Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Léo Fernando Zimmermann
Entrevistado por Tania Coelho
Macaé, 06 de junho de 2008
Realização Museu da Pessoa
Entrevista PETRO_CB370
Transcrito por Regina Paula de Souza
P/1 – O nome completo, local e data de nascimento.
R – Léo F...Continuar leitura
Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Léo Fernando Zimmermann
Entrevistado por Tania Coelho
Macaé, 06 de junho de 2008
Realização Museu da Pessoa
Entrevista PETRO_CB370
Transcrito por Regina Paula de Souza
P/1 –
O nome completo, local e data de nascimento.
R – Léo Fernando Zimmermann, nasci em Porto Alegre, sou gaúcho. É, em 8 de março de 1955. Dia Internacional da Mulher.
P/1 – Parabéns.
R – Com certeza. Para nós.
P/1 – Qual é a sua formação?
R – Eu sou geólogo de formação. Eu entrei na Petrobras convidado pra trabalhar como geólogo. Depois, fiz administração na PUC do Rio de Janeiro. Virei filho da PUC depois de velho.
P/1 – Em que ano você entrou na Petrobras?
R – Eu entrei em 23 de janeiro de 1980, passei a fazer parte do quadro da companhia, aqui, na Bacia de Campos.
P/1 – Em que função?
R – Como geólogo que atuava na parte exploratória da Bacia. É um caminho normal do geólogo na companhia. Ele entra, vai pro campo, faz todo um trabalho de acompanhar poços, depois que tem conhecimento, passa a fazer da locação, depois, cuida de reservatório. Eu passei todo esse caminho aí.
P/1 – Agora você trabalha na área de segurança?
R – É, eu até uma data, que foi, assim, extremamente intrigante na minha vida profissional. Eu segui, como eu disse, o caminho todo de exploração, depois, eu virei gerente do laboratório de sedimentologia daqui da Bacia de Campos. Foi o primeiro prédio que a gente construiu com uma visão ecológica, isso, lá em 1987, um prédio que não contém nada, contaminação pro ambiente, não passava nada. A gente pesquisou pra fazer um centro de pesquisas pequeno aqui em Macaé. Eu gerenciei isso aí até o dia quatro de agosto de 1998 às nove e trinta e dois da manhã. Foi uma data, assim, emocionante pra mim, porque o gerente geral na época, o Luiz Rodolfo Landim, me convidou pra cuidar da TI da Bacia de Campos, pra eu esquecer tudo que eu sabia de geologia e cuidar de tecnologia da informação. E, depois, eu fui mudando, passei a ser gerente de compras da Bacia de Campos e hoje estou cuidando da gerência de saúde, segurança e meio ambiente, aqui, que cuida das bases da Bacia de Campos.
P/1 – Esquecer tudo que sabia antes é um desafio absurdo. Ainda mais pra quem vem trilhando, assim, todas essas gerências. Como é que foi isso, foi seu maior desafio?
R – Não foi bem esquecer tudo, foi esquecer o. Eu era um dos nove especialistas do mundo numa tecnologia de trabalho, que a Petrobras investiu muito pro meu conhecimento e tinha aquele curso chamado etnologia, que estuda traços, fósseis e rochas. Uma coisa, assim, meio pra maluco, né? Que a gente conseguia contar a história do fundo do mar na época e depois. Eu estou só olhando a casa dos bichos que ficaram lá dentro preservados. Eu tive que largar essa parte, que eu estudei muito na minha vida, pra usar a filosofia de trabalho e geologia pra fazer gestão. Esse foi um grande desafio, com certeza.
P/1 – Foi um dos maiores?
R – Não, eu vivo de desafio todo o dia. Acho que desafio é a energia, como diz a Petrobras, eu gosto muito disso. Mas foi um dos maiores, sim. Eu aprendi muito, aproveitei a oportunidade e consegui aprender muito. É isso aí.
P/1 – E nessa área que você era um dos nove no mundo, é uma área que a Petrobras continua investindo?
R – Continua, continua. Eu ministrei aula pra uma porção de pessoas da companhia, essas pessoas foram pras faculdades, colocaram esse curso no Brasil. Hoje, já têm livros feitos por eles, já, esse pessoal são professores dessas cadeiras. Isso continuou e a Petrobras continua trabalhando. Eu faço parte, hoje, do método da companhia usar essa ferramenta pra trabalhar no dia-a-dia.
