Projeto memória dos trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Rosidéia Viana da Silva
Entrevistada por Inês Gouveia
Macaé, 04/06/2008
Realização Museu da Pessoa
Entrevista no PETRO_CB346
Transcrito por Luísa Lima
P/1 – Vou começar pedindo pra você me dizer seu nome completo, seu...Continuar leitura
Projeto memória dos trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Rosidéia Viana da Silva
Entrevistada por Inês Gouveia
Macaé, 04/06/2008
Realização Museu da Pessoa
Entrevista no PETRO_CB346
Transcrito por Luísa Lima
P/1 – Vou começar pedindo pra você me dizer seu nome completo, seu local e sua data de nascimento. O local que você nasceu e a data de nascimento.
R – Tá. Eu sou Rosidéia Viana da Silva. Eu nasci em Campos dos Goytacazes e minha data de nascimento é 14 de março de 1968.
P/1 – Há quanto tempo você trabalha na Petrobrás, Rosidéia?
R – Há 18 anos e dez meses.
P/1 – E como é que foi pra você entrar na Petrobrás? Qual foi a motivação que te fez vir pra cá?
R – É, em 1986, eu fiz um estágio aqui na Petrobrás. Fiz uma prova, né, e passei e fiz um estágio. No período de estágio, pintou o concurso pra auxiliar de escritório em 1987. Eu fiz o concurso e passei no mês de março, só que, naquela época, o governo trancou as admissões. E eu aguardei por dois anos e pouco. E no dia três de agosto de 1989, não, no dia dois de agosto de 1989, eu recebi o telegrama pra comparecer aqui no dia três de agosto de 1989.
P/1 – Você se lembra do seu primeiro dia de trabalho?
R – Lembro. Eu fui admitida, né, pelo setor de pessoal e fui direcionada, também, pra essa gerência onde eu trabalhei durante oito meses, no setor de pessoal. Um belo dia, o assessor de comunicação, no caso, da Petrobrás, aqui da, na Bacia de Campos, né, é Antonio Luís Pinto de Bessa, era amigo do meu gerente, o Aluísio. Ele veio conversar com o Aluísio e lá, não sei qual foi o papo, na saída da sala ele me pegou pelo braço e falou "Agora você vai trabalhar na assessoria de comunicação", que foi em 1990. E eu não sabia nem pra onde eu estava indo, porque eu estava ainda conhecendo a empresa. O que eu sabia é que a comunicação, é, divulgava os informativos, né? Fui, praticamente, arrastada pra lá e estou lá até hoje, né? É, na época do Antonio Luís conheci várias pessoas, né? Tive oportunidade de convidar um amigo meu que é da área de jornalismo, Nílton Marguço de Arruda, que também era do setor de pessoal, pra ir pra lá, contribuir com a equipe. Depois, em 1994, é, o Antonio Luís se aposentou e aí veio outro assessor de comunicação, que é o José Francisco de Oliveira Neto, que foi, que ficou durante nove anos na comunicação. Que depois virou, de assessoria de comunicação, virou comunicação empresarial. E esse gerente foi que me deu mais oportunidades profissio... é, de crescimento profissional dentro da companhia.
P/1 – Rosidéia, qual é a sua função hoje dentro da Petrobrás? Tanto o nome dela e, se você puder, também, pra descrever o que você faz.
R – É, eu, nesse período, né, de 1994, eu tive, é, meu filho nasceu em 31 de agosto de 1994 e eu tive a licença maternidade. Quando eu retornei, em janeiro de 1995, o José Francisco, ele me convidou pra trabalhar na área de eventos. Aí eu fui coordenar vários eventos. O dia Petrobrás da criança, o espaço cultural que era aqui mesmo no CPD no térreo, é, o evento dos empregados completavam, completaram 10, 20, 30, 40 anos de Petrobrás, que eu coordenei durante 11 anos, até o ano de 2005 e, é, nesse período, né, de 2003 pra cá, eu também fui trabalhando com a área de responsabilidade social. Na verdade, a Petrobrás vem trabalhando com a responsabilidade social há muitos anos, só que só foi entrar na sua missão e visão a partir de 2003, não é? Então, eu fui me dedicando mais a essa área de responsabilidade social. E, em 2006, eu, é, passei a coordenar, né, a área de responsabilidade social da Petrobrás na Bacia de Campos. Onde, dentro dessa área, têm vários projetos. Eu vou citar um deles, tá? Primeiro eu vou falar, no caso, da missão da Petrobrás, né? Atuar de forma segura e rentável com responsabilidade social e ambiental nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades dos clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua.
P/1 – Rosidéia, qual você acha que foi o seu maior desafio, você, como trabalhadora da Petrobrás, aqui dentro, ao longo desses quase 19 anos?
