Projeto Memória dos trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Ricardo Célio Freire Gonçalves
Entrevistado por Inês Gouveia
Macaé, Rio de Janeiro, 10 de junho de 2008
PETRO_CB386
Realização Museu da Pessoa
Transcrito por Ana Lúcia V. Queiroz
P/1 – Vou pedir pra que você comece me diz...Continuar leitura
Projeto Memória dos trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Ricardo Célio Freire Gonçalves
Entrevistado por Inês Gouveia
Macaé, Rio de Janeiro, 10 de junho de 2008
PETRO_CB386
Realização Museu da Pessoa
Transcrito por Ana Lúcia V. Queiroz
P/1 – Vou pedir pra que você comece me dizendo seu nome, o local e a data de seu nascimento.
R – Me chamo Ricardo Célio Freire Gonçalves, nasci em 30 de outubro de 1954, no Rio de Janeiro.
P/1 – Quando que você entrou na Petrobrás?
R – Entrei em 1978. Fiz o curso de formação de inspeção de equipamentos.
P/1 – E, na ocasião, você entrou pra trabalhar no quê? Conta um pouco desta trajetória inicial.
R – Minha trajetória inicial foi o curso de formação,q eu durou quase um ano, e aí fui mandado para Vitória, onde era o início da gestão da Bacia de Campos e dos campos do Espírito Santo. Eu não sabia que ia pra lá, cheguei lá ninguém sabia que eu ia chegar. Não tinha ninguém, havia dois inspetores na seção. Era uma atividade da seção de segurança industrial. E isso foi crescendo. Eu fui assumir esta gestão, eu e os dois inspetores, fazíamos todo o serviço. Batia o córner e ia cabecear. Tinha que fazer todo o procedimento: embarcar, fazer relatório. E isso foi crescendo, até que em 1995 eu saí fora. Era uma divisão de 20 e tantos engenheiros, quatro setores, 120 e poucos inspetores: cento e cinqüenta pessoas mais ou menos. Foi crescendo ao longo do tempo pra atender a demanda que também era crescente.
P/1 – Vamos voltar a este aspecto curioso. Quer dizer que você chegou no seu primeiro dia de trabalho e ninguém sabia?
R – Me deram uma passagem, me deram uma cartinha, aí eu cheguei lá e fui bater. A Petrobrás eram cinco casas alugadas, espalhadas no bairro residencial, principal lá que era a praia do canto. Cinco casas, mais ou menos uns três quarteirões uma da outra. E eu fui lá, perguntei pra um, perguntei pra outro e cheguei na superintendência com a cartinha na mão. O superintendente não estava, o chefe de divisão de produção me atendeu: “Ah, inspeção. Deve ser alguma coisa lá com a segurança”. Me mandaram lá pra segurança. O chefe de segurança não tava, estava sendo designado. E comecei lá, eu e dois inspetores que tinham chegado seis meses antes, pra cuidar do que viria a ser a Bacia de Campos.
P/1 – Naquela ocasião a Bacia de Campos estava embrionária.
R – Tinha o poço Enchova I, que tinha começado a produzir um ano antes de eu chegar. Era a produção toda da Bacia de Campos. O que a gente tinha eram algumas sondas perfurando, equipamentos de complementação, alguns equipamentos de avaliação e uma perspectiva enorme de coisas pra fazer. Além das atividades do Espírito Santo que também eram feitas pela gente.
P/1 – Conta um pouco pra gente como foram os primeiros anos aqui na Bacia de Campos relacionando a tua atividade com o desenvolvimento da Bacia de Campos.
R – As coisas foram crescendo. O pessoal fala: “passou 15 anos sentado na mesma cadeira”. Não passei 15 anos sentado na mesma cadeira. Eu fui o coordenador da inspeção, que começou comigo e mais dois caras e isso foi crescendo ao longo do tempo. À medida que foram entrando as plataformas da primeira geração, as sete plataformas fixas, depois as plataformas do pólo nordeste; depois as plataformas dos sistemas flutuantes. Isso foi ampliando e cada vez mais eu fui tendo que me tornar gerente e deixar de ser engenheiro. Até que chegou um ponto que eu vi que não era gerente que eu queria ser, aí pedi pra sair, voltei tudo de novo e comecei uma carreira técnica. De 1995 pra cá. Cheguei de novo a engenheiro sênior, a consultor sênior. Estou bastante satisfeito com a decisão que eu tomei há treze anos atrás.
