verde esmeralda. Aí, durante o teste de formação, era cor de laranja, que ele tinha muito gás dissolvido, muitas frações finas do petróleo. Na hora que derramou um pouquinho na plataforma, no chão da sonda, ficou preto. As frações finas foram embora, então ficou o óleo viscoso. Foi essa de Mossoró, o que mais me marcou. Era muito trabalho, uma carga de trabalho bastante grande. Uma experiência enriquecedora, em termos pessoais mesmo. A gente conhece muita gente, muita, principalmente da comunidade, que a gente atua em contato. Fez boas amizades...
Atualmente trabalho no laboratório de geologia. A gente faz análise dessas testemunhas, materiais produzidos pelo poço. Fazemos o meio de campo, a produção e integração de dados, para trabalhar com a equipe de reservatórios e, também, para a locação de poços exploratórios. A gente, também, faz treinamentos de geólogos recém-contratados, que são alunos da Universidade do Rio Grande do Norte. Eles fazem um relatório de graduação, sob a nossa supervisão.
CULTURA PETROBRAS A Petrobras eu considero a minha casa. Tenho muito orgulho de trabalhar na Petrobras. Em outubro, agora, estarei me aposentando e depois...
APOSENTADORIA É um trabalho de desligamento lento, para a gente não perder, assim, de repente, cortar o contato. Mas não vai ser o caso. Acredito, que eu vá continuar trabalhando com a Petrobras. Por enquanto, tenho algumas opções para continuar. Acredito que eu vá continuar em contato.. Assim eu espero. Tenho um carinho muito grande pela Empresa, ela foi muito generosa comigo. É igual família. Tem dia, que você está com a cabeça meio quente, mas o saldo é muito positivo. Seria isso.Recolher