IDENTIFICAÇÃO
O meu nome é José Luiz Gomes de Souza. Nasci em Crissiumal, na região noroeste do Rio Grande do Sul em 26 de janeiro de 1960.
INGRESSO NA PETROBRAS
Eu ingressei através de concurso. Fiz o concurso em 1983 e entrei na Refap em 1985.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Eu en...Continuar leitura
IDENTIFICAÇÃO
O meu nome é José Luiz Gomes de Souza. Nasci em Crissiumal, na região noroeste do Rio Grande do Sul em 26 de janeiro de 1960.
INGRESSO NA PETROBRAS
Eu ingressei através de concurso. Fiz o concurso em 1983 e entrei na Refap em 1985.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Eu entrei na vigilância. A vigilância era para toda a unidade. Fiquei dois anos ali na segurança interna, que era o nome da época. Depois, fiz concurso interno e fui para a segurança industrial, que hoje é GSM. Após seis anos nessa área, eu fiz concurso para a operação e hoje sou operador da Unidade de Destilação. Eu sou técnico em segurança, eu tenho formação na área. Tenho paixão também por trabalhar na questão ambiental e na área de segurança. Isso acabou me levando a ser o diretor de saúde e meio ambiente. Por uma questão até da forma como era a Empresa naquele momento – a segurança industrial não tinha um caráter técnico, era mais de acompanhamento e tal – acabei me desiludindo com esse setor de segurança. Houve uma reforma na segurança, hoje todos são técnicos e atuam de acordo com as normas técnicas previstas pela lei. Mas naquele momento não era assim. O ajudante de segurança, o auxiliar de segurança – como chamava – era apenas um executante que dirigia o caminhão, que apagava fogo e que não tinha nenhuma inserção. Ficava tudo na área de engenharia de segurança, que era quem fazia essa parte mais técnica e mais apurada na questão ambiental e também na questão de segurança e saúde do trabalhador. Eu acho que o papel do Sindicato foi no sentido de fazer a pressão. Houve muita pressão. Em determinado momento, a Empresa acabou cedendo e reformulando a postura, reformulando alguns setores importantes; a segurança é um de deles. Isso aconteceu ainda na década de 1990.
SINDICATO
Eu sou sindicalizado desde o segundo dia em que eu entrei na Refap. Eu sou o atual presidente do Sindicato, desde primeiro de junho de 2005. Antes de assumir a presidência, fui, durante duas gestões, diretor de Saúde, Segurança e Meio-ambiente.
RELAÇÃO SINDICATO - PETROBRAS
A relação do Sindicato com a Petrobras tem nos últimos anos adquirido um perfil mais solidário e mais atencioso – por parte da Empresa nas demandas do Sindicato, nas solicitações do Sindicato. Temos tido uma resposta diferenciada dos outros tempos.
REFAP S.A. A nossa questão, particularmente, é a Refap S.A, que é uma subsidiária. Eu posso dizer que pra nós foi uma das maiores demandas da categoria, principalmente daquele pessoal que fez concurso para a Petrobras e que na manhã do dia primeiro de janeiro de 2001, foi surpreendido pela privatização de 30 % dos ativos da Refap. Somado à isso, a sucessão dos trabalhadores é um fantasma que nos ronda até hoje. Não conseguimos admitir a forma truculenta que foi feito o processo, onde os trabalhadores não tiveram uma participação. Não houve discussão com a representação dos trabalhadores, enfim o resultado disso tudo é uma insatisfação generalizada que ainda permanece. Apesar de tudo, a vida continua. Mas a gente, sempre que possível, tem feito gestão nesse sentido de tentar corrigir ou buscar minimizar alguma coisa.
AMPLIAÇÃO DA REFAP
Essa ampliação está sendo para nós, enquanto trabalhadores e enquanto região sul, muito importante. Ela vem trazer desenvolvimento e crescimento para a nossa região. Mas tem algumas coisas que eu vou chamar do “fantasma do paradigma neoliberal”. Ele não vai embora e permanece aqui na Refap. Ele está na nossa sombra, ele está na nossa volta e a gente ainda não conseguiu superar ou passar para uma tranqüilidade maior. Uma obra desse porte, com uma Empresa desse porte, com o potencial que tem, não interessa para nós que ela cresça verticalmente com grandes lucros e tal. Logo ao lado, no entorno da Refap, já está instalado um grande bolsão de pobreza, de miséria. Essa não é sociedade que, pelo menos eu, espero para o nosso futuro.
RELAÇÃO SINDICATO – PETROBRAS
Já conversamos sobre isso com a empresa. Houve alguns momentos em que a gente cobrou, mais ao nível da Petrobras. Temos cobrado sistematicamente essas questões. Eu já conversei com o próprio presidente Gabrielli sobre isso. Aqui na Refap, temos encontrado um espaço maior de diálogo, mudou, porém hoje as decisões estão bem acima. Então, esse jogo político tem todo um peso que talvez falte um pouco de pressão, até de nós mesmos, para conferir um resultado que seja aquele que a categoria quer, aquele que a sociedade espera que seja.
SER PETROLEIRO
Ser petroleiro, acima de tudo, é um espaço gratificante muito bom. Sabendo da responsabilidade que é uma Empresa que movimenta um país energeticamente e que a gente faz parte desse processo, isso é gratificante para todos nós que estamos aqui dentro. Eu tenho 23 anos de trabalho como operador e conheço a Refinaria, a Refap, muito bem. Até o fato de passar por outros setores me deu essa possibilidade de conhecer mais a Refinaria. E posso dizer com tranqüilidade que o grau de satisfação de ser petroleiro é muito alto, com todas as adversidades, com todos os problemas que temos, mas que a gente ainda sonha em um dia buscar a resposta para esses problemas.
MEMÓRIA PETROBRAS
Eu sou obrigado a confessar que aqui, por ser no Cone Sul, no canto dessa América - Latina, temos tido pouco informação a respeito do Projeto Memória. As informações que temos é através da FUP, que tem nos balizado alguma coisa. Isso gerou uma expectativa de levar aquilo que os trabalhadores conhecem, aquilo que os trabalhadores pensam para o resto desse mundão que se chama Brasil.Recolher