IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Antônio Kydelmir Dantas de Oliveira. Nasci em 6 de setembro de 1958, em Nova Floresta, Paraíba. INGRESSO NA PETROBRAS Entrei em 1987, no dia 6 de abril. Eu, praticamente recém-formado, tinha só 2 anos de formado, sou agrônomo, e houve um concurso para ag...Continuar leitura
IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Antônio Kydelmir Dantas de Oliveira. Nasci em 6 de setembro de 1958, em Nova Floresta, Paraíba.
INGRESSO NA PETROBRAS Entrei em 1987, no dia 6 de abril. Eu, praticamente recém-formado, tinha só 2 anos de formado, sou agrônomo, e houve um concurso para agrônomo no inicio de 87. Fiz, não fui selecionado. Logo depois, eu vim para a técnica agrícola. Também era a minha profissão, eu tinha feito técnica agrícola, fiz o concurso passei e estou aqui.
Quando foi para entrar na Petrobras, pensei que fosse para outra coisa, mas estava ligado, relacionado com a minha ação, minha função.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Entrei no setor de terras da empresa, na época, quando ainda era região RPNS – Região de Produção Nordeste Setentrional. A nossa área é o setor de terras, que hoje é atividade de liberação de terras. É o elo de ligação, entre a Petrobras e os proprietários, onde tem poços produtores de óleo e gás. Nosso trabalho consiste em liberar a área, onde os poços são locados, liberar com os proprietários, depois fazer medição dessas áreas, avaliação das culturas que têm na área, para posterior pagamento de danos diretos, de servidão e, de 98 para cá, também o pagamento da participação de óleo e gás. Eu fiz ginásio agrícola, técnico agrícola, sou filho de agricultor. Minha ligação com os proprietários de terra é muito estreita, tanto, que de um determinado tempo para cá, de 1992 mais ou menos, passei a usar um chapéu de couro no campo. Então na Petrobras, meu nome de guerra nos campos é “cangaceiro” ou “vaqueiro da Petrobras”, porque Kydelmir é um nome muito esquisito. Tenho vários apelidos por esse nome, então, quando eles sentem dificuldade: “não, quero falar com o vaqueiro”. O pessoal todo sabe que sou eu. “Quero falar com o cangaceiro”. Todo mundo sabe que sou eu ,exatamente, por causa do uso do chapéu de couro. Tem fatos até hilários. Um bem recente, que é em relação a pagamento de participação, na produção do óleo e gás. Desde de 98 que nós estamos fazendo esse pagamento, é uma lei constitucional. Ela foi da constituinte, de 88, e não foi aprovada. Posteriormente, em 97, ela foi novamente a votação, aprovada e, a partir de agosto de 98. a Petrobras passou a cumprí-la. É pagar 1% da produção de óleo e gás aos proprietários de terra, onde tem as cabeças de poços de produção. Esses valores são variáveis, de acordo com a produção do poço e do valor do óleo e do gás, no mercado internacional. Todo mês, a ANP informa para nós o o preço do óleo e gás, então o proprietário recebe, a cada último dia útil do mês, esse valor. O valor é variável, como eu disse, varia com a produção do poço e com o preço do óleo e do gás no mercado internacional. Nós temos os extremos. Temos proprietários, principalmente de poços muito antigos, que recebem 10 reais por mês. Temos proprietários que recebem 70 mil reais. Temos proprietário com um poço e proprietários com 150 poços. Para você ter uma idéia, na área de produção do Canto do Amaro, que é o maior campo terrestre do Brasil, temos um proprietário com mais de 150 poços. Então, esse tem uma variável até boa, né. Agora, a gente informa ao proprietário, só pode informar à esposa, aos filhos, se ele disser que pode informar, é o mesmo sigilo bancário, praticamente. Tem o caso do proprietário que liga para mim e diz assim: “ô Kydelmir, o que é que está havendo com o poço de mãe?”. Eu: “o que é Toinho, o que que houve?” “Não, porque esse dinheiro aqui, veio muito pouco”. Aí eu fiz a explicação, assim, mais prática, mais lógica e que seria melhor, para o conhecimento dele. “Ó Toinho, a única coisa de onde você tira e não coloca, é buraco. Quanto você mais tira, mais cresce. A tendência natural da produção desses poços é um dia acabar, porque você só está tirando e não está colocando óleo, nem o gás. Então a tendência é um dia acabar”. “Pois dê um jeito, porque mamãe já está chorando”. Ele queria que eu desse um jeito do poço dela produzir mais, porque ela estava chorando.
