IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Ricardo Abi Ramia da Silva, eu nasci em Niterói, no dia 3 de fevereiro de 1960. FORMAÇÃO Eu sou engenheiro eletricista, eu me formei na UFRJ, em 1983. INGRESSO NA PETROBRAS Depois de formado eu trabalhei quatro anos aproximadamente numa multin...Continuar leitura
IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Ricardo Abi Ramia da Silva, eu nasci em Niterói, no dia 3 de fevereiro de 1960.
FORMAÇÃO Eu sou engenheiro eletricista, eu me formei na UFRJ, em 1983.
INGRESSO NA PETROBRAS Depois de formado eu trabalhei quatro anos aproximadamente numa multinacional e fiz concurso, eu fiz a prova, para engenheiro de petróleo, de 1987, que a prova foi em 86, eu ingressei na turma de engenheiro de petróleo em 1987, eu fui admitido em janeiro daquele ano.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL A gente entra na Petrobras para fazer o curso de engenharia de petróleo e vai para a Bahia, o curso é em Salvador, ele tem uma duração aproximada aí de 13 a 14 meses e faz-se o curso, durante o curso, qualquer matéria que você perca, você é automaticamente desligado. Então é um período muito bom de aprendizado, mas um período que você tem que estudar bastante. Terminado o curso, eu vim para a Bacia de Campos. Cheguei na Bacia de Campos, ainda em 87 eu cheguei a fazer uns embarques e depois, definitivamente em 1988, como fiscal de completação. Eu gosto de dizer que é um dos trabalhos mais pesados que você pode fazer dentro da área do petróleo; está na parte da perfuração e da completação de poços. É porque, por exemplo: quando você está na área de produção todos os trabalhos off-shore são, são trabalhos demandantes, até o próprio confinamento. Mas quando você está na área de perfuração e de completação aquilo é um trabalho de empreitada, ou seja, você está com equipamento, que é a sonda de perfuração que custa centenas de milhares de dólares por dia o aluguel daquele equipamento e você tem um poço para perfurar ou para completar. Então, cada dia, cada hora que você perde dessa operação, se acontecer alguma coisa imprevista, é um dinheiro que você jogou fora e não tem mais como recuperar. Então é um trabalho ininterrupto, 24 horas por dia, ele não para nunca, e você para fiscalizar essas operações tem que estar sempre atento, sempre alerta e muitas vezes você consegue dormir pouco durante o dia, porque mesmo na sua hora de dormir você continua preocupado ali com aquela operação, é mais por isso aí. Aí eu trabalhei embarcado aí durante quatro anos, em 1991 eu fui morar em Macaé, fui trabalhar na área de equipamentos submarinos, naquela época lá chamada área de testes, que era onde a gente recebia os equipamentos que iam ser instalados nos poços, árvore de natal molhada, são equipamentos aí ligados a essa, tecnologia da Petrobras de águas profundas, ali eram feitos os testes finais no equipamento, enviados para as sondas para serem instalados nos poços. Trabalhei lá de 1991 até 1995. Em 1995 aí seu saí dessa área, que é a área de completação e fui para o grupo de produção, fui ser gerente da Petrobras 18, em 1995 e a Petrobras 18 naquela época era uma plataforma nova, foi a primeira plataforma da Petrobras flutuante a produzir 100 mil barris por dia. Então era um motivo aí de orgulho para todo mundo, era uma plataforma que recebia muitas visitas, era a rainha da frota naquela época ali.
P-18 A Petrobras 18 ela além de ter essa, esse marco de produção dos 100 mil barris, ela também produzia no Campo de Marlim. Então, o Campo de Marlim havia a produção dele se iniciado através da Petrobras 20, e a P1-8 foi uma plataforma que foi feita especificamente, construída, nova, para ser uma das primeiras unidades de produção de Marlim naquela época. Então, ali você tinha poços de Marlim, que eram os, vamos dizer assim, os primeiros poços da Petrobras naquele campo e que também bateram recordes mundiais de profundidade de completação, de poços mais profundos produzindo, então, tudo isso aí acabou culminando eu acho que no prêmio que a Petrobras ganhou na OTC, foi ligado lá a uma apresentação do projeto que era ligado ao Campo de Marlim. Então era a plataforma na época; ela concretizava todo o nosso avanço tecnológico de produção em águas profundas, na década de 90. A P-18 é semi-submersível é uma SS, como a gente costuma chamar, ela não é um navio. É flutuante, ela não é fixa. Era em torno de 100 pessoas, 100, 108, variava por aí.
PRIMEIRO EMBARQUE A primeira vez que eu embarquei não foi ligado a uma plataforma de produção. Era de completação. E eu acho que é uma experiência muito difícil de descrever. Você vai para um mundo que você não conhece, não tem como descrever os sentidos. Eu lembro que quando a gente se aproximou da unidade, seu eu não me engano era a S20, uma plataforma da Petrobras, e eu vi aquele mar ali azul, é um azul que a gente não vê, não tem como; só ali em alto-mar, é uma experiência que fica marcada para sempre. Algumas outras coisas que eu acho que são muito marcantes no trabalho off-shore, é a camaradagem que você desenvolve com as pessoas. O fato do confinamento ele aproxima as pessoas eu diria que quase instantaneamente. Então você consegue fazer amigos em períodos curtíssimos de tempo, e amigos que ficam aí para o resto da vida.
DIVERSIDADE CULTURAL Era gente de todos os estados, de todos os países. Você, nas plataformas de perfuração você tem; algumas delas; várias delas são afretadas, elas podem ser navios, quando são navios você tem, normalmente as tripulações são noruegueses, tem filipinos, americanos, brasileiros de qualquer estado brasileiro, tem gente do Acre, muitos colegas do Nordeste, do Sul. Eu diria que é uma abertura para um mundo que você estava afastado dele; o mundo, a gente vive e não consegue perceber o contato e com certeza essa experiência de você trabalhar embarcado dá uma nova percepção da realidade muito interessante. Tinha muita brincadeira, com certeza. Na hora que você está ali relaxado, principalmente no refeitório, na hora de você fazer suas refeições, ou então dar uma caminhada no heliponto, o ambiente é bastante descontraído. E eu acho que é uma mistura de culturas, você vê que as pessoas, dependendo de onde elas são, elas têm hábitos totalmente diferentes. Então tem a gauchada que toma aquele chá, que eles chamam de chimarrão , que na verdade é um mate que a gente bebe gelado, eles bebem quente, a gente bebe com açúcar, eles bebem sem, até os baianos, que muitos; é uma coisa que eu sempre, eu gosto muito da Bahia, também tive oportunidade de trabalhar lá e gosto muito de pimenta; acho que eu aprendi a comer pimenta na Bahia, e é interessante que alguns empregados que são da Bahia, os caras levam a pimenta deles, o cara leva lá no embarque dele um vidrinho com a pimenta dele, porque aquela pimenta que tem lá, aquele molhinho de pimenta não presta. Então você vai desenvolvendo a amizade aí e uma coisa que aí já é uma crença pessoal, eu acho que é a coisa mais importante para uma empresa é que; uma das maiores responsabilidades de um gerente de uma empresa é manter o ambiente de trabalho saudável. Não saudável apenas nos aspectos ligados a SMS, é claro, isso é importantíssimo, mas também nesse aspecto da amizade, de as pessoas se sentirem parte de um grupo, de uma equipe e se sentirem à vontade de expressarem suas idéias e seus sentimentos. Isso é muito importante e nas plataformas eu diria que é muito fácil fazer isso acontecer, tem as dificuldades do confinamento.