P/1 – Você pode falar um pouco como é o cotidiano do seu trabalho?
R – É um cotidiano bastante variado. Eu trabalho na área de inspeção e do sistema de ancoragem. Então eu trabalho desde a discussão do que vai ser feito com a sociedade certificadora, faço os procedimentos que devem ser executados. Sou eu que faço solicitação de material. Pego todos os recursos, vou lá fora, faço o serviço. Volto, preparo relatório. Analiso os materiais que a gente retirou. É bastante variado. Toda a fase de planejamento, execução e depois, mais tarde, de fechamento da coisa. Análise do que foi feito.
P/1 – Dos locais de produção, hoje, você disse que havia apenas um poço produzindo, os locais dos poços de produção, houve algum que você destacaria em relação ao seu trabalho, que tenha tido uma ação mais efetiva ou algum motivo para que você destaque?
R – Em termos de poço, não. Tem algumas coisas curiosas, na época que eu comecei, principalmente com relação à segurança, segurança da informação. A gente não usava crachá, todo mundo tinha acesso a qualquer lugar. Eu vi, no décimo oitavo andar do EDISE (Edifício Sede), um garotinho puxando um cego, vendendo gravata no meio da sala. O EDISE, edifício sede da Petrobrás lá no Rio de Janeiro era o banheiro público de maior qualidade do centro da cidade, todo mundo entrava e ia ao banheiro lá. Se você olhar isso em relação ao que você tem hoje em relação à segurança da informação é um absurdo completo. Aquela era uma outra realidade. Os elevadores do EDISE, todos eles tinham um ascensorista, para cada tinha um ascensorista. Eu cheguei a ver garçom, funcionário da Petrobrás. Outra realidade bem diferente do que a gente tem hoje.
P/1 – Pode ficar a vontade pra contar histórias desse tipo, porque essas realmente nos interessam. Alguma outra que você lembre?
R – Tem uma que eu sei – essa do cego eu vi o cego – a outra que eu acho bastante curiosa foi do cara em Campos que estava sendo perseguido por alguém e chegou lá, nessa época a gente embarcava a partir do aeroporto de Campos, e ele estava querendo fugir do cara e o critério pra fazer embarque era você chegar lá no aeroporto de Campos, entrar numa fila, dizer pra onde você queria ir e a pessoa fazia a programação e você embarcava. Então, ele entrou na fila e: “eu vou pro mesmo lugar daquele cara que acabou de sair daqui”. E embarcaram o cara. O cara passou mais de uma semana a bordo, sem que ninguém soubesse pra quê ele tinha ido, porque ele estava lá. Até que alguém passou a reparar que aquele cara não saia do camarote, ele só ia do camarote pro refeitório, aí foram ver e o cara não tinha que estar lá. Eu acho que essa história vocês deviam buscar a informação com alguém da área de transportes. É causo de uns 20, 25 anos atrás mais ou menos, início da década de80.
P/1 – O convívio aqui com as pessoas que trabalham junto é um convívio muito intenso, né? E por outro lado tem gente que veio de todo lugar do país e gente até de fora do país. Como é esta troca de experiências, essa troca de cultura?
R – É bastante interessante. Você tem oportunidade de conviver com gente do Brasil inteiro. Dando aula nos cursos de formação da Petrobrás você vê que continua entrando gente de todo canto do Brasil. Tem um catarinense ao lado de um baiano, ao lado de um cearense. Os sotaques mais diversos ali na sala de aula, cada um perguntando com um sotaque completamente diferente. E eu acho que isso enriquece a Petrobrás. Torna a cultura da Petrobrás um troço mais parecido com a cultura do Brasil. Não é a cultura de um determinado local. Apesar dela ser muito mais concentrada em determinados locais ela traz gente do Brasil inteiro pra esses locais. Eu acho bastante louvável e interessante esse aspecto.