Então são os casos que acontecem. Hoje está mais fácil, mas antes, tinha o caso do proprietário, que não queria liberar de jeito nenhum a entrada da Petrobras, na área para perfurar poços. Nós tínhamos colegas, que passavam um dia todinho na casa do proprietário, sentados na varanda, esperando que ele aparecesse e ele escondido de dentro do mato, vendo o carro da Petrobras. Só saía, de dentro do mato, depois que o cara ia embora. Diziam assim: “não, ele saiu, volta logo, está trabalhando”.
Eu estou nesta função desde de 1987. Trabalhei quase 10 anos no campo, com os proprietários diretamente, indo liberar, fazer as medições, as avaliações e os laudos. De 6 anos para cá, estou mais ligado à base, à sede, ao administrativo, não deixando também de fazer o trabalho de campo. A nossa equipe chamamos de permissores, porque exatamente trabalha com a permissão. Somos um agrônomo e três técnicos agrícolas. O agrônomo é Nilson, os técnicos são Nerivam, o Figueiredo e eu, Kydelmir. Então Nerivam e Figueiredo trabalham direto no campo com os proprietários, Nilson é o nosso supervisor direto e eu trabalho, praticamente, no administrativo com os laudos, com os pagamentos.
LAZER MÚSICA (LUIZ GONZAGA) Luiz Gonzaga é o nosso guru. Para quem gosta da cultura nordestina, para quem gosta da música popular nordestina, Luiz Gonzaga é o nosso marco maior. Desde de criança que me envolvo com a música de Luiz Gonzaga, com as letras, aquilo sempre me tocou. A partir do momento que consegui ter espaço para começar a pesquisar a vida do Luiz Gonzaga, me envolvi mais e mais, há uns 2 anos atras através do livro da Dominique Drayfus, “A Saga de Gonzagão”. A Dominique Drayfus é uma escritora francesa, que escreveu a melhor biografia sobre o Luiz Gonzaga. Na discografia, encontrei a marcha da Petrobras e, aquilo, me chamou atenção. Uma música gravada, por Luiz Gonzaga, em homenagem à nossa empresa. A letra é de Nelson Barbalho e Joaquim Augusto e a música é de Luiz Gonzaga. Ele era mais músico do que compositor. Ela foi gravada em 1959, um ano após meu nascimento. Foi sucesso na época, com acompanhamento de banda de música, Luiz Gonzaga tocando sanfona e uma banda de música o acompanhando. Foi sucesso, até porque estava no auge do nacionalismo, nos anos JK, “50 anos em 5”. Conseguimos esse resgate, através do livro, dessa pesquisa. Fomos atrás da música. Descobri através de um amigo, que tem um museu particular, Museu Luiz Gonzaga, em Campina Grande, na Paraíba. Liguei para ele, o Zé Nobre, e ele disse: “eu tenho um disco de 78 rotações”. “E como é que a gente faz para eu conseguir essa música? Eu quero mostrar à
Petrobras”. Foi em 1999 portanto, 40 anos depois, tenho a satisfação de dizer, que resgatei isto para a história da Empresa. Você resgatar para a história desse País, o nome, não só o nome do Luiz Gonzaga, mas o nome da nossa empresa, resgatar para o nome da empresa, esse fato para mim é, vamos dizer assim, emocionante.
