IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Severino Gomes de Albuquerque. Nasci em Guarabira, Paraíba, em 16 de junho de 1951. INGRESSO NA PETROBRAS Ingressei na Petrobras em 16 de maio de 1976. INGRESSO NA PETROBRAS Entrei como auxiliar de portaria. Em pouco tempo, passei para auxiliar de manutenç...Continuar leitura
IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Severino Gomes de Albuquerque. Nasci em Guarabira, Paraíba, em 16 de junho de 1951.
INGRESSO NA PETROBRAS Ingressei na Petrobras em 16 de maio de 1976.
INGRESSO NA PETROBRAS Entrei como auxiliar de portaria. Em pouco tempo, passei para auxiliar de manutenção, eu entendia um pouco de parte elétrica. Tive uma carreira muito brilhante. Comecei quase como serviço de office boy, tirar os primeiros documentos da Petrobras, autenticar os documentos, esse negócio todo. Quando a base cresceu, mesmo, aí comecei a trabalhar mais com parte elétrica.
Veio uma equipe, para Natal, para desenvolver a base daqui do Rio Grande do Norte, que antes era a mesma do Belém do Pará. Veio um engenheiro, um administrador e um draguista. Tinha mais trabalho de cais do porto, chegando material de plataforma. A PUB 3 chegou também, nessa época, acompanhei a PUB 3, e assim começou a Empresa.
Em 76, aqui, só eram quatro funcionários, da Petrobras, mesmo. Depois veio outra equipe de parte de topografia, de documentação. Aí surgiu o concurso para formar as pessoas que formaram a base. Chegou até 2.500 funcionários. Hoje, tem uns 800, porque a maioria aposentou, era para mim, também, estar aposentado, e sem abrir concurso...
Não passei para a função de eletricista, me deram a função, porque eu mexia com muita coisa, parte elétrica, construção civil. Nessa função, profissão de manutenção, naquela época, só existia duas pessoas. Uma era na Bahia e outra aqui, no Rio Grande do Norte. Eu trabalhava com parte elétrica, ar condicionado, aqui na base mesmo. Essa base só tinha ar condicionado de parede, ele chama de janela, e essa parte de ar condicionado, todinha, era comigo.
Depois vieram as centrais e aí pronto, cada vez vai me tirando a função e eu vou criando outra, tem muita coisa. Eu tomava conta também dos relógios de ponto. Antigamente, eram doze relógios espalhados aqui, na sede, e tinha que dar corda. Aí veio o de Meca que é semi-automático. Já livrei de um bocado de coisa, de dar corda e tal. Depois veio o cartão eletrônico, do cartão passou para o Marcos que, até hoje, está tomando conta dessa parte de crachás.
Os relógios são de firmas terceirizadas. Tenho uma foto histórica aí. São dos três superintendentes, antigamente, tinha três superintendentes, e o primeiro, esqueci do nome dele agora. Tinha o Raulino, o Dourado e º..., fugiu um pouco da memória. Esse prédio, a Petrobras nasceu numa casa normal. Era uma casa com quatro quartos que era dormitório e, ao mesmo tempo, escritório, porque era pouca gente.
Eu trabalhava numa firma contratada. Aí precisou de uma pessoa, um pouco entendida de parte elétrica, que entendesse e conhecesse bem a cidade. Eu fui só para desligar o ar condicionado, trocar a lâmpada se desse algum defeito.
Comecei a conhecer as pessoas, que vinham fazer amizade. Uns vinham querendo conhecer o cajueiro, outros, do grupo católico, as igrejas, e eu fui fazendo uma boa amizade.
Quando começou mesmo o concurso da Petrobras, passei. Mas já trabalhava dentro dela. Aí a empresa cresceu, foi para Rio Branco, que é a cidade alta. Tinha o azulão, um prédio com terceiro andar, que a Empresa botou o nome de Azulão porque ele era pintado todo de azul. Alí, a gente passou até 78 mais ou menos, quando surgiu a base, daqui, que a gente começou a construir. Era o A, B, C e o galpão especial. E, por incrível que pareça, eu praticamente trabalhava muito junto com o doutor Emidio, Sucasas, que são as pessoas que começaram a levantar. Ele me convidou, para também conhecer esse terreno. Acompanhei essa obra, daqui ,até o final. Chegam as pessoas e me procuram, porque eu sei a escalação do prédio, a parte elétrica antiga, hidráulica, alguma coisa.
LAZER CINEMA Antes não existia vídeo-cassete. A gente trabalhava com a máquina 16 milímetros. Servia também para dar palestras, porque a Empresa tinha uns filmes de 16 milímetros, de 10 minutos, que a gente chamava o “jornalzinho da Petrobras”. Esse filme era passado, nas plataformas PUB 2, PUB 3. Alto do Rodrigues, era uma cidade muito pequenininha. Interessante, eu chegava na sexta-feira para passar o filme -
filme profissional, de 2 horas mesmo - e tinha uma difusorazinha, no Alto do Rodrigues. Essa difusora é uma farmácia, que a gente ia, para anunciar o filme.
A gente ficava mesmo, na praça, para passar esse filme pela Empresa. A gente passava o “jornalzinho da Petrobras”, o filme de 10 minutos, e depois, começava o filme profissional. Na praça, a gente anunciava para toda a população da cidade. A cidade não tinha cinema, não existia vídeo-cassete. Era um sucesso o que a Petrobras fazia lá e também nas plataformas.
A gente marcava, “pronto, pode passar o filme”. “Tubarão”, naquela época, “Dona Flor e os Seus Dois Maridos”. Aí, “Não, traga o Tubarão”. Eles escolhiam os filmes e a gente alugava, ia lá e passava. Era de 8 em 8 dias, todos os finais de semana,
na cidade ou nas plataformas. É uma função, que não é tão baixa. Acho que eu estou
bem, porque com pouco tempo na Empresa, conheci todas as plataformas, todos os locais. Serra do Mel, que tem funcionário com 20, 30 anos que não conhece a plataforma. E eu, logo no início, conheci a Petrobras quase na minha mão. Tenho orgulho disso aí.
SINDICATO Sou sindicalizado, mas agora estou desligado, porque as primeiras greves daqui foram muito pesadas. Fizeram algumas coisas que eu não gostei, mexeram no carro, secaram os pneus. Fiquei aqui e desliguei do sindicato, mas vou me sindicalizar de novo.
ENTREVISTA Maravilhoso. Não sou só eu, que tenho uma história. Todos os funcionários da Petrobras têm uma história maravilhosa para contar. É uma empresa e tanto, a gente está falando do primeiro mundo. Eu acho, eu acho não, já é um sucesso com certeza.
Esse outdoor que vocês botaram aí na frente, no primeiro dia todo mundo ficou maravilhado, só olhando. “Rapaz, vai ser muito bom”. E você vê que tem muitos aposentados, que agora mesmo estão fazendo a ficha aí, aposentados, que fazia 1 ano, 2 anos, que eu não via. Eles procurando, isso é fantástico. Cada um com aquele coração, querendo contar um pouco a sua história. É muito interessante.
APOSENTADORIA Eu já estou com 32 anos de serviço. O Collor pegou e o Fernando Henrique, também inventou e teve que pagar a ponte. Eu estava com 28 anos de serviço, naquela época, e estou com 32, 33 anos. Estou esperando esses 53 para sair, porque já era para eu estar aposentado com 30 anos de serviço, mas estou satisfeito. É uma firma maravilhosa, a gente não se cansa de trabalhar, para ela e ela trabalhar, para a gente.Recolher