P/1 – E hoje qual é a sua rotina? Porque parece que você funciona como um _______, em todas as áreas: do meio ambiente, segurança e saúde. Qualquer situação é você que é acionado?
R – Eu sou o responsável pelas bases que existem na Bacia de Campos. Hoje, todo mundo que está aqui dentro da cerca, pra dentro. De casa pra vim pro trabalho, do trabalho pra casa eu é que respondo por todas esses problemas que possam existir na área de segurança, meio ambiente e saúde do trabalhador.
P/1 – Você avalia, quer dizer, você já passou por várias gerências em segmentos distintos. Você avalia que a cada novo desafio de implantação, aqui, na Bacia de Campos você tenha participado ativamente, diretamente? Conta um pouco essa história, porque é uma participação de gestão e de visão de estratégia. Eu queria entender melhor.
R – Eu sempre fui um cara muito, assim, questionador das práticas que a gente usa aqui. É uma coisa muito do geólogo isso aí, questionar as coisas. E, na época que o Rodolfo estava aqui eu era um dos grandes questinadores da TI, porque no laboratório, a gente trouxe para o laboratório o sistema de tecnologia de informação totalmente diferente do resto da companhia. Era usar Macintosh, computador Macintosh na época. Então, a gente colocou aqui no laboratório e nos outros laboratórios da companhia a gente, também, colocou esses equipamentos pra ficar todo mundo uniforme e conseguir fazer um trabalho similar aí, e, que atendesse a exploração e a explotação, que é desenvolver os campos de óleo usando essa ferramenta, por questão de resolução, de imagem, trabalhar com isso. Aí, como eu questionava muito e dizia que era muito ruim a TI, ele, na visão dele, o seguinte: “Toma a chave e faça melhor”.
P/1 – Você fez?
R – É, a gente. Eu assumi em 98. É, cheguei pro chefe, na época: “Chefe, vou pra lá, mas eu preciso de grana”. Eu era completamente fora do padrão e: “Oh, tu prevê, hoje, em gastar 5 milhões de dolares. Tu vai gastar comigo lá, por ano, pra começar uns 100 milhões, logo de arrancada”. E ele lá: “A gente dá um jeito, se vire lá”. E em 2001 a gente foi o Benchmarking mundial em custo, em tecnologia de informação do mundo. A gente conquistou com a equipe toda aqui da Bacia, com os usuários, com as pessoas daqui, a gente conquistou um título pra Petrobras, que não é muito divulgado, de ser o Benchmarking mundial em custo. A gente foi o referencial de excelência em gestão de custo, de tecnologia e informação, considerando terra e mar. Em 2001 a gente foi premiado no mundo inteiro, eu, geólogo, uma anomalia no sistema de TI virei. É,
teve prêmio no Brasil, no exterior. Pronto, está aí. Fizemos em 2002 a mesma coisa e em 2003 a Petrobras, a Bacia de Campos, ficou em quarto lugar do mundo num concurso de satisfação de cliente. A gente era 15, 20 mil empresas, a gente ficou em quarto lugar. E foi colocado por essa empresa que fazia auditoria no mundo inteiro, que a gente foi a primeira e única empresa da América Latina que chegou no patamar que a gente chegou. Então, a gente juntou otimizar o custo de uma infra-estrutura violenta que tem na Bacia de Campos, hoje. Eu recebi a Bacia de Campos com alguns mega, é, pra guardar informação e entreguei ela com 50 terabytes instalados, aqui, na Bacia de Campos. A sala cofre, que foi a primeira sala cofre da companhia, foi colocada aqui, que está aqui do lado da gente. Uma sala à prova de fogo, explosão e que os servidores estão lá dentro. Conseguimos investir esse dinheiro e fazer com que o custo por pessoa ficasse mais barato, que é uma visão do TCO, o chamado Total Cost of Ownership. Você consegue fazer com que o usuário, na época eram 15, 16 mil usuários, tivessem o menor valor do mundo, que ficou em 5 mil e quatrocentos dolares, na época. Considerando, aí, o que se investiu pesado. O Landim, nesse ponto, foi espetacular comigo, eu sou um cara que sou muito grato a ele, disponibilizou recursos pra gente poder investir em equipamentos, realmente, de ponta e fazer a