Então, fui a Campina Grande e conseguimos passar, do disco para um CD, esta música. Posteriormente, inclusive, fiz outra cópia, cedi aqui para a assessoria de comunicação, porém a cópia não ficou muito boa, porque era de 78 rotações. Tive a satisfação de receber de um catálogo - de uma empresa que tem no Paraná, que grava discos de 78 rotações, de vários cantores brasileiros e internacionais - a Revivendo. Todo disco do Luiz Gonzaga, que eles lançam, me mandam o catálogo. No último disco, veio “Marcha da Petrobras” e tá aí, disponível para vocês com a maior fidelidade possível, tirado de 78 rotações. Não sei cantar, sei que a poesia diz assim. “Brasil meu Brasil/ tu vais prosperar/ tu vais, vai crescer/ ainda mais com a Petrobras./ Agora Mataripe, Cubatão/ o óleo do Brasil destilarão,/ Candeias, Maceió, Nova Olinda/ os campos de tua riqueza infinda/ trarão assim riqueza pra o nosso País”... Não lembro bem toda a música.
Mas, o que é interessante, você vê, que em 1959, nós tínhamos pela letra da música duas refinarias só, Mataripe e Cubatão. E apenas três campos de petróleo, Candeias, Maceió e Nova Olinda, ali no Recôncavo Baiano. Essa é a história, esse contato com o proprietário interno nos fez ver. Sou muito ligado à cultura nordestina. Então Luiz Gonzaga e a Petrobras, a música “Marcha da Petrobras”, retrata, vamos dizer assim, um hino, um hino de exaltação à história da Empresa, naqueles idos de 1959, 45 anos atrás, diz isso. “Brasil meu Brasil,/ tu vais prosperar/ tu vais, vais crescer/ ainda mais com a Petrobras,/ agora a coisa vai mudar,/ o sangue da terra vai jorrar,/ porque o nacional monopólio/ nos deu o nosso rico petróleo,/ somos assim do nosso grande país/ um povo forte, futuroso e bem feliz,/ petroleiros conduzindo pelo mar/ ouro negro para o Brasil refinar,/ assim Mataripe, Cubatão/ o óleo do Brasil destilarão,/ Candeias, Maceió e Nova Olinda/ os campos de nossa riqueza infinda/ terão que dá produção para o Brasil/ e nossa terra não só será ouro anil,/ no conselho mundial entre as nações/ nós brasileiros temos que ser campeões.” Gente nasce poeta. Todos nós de uma forma ou de outra fazemos poesia. Minhas raízes nordestinas me levaram para a poesia matuta, me levaram para envolver,
gostar da cantoria de viola, gostar dos grandes declamadores, os poetas matutos, como se dizia antigamente. Tem um caso interessante. O primeiro livro escrito sobre Luiz Gonzaga é em poesia. O autor é norte-rio-grandense, chamava-se Zé Praxede, o poeta vaqueiro. É a biografia do Luiz Gonzaga toda em verso. Esse livro foi publicado em 1952, com apoio do então vice-presidente da República, Café Filho, potiguar também, e com prefácio de Luiz da Câmara Cascudo, nosso mestre do folclore, também potiguar. Foi lançado no teatro Copacabana no Rio de Janeiro, na época, com a presença do vice-presidente Café Filho - que, posteriormente, passou a ser presidente da República, o único potiguar que foi presidente da República, após o suicídio de Vargas - e com a presença de Luiz Gonzaga, que entre a primeira e a segunda parte da apresentação do livro, fez um show. O título do livro é “Luiz Gonzaga e Outras Poesias”, do poeta Zé Praxede, o poeta vaqueiro. Então isso me levou a me envolver muito com a poesia matuta. Desde de 1985, comecei a escrever poesias mais matutas, até engraçadas, depois comecei a fazer outras coisas. Mas, a poesia matuta sempre me chamou atenção, sempre me conquistou. (Cláudia, sugiro colocar aqui - TRAJETÓRIA PROFISSIONAl)
No período que trabalhei no campo, com os proprietários, eles reclamavam muito, que não recebiam nada daquele óleo que estava sendo produzido nas terras deles. Aquele óleo, que poderia servir para alguma coisa, para eles investirem mais nas terras, servir para remediar uma região tão seca, como a nossa que é o nordeste brasileiro. Sabíamos, pela legislação vigente até então, que os royalties iam para o estado e municípios. Esses royalties, como nós vimos ultimamente, na mídia nacional, praticamente não tem fiscalização. A Petrobras apenas cumpre a lei que é pagar. Não é órgão fiscalizador.