RELAÇÕES DE TRABALHO Eu acho que a tática para mim é a sinceridade. Eu acho que a primeira coisa que afasta as pessoas elas sentirem que as outras não estão sendo sinceras. Então na hora que a sinceridade falta você criou um ambiente desfavorável para isso aí. Mas sendo sincero. Eu acho que muitas vezes as pessoas têm medo de dizer não, e não percebem que o que o outro precisa é uma resposta, a última coisa que a pessoa quer é ser enrolada. Então, muitas vezes o não é o que o outro precisa ouvir, nem sempre todos vão ser contemplados em tudo que deseja, isso não é possível, a gente sabe disso. E ninguém, é menino, é um trabalho difícil, quem chega lá não é menino e as pessoas de um modo geral entendem isso e consegue se formar grupos muito fortes. Eu nunca tive problema em nenhum grupo que eu trabalhei, acho que um pouco por sorte, um pouco; porque eu acho que dentro da Petrobras a gente consegue ter esses ambientes.
COTIDIANO Quando eu fui gerente da P-18 essa gerência fica em terra. Na plataforma você tem os gestores lá, que são; atualmente a gente chama de Geplat, esses ficam ali no dia-a-dia. Mas a gerência, cada plataforma nossa, cada grande unidade tem o seu gerente em terra. Então quando eu fui trabalhar na P-18 eu ficava em Macaé. Mas é isso mesmo, a gente, é claro, embarcava lá pelo menos uma vez por mês e eu diria o seguinte: o grau de complexidade é claro que são problemas diferentes, uma cidade tem suas particularidades, uma plataforma tem as dela, mas os orçamentos das plataformas eu diria para você que poucas cidades no Brasil tem o orçamento como uma grande plataforma nossa. Então é complexo porque você tem os problemas pessoais, você não pode esquecer que a equipe que está lá são pessoas (risos) e que tem os seus problemas, tem filho que adoece, tem esposa que às vezes precisa viajar para dar apoio a algum parente da família, então somos pessoas e o confinamento ele tem que ser visto sempre com sabedoria, não é: “agora é seu período de embarque, pronto, acabou.” Você tem os problemas do dia-a-dia, porque dentro de uma plataforma você tem os equipamentos os mais complexos, as pessoas às vezes sempre vêem o lado da grande complexidade, uma turbina, um compressor, mas a gente tem o sistema de esgoto à vácuo e que se o sistema de esgoto de uma plataforma der problema a plataforma pára. Porque você imagina uma unidade com 150 pessoas a bordo em que os banheiros pararam de funcionar? Então, você tem que lidar das coisas mais básicas, sistema de dreno, até as coisas mais complexas tecnologicamente, como os grandes compressores, as grandes máquinas, grandes bombas de injeção. E ali está o pessoal que entende disso, sua turma de bordo, é claro que sempre apoiada por uma equipe em terra que a Petrobras tem, que é fantástica, a capacidade da nossa empresa é eu diria que indescritível, pouca gente conhece esse potencial que nós temos, mas esse trabalho do dia-a-dia, a interação da equipe de bordo com as equipes de suporte em terra, permitem com que a gente tenha unidades de grande complexidade operando com 98, 99% de eficiência, o que é um feito que eu acho que poucas empresas de petróleo no mundo podem dizer que conseguem.
PLATAFORMAS Você imagina aí como é que é isso. Para você manter uma plataforma flutuando, por exemplo, cada plataforma ela é uma embarcação, então você entidades que a gente chama de classificadoras. São entidades que são reconhecidas mundialmente e que são terceiros, são terceiras partes, que mantém aquele certificado. Então elas dizem o seguinte: “Olha, atesto que essa unidade que foi projetada com essas características está em condições de operar” e isso, você precisa do primeiro certificado de classe, quando a unidade fica pronta e esse certificado para ser mantido você passa por inspeções, que são, tem diversos tipos de freqüência: inspeções de casco que são, se eu não me engano, a cada três ou cinco anos, inspeções que são anuais e aquilo ali é; sempre você recebe visitas desses, vamos chamar “auditores”, dessas entidades que é classificadoras, que estão sempre indo. São entidades internacionais. Então, a parte da embarcação, você imagina o cuidado que você precisa ter para isso, são milhares de toneladas de aço, num ambiente que é altamente corrosivo. Então, para você manter a integridade do seu casco, do casco da unidade, você precisa de uma série de equipamentos e de materiais que garantem aquela proteção contra corrosão, a pintura tem que estar sempre em bom estado porque senão você acelera a corrosão naquele ponto, então você imagine o que é manter uma cidade flutuante sempre pintada, sempre protegida, nesse aspecto é uma coisa extremamente complexa. Bombas de lastro que tem inspeção constante, a Marinha do Brasil também nos inspeciona constantemente olhando esses aspectos da embarcação e de segurança também. Então tem todo um trabalho que é feito em cima disso; pessoas que é para controlar esse trabalho, controlar as manutenções que tem que ser feitas e para executar essas manutenções, são grupos enormes. Quando você fala; vamos agora para o outro lado, alimentação. Você imagina o que é uma unidade, como por exemplo, vamos pegar aí a P-54, um navio com aproximadamente 200 pessoas a bordo que todo dia tomam café, todo dia fazem o seu lanche, almoçam, fazem outro lanche a tarde, jantam e fazem um lanchinho antes de dormir. Não foi à toa que eu, quando entrei na Petrobras pesava já meus 86 quilos, hoje peso mais de 100. Mas o muito foi uma herança daquele tempo, com problema meu mesmo, porque eu tinha andar mais e comer menos. Como dá para notar, eu prefiro comer mais e andar menos. Mas eu vou mudar isso, é um compromisso meu. Mas então você tem que manter camarotes limpos, camas limpas, toalhas sendo trocadas, então você tem uma equipe, é um contrato, a Petrobras trata isso como um contrato sempre, de hotelaria, que cuida da questão da alimentação, esses contratos o pessoal prepara em terra, imagina o seguinte: faz compra no supermercado, mas às toneladas. Aquilo é colocado em containeres, alguns deles têm que ser refrigerados, porque você leva coisas que são perecíveis, aquilo é deslocado por carretas, podem vir dos lugares mais diferentes do Brasil. (risos) De São Paulo, do Rio, Macaé também, vão para o porto da Petrobras, são embarcados, então são os nossos rebocadores, nossos navios de transportes, levados até uma plataforma que está aí há 200 quilômetros da Costa, embarcado na unidade, descarregado, vão para as câmaras frigoríficas e são mantidos ali. (risos) Então é uma quantidade... Se uma câmara frigorífica falha numa plataforma, você também está com um grande problema, porque são alimentos perecíveis. Então isso tem que ser mantido e controlado constantemente. Então, é um mundo, é um mundo. Qualquer coisa que você olha é complexa, e muito nesse termo logístico, também, esse aspecto de logística você imagina também, não é à toa que o aeroporto de Macaé é um dos mais movimentado do Brasil. São acho que 35 a 40 mil passageiros por mês, indo e voltando das unidades, vôos constantes diários, para levar gente, levar materiais. Então é uma operação, eu não vou dizer que é uma operação de guerra, porque poucas guerras no mundo precisam de uma logística tão complexa, quanto manter as nossas unidades aí na Bacia de Campos.