R – Meu maior desafio foi trabalhar, é, assumir essa coordenação da área de responsabilidade social. Na verdade, eu estou como coordenadora, né? A gente passa pelos lugares, né? E, eu acredito muito na transformação das pessoas através dos projetos sociais da Petrobrás, né? Do cidadão. E eu vou citar aqui alguns programas sociais. Petrobras Programa de Criança, que existe aqui em Macaé desde 1987, atendendo crianças de sete a 14 anos residentes em áreas de alto risco social e matriculadas e freqüentando a rede municipal de ensino. E a Petrobrás, o que é que ela oferece? Oferece oficinas. De dança, de teatro, de música, de artes, referência pedagógica, inglês, informática. E, em Campos, esse programa foi implantado em 2004 e eu tive a oportunidade de participar desde o início, né, em Campos, é, mais 200 crianças. E no ano de 2008, nós estamos aumentando, ampliando esse programa. Só aqui no município de Macaé, nós vamos sair de 200 pra 1563 crianças. No município de Campos, vamos sair de 200 pra 2216 crianças e adolescente, né, porque, na verdade, de sete a 14 anos. Em Quissamã, nós vamos atender em torno de 250. Carapebus, 240 e Casimiro de Abreu também 250.
P/1 – Diante dessa diversidade com a qual você se relaciona, não só dentro da Petrobrás, mas também, fora dela, no entorno, com a comunidade, tem alguma história, assim, interessante que você possa contar pra gente? Eu fico pensando, até me interessou bastante, a coisa dos dias, né? O dia da criança, enfim, a homenagem ao trabalhador. Há alguma história que você possa nos contar?
R – Há sim. Especificamente, um programa de criança de Campos onde, é, uma criança, né, brincando lá numa praça de Campos, levou um tiro de bala perdida. E essa criança, ela, os médicos, né, atenderam e falaram que ela não ia andar nunca mais. Só que a força de vontade foi tão grande, a ajuda, né, dos profissionais, envolvimento da família, enfim, do... da própria prefeitura, né? E aí, essa criança ficou três meses internada, depois foi pra casa e hoje ela já está dando os passinhos dela, né? Ou seja, é aí a presença de Deus, né? Porque tornar o impossível possível, né? Isso é que mais me marcou no programa de criança. Agora temos outros programas que eu vou falar aqui pra vocês.Temos o programa de leitura, que é um programa fantástico. Esse programa de leitura são cinco bibliotecas volantes, que percorrem os 17 municípios da área de influência da Bacia de Campos. Quais são eles? É: Maricá, Saquarema, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Araruama, Armação de Búzios, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Macaé, Quissamã, Carapebus, Conceição de Macabu, Campos dos Goytacazes, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra. São bibliotecas volantes, né, que visitam as escolas emprestando livros, né, às crianças, incentivo à leitura. São 310 mil alunos atendidos. É, 300 escolas, 310 escolas e ainda tem a capacitação profissional pros nove mil professores dessa rede pública municipal aí dos 17 municípios. É fantástico esse programa. E esse certificado que é oferecido pelo programa de leitura, Petrobrás - Bacia de Campos, ele é reconhecido pelo Ministério da Educação, essa é a diferença. Além disso, têm oficinas de teatro, ou seja, não trabalha só a leitura. Trabalha o teatro, envolve a família, porque a criança leva o livro pra casa.
P/1 – Como que o trabalho, nesse tipo de ação social da Petrobrás, como que isso interferiu na sua vida, na vida da Rosidéia?
R – Olha, na minha vida pessoal, né? O que é que acontece? Primeiro eu agradeço a Deus essa oportunidade, né? Porque é uma oportunidade ímpar, né? Uma empresa maravilhosa como essa, que a gente veste a camisa, né? Agradeço primeiro a Deus, segundo aos meus pais e terceiro ao meu filho, que fica tanto tempo longe de mim. Porque, a gente se dedicando assim à empresa, não tem hora pra chegar à casa, não tem, né, tem dia que eu nem vou a Campos, que eu moro lá, né, fico aqui, trabalhando até tarde, né? E... e queria logo fazer um agradecimento a algumas pessoas durante esse tempo todo, antes de complementar, né, completar a fala dos outros programas sociais. Queria fazer um agradecimento a pessoas que passaram pela minha vida e ficaram: Antonio Luís Pinto de Bessa, que foi o primeiro assessor de comunicação; José Francisco de Oliveira Neto, pelo crescimento profissional; Nílton Marguço de Arruda, que foi um colega excelente e é meu amigo; Maurício Gomes Pacheco que hoje, trabalhou comigo durante nove anos, e hoje é assessor do Carlos Eugênio, o gerente geral da UNBC; a Débora Rangel de Freitas que também trabalhou comigo; Maria das Graças Gonçalves e Eduardo (Cequim?) dos Santos, que é uma pessoa muito especial. São pessoas que trabalharam comigo durante esse período na comunicação. Aí, depois virou comunicação e segurança de informações, né? E aí, vamos de falar de um grande programa agora que é o Programa Petrobrás Jovem Aprendiz. É pra atender a lei 10.097 de 2000, né? Promover, o objetivo é promover a inclusão social de jovens residentes em áreas consideradas de alto risco social, por meio de sua qualificação social e profissional, contribuindo para a sua... para a melhor inserção no mercado de trabalho. O que é que acontece? A primeira edição foi de 2006 a 2008. Só aqui na Bacia de Campos, né... A Petrobrás, ela, é, a cota, ela poderia optar pela cota mínima, que era 5% dos seus empregados próprios, ela optou pela cota máxima. Então, só aqui na Bacia de Campos, é, foram 650 jovens selecionados, que tiveram essa oportunidade. Em cinco municípios: 80 do município de Rio das Ostras, 220 de Macaé, 270 de Campos dos Goytacazes, 40 de São Francisco de Itabapoana e 40 de São João da Barra. Agora vamos falar do Bazar Social. O Bazar Social, o que é que nós fizemos? O Bazar Social. É, criamos um bazar com os programas que já existiam na Petrobrás. Programas que foram selecionados pela seleção pública de projetos. Na época, o Petrobrás Fome Zero, em 2004. Alguns programas foram selecionados. De Campos, uma comunidade do Matadouro; de Rio das Ostras, comunidade da Novo Horizonte; aqui em Macaé, a comunidade do Morro de São Jorje e Quissamã, de várias comunidades lá, do Machadinho a outras. Pegamos essas comunidades juntamos com um programa que a gente tem que é o Programa Mosaico, voltado pra comunidades de pesca, pro pescador e seus familiares. E criamos o Bazar Social, aqui dentro da Petrobrás no centro de convivência. O sucesso foi tão grande, né, e, em três semanas aqui venderam dez mil reais, ou seja, sete comunidades venderam dez mil reais. Aí, não vamos para por aí, né? Vamos tornar esse bazar itinerante. Fomos buscar parcerias com outras empresas. Aí fomos pras empresas. Fomos pro Sindipetro, fomos pra empresa Halliburton, _________, é, Cameron, deixa eu ver se eu lembro de mais alguma aqui, pra falar pra você... São muitas empresas, a gente acaba esquecendo. Tá aqui: Sindipetro, Mendes Júnior, Techint, _________, _________, Cameron, Brasil Center, (Abble?), BJ... só. E, além disso, nós tivemos outros convites. O sucesso foi tão grande, né, que agora em 2008 nós tamos fazendo a segunda edição. A primeira foi em 2007 e a segunda em 2008. Em 2008 nós incluímos uma fundação de Rio das Ostras, que é a fundação Joanna de Angelis. Que ela faz um trabalho voltado pra mães adolescentes, é, né, que engravidam e têm oficinas e essa mãe sai de lá já com o enxoval, não é, pronto, e ela é acompanhada durante seis meses. Então, esse Bazar Social itinerante é um dos programas nossos também de sucesso. Vamos falar da Sociedade de Ensino e Terapia Macaense. A Petrobrás, é... É uma escola aqui em Macaé, né? Voltada pra pessoas com deficiência e a Petrobrás mantém esse aluguel através de convênio desde 1994. Quando foi em 2002, foi assinado um convênio para que a Petrobrás construísse essa sede. A prefeitura doou o terreno e a Petrobrás em 2006 iniciou a construção da sede e foi entregue em dezembro de 2007.
P/1 – Rosidéia, o que você achou de ter participado do projeto Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos?
R – É uma grande satisfação pra mim, primeiro em fazer parte dessa grande empresa que é a Petrobrás, e ter a oportunidade de deixar aqui, né, é... a minha história, né? Parte da minha história, né? Porque é difícil a gente contar tudo em 20 minutos, meia hora. Mas, eu gostaria de deixar uma mensagem dessa área que eu estou atuando no momento, que é sobre a responsabilidade social: É dirigida às atividades da empresa, comprometendo-se com o desenvolvimento sustentável da sociedade. É ter uma gestão baseada na transparência e na ética. É nortear-se pela preservação dos recursos ambientais, respeito à diversidade e desenvolvimento com cidadania e inclusão social. Eu queria dizer a vocês que a Petrobrás é uma empresa de energia. E feita de pessoas. E focada no desenvolvimento de cidadãos. E que o investimento, em 2007, só na área de responsabilidade social, aqui na Bacia de Campos, ficou em torno de dez milhões, 403 mil, 15 reais e 58 centavos. Muito obrigada.
P/1 – Ok. Obrigada, Rosidéia.
FIM DA ENTREVISTA
(Cequim?)
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