Compete aos órgãos oficiais fiscalizarem isso, tanto é, que está estourando o caso da Prefeitura de Guamaré, ninguém sabe das outras, o que é que fazem. Ninguém sabe para onde vai esse dinheiro. Tomara que nesse governo, agora, se resolva não só a Prefeitura de Guamaré, mas todas as demais, que recebem os royalties. Para o proprietário de terra era uma injustiça. Ele achava uma injustiça a Petrobras tirar o óleo, a riqueza mineral da terra dele e ele não ter participação nenhuma. A não ser os danos diretos, que a gente paga no momento que entra na propriedade, com a liberação do proprietário; além da servidão anual, que é composta do lucro cessante e a taxa de servidão.
Simplificando, o lucro cessante é o que ele deixou de lucrar, naquela área, ocupada pela Petrobras e a taxa de servidão, é como se fosse um aluguel por aquela área ocupada. Dependendo dessa área e da cultura que tem lá, esse valor pode ser alto ou baixo. Na maioria das vezes, como nós temos pequenos proprietários, esses valores não são tão altos. Apesar da tabela da Petrobras ser em nível nacional, contempla mais de 200 culturas em todo Brasil, ela está de acordo com a realidade das empresas, de pesquisa, agropecuária e de extensão, como é o caso das hematérs. Então eles reclamavam muito por isso. (Claúdia, sugiro colocar LAZER/POESIA ) Num determinado dia, de tanto ouvir reclamar, eu estava num final de tarde lá no escritório, em 1991, fiz ‘reclamação de Matuto’. Eu, quando faço poesia matuta, uso um pseudônimo, Antônio Dedé. Fica mais fácil, até para os proprietários pegarem, quando eu faço algum folheto de cordel também. Então fiz esse trabalho, inclusive saiu no jornal do sindicato, do Sindipetro. Foi a primeira vez que saiu. É
“Reclamação do Proprietário”, a primeira parte.
A segunda parte veio, após um pagamento de participação dos proprietários. De 98 para cá, a coisa mudou; 1% da produção, dependendo da produção dos poços, com certeza evita dele entrar no fome zero. Então a “Reclamação de Proprietário” ficou assim.
“Seu doutor vou lhe dizer/ isso não é pabulagem,/ nós vivia bem tranqüilo/ aqui por essas paragens/ quando então apareceu/ essa tal de Petrobras/ dizendo a terra é sua/ porém o que tá embaixo/ no recanto mais profundo/ que não dá nem flor nem cacho/ isso é coisa da nação/ e só perfurando que eu acho,/ fez eu assinar uns papéis/ chamando liberação/ prometeu pagar a nóis/ a lavoura lá do chão/ e ainda disse mais assim/ pro ano tem servidão,/ paga e nós acha pouco/ que a nossa vida é tão dura/ nós vivemos num sufoco/ parece até ditadura,/ os royalties só vem pros estados/ e pras prefeituras/ em riba desse royalty/ digo sem assombração/ a Petrobras devia fazer fiscalização/ pros estados e as prefeituras investir na região/ e se um poço não desse óleo/ que lhe interessa de vez/ deixasse ele dando água/ por ano, dias ou mês/ pra nós plantar aguado/ pra alimentar vocês,/ no nosso Nordeste seco/ não era nada de mais,/ 10 ou 20 produzindo/ muito óleo ou mesmo gás/ só um poço dando água/ interessa muito mais.”
Essa foi primeira parte da Reclamação, quando de 98 para cá começamos a pagar a participação na produção. O proprietário lembrou-se do que tinha feito e saiu com essa, proprietário no caso, Antônio Dedé.