TI que a Bacia de Campos precisava. O quê isso resultou pro negócio? A gente fez umas contas, na época, uma economia de 2 bilhões de dolares ano pra Petrobras. Nós conseguimos dobrar a produção de óleo sem colocar ninguém, só usando tecnologia. Isso fez uma diferença danada pra Bacia de Campos. Coisas que foram subprodutos. A política de segurança de informação da Petrobras começou, aqui, na Bacia de Campos. É, a gente fez todos os preceitos da política que a companhia usa hoje. Eu, na época, lancei um desafio pra quem fez a política, quem foi o meu parceiro da política, em fazer uma política que não tivesse, lá, colocado nenhum lugar da política a palavra não. Uma coisa que proibisse o uso indevido de algum equipamento, mas sem ter um não. A gente fez 11 frases que ficaram emplemáticas na Bacia, na época, de segurança de informação. E aí, teve um fato interessante, teve um ano que teve um vírus chamado I love you e ele entrou, casualmente e ironicamente, na plataforma P-24, por um e-mail de um gringo que veio do exterior. Estava começando uma grande, vamos dizer assim, invasão no mundo inteiro com esse vírus e a gente foi pego na Bacia de Campos, e, isso fez com que a gente tivesse um trabalho gigantesco, porque a gente não estava preparado naquele ano, no comecinho de 2001, 2000, 2001. A gente não estava preparado pra esse vírus e na semana que ele entrou, na semana seguinte a gente tinha auditoria pra se certificar em SMS. Então, a gente conseguiu fazer um trabalho de bastidor, em que o auditor ia na gerência A e tudo que ele precisa ver, lá, estava tudo funcionando sem vírus nenhum. Só, que a gente passou todas as noites aqui dentro, tirando tudo que estava contaminado e colocando tudo no ar de novo.
P/1 – Um mutirão desesperado?
R – Não, foi organizado. Eu sempre defendi muito a organização, é meu lado, vamos dizer assim, alemão, é muito, vamos dizer assim, de rotina operacional, é muito certo nisso aí. A gente planejou: “Vamos fazer assim, assim e assim”, pra não ter desespero.
P/1 – Você é descendente de alemão?
R – Sou. Sou a terceira geração de alemães no Brasil.
P/1 – Naceu em Porto Alegre?
R – Nasci em Porto Alegre. A família chegou fugida da guerra em Paranaguá, ficou em Blumenau, eu tenho grande parte da família em Blumenau e um pedaço foi pro sul, que é o meu avô e, daí, vem o meu pai e eu, aqui, no Brasil alemão.
P/1 – Você é o primeiro petroleiro da família?
R – Que eu tenha, acho que sim, Zimmermann lá do sul, sim. Mas hoje acho que já tem uns 10 ou 12 Zimmermann. No passado tinha uma senhora, Tania Zimmermann, que era, também, uma colega bem antiga da companhia, mas acho que era Zimmermann da família que ficou no Rio, ali. Quem vai em Botafogo tem, ali, o núcleo da família Zimmermann, ali, colocado.
P/1 – E sempre em terra?
R – Não, eu trabalhei muito no mar. De 80 até 83, quando eu comecei a trabalhar como geólogo de campo, como a gente chama. Não existia geólogo suficiente pra dar conta do serviço da Petrobras. Nós entramos em 12, metade foi pra rua, por questões de saúde, porque o stress era muito grande, a gente ficava embarcado, na época, por lei, 14 dias e folgava 14, só que o meu menor tempo de embarque foram 21 dias e meu maior 30. E meu menor período em casa foram algumas horas com a minha mulher, que eu passei em casa, cheguei de manhã, almocei, tomei um fogo de vinho e voltei embarcado pra trabalhar de noite. Não tinha geólogo pra trabalhar. Foi o auge de perfuração da Bacia, a gente furava uns 80 poços por mês aqui na Bacia. Foi uma coisa, assim, muito acelerada, foi um investimento pesado da Petrobras, e que a gente participou pesado disso aí.
P/1 – Em que momento você percebeu que a Bacia de Campos seria um marco na história nacional? porque era um momento que não tinha tecnologia, não tinha profissionais, enfim, foi quando você entrou?
R – Em 80.
P/1 – E, hoje, o quadro é o que a gente vê aí. Então, em que momento você acha que o salto de qualidade foi definitivo e decisivo?
R – A Bacia? Começou na década de 90, a gente teve uma série de mudanças quando se fundiu orgãos aqui. Se criou, na época, o chamado EPBC, Exploração e Produção da Bacia de Campos. Ali, houve todo um rearranjo de esforços da companhia, a gente tinha uma unidade integrada, que, realmente, tinha uma outra forma de trabalhar, ela se otimizava muito nas coisas. E o gerente daqui, ele era muito pragmático nas coisas, então, ali, que a gente deu um salto muito grande. Foi em 95, foi o ano que se começou, de fato, a rodar esse modelo de gestão. Se preparou de 90 pra 95, em 95 começou a rodar e a gente foi embora.
P/1 – E com essa visão global, você imagina, você me diria que o maior crescimento, o momento mais importante foi qual ?
R – Ah, não dá pra dizer.
P/1 – Não dá pra ver?
R – Falar isso olhando pra trás é muito fácil, só que a gente continua crescendo de forma quase que exponencial.
P/1 – Isso não é passado?
R – Não. Já passei essas fases todas de ocupar um bloco inteiro sozinho, hoje, não tem lugar pra ninguém sentar. Têm os mega prédios sendo feitos aqui dentro da base. A gente está fora da base por não ter lugar. É uma coisa que, aí, é o momento que a gente não sabe aonde vai parar. Com os campos novos, agora, que tem, aí, na frente, descobertos, que a gente não sabe o tamanho que vai ser, então, isso aí não dá pra dizer.
P/1 – É incalculável?
R – É, não dá pra dizer, que a curva é como a do petróleo, uma curva exponencial, tem um patamar, ela fica um tempo, depois, ela salta de novo e vai embora. É, mais ou menos, como na geologia pra gente, um mais um, geralmente, é 20, é 30. Não é dois, não.
P/1 – Te emociona saber que você construiu essa história junto?
R – Sim, porque eu entrei na Petrobras, aceitei o convite e vim trabalhar na Petrobras, porque eu queria ajudar o Brasil a ter um outro futuro. Eu podia ter ido embora do Brasil, eu podia ter ido trabalhar no mercado privado, mas por uma questão de idealismo de família. O meu pai, a minha mãe, a gente entrou na Petrobras pra fazer algo diferente e acho que deu pra, eu terminando o projeto, acho, que dá pra dizer que sim.
P/1 – E você convive e conviveu na plataforma com gente de todos os estados. Você faz questão absoluta de marcar posição, eu sou gaúcho, esse orgulho de ser gaúcho, é orgulho mesmo ou é uma necessidade de diferenciar de que eu faço?
R – Não, isso é muito do estado mesmo, o gaúcho tem orgulho da sua tradição. Eu estava brincando com o pessoal ali fora. A gente fundou o CTG aqui em Macaé. Eu conheço os donos de empresa que faz chimarrão, né, a erva chimarrão, a gente conhece as pessoas. Já teve lojas de gaúchos aqui em Macaé. É uma questão de orgulho mesmo.
P/1 – O CTG é?
R – O CTG é o Centro de Tradições Gaúchas, a gente tem ele aqui em Macaé, também. Hoje, o melhor deles é o de São Pedro da Aldeia.
P/1 – E isso foi um núcleo de gaúchos, uma colônia de gaúchos?
R – Foi, na época, eram 40 malucos, hoje, tem, aqui, algumas centenas.
P/1 – E vocês se encontram?
R – Se encontra, faz churrascadas. Só que eu tenho um problema, que eu já não como mais carne. Depois que eu fiquei na TI, foi o preço que eu paguei de trabalhar com a minha saúde. Eu fui um gerente só pra 680 pessoas. Eu não tinha nenhum subordinado, abaixo de mim, oficialmente delegado, então, eu não podia sair de férias, porque tinha quem assinar os contratos, as medições, ficava tudo comigo. Então, eu passei cinco anos sem tirar férias. Em 2004, eu parei no hospital e tive que colocar transplante de safena. Mesmo sendo corredor de maratona, mas não teve jeito.
P/1 – Então, o maior desafio foi esse, um gaúcho que não pode comer carne? Enfrentar isso aí?
R – Talvez seja por aí. O sentir o odor do churrasco, lá, que é muito bom e não poder comer carne. Mas é por princípio, hoje, é por princípio.
P/1 – Já é menos mau, né?
R – É. Não é por necessidade, é por princípio mesmo.
P/1 – E em relação a esse projeto que a gente está desenvolvendo aqui, de memória, de resgatar a memória, como que você avalia que isso pode funcionar pra empresa?
R – Não, eu acho importante. Eu espero que, realmente, a informação seja usada, vamos dizer, na sua versão, aí, o mais próximo da verdade pessoal de cada um. Porque eu, também, tenho dentro da companhia, você falou: “Têm emoções positivas e têm negativas”. E eu gostaria de registrar uma que, realmente, é extremamente pesada pra mim aqui dentro. A TI da Petrobras fez um livro contando a história da TI da Bacia de Campos. E a história que tá lá contada não foi a história que aconteceu aqui. Lá, a Bacia de Campos, não é colocado os prêmios que a gente ganhou internacionais. Não é colocado o que aconteceu aqui da política de segurança. É a história contada por quem está hoje no poder, né? Então, esse é um ponto que, realmente, as pessoas que trabalham aqui, eu conheço todo mundo aqui da TI, né? As pessoas sentem isso. Isso é uma forma que. Quem trabalhou e quem construiu isso, fica, no fundo, até chateado com o resultado que deu.
P/1 – E essa história nós chegamos a contar aqui ou tem alguma coisa que está faltando? Porque é importante que a gente faça esse registro de uma maneira...
R – Em parte, sim. Mas a TI foi muito importante pra mim, mas eu, por exemplo, eu fui pra área de compras da Bacia de Campos com um desafio que o diretor Estrella, me pediu na época, o gerente geral me colocou. E pela minha forma de ver, aí, as coisas eu tornei da Petrobras a primeira gerência que tinha zero papel de uma área de compra, que era tudo com pasta, a gente terminou com o papel. É, eu consegui de, lá, sendo geólogo e não entendendo nada de norma construtiva. Hoje, tem uma norma brasileira de como se constrói válvula pra fazer injeção de fluxo de petróleo no país. Que a gente construiu com o trabalho, com os colegas, numa visão de trabalhar em equipe, que eu acho que todo mundo contribui pro melhor, um trabalho, realmente, de esforço conjunto. Nós conseguimos construir isso pra companhia e pro país. Eu, hoje, na área de SMS estou trazendo tecnologias que não têm no Brasil, eu tenho, por exemplo, na minha sala, um bebedouro de água que a gente está colocando pra trabalhar, que tira a umidade do ar. Ele está sendo desenvolvido, por provocação da gente, na Inglaterra, pra ser tocado por vento e por energia solar e que tira a água do ambiente. Então é um equipamento auto-suficiente que a gente vai começar a usar, aí, com recursos que, hoje, é escasso no mundo, que vai começar a consumir o 0, 00001% de ar e tirar a umidade do ar, que aqui em Macé é muito grande. Então, a gente já bebe água, hoje, disso aí. Estou trazendo um equipamento pra tratar resíduo, que é novo no país, que, também, não tem. Uma forma que a gente está trazendo que é tratar o resíduo por plasma e acabar, ali, com toda a pendência que a gente têm. Hoje, tem um resíduo altamente contaminante, quer dizer, eu tenho que ficar guardando ele 20, 30 anos e poder ter o risco de contaminar o meio ambiente. Então, é uma questão de cultura mesmo, da geologia e pessoal, né?
P/1 – E essas tecnologias novas estão vindo só pra Bacia de Campos ou é uma política...
R – A gente está trazendo primeiro pra cá, porque ainda é o maior negócio da companhia, então, precisa disso. Eu gerencio, hoje, a área de gestão de resíduo, entre outras coisas, e a gestão de resíduo todinha da Bacia de Campos. Então, tudo que é gerado aqui, do copinho à peça de equipamento, eu que trato, destino. Tem que ter tudo isso controlado pros órgãos ambientais. Então, a gente sabe que isso é um impacto pro negócio, a gente deixa de produzir óleo por causa de resíduo. O IBAMA não dá licença pra gente se não tiver isso bem colocado, bem corretamente.
P/1 – Bem, muito obrigada, Zimmermann. Tem alguma outra questão, que nós não tocamos, que você considere importante registrar?
R – Não. Acho que coloquei tudo de importante aí. Acho que ficou registrado.
P/1 – Está ótimo. Obrigada.
R – Obrigado à vocês pela oportunidade.
P/1 – Obrigada.
(FINAL DA ENTREVISTA)Recolher