DESAFIOS O maior desafio que eu tive na época, é que eu vinha de uma área que não era aquela área, uma área de produção, eu saí da completação; o que eu conhecia um pouco era poço e equipamento submarino. E fui trabalhar numa área que era totalmente diferente. Os poços fazem parte daquele sistema de produção, mas ali na unidade você tem uma planta de processo, é a produção com todos os seus segredos, com todos as suas particularidades, então eu lembro que a P-18 era unidade nova, era a unidade que estava aumentando a produção da Bacia de Campos naquela época e a gente tinha um problema constante para manter o sistema de geração, os tubos geradores, funcionando, eles viram e mexe caíam, a unidade perdia a geração dela, era algo que a gente conseguia retornar rápido, mas cada vez que você perde a sua geração principal você pára toda a sua planta de processo, pára as suas bombas de injeção e esse problema ele começa perdendo essa geração e depois ele se propaga em outras coisas, acabava danificando nossas bombas de injeção. E eu fiz o que eu acho que é um grande segredo meu, para resolver problemas: eu pedi ajuda. Então eu fui procurar as pessoas que ali na Petrobras sempre temos muitas, que conhecem disso, trouxemos de volta uma pessoa que havia saída da P-18 um pouco antes para assumir uma gerência, eu pedi para ele voltar, voltou, o nome dele é José Maurício - José Maurício Linhares, todo mundo o conhece como Bala - e ali juntos, a gente conseguiu fazer a unidade tomar o rumo dela. Então foi um período difícil, mas foi legal. (risos) Isso foi a maior dificuldade, acho que o desafio pessoal foi conseguir, em pouco tempo, como a turma diz aqui: “trocar a turbina do avião, com o avião voando”, me adaptar aquela nova realidade, era um tipo de trabalho que eu não conhecia e começar a entender um pouquinho daquilo ali também.
APRENDIZADO O maior ensinamento é o seguinte: é que ninguém faz nada sozinho. O trabalho em equipe ele é feito para isso. E uma coisa que eu aprendi também é o seguinte: chefe não é líder, liderança você conquista. Chefia é uma nomeação e líder aparece de acordo com a situação. Então, na hora em que você tem um problema específico, em que certo membro da sua equipe é a pessoa melhor para liderar aquilo, ela aflora naturalmente, dê força, não queira porque você é o chefe liderar aquela situação. Eu acho que isso foi uma coisa que eu aprendi lá na P-18. E deu certo para caramba. A unidade, depois de um ano, um ano e meio ela alinhou, passou a ser uma das unidades mais eficientes lá da Bacia. Também teve um grande apoio na nossa época aí, na minha época eu lembro do nosso gerente geral lá no nosso Gepro na época, chamava Reinaldo Bellotti e que eles, naquele momento ali foi a primeira unidade da Petrobras que começou a implantar; a gente decidiu fazer da P-18 um piloto para o sistema de gestão de qualidade total. Era algo que a gente ainda não tinha na empresa e decidimos fazer isso na P-18, até para nos auxiliar a solução daqueles problemas. Então nós começamos a trabalhar em cima daquilo ali, deu certo lá e acabou se espalhando por toda Bacia de Campos. Essa gerência da rotina é algo que hoje toda operação da Bacia de Campos adota como um dos seus critérios aí para, uma das práticas para manter a produção dela alinhada. Funciona, isso, é algo que é conhecido na indústria, funciona da seguinte maneira: sempre que você tem uma anomalia, ou algum evento que ocorre que não deveria ter ocorrido, você cria o relatório, e aonde aquele evento é descrito e depois um grupo, que são as pessoas que estão ali no dia-a-dia mesmo, analisam o que foi que causou aquele evento. Quando você chega àquela causa fundamental do evento, você trabalha para eliminar aquela causa para que o evento não se repita. Isso feito a exaustão, e com perfeição vai acabar levando você a excelência. Mas é um trabalho longo.
RELAÇÕES DE TRABALHO Eu acho que a parte técnica era sempre mais difícil. A parte pessoal, eu acho que quando você tem um grupo ali coeso, um grupo que é amigo, que um confia no outro, a parte pessoal as pessoas naturalmente se unem para ajudar os companheiros quando preciso, troca turno, “eu não posso embarcar agora”, o outro colega vai, embarca no lugar dele, o gerente também tem que ser compreensivo nessa caso e falar “Pô, tá bom.” “Mas eu só posso ficar uma semana.” “Não tem problema, a gente troca a turma.” A turma não, mas troca aquele empregado ali, uma semana depois, quando são coisas sérias. Também eu acho que esse nível de maturidade é importante para que depois a coisa também não degringole para o outro lado: “Ah, eu tô querendo ficar porque eu vou fazer um churrasco.” Não é isso, uma passagem aérea, um vôo a mais é algo extremamente caro. Então as pessoas têm que ter maturidade também, para saber qual é o limite em que isso deve ser feito. Mas a parte técnica é sempre mais difícil. Por quê? Porque não é que nem seu carro enguiçar e você levar ele para a concessionária e o caboclo lá tem tudo quanto é peça que ele precisa para substituir; porque também nem sempre é verdade. (risos) Mas numa plataforma existem certas peças e certos equipamentos que o tempo de fabricação deles são seis meses. Então se aquilo ali, se uma peça quebra e não é um item normal de estoque, pode ser que você precise esperar três, quatro, cinco meses para receber outro. E você conviver com isso é complexo. Então você começa: “Pô, procura numa outra unidade, vê se eles têm uma igual, se tem alguma máquina lá que ainda não está em operação, tira de lá, trás para cá” e esse é o dia-a-dia do pessoal da operação. Isso é uma prática comum entre os nossos grupos de operação um ajudar o outro. E às vezes até antes do cara pedir ajuda. Você está numa unidade e está vendo: “E, o cara está tendo um problema lá com uma coisa que eu já tive”, você toma a iniciativa de ligar para ele e ajudar e dar o caminho. Isso aí acontece todo dia, eu diria que centenas de vezes nas plataformas aí da Bacia de Campos, em todas, não só na Bacia de Campos, a gente está falando nela, mas as plataformas do Nordeste, nas unidades em terra, na Amazônia, não tenha dúvida, a turma se ajuda muito.
EQUIPAMENTOS Eu acho que, mais ou menos o seguinte; eu peguei isso já na década de 90, então foi, é a mudança do Del Rey, lembra do Del Rey, um carro que Ford fazia? Para o C4Palas (risos), mais ou menos isso. Embora, quando você olhe lá para uma árvore de natal molhada, que é o equipamento final de um poço submarino, você fura o seu poço, prepara ele todo para produzir e lá no fundo do mar você coloca esse equipamento, que a gente chama de “árvore de natal molhada”, que é um conjunto de válvulas ali que controla o seu fluxo do poço. Então a plataforma está conectada a esse equipamento e você comanda da plataforma abrir ou fechar o poço e fazer certas manobras que permitem que você mantenha as linhas que produzem o óleo e que injetam o gás, sempre limpas. Então, nessa época aí, lá para início da década de 90, o nosso controle desses equipamentos ele basicamente era um controle hidráulico direto, eu mandava pressão hidráulica por linhas até essas árvores, o que é algo que a gente ainda usa hoje, mas hoje as nossas árvores e manifolds submarinos eles são controlados através de sistema de controles eletrônicos, então o tempo de abertura, fechamento, o controle que eu tenho desses equipamentos é muito mais complexo. Eu também posso fazer hoje medição nas árvores, porque quando eu injeto; aí tem todo uma ciência nisso, que é muito complexa, mas, para resumir, para otimizar a produção de um determinado poço eu muitas vezes injeto gás nele, ta, e a quantidade de gás que eu injeto ela tem que ser exata; se eu injetar muito eu estou perdendo energia, se eu injetar pouco eu estou perdendo o petróleo, podia estar produzindo mais. E uma das coisas que é muito complexa é você saber exatamente quanto, ou você injetar num poço exatamente a quantidade de gás que ele precisa. Então, a gente controlava isso basicamente da superfície, mas aí eu precisava ter um número de linhas muito grande, uma linha para cada poço. Hoje eu já não faço assim, eu injeto o gás para uma central submarina e lá dessa central eu consigo direcionar para cada poço exatamente a quantidade de gás que ele precisa. Então eu preciso de um controle mais complexo, de equipamentos mais complexos. Isso aí evoluiu muito, evoluiu muito.
MARLIM É até difícil falar de Marlim, porque quando a gente, se você fizer essa pergunta para um colega meu que tenha 30 anos de casa, 35 que trabalhou na Bahia, ele vai falar: “Pô, a Bahia foi tudo para a Petrobras.” E foi mesmo. Eu acho que, sem querer parecer que eu estou querendo agradar todo mundo (risos), Marlim, na década de 90, foi a Bahia da Petrobras lá no início da nossa história. A Bahia permitiu que a Petrobras; o petróleo que a gente descobriu em terra, começasse a se estruturar como empresa, ganhasse musculatura. E num dado momento surgiram os campos gigantes da Bacia de Campos, que foi, de novo, eu diria que foi aquele ciclo que se repetiu. A gente teve uma grande descoberta de um campo que ele é exemplo de livro, praticamente, um campo fantástico, o campo de Marlim, e ele trouxe essa riqueza para nós, que aí a nossa competência conseguiu monetizar aquela descoberta, transformar aquilo em dinheiro, em riqueza, investir em todo aquele desenvolvimento de Marlim e que depois aí veio, as coisas vieram acontecendo, numa seqüência. Você tem dinheiro para investir, você explora mais, descobre mais petróleo, aí começaram a aparecer os outros campos, Marlim Sul, foi tudo mais ou menos na mesma época, porque você viu aquele campo ali, viu Marlim Sul está logo aqui, Albacora Leste está ali também, Barracuda e Caratinga e surgiram então essa; vamos dizer, esse conjunto, surgiu esse conjunto de campos gigantes aí da Bacia de Campos. Então Marlim para mim é um marco na empresa, um campo que produziu, chegou a produzir acho que 600 mil barris por dia, coisa que poucos países no mundo conseguem produzir Marlim produziu, e produz muito ainda hoje. Então é um campo... fez a diferença na história da Petrobras, não tenho dúvida disso. E foi uma escola para a gente, eu acho que ali em Marlim, um campo que tinha (risos) volume, musculatura, para também permitir que a gente aprendesse com os nossos erros no início e fomos pegando jeito e fomos embora. Eu acho que Marlim foi o grande trampolim para as águas profundas aí da Petrobras, acho que toda essa tecnologia que a gente tem hoje reconhecida começou muito em função desse campo. Eu acho que a gente não se dava conta onde é que a gente ia chegar (risos), isso aí é difícil, mas quando a Petrobras descobriu Marlim e os outros campos aí na Bacia de Campos, a gente, com certeza, se dava conta do que aquilo era. Agora, eu acho que naquela época, hoje em tempos de pré-sal também, a gente não podia imaginar que agora, em 2008 a gente ia estar na situação que a gente está, com uma empresa que tem uma produção enorme aí, por volta de 2 milhões de barris, produzindo muito, com uma série de descobertas fantásticas, agora numa nova fronteira, eu acho que isso ninguém conseguia prever, a gente não tinha idéia da onde aquela riqueza toda que foi descoberta iria nos levar. Mas que aquelas descobertas da Bacia de Campos eram algo que iriam mudar a face do Brasil eu acho que a gente já tinha idéia.
BACIA DE CAMPOS Quando eu cheguei, eu cheguei já na era Marimba, Marlim, então... Mas eu acho que a Bacia deu certo no Enchova 1. (risos) Lá, quando a turma descobriu um poço que produzia 10 mil barris por dia, que para a Petrobras aquilo era um negócio, pelo amor de Deus. Porque os campos em terra, os nossos, eles têm uma outra característica, não dão essas vazões que a gente começou a descobrir lá na Bacia de Campos. Então acho que naquela hora ali, lá no Enchova 1, lá no início, o pessoal se deu conta que: “Ôpa, peraí, isso aqui é outro mundo”. Então acho que ali foi o momento. E dali só foi dando certo.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Naquela época, cheguei na P-18 final de 94, quando em 1997 teve uma mudança lá do gerente de núcleo, a gente chamava “núcleo de produção”, os núcleos de produção eles agregavam conjuntos de plataformas. Então, por exemplo, Marlim, tinha o gerente do núcleo Marlim e na Bacia de Campos naquela época a gente tinha o que a gente chamava “Nupro Marlim”, que era o Núcleo de Produção de Marlim, tinha o Nupro de Albacora, tinha o Nupro Norte que agregava as plataformas mais antigas da área norte, o Nupro Sul que agregava as plataformas que eram mais antigas lá daquela fase inicial de águas rasas, da Bacia de Campos e o Pólo Nordeste que agregava as plataformas ali da área nordeste da Bacia de Campos. Então teve uma mudança gerencial e eu fui promovido a gerente do Nupro Sul da Bacia de Campos. Então naquela época eu saí de Marlim de uma plataforma que eu cuidava, que era a P-18 e fui ser gerente de núcleo de produção de uma área em que agregava as plataformas de Pampo, Enchova, tínhamos lá a P-15, tínhamos a, eu não vou falar todas, mas a P-12, a P7, era um grupo de unidades, a P-8, que ficavam ligadas nesse núcleo. Então, unidades que tinham muitos; a P-18 era toda novinha, carrinho zero e essas plataformas eram plataformas já com 15 anos, produzindo em Campos já; é; porque já haviam produzido por muito tempo, com problemas totalmente diferentes, características totalmente diferentes; esse era um desafio fantástico. Por quê? Porque você sai ali, sai dos holofotes, então, apesar de que quando você está nos holofotes você tem ali uma cobrança muito grande, mas você tem todos os recursos do mundo. Aconteceu um problema em qualquer poço de Marlim, rapidamente a gente conseguiu uma sonda para lá. Quando você vai para uma área assim mais antiga em que os poços têm vazam menor, acontece um problema ali, você vai entrar numa fila de espera. Então, eu acho que ali, junto com aquele grupo lá do Nupro Sul, ali o meu desafio, foi fazer as pessoas ali entenderem que o trabalho delas era tão importante como o dos colegas que estavam em Marlim, como também, a gente se focar e ter muito foco na questão de custos, porque uma coisa é eu estar mantendo uma unidade que está nova, outra coisa é eu propor uma melhoria numa unidade antiga, eu tenho que ter uma visão: “Peraí, mas isso que eu estou propondo a empresa ganha com isso?” Então a gente diz, acho que aprendemos ali a viver com pouco, porque a gente não tinha aquela quantidade de recursos que as áreas mais nobres conseguiam, investimos muito na manutenção, no fortalecimento do espírito das equipes ali; e eu diria que em toda a minha carreira na Petrobras foi o período em que eu tive uma equipe mais coesa, foi quando tive ali nessa turma do Nupro Sul. Todos os gerentes que trabalhavam comigo na época, viraram amigos pessoais, a gente tinha um grupo muito unido e era assim, normal, nós tínhamos um ritual, pelo menos uma por mês nós saíamos todos juntos para jantar, e era proibido falar de trabalho. Então a gente exercitava muito isso, então... Foi uma época muito legal, muito legal. É um período que eu lembro lá com muita saudade. A gente se encontra aí, a turma, de vez em quando, acho que todo mundo, eu não... Claro, em Marlim eu tenho amigos também aí de vida inteira, mas aquela experiência ali do Nupro Sul, a gente se voltando para uma plataforma como Enchova que estava em obras, foi uma plataforma que sofreu dois acidentes, sendo que um deles foi um acidente que danificou bem a unidade, aquela turma de Enchova era heróica, trabalhava numa condição complicada, conseguiram resgatar aquela unidade, hoje ela é um “brinco”, aí foi um trabalho deles, naquela turma que agüentou aquele tranco ali.
ENCHOVA Você tem um acidente que danificou bem a unidade. E a unidade, como ela era uma plataforma central ela tinha que voltar a operar, porque ela parava a produção de várias outras plataformas. Então ela voltou a operar e você; é muito complexo fazer uma obra numa plataforma que está operando. Então a obra em Enchova foi uma obra que levou anos, e eu peguei um período dela. E, se não fosse; às vezes o pessoal fala: “Ah, turma de Enchova reclama muito e tal” – isso é muito importante. As pessoas às vezes vêem a organização assim, da turma lá, dos trabalhadores, reivindicando; isso é muito positivo, e o cara que está ali no dia-a-dia ele está vendo onde o calo está doendo. Você está em terra, por mais que você esteja ligado lá na turma e tal, quando termina o seu dia você vai para a casa. O cara que está lá embarcado ele está vivendo com aquilo 24 horas por dia, esteja trabalhando ou na folga dele, ele está ali. Então, em Enchova eu pude ver, no final das contas, uma agregação muito grande entre a equipe. O nosso gerente na época se chamava Alfredo, um cara também nota dez, uma paciência enorme que era preciso ter ali. Então, depois de muito tempo eu voltei a Enchova agora, nos 30 anos da Bacia de Campos. Foi uma alegria ver como a plataforma está. Então, foi muito bom, a gente tomou parte daquilo ali, um pouco, daquele resgate lá da unidade. Hoje a turma, você vê que eles têm orgulho da plataforma e tem motivo para ter. E outros casos, P-12, que era uma unidade pequena que produzia muita água, produz, mas a turma foi também aos poucos lá trabalhando nela, a P-7 que era uma unidade que ela tinha muitos problemas na estrutura da plataforma, era um pessoal da DNV que era classificadora, foi feito um trabalho enorme lá para recuperar toda a plataforma também nesse aspecto do casco, de garantir a segurança da estabilidade, então foi um período muito bom, acho que ali eu aprendi muito mais do que em Marlim, eu diria, porque você; acho que a maior oportunidade de você aprender nessa questão gerencial é quando você tem que gerenciar o escasso, (risos) gerenciar na fartura é fácil, e é perigoso até. Mas quando você está no escasso, lidar com a escassez, com a dificuldade de recurso; apesar de que eu estou falando dificuldade, em termos de Petrobras, a gente nunca nos faltou nada, mas não era tão fácil obter as coisas, como era para as unidades que estavam em expansão naquela época. Mas foi um período muito bom, muito bom. E terminou lá por volta de; eu fui para lá em 1997, no início do ano, fiquei 97, 98, lá para o meio de 98 aí me chamaram para eu ser o gerente agora, do Núcleo de Marlim. Eu saí da P-18, fui para a área sul e voltei gerente lá do núcleo, com todas as plataformas de Marlim, também foi um período muito interessante.
NÚCLEO DE MARLIM Marlim não está ligado mais a mim. Estou na área internacional, mas saí há pouco tempo. Até recentemente eu estava aqui na gerência geral da UN-Rio, que fica aqui nesse prédio. Marlim Sul é um campo ligado a UN-Rio, Marlim é ligado a UNBC. Mas Marlim tem lá P-20, a P-18, P-19, P-26, P-32, P-33, P-35, P-47 e acho que é isso. (risos) Mas naquela época nem todas as unidades estavam lá. Estavam lá da época P-20, P-18, P-19, P-32, P-33 estava chegando e P-35 estava em construção. Foi na época que eu fui ser o gerente do Nupro Marlim. Aí fiquei lá um ano. Fiquei um ano, também desafiador, porque a gente já tinha unidades produzindo, a P-18, P-20, já há mais tempo e as outras unidades chegando e com poços sendo conectados, unidades sendo construídas, então, naquele momento ali em Marlim você tinha de tudo, desde a manutenção da produção, passando por uma época da produção que a gente chama de ramp up, quando a plataforma já está lá e você está começando a conectar os poços e plataformas que ainda estavam sendo construídas. A conexão é ramp up. É aquela hora que vocês está, botou a plataforma lá e começa a conectar poço, aí aquela hora que você tem aquela rampa da produção. Aí o bicho... A plataforma passa de zero para 100 mil barris assim, num período curtíssimo. Então foi uma época muito bacana.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Em 1999, a gente ainda tinha a RPSE, Região de Produção de Sudeste. A mudança de estrutura foi em 2000, 2001. Nessa época eu estava fora, porque no final de 99 eu fui convidado a trabalhar na área internacional. Aí saí da Bacia de Campos, fui para Houston, de 99 até 2001, como gerente de operação da Petrobras. A Petrobras tem uma empresa nos Estados Unidos chamada Petrobras América e depois desse período - passei lá três anos - eu voltei para a Bahia. Esse período fora foi outro desafio. Eu acho que se todo gerente da Petrobras pudesse ter essa experiência, deveria, mas é claro que infelizmente não... Mas foi um desafio, esse é pessoal, esse é profissional, enorme, porque é outra cultura, é outro jeito de trabalhar muito diferente da gente, os americanos tem um jeito de trabalhar muito diferente dos brasileiros, as expectativas do empregado americano para o do chefe dele são totalmente diferentes. O empregado brasileiro... Eu noto assim, por exemplo, no Brasil, o nosso pessoal ele - isso é uma opinião pessoal, posso estar errado, não sou sociólogo nem psicólogo - mas eu sinto que o empregado brasileiro, ou o gerente brasileiro, o jeitão do nosso... O que ele quer? Ele quer uma orientação, ele quer saber claramente o seguinte: “O que tu espera de mim, o que você quer que eu faça?” “Ah, você quer que eu suba aquele morro lá? Bacana, então está bom. Você quer que eu suba o morro. Deixa que como subir o morro é problema meu.” Então você diz: “Ó, vamos botar essa bandeira lá em cima do morro.” “Então deixa comigo.” E o cara vai. O americano - sensação minha, ele quer que você explique para ele direitinho como é que você quer que ele suba o morro. “Então, olha, você primeiro vai por ali, lá você dá um descansadinha, depois...” (risos) Isso para mim é horrível, eu não gosto... Mas você tem que aprender. Eu estava lá, aprendi muito com os caras; foi um período fantástico. Se há alguma coisa que eu gostaria de um dia ver a gente trabalhando também com... a grande qualidade que eu vejo nos americanos é o pragmatismo, os caras são pragmáticos, definiram aquilo, eles seguem. Então eu acho que se a gente conseguisse misturar as duas coisas a gente arrebentava aqui no Brasil. Como a gente está arrebentando agora. A Petrobras nesses 20 poucos anos que eu estou nela, o jeito dela trabalhar evoluiu, mas monstruosamente, é uma coisa...
EVOLUÇÃO Eu acho que a participação das pessoas, o debate, as discussões na busca de solução passou do zero para 1000, quase. Eu acho que quando começou a Bacia de Campos, numa área que a gente tinha pouca massa crítica de conhecimento, graças a Deus que apareceram as pessoas que eram os empreendedores, as fazedoras; “Vamos fazer, e vamos embora e vem comigo. E é isso aqui e faz desse jeito”. Só que chega uma hora que você começa a ter materialidade, conhecimento, então muda. Esse fazedor ele nesse momento em que você já estabeleceu, aquela personalidade ali já não é mais o que você precisa, porque você já está num outro tipo de ambiente. E eu acho que para a Petrobras as coisas funcionaram muito bem assim.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL A gente foi para os Estados Unidos, o meu filho mais novo tinha nove meses e o mais velho tinha 2 anos, então tu imagina o que não foi aquilo lá. Mas foi fantástico, foi muito bom. Quando eu voltei, em 2001, eu voltei, eu fui para a Bahia, no iniciozinho de 2002, a Bahia tinha descoberto um campo off-shore de gás, que é o Campo de Marati e eu fui lá ser o primeiro gerente do ativo, aí já tinha tido a reestruturação na Petrobras, já tinham as UNs, já existia a UN-Rio, a UN-BC, a UN-BA, e eu fui para a UN-BA, Unidade de Negócios da Bahia, ser o gerente do Campo de Marati, que foi o primeiro campo de gás off-shore na Bahia, um desenvolvimento lindo também e o campo (risos). Ele fica em frente ao Morro de São Paulo, aquilo é um paraíso, um lugar maravilhoso, o pessoal, um povo fantástico. A Bahia é um ponto fora da curva, adoro a Bahia. Foi um período muito bom, aprendi muito também. Vi uma realidade do Brasil que eu não conhecia, que eu acho que é outra coisa que é muito importante e aí, terminado esse período na Bahia; terminado não Marati, Marati seguiu ainda, está produzindo hoje aí, é um sucesso o campo, mas eu fiquei lá só um ano. Um dia, vindo ao Rio, eu vim aqui mesmo, foi até nesse prédio, eu vim visitar os amigos aqui, na UN-Rio e o Pallade, que era o gerente geral na época aqui, ele estava com problema, porque o gerente do Campo de Albacora Leste, do ativo de Albacora Leste, tinha pedido demissão, era o Arlindo e ele tinha ido trabalhar numa outra empresa. E estava vago. E esse ativo é o ativo onde estava a P-50, que acabou sendo a plataforma da autossuficiência. Aí o Pallade virou para mim, perguntou assim: “Vem cá, você não quer vir para o Rio?” Eu falei: “Pô, chefia, pra quê?" Aí ele me explicou, eu falei: “Pô, tô muito feliz lá na Bahia, mas é um senhor desafio.” O casco estava sendo convertido em Singapura. Era um navio da frota da Petrobras, o Felipe Camarão, e ia voltar para o Brasil, para Niterói, para receber a planta de processo, que é toda a parte de integração e virar a P-50, que acabou sendo lá a plataforma da autossuficiência. Eu falei: “Ó, se vocês me convidarem eu aceito.” E ele falou com o Carlos Tadeu, na época era o gerente executivo e o convite foi feito. Eu aceitei e vim. Aí saí da Bahia e cheguei aqui em Albacora Leste em 2003. Aí foi outra aventura. Agora de novo Bacia de Campos numa outra fase, com a UN-Rio, que a unidade que ficou responsável pelo desenvolvimento dos campos gigantes, a UN-BC ficou responsável pelos campos que já estavam em produção, tanto daquela área mais rasa como da área de Marlim, de Albacora, campos gigantes também em águas profundas, mas já produzindo e a UN-Rio ficou encarregada do desenvolvimento dos campos de Albacora Leste, Barracuda, Caratinga, Marlim Sul, Marlim Leste e Frade, que também está ligado a Albacora Leste, então estes campos todos estão aqui com a UN-Rio. Então na época eu vim ser o gerente do ativo de Albacora Leste. Aí foi outra aventura, porque foi uma obra bastante complexa. Eu vim ser o gerente do ativo de Albacora Leste, onde estava a P-50, em 2003. Aí continuou, a obra lá Singapura da conversão terminou, ela veio para o Brasil, chegou aqui em Niterói, no estaleiro Mauá e começou a obra de integração. E aí tinha módulo feito nos Estados Unidos, a planta de processo foi feita nos Estados Unidos, os módulos de compressão foram feitos na Itália, então, geração foi feita na Itália, compressão foi montada aqui no Brasil mesmo. Então, era uma obra super complexa, com coisas no mundo inteiro e que acabou sendo integrada aqui no estaleiro Mauá. E aí em 2005, a P-50 já estava terminando, ficando pronta, o nosso gerente geral saiu daqui da UN-Rio, o Pallade, na época, e o diretor Estrela me convidou para ser o gerente geral da UN-Rio, dia 13 de julho, vai fazer agora três anos que ele me convidou e eu aceitei, isso aí não tem como, como não aceitar, chamar para ser gerente geral de uma unidade como essa e depois eu falei com o diretor que foi a única vez que eu suspirei na vida, eu não sabia que existia isso. (risos) Que o pessoal fala: “Ah, o cara suspirou”. Quando ele me falou aquilo eu suspirei, porque eu sabia exatamente onde eu estava me metendo. (risos) Não é brincadeira isso aqui. A UN-Rio esse ano ela vai ser a unidade maior produção da Petrobras, vai ser a unidade que mais produz, aí junto com a irmãzinha dela a UN-BC, mas esse ano a gente vai passar, é uma unidade muito complexa em que cada uma das plataformas da UN-Rio produz aí 100 mil, 150 mil, 180 mil barris por dia. Então, uma unidade em produção na UN-Rio que tem um problema é um baita problema, uma unidade da UN-Rio que está sendo construída para entrar em produção, que tem qualquer tipo de atraso é um baita problema, então aqui os problemas são ampliados assim, são gigantescos. E, de novo, acho que a grande vantagem aqui é a equipe que tem na unidade, como a equipe da UN-BC que também é maravilhosa, eu conheço as pessoas de lá muito bem e eu avisei para o pessoal no dia que eu assumi, o nosso chefe anterior, o Pallade, é uma máquina de trabalhar, o cara é uma máquina de trabalhar. Eu gosto de trabalhar, mas eu não sou a máquina de trabalhar não. Então eu avisei a todos os gerentes da unidade que eles iam ter que trabalhar mais, porque eu não ia trabalhar igual ao Pallade. Então a turma acho que topou, a gente dividimos ali o que a gente tinha que fazer, fomos levando a unidade creio que muito bem, ela passou um período, está num período muito bom agora e há uns três meses atrás, agora já em 2008, com a mudança da diretoria internacional, o novo diretor que assumiu lá, me convidou a ser gerente executivo, de desenvolvimento e negócio e eu, há uns dois meses, mais ou menos, saí aqui da UN-Rio e fui para a área internacional; voltei para a área internacional da empresa. E a Marina me substituiu aqui.
P-50 Antes desse período, eu pude ver a P-50 entrar em produção. Se alguém me perguntar: “Da tua vida aí na Petrobras ligada à Bacia de Campos, qual foi o momento mais marcante?” Com certeza foi a entrada em produção da P-50. Por quê? Ela acabou se revestindo, ficou, com a pecha, com a fama da Plataforma da autossuficiência, fama essa que eu sempre gostei de dizer, digo para todo mundo e vou dizer aqui para você com você gravando, isso não é uma verdade, por quê? Porque a autossuficiência não é uma plataforma que trás, a autossuficiência da Petrobras começou lá em Urucu, passou por todo nordeste, passou por toda Bacia de Campos e até pelo pessoal do Xisto, lá no Paraná, porque sem a produção deles ia está faltando o que eles produzem e é um somatório de tudo. Por um acaso, é aquela história do jogo de futebol em que você tem uma jogada que começou lá na defesa, todo mundo tocando a bola, driblando todo mundo tal e no final tem um cara que toca ela para dentro. Então a P-50 acabou sendo o “caboclo” que tocou a bola para dentro do gol. Mas ela fez parte disso, ela não foi a plataforma que trouxe a autossuficiência, ela marcou, esse evento para a empresa. Então essa correção aí eu acho que isso é importante a gente dizer, foi trabalho de todo mundo e que não começou agora, começou a mais de 50 anos atrás. Mas realmente foi um momento, não tem como, é o cara que fez o gol. (risos) Então, no dia 21 de abril de 2006, a P-50 entrou em produção, marcando esse momento com a presença do presidente Lula, Ministra Dilma; foi uma senhora festa, a bordo, foi um momento muito legal. E desde dois dias antes, quando a gente abriu o poço para teste, porque é aquele negócio, o presidente da República vai vir aqui no dia 21 de abril, já estava marcado, para abrir oficialmente o poço. Você imagina o estado de ânimo que nós ficamos. Todo mundo excitadíssimo com aquilo, mas imagina se alguma... Aí aquela hora que você pensa em tudo que pode dar errado. Então, desde o dia 19 de abril ninguém dormiu mais. Eu lembro que depois que a gente teve a cerimônia lá, viemos aqui, teve uma festa aqui no Museu Histórico, eu, quando cheguei em casa eu acho que dormi umas 20 horas seguidas depois, apaguei e aí deu aquele alívio legal para caramba. (risos) Então, acho que essa passagem lá na P-50 para mim foi muito marcante e foi um momento importante aí para a Bacia de Campos, para a UN-Rio, para Bacia de Campos, para toda Petrobras, mas que foi aquela hora ali que a gente marcou aí o momento da autossuficiência. E junto com isso muitas outras coisas. A Bacia de Campos ela tem nesses tempos aí nosso de pré-sal, em que agora a Petrobras, acho que, é aquilo que você perguntou, a gente hoje faz idéia da riqueza que a gente descobriu, mas não faz idéia da onde nós vamos chegar com o pré-sal. Nós não fazemos idéia. Eu acho que essas descobertas e agora, acho que com sabedoria, porque é preciso ter políticas sábias para lidar com essa riqueza toda que foi descoberta, isso vai mudar a face do Brasil de novo, não tenho dúvida. E dentro também da Bacia de Campos, mas aí tirando o pré-sal, a gente tem novas áreas que estão sendo descobertas aqui mesmo, que não são do pré-sal. Então, aqui na UN-Rio tem o exemplo da Bacia de Campos que eu acho que é emblemático, que é o Campo de Jabuti, que é uma descoberta nova, em cima de um conceito novo que foi desenvolvido pelos nossos exploracionistas aqui da unidade...
DESCOBERTAS Quando a gente olha, por exemplo, fala de Marlim, Marlim Sul, Albacora Leste, esses campos eles são, a rocha reservatório são arenitos, é uma areia que se depositou lá a milhões de anos a acabou, virando uma rocha e o óleo está dentro dessas areias. Jabuti é diferente, ele não é uma areia, é um calcário, então foi uma formação, um coral de milhões de anos atrás que formou essa rocha. E os nossos exploracionistas aqui eles viram o seguinte, que existiu uma grande placa de calcário que num dado momento se fragmentou e se espalhou pela Bacia de Campos. Então o trabalho deles foi o seguinte: sabendo, ou presumindo que essa placa ocupava um determinado espaço e que ela se fragmentou, para onde esses pedaços foram? E os caras desenvolveram um modelo matemático que fez essas previsões, é onde estavam esses pedaços dessas placas e criaram esses prospectos que a gente perfurou e as placas estavam lá e o óleo estava lá. Então Jabuti é um campo de óleo, um óleo leve, é um óleo de boa qualidade, 30Pi, se bem que hoje todo óleo é de boa qualidade, com petróleo a US$ 130 dólares o barril (risos), mas... Ele foi descoberto em 2005, hoje o Chelan está lá; não sei se hoje ainda está, mas no início desse ano o Chelan, que é um navio que a gente tem para fazer testes, começam a produzir Jabuti, uma produção excelente, um resultado ótimo e no fim desse ano agora já está chegando o navio, Cidade de Niterói, um navio afretado, que vai produzir no Campo de Jabuti. Ou seja, em três anos, entre a descoberta, vão ser três anos entre a descoberta e o início da produção. O que é uma coisa fantástica na indústria do petróleo para essas lâminas d’águas, lâmina d’água que a gente está falando aqui. Jabuti é UN-Rio. E como Jabuti, existem outras dessas, que a gente chama de tartarugas, que são quelônios na verdade, mas dentro da área da UN-Rio, em que você já tem lá o navio produzindo, então, por exemplo, perto da P-48 tem uma oportunidade dessa, que a gente vai furar e provavelmente vai achar óleo lá e botar ele já na 48 rapidinho, num tempo muito mais curto. Então, essas oportunidades ainda, a Bacia de Campos ainda vai trazer muitas surpresas agradáveis pra gente. Então acho que a gente ainda tem aí mais uns, daqui, eu não tenho dúvida que daqui a algum tempo o pessoal vai fazer um filme dos 50 anos, dos 60 anos da Bacia de Campos, ainda tem muita coisa aí pela frente.(risos)
UN-BC A UN-BC é a maior unidade produtora da Petrobras. Esse ano, até por uma característica dos projetos, que a gente está implantando na UN-Rio, também estamos implantando na UN-BC, mas vai acontecer essa passagem natural de bastão. O caixa da empresa é um só, a produção é da Petrobras, mas tem ali aquela competição saudável, de uma unidade ali brigando: “Pô, tô produzindo mais que você e tal...” Isso tem que ser mantido no campo do saudável, porque não existe isso, hoje eu estou na UN-BC, depois venho para UN-Rio, daqui vou para a UN-BA. A gente é empregado da Petrobras, não é empregado de UN nenhuma.(risos)
HISTÓRIAS / CAUSOS / LEMBRANÇAS Tem muita história, tem muita história. Engraçado que o pessoal vive falando que eu sou cheio de história. Mas tem algumas que não dá para contar.(risos) Mas assim, uma história curiosa, eu acho, que aconteceu lá, vamos voltar ao tempo da P-18, uma vez, ia haver uma visita, na época do presidente Fernando Henrique, acho que à África do Sul. Então veio um grupo da África do Sul, do governo da África do Sul para fazer uma visita preparatória, eles vieram conhecer o Brasil para preparar a visita do presidente brasileiro lá. Aí esse grupo: “Ah, eles vão foi embarcar lá na P-18”. Então, é aquele dia que acontecem as coisas assim num nível impressionante. Então saímos, era um dia de sol muito bonito, o grupo empolgado com aquela visita ali e quando a gente chegou na P-18, tem até uma coisa que é até lenda, é lenda; isso aí é uma coisa interessante.(risos) Muita gente pensava que era lenda, mas não é lenda. Quando nós chegamos à P-18, ao lado da plataforma havia um barco de pesca e os pescadores eles tinham pescado um marlim. Mas o peixe era gigantesco, era um marlim enorme e eles não estavam conseguindo, eram oito homens, eles não conseguiam puxar o peixe para dentro do barco. Aí, eles pediram ajuda para a P-18, pediram para o pessoal: “Olha, abaixa o guindaste e levanta o peixe para a gente e bota ele no barco”. Aí eu estava chegando, o pessoal perguntou: “Ajuda os caras ou não?” Eu falei: “Pô, bicho, se a gente não fizer isso o peixe vai ficar no mar, um tubarão, dourado vai comer. Vamos ajudar os caras. Mas olha, com uma condição; fala que nós vamos trazer o peixe aqui em cima para tirar fotografia.” Aí os caras falaram: “Beleza” Aí um guindasteiro desceu a bola do guindaste, puxou o peixe, e a turma da África do Sul chegando ali, aquele peixe enorme, tem foto... Essa foto é que virou a lenda, depois essa foto apareceu, eu nunca mais tinha visto aquela foto. Aí acho que ano passado essa foto começou a circular e tinha os comentários, aí o pessoal: “Ah, isso é montagem”. Quando eu vi era a foto lá da P-18. Eu falei: “Não é não, eu estava lá nesse dia”. Contei a história lá para o pessoal. E aí a turma ficou assim impressionada com aquilo, o sul-africano lá impressionado com aquele peixe, tiraram foto. E aí começaram (risos), puseram o peixe de volta no barco e aí o grupo virou para a gente e falou: “Não, vem cá, isso foi combinado.” Eles estavam achando que... “Esse peixe vocês devem ter pedido para o barco trazer aqui, não é possível um negócio desses”.(risos) Aí nós começamos a andar, quando a gente andou um pouco no heliponto, apareceu um bando de golfinhos, que eu nunca tinha visto um bando de golfinhos que nem aquele era um bando enorme, devia ter mais de 100. Aí, os caras ficaram assim, aí eu falei: “É, inclusive esses golfinhos estavam todos presos aqui perto e a gente pediu para soltar agora, porque vocês chegaram.” (risos) Eles ficaram impressionados com aquilo. A gente dá sorte com essas coisas. Recentemente nós fomos fazer o batismo lá do FSO Cidade de Macaé e o diretor Estrela estava conosco. E no fim da cerimônia apareceu uma baleia jubarte, com o filhote e elas estavam se exibindo do lado do navio, uma coisa impressionante. Aí, depois de terminar a cerimônia, o diretor ficou impressionadíssimo com aquilo, realmente é impressionante e ele falou: “Pô, que coisa linda.” E aí estávamos eu, (Figueiredo?), o diretor, eu falei: “É, diretor, o senhor não sabe o trabalho que deu para o rebocador ficar segurando essa baleia aqui até agora.” (risos) Olha, a Bacia de Campos tem histórias as mais incríveis. E é claro que nem tudo, na nossa história aí, nem tudo foram vitórias, mas acho que a gente sempre deu a volta por cima e eu acho que isso é o grande espírito da Petrobras e do pessoal da Bacia de Campos. Eu tenho certeza que a gente não vai desistir nunca dessa saga em que a gente está lá. É isso aí(risos)
ATIVIDADE ATUAL Eu hoje estou na área internacional, sou o gerente executivo de desenvolvimento de negócios. Então, é assim, os negócios que a Petrobras, essa área de novos negócios na empresa, ela tem uma coordenação, tem uma área que são os novos negócios corporativos, que são ligados ao presidente Gabrielli e dentro da área internacional nós temos uma área de desenvolvimento de negócios que trabalha sempre integrado com a área corporativa, buscando oportunidades de negócios para levar a empresa a concretizar o que está no seu planejamento estratégico, de ser uma empresa de atuação global e uma das cinco maiores empresas de energia do mundo. Então é isso, é um desafio novo muito interessante.
SER PETROLEIRO Eu não consigo imaginar o que não é a alma do petroleiro. Não sei. Eu tenho certeza que esse é um negócio, a Petrobras e o petróleo é um negócio que uma vez que você vem trabalhar aqui e se identifica com ele, ele nunca mais vai sair de você, eu não vou me aposentar, eu tenho uma certeza que eu não vou me aposentar, isso é uma coisa que não existe, não tem como, não consigo me imaginar longe da Petrobras, longe dessa indústria, isso passa a ser a vida da gente. Então, petroleiro é aquele cara que sempre acha que vai dar certo, independente daqueles momentos em que você se pergunta “o que eu estou fazendo aqui?”, a gente tem certeza que amanhã ou depois, com trabalho, com esforço, as coisas sempre vão se arrumar e a gente vai chegar lá.
Tem uma coisa, eu volto, eu quero dizer isso, que eu acho que a característica principal da Petrobras e do nosso trabalho é a camaradagem, é o espírito de corpo, mas com aquele sentido positivo do espírito do corpo. É a camaradagem, o companheirismo que fez a empresa chegar aonde ela chegou, não tenho dúvida nenhuma.
PROJETO MEMÓRIA Gostei muito, espero que os colegas todos venham dar a contribuição deles para registrar um pouquinho dessa história tão bonita da Petrobras.Recolher