“Tô falando passado/ isso foi antigamente/ hoje tá tudo mudado/ e tá tudo diferente,/ nós vive tudo sorrindo/ chega amostrando os dente,/ a Petrobras mudou/ agora mostra o que diz/ quando um poço não dá óleo/ pra vê a gente feliz/ junto com as comunidades/ já fez muito chafariz,/ hoje a coisa melhorou/ mudou da água pro vinho/ pois desde de 98/ aclarearam os caminho/ tamo recebendo royalty/ pai, filho e irmão vizinho,/ nossa vida melhorou/ depois que veio royalty/ deixou a canoa pensando/ em comprar iate/ tem outros que vive inté/ de casa para as boates,/ alguns já mudaram bem,/ já fizeram casa nova,/ compraram carro do ano,/ tão cantando bossa nova/ investindo no comércio/ e dão um de Casa Nova,/ eu vou deixar de conversa,/ deixar de falar bobagem,/ de cantar goga, premessa/ e de arrotar vantagem,/ viva o povo brasileiro,/ viva a nossa Petrobras”.
É isso aí.
IMAGENS DA PETROBRAS Primeiro, o impacto de entrar numa empresa grande, como a Petrobras, pensando ser uma coisa e era outra. Quando fiz o concurso pensei: “Petrobras, vou trabalhar com óleo”. Já na entrevista com o engenheiro Nilson, com o agrônomo Nilson, ele me mostrou que nada, que estava dentro da minha função, de técnico agrícola, estava dentro da minha profissão de agrônomo. Então eu tive esse primeiro impacto: “Petrobras, agrônomo, com técnico agrícola”.
E, segundo, fui ver que, a Petrobras, é muito maior do que se pensa. Tive a satisfação de, a cada ano que passou, nesses meus 16 anos de empresa, aumentar o orgulho de pertencer à Petrobras, ter satisfação em defender a camisa da empresa, em qualquer canto que esteja, que tenha o símbolo da Petrobras. Se sentir contente, feliz de estar participando de uma empresa, que, hoje, está entre as oito melhores do mundo.
No Rio Grande do Norte, é a maior empresa, que paga impostos para o desenvolvimento do Estado. Se sentir feliz de estar participando de uma empresa, que se envolve, hoje também, não só com a parte de produção mas com a comunidade, com a parte social das comunidades que a cercam, que se preocupa com a parte social, que se preocupa com a parte cultural. Esse impacto, principalmente na parte social e cultural, vem mais ou menos de uns 8 anos para cá.
Até então, a Petrobras, na minha visão, era uma empresa muito fechada. Quando o pessoal falava que a gente era muito corporativista, eu defendia, mais por estar vivenciando a empresa, mas sem muita convicção. Hoje não. Hoje, defendo a empresa como uma empresa de cunho social, pelo que vejo a empresa realizando, pelo que sinto na comunidade onde trabalho, onde convivo, onde tenho amigos. Todos que são envolvidos aí.
A gente envolve a família em todos os sentidos, não só em casa, com filhos, no meu caso que sou ‘pãe’. Tenho dois filhos, eles moram comigo, sou divorciado há 3 anos, então sou ‘pãe’. No dia das mães, o pequeno chegou para mim e disse: “ei, tem o dia dos pais e o dia das mães. No seu caso é o dia dos pães”. Então, falo da influência da empresa, não só dentro de casa, mas para todos que cercam. Os vizinhos, nossos parentes, irmãos, pais, que sentem esse orgulho de saber que têm um filho trabalhando numa grande empresa que é a Petrobras. Continuo dizendo, e não é coisa de momento, defendo a empresa, visto a camisa da empresa, não só por vestir uma camisa de empregado da Petrobras, mas por ser brasileiro, petroleiro e acima de tudo nacionalista.
ENTIDADES SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO Em determinado momento, você não pode ficar vinculado só ao trabalho, não pode deixar que só o trabalho lhe envolva. Mossoró é uma cidade muito rica culturalmente. Tem uma história muito bonita. Saí lá do sertão da Paraíba, Nova Floresta, vim e estudei o ginásio agrícola em Currais Novos, fiz o técnico agrícola em Jundiaí, aqui vizinho de Macaíba, e fiz agronomia na Paraíba.
Posteriormente vim para a Petrobras e estou em Mossoró há 16 anos. Entrei na Petrobras num dia e no outro, já fui para Mossoró e não sai mais de lá. Dizem “quem bebe da água de Mossoró, fica”. Por isso eu queria que vocês fossem para lá, pelo menos para alguém ficar por lá, com a gente. Mossoró tem uma vida cultural muito grande, grupos de teatro, músicos, grupos musicais, poetas. Para você ter uma idéia, como grupos de teatro, temos o Escarcéu, só vou citar os mais conhecidos, o Escarcéu, o Companhia de Teatro Tupi Zupi, que apresenta o espetáculo “Tupi Zupi” e outros de tão grande importância que me foge o nome.
Temos o Grupo Vina, que é o grupo Vivência na Arte, um grupo de professores e profissionais liberais que formaram um grupo de músicos. Anualmente, eles apresentam um show só ligado à música popular brasileira. São dez componentes, cinco homens e cinco mulheres. Tem a Poema, Poetas e Proseadores de Mossoró, o nome já está dizendo, um grupo formado de poetas que se apresenta em praça pública, faz vesperais, apresentações de poetas de todos as nuances, tanto de poesia moderna como poesia matuta. Temos a Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, da qual faço parte como sócio-fundador, este ano, completando 10 anos, no dia 13 de junho. Estamos fazendo um resgate da história do nordeste, da história do Brasil. Nós não estudamos só o cangaço, estudamos todos os, vamos dizer assim, os pontos que são elos de ligação para se chegar ao cangaço: o coronelismo, a Coluna Prestes, o meceanismo, o misticismo, literatura de cordel, a música popular nordestina.
Este ano, completando os 10 anos, estamos com o seminário “10 anos, 10 Back”, onde iremos apresentar para o quê contribuiu uma Sociedade Brasileira do Estudo do Cangaço - que hoje tem sócios espalhados em todo o Brasil, na França, Espanha, Estados Unidos - e que está levando o nome e a cultura nordestina, para esses países. Então, através da Sociedade Brasileira do Estudo do Cangaço, passei a publicar alguma coisa.
Publiquei um livro “Mossoró e o Cangaço” em 1995 e, nas coleções Back, temos outros livros publicados,outros trabalhos, não só de poesia, de história, como é o caso de “Mossoró e o Cangaço”. “Os Três Pilares da Música Popular Nordestina”, também, foi pelas coleções Back. É uma pequena biografia de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e João do Vale, que formam os três pilares da música popular nordestina. Há os folhetos de cordel, os sócios da Back têm direito de publicar trabalhos pelas coleções Back. Este ano a gente está, no nosso aniversário de 10 anos, mudando a diretoria. Vocês estão convidados para, dia 13 de junho, estarem presentes. Sempre temos apoio da Petrobras. O centenário de “Os Sertões”, que foi lá na Bahia, em Canudos, teve apoio da Petrobras. Fomos em uma equipe para lá, o presidente e mais três sócios, foram inclusive o Geraldo Maia, que esteve aqui há pouco tempo; e o presidente Paulo Medeiros Gastão, que não é funcionário da Petrobras.
Na Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, temos funcionários da Petrobras que são sócios. Temos 200 sócios, mais gente de fora do que gente de dentro, mas sempre que a gente procurou a Petrobras, tivemos apoio. A Back sempre teve esse apoio, porque temos um serviço mostrado, uma ligação, conquistamos um respeito não só da Petrobras, como das outras empresas, lá em Mossoró, em Natal, na Paraíba, e onde a gente fez fóruns. Fizemos 7 fóruns do cangaço, teve em Pernambuco e na Paraíba. Conseguimos, com o nosso trabalho, respeito e admiração do pessoal para poder ter esse apoio.Recolher