P/1 – E, particularmente, deve gerar muita história boa também.
R – Tem sempre uns casos de sotaque, de linguajar. Umas coisas engraçadas.
P/1 – Você lembra de alguma que você possa contar pra gente?
R – Tinha muito baiano e de vez em quando vinham com alguma palavra: “eu queria pongar aí”, pongar é pegar carona. A gente estava lá em São Mateus: “por que você demorou pra chegar?”. “Ah, porque o pneu furou e eu tive que fazer a força”. Fazer a força é trocar pneu. Então, coisas assim que você não entende de imediato o quê o cara está falando até que ele explica mais e você consegue perceber.
P/1 – Eu imagino que até os termos técnicos no cotidiano do trabalho devem ter uma apropriação em função do linguajar de cada região.
R – Em inglês, o termo pra peão de plataforma é host about, aportuguesaram isso pra arrasta balde. Então, o arrasta balde era o cara que ficava fazendo o serviço de área, de convés na plataforma. Alguém ouviu falar em host about e não entendia exatamente o quê era. Assim como uma palavra comum armengue. Armengue é uma solução mal dada, uma solução feita às pressas. Vem do inglês também, arrangement, o pessoal acabou aportuguesando pra armengue.
P/1 – Mudando um pouquinho o foco, qual foi o seu maior desafio profissional nesses 30 anos no contexto da Bacia de Campos?
R – Houve vários. Acho que o mais difícil pra mim foi ser gerente. Não é o meu perfil e eu tinha que fazer o quê era esperado do gerente, resolvia o problema da Petrobrás e levava o problema da pessoa pra casa. Lembro até hoje um cara sentado na minha frente, chorando, dizendo que era filho único, tinha trazido a mãe dele pra morar em Macaé, e a mãe dele não se adaptava à Macaé, e ele precisava voltar pro Rio. A mãe dele morou 50 anos na mesma vila, só conseguia morar naquela vila. “Tudo bem, eu entendo, mas não posso chegar pro meu gerente e dizer: olha, aquele serviço daquele cara não vai ser feito nos próximos anos até você me arrumar outra pessoa, porque ele tem que ir pro Rio cuidar da mãe dele. Vamos fazer um troço de médio prazo. Vamos pedir a alguém pra vir pro teu lugar, você vai passar uns seis meses treinando esse cara e depois você vai”. O cara entendeu; continuou chorando; eu resolvi o problema da Petrobrás e carreguei o problema do cara pra casa. Não dormi de noite pensando no cara. Deve ter uns 20 anos que isso aconteceu e eu lembro da cena até hoje. E outras cenas pitorescas: “não conseguimos trabalhar na sala porque fulano fede”. Aí tem que chamar o cara e falar: “você tem que tomar banho. Não dá pra trabalhar num compartimento pequenininho, com uma porção de gente”. Tem que fazer esse tipo de coisa constrangedora, pra mim extremamente constrangedora. Quatro pessoas reclamando que não dava pra trabalhar, que tinha que levar um lenço com perfume porque não dava pra agüentar o cheiro. Quer ver outro caso também: botaram um apelido no cara. E o cara era perfeito pra botar apelido, o apelido vestia perfeitamente no sujeito.
P/1 – Você pode falar o apelido?
R – Era um personagem da escolinha do professor Raimundo, um personagem que o Valter D´Ávila fazia, eu não lembro o nome. Mas vestia absolutamente certo. Me puseram esse apelido, e eu tive que aguentar o riso porque era um apelido que vestia exatamente. Aí chamei o cara que botou o apelido: “Olha, não faz isso, um troço que pode não ser importante pra você pode ser extremamente constrangedor pras pessoas, as pessoas são diferentes. Se eu tivesse um irmão que fosse homossexual e eu começasse a fazer piada de homossexual é isso, é aquilo, não sei o quê. Ia ser um troço que pra mim, eu ia estava fazendo uma brincadeira num sentido e você ia ter uma conotação completamente diferente”. O cara pra mim: “eu tenho um irmão que é homossexual”. “Tá vendo, é exatamente o exemplo que eu não devia ter dado. Devia ter dado qualquer outro exemplo menos esse”. Exatamente isso, eu não sabia acabei cometendo uma gafe. Coisas desse tipo que acabam sendo folclóricas no longo prazo, mas no dia a dia é extremamente desagradável você ter que administrar esse tipo de problema. Problema técnico é muito mais fácil. É isso, é aquilo. Eu fiz a conta, é esse o resultado. Pode tomar essa decisão, pode tomar aquela. E hoje em dia eu vou pra casa muito mais tranqüilo, apesar de trabalhar mais ou menos o mesmo número de horas que trabalhava como gerente; hoje em dia o meu serviço é muito mais fácil, muito mais ameno, apesar da quantidade ser muito grande, do que como gerente. Então, não tem dúvida nenhuma que é isso aí.
P/1 – Quanto tempo você ficou como gerente?
R – Quinze anos: de 1980 a 1995.
P/1 – Nossa, muito tempo. E além dessa problemática toda do cotidiano de trabalho, quando você decidiu deixar de ser gerente e voltar a trabalhar como técnico, quais eram as tuas motivações específicas? Em relação ao próprio trabalho.
R – Em relação ao trabalho é exatamente que durante esses quatorze, quinze anos eu fui gerente da área de inspeção. Era um troço que, apesar de ser mais da área administrativa, o assunto era inspeção, o assunto era uma área que me interessava tecnicamente. Então eu acabava me metendo onde não devia. Ia lá discutir com o cara. Que estava fazendo a programação dos barcos, pra que lugar que ia mandar o barco de inspeção. Pulava dois caras pra ir lá falar com o cara, porque era um assunto que eu gostava, um assunto que me entusiasmava. Eu tinha a oportunidade de fazer isso aí também. Aí criaram uma idéia de que tinha que haver rodízio gerencial. O gerente tem que ser polivalente; tem que trabalhar em qualquer área. Aí eu saí da área de inspeção e fui trabalhar na divisão de apoio, onde eu cuidava de coisas como segurança interna, biblioteca, serviços gerais, manutenção predial. Que deu pra ver que esta não era a minha área de atuação adequada; continuava gostando da área técnica. Como eu fui pra divisão de apoio contrariado o meu superintendente que hoje seria o gerente, me disse: “você fica lá um ano, depois de um ano se você disser ‘não quero, quero ser peão’, eu deixo você ir pra onde você quiser”. Cumpri minha pena de um ano e felizmente coincidiu com a época que estava havendo uma reorganização aqui em Macaé: a gente tinha a região de produção Sudeste, tinha uma área de exploração e uma área de perfuração, isso ia agrupar num único órgão de novo, e com isso ia faltar caixinha de gerente. Eu falei: “opa, eu sou candidato a deixar de ser”. Aí voltei pra área técnica, fui ser subordinado de um cara que tinha sido meu subordinado antes. Sinal que, pelo menos fiz alguma coisa. Já trabalhei com três ex-subordinados meus, sem nenhum problema. E hoje é uma das decisões que tenho muito orgulho, na área pessoal, foi deixar de ser gerente e voltar a ser peão.
P/1 – Ao longo desses 30 anos, talvez você tenha uma condição muito grande de me dizer como é hoje, passados tantos anos, o perfil do trabalhador da Bacia de Campos?
R – È um perfil variado. Você tem de tudo. A maioria pessoas bastante empenhadas, pessoas sérias, querendo fazer seu serviço bem feito e com boas condições pra isso. A empresa fornece pra gente muito boas condições de trabalho, de possibilidades de realizar tarefas bastante interessantes em qualquer cenário. É uma empresa que, depois de 30 anos, tenho muito orgulho da decisão de começar a trabalhar com ela. É uma decisão muito acertada na minha vida. E provavelmente vai ser a única empresa da minha vida. Daqui eu só saio pra botar o meu pijaminha e meu chinelinho de pantufas. Não pretendo a voltar a trabalhar em outra empresa. Não acho que vá ter as condições que tenho na Petrobrás. Estou muito satisfeito com a decisão que tomei.
P/1 – Que fase da produção aqui da Bacia de Campos foi mais marcante na sua opinião?
R – Todas elas têm a sua importância, seu fator de diferenciação. No início era o pioneirismo, era “vamos fazer, tem que fazer, dá-se um jeito”. Você olha pra um lado, olha pra outro. Não tem recurso tem que fazer o que der pra fazer porque tem um outro jacaré pra você matar, mata esse logo e corre pro outro. E chegar na plataforma e receber da plataforma pelo fiscal: “o que você veio fazer na minha plataforma?”. No sentido de propriedade, de pioneirismo, de ter que fazer com pouco recurso. Isso aí foi mudando ao longo do tempo e se tornando cada vez mais estruturado, masi organizado. E também seria inviável hoje trabalhar como a gente trabalhava há 30 anos atrás.
P/1 – Eu sei que você já falou um pouco, mas queria pedir que você falasse um pouco mais sobre a evolução da Petrobrás em Macaé, em termos físicos mesmo.
R – Nós chegamos aqui em 1979, menos de 200 pessoas. O que hoje ali em ___ são, acho que uma dúzia. Aqui são oito blocos e tem um prédio sendo erguido ali. Eram cinco blocos. O bloco do meio o arquiteto teve que brigar com o superintendente pra fazer o segundo andar dele. Porque ele não tinha necessidade. Não tinha gente pra ocupar aquilo. A gente andava pelos corredores fazia eco. E a gente foi vendo isso crescer, crescer. Quando a gente chegou em Macaé houve um boom imobiliário imenso. As pessoas não tinham como, apesar de ser pouca gente que estava vindo da Petrobrás tinha um contingente bastante grande das empresas que prestavam serviço e que tinham que arrumar de uma hora pra outra moradia para o pessoal. E tiravam de uma hora pra outra as pessoas de dentro de casa a custa de dinheiro. Aluguéis completamente estratosféricos, que criaram uma expectativa no mercado imobiliário completamente diferente da realidade financeira das pessoas. Depois disso acho que teve uns dois ou três tipos de aumento grande da atividade, mas nada parecido com a primeira vez.
P/1 – O que é ser petroleiro pra você?
R – É uma resposta meio difícil de dar. Pra mim na realidade ser petroleiro é trabalhar na Petrobrás, é ter uma empresa que se preocupa de dar boas condições de trabalho; boas condições de relação com o empregado. E, como eu disse, estou muito satisfeito com a decisão que eu tomei de vir trabalhar aqui.
P/1 – Como você vê a Bacia de Campos no futuro?
R – Aparentemente o que a Bahia era há 20 anos atrás. Diminuindo a importância dela e se tornando cada vez mais um lugar onde você tem que tirar leite de pedra e que os holofotes vão estar se deslocando mais pro Sul. Provavelmente mais pra área lá de Santos, __, etc. acho que é mais ou menos o fim do glamour. O foco da Bahia veio pra cá; passou uns 20 anos a Bacia de Campos sendo o troço mais importante dentro da Petrobrás e acho, que daqui há dez, 15 anos, não vai mais ser. Vai ter um papel secundário.
P/1 – Há alguma coisa que eu não tenha te perguntado e que você gostaria de falar?
R – Não.
P/1 – Então, pra que a gente termine: o que você achou de participar do projeto da memória dos trabalhadores da Bacia de Campos?
R – Foi bastante interessante. Eu quero ver o depoimento dos outros. Quero rir do depoimento dos outros. “Ah, o fulano lá!”. Como o Pamplona, que vai falar agora, que deve ser um dos depoimentos dos mais folclóricos. Porque é uma pessoa bastante divertida e com muita coisa pra contar.
P/1 – Obrigada, Ricardo.Recolher