Memória Avon
Entrevistada por Luani Guarnieri Bueno e Laudicéia Benedito
Depoimento de Maria Lidoina Bezerra
São Paulo 09 de junho de 2008
Realização Museu da Pessoa
Depoimento AV_HV009
Transcrito por Denise Yonamine
Revisado por Bruna Ghirardello
P/1 – Bom dia gostaria que você começasse...Continuar leitura
Memória Avon
Entrevistada por Luani Guarnieri Bueno e Laudicéia Benedito
Depoimento de Maria Lidoina Bezerra
São Paulo 09 de junho de 2008
Realização Museu da Pessoa
Depoimento AV_HV009
Transcrito por Denise Yonamine
Revisado por Bruna Ghirardello
P/1 – Bom dia gostaria que você começasse falando seu nome completo, local e data de nascimento?
R – Meu nome é Maria Lidoina Bezerra, eu nasci no dia 30 de maio de 1958, em São Paulo.
P/1 – E qual é a sua atividade atual?
R – Eu sou assistente administrativa de gerência.
P/1 – E qual o nome dos seus pais?
R – Meu pai, já falecido, chama-se Francisco Bezerra Filho e minha mãe Lindalva Alves Bezerra.
P/1 – E eles trabalhavam com o quê?
R – Meu pai era motorista e a minha mãe trabalhava em casa, como trabalha até hoje.
P/1 – Seu pai era motorista de quê?
R – Meu pai era motorista da CMTC, motorista de ônibus, trabalhou muitos anos, inclusive.
P/1 – E qual a origem da sua família?
R – Meus pais são cearenses, meu pai nasceu no Crato e a minha mãe nasceu em Santana do Cariri.
P/1 – E você nasceu já aqui em São Paulo, né?
R – Sim, eu sou paulista.
P/1 – Quando eles vieram pra cá?
R – Olha, não sei te dizer, eu sei que eles se conheceram no Ceará e se casaram aqui, mas assim exatamente a época eu não sei.
P/1 – Você tem irmãos?
R – Tenho, seis irmãos.
P/1 – Nossa, família grande. Vamos conversar um pouquinho sobre a sua infância, onde você morava?
R – Eu sempre morei no Jabaquara, sempre na Zona Sul.
P/1 – E como era a casa e o cotidiano?
R – Eu venho de uma família muito simples, mas de uma família amorosa, eu tenho seis irmãos maravilhosos e eu tenho assim muito carinho por eles, e tenho certeza que eles tem por mim também.
P/1 – E quais eram as suas brincadeiras prediletas?
R – Ah, eu adorava jogar queimada, adorava!
P/1 – E além da queimada tinha mais alguma?
R – Não, que eu me lembre bem mesmo é a queimada, assim que ficou na minha mente que eu me divertia bastante.
P/1 – Era na frente de casa?
R – Isso, isso na frente da minha casa.
P/1 – E como era a cidade, como era São Paulo nessa época?
R – Bom, muitas vezes eu passo onde eu morava, hoje está super diferente construíram um viaduto, tinha uma fábrica no passado, demoliram muitas casas, está super diferente hoje, mas a minha casa ainda está lá. Interessante, mas ainda está lá.
P/1 – E você mora na proximidade?
R – Agora não, agora não mais, né? Depois que eu me casei eu moro, assim, mais próxima da Avon.
P/1 – E quais as lembranças mais marcantes da sua época de infância?
R – Ah, eu comecei a trabalhar muito nova, né, mas assim, eu tinha bastante liberdade na minha casa, nós fomos sempre muito unidos, então eu tive uma vida estável.
P/1 – E quando você começou os estudos?
R – Ah, eu comecei com seis anos e meio, né, eu fiz o primeiro ano, com seis anos e meio.
P/1 – E como era a escola?
R – Ah, era um colégio simples, do Estado, né, e bom, melhor do que hoje.
P/1 – E quais cursos realizou?
R – Eu fiz faculdade de Letras, né, e fiz alguns cursos na Ibero Americana de Literatura, né, e atualmente eu estudo. Eu também fiz um curso na Ibero de espanhol e, atualmente, eu retomei o espanhol e também estudo inglês.
P/1 – Chegou a trabalhar em algum momento com a sua área de Letras?
R – Na verdade a minha função requer, né, o meu estudo porque você tem que se expressar bem, né, você tem que saber redigir, então tá meio que embutido, né, na minha profissão. Eu dei aula por um tempo, mas foi só pra cumprir uma carga horária, porque quando você sai da faculdade você tem que cumprir uma carga horária, então é necessário que você faça, então eu dei aula por um tempo.
P/1 – E o que influenciou na escolha da sua carreira?
R – Na verdade eu nunca pensei em ser uma secretária, as oportunidades foram surgindo e, aí, eu estou secretária.
P/1 – Com quantos anos você começou a trabalhar?
R – Eu comecei a trabalhar com 17 anos.
P/1 - Qual foi o seu primeiro emprego?
R -
Avon.
P/1 – Já foi Avon. Então você não trabalhou em mais nenhum outro lugar?
R – Não, eu trabalhei. Eu trabalhei porque quando a gente vem de uma família mais humilde é necessário que você ajude, né, a sua família financeiramente, então eu trabalhei. Eu trabalhei numa clínica de fisioterapia, eu trabalhei numa clínica dentária, eu trabalhei numa fábrica de alho, eu trabalhei numa cartonagem, tudo por pouco tempo, mas eu trabalhei e em 1975 eu comecei, eu ingressei na Avon.
P/1 – Ah, então tudo isso foi antes de entrar na Avon?
R – Perfeito, tudo antes.
P/1 – E como você entrou na Avon?
R – Eu conhecia um senhor que trabalhou também na Avon, que não está mais conosco, mas que me apresentou, que me deu essa oportunidade e aí eu comecei a trabalhar na fábrica. Em 1975 eu comecei a trabalhar na fábrica.
P/1 – Ah, e com qual função?
R – Eu trabalhava na fabricação, auxiliar de embalagem na época chamava.
P/1 – E você já conhecia a Avon antes de trabalhar lá?
R – Sinceramente não. Eu era muito jovem, eu acho que a gente não se liga muito nisso, né, eu tinha dezessete anos eu não me recordo de ter ouvido falar, enfim eu não me lembro disso.
P/1 – Em que ano foi que você ingressou na Avon?
R – Em 1975.
P/1 – Qual foi a primeira impressão que você teve quando entrou lá?
R – Ah, eu fiquei assim meio que desesperada, porque uma empresa muito grande, eu havia trabalhado em lugares pequenos, então eu achei aquilo maravilhoso, né, muita gente, eu me senti meio que perdidinha, mas ao mesmo tempo muito feliz, por ter tido uma oportunidade de trabalhar numa empresa tão grande.
P/1 – E você lembra do seu primeiro dia de trabalho como foi?
R – Eu jamais poderia esquecer, porque no primeiro dia de trabalho eu tive que ficar um pouco mais além do horário, né, a Avon como sempre vende muito e quando eu entrei em 1975 não era diferente. E eu era auxiliar de fabricação e eu fiquei até as oito horas trabalhando e naquela ânsia de sair e de pegar o ônibus, porque a gente tinha condução, né, pra nos levar pra casa, eu com medo de perder, porque eu nem sabia ir pra casa, com certeza eu nem saberia ir pra casa eu fui subir a escadaria do vestiário pra me trocar e escorreguei e caí e rolei naquelas escadas no meu primeiro dia. Então assim jamais eu poderia esquecer isso, jamais, foi super hilário, né, eu fiquei toda errada, né, e todo mundo me socorrendo e eu sem conhecer aquelas pessoas e no meu primeiro dia, foi muito interessante, eu jamais me esqueceria disso, jamais.
P/1 – Mas não se machucou?
R – Não, não me machuquei, não me machuquei.
P/1 – Em qual localidade que você começou a trabalhar?
R – Na fabricação, eu era auxiliar de embalagem.
P/1 – E qual foi a sua trajetória então dentro da empresa?
R – Na verdade eu não me lembro o tempo, né, mas assim a minha trajetória eu me lembro muito bem, eu trabalhei de auxiliar de embalagem, depois eu fui trabalhar na área de SPD, não, minto, eu fui trabalhar na digitação, eu fui ser digitadora, depois eu trabalhei na área de serviço, depois da área de serviço eu fui pra área do estoque e do estoque eu fui pra área que eu estou hoje, que é garantia da qualidade.
P/1 – E como foi passar por essas etapas?
R – É super importante isso, é super, super importante quando você trabalha numa empresa grande como a Avon, quando você pode conhecer as pessoas, o departamento, o que elas fazem, porque isso contribui bastante pro seu serviço, né, pra desenvolver bem nos problemas que você tem no dia a dia. Você sabe exatamente com quem você tem que falar, quais são as pessoas, né, é super importante, é super importante, pra mim foi excelente.
P/1 – E como é essa coisa de ser gerente da garantia de qualidade?
R – Ser assistente? É muito bom! É muito bom, eu trabalho, eu lido com muitas pessoas, conheço muitas pessoas, o nosso departamento é focado na qualidade dos produtos, né, então é super importante mesmo.
P/1 – E como funciona esse departamento?
R – O nosso departamento ele funciona na qualidade mesmo do produto, né, é um filtro, é um departamento que é feito o produto, né, nós temos o laboratório, onde é desenvolvido o produto no sistema de qualidade dele, né, não que vá se fazer o produto, mas nós temos o controle de qualidade que também faz parte da garantia da qualidade, que também é a mesma área. Nós temos a microbiologia que aí sim é feito um estudo pra ver se tem contaminação, se não tem contaminação, é um departamento bem interessante.
P/1 – Que legal.
P/2 - Há quanto tempo existe esse departamento?
R – Ah, ele sempre existiu, sempre existiu. A qualidade dos produtos é super importante e eles são muito preocupados, a Avon é muito preocupada na qualidade dos produtos.
P/1 – E quais foram os principais desafios que você enfrentou ou ainda enfrenta na Avon?
R – Olha, sinceramente, eu não acho que eu tenho desafio assim, eu não tenho dificuldade, porque eu tenho muitos amigos, eu conheço muita gente, então todas as vezes que eu tenho uma necessidade de alguma coisa eu recorro e eu sou sempre atendida e sempre ajudada, então eu realmente não tenho assim nenhum problema, eu não tenho problema, eu só tenho o que agradecer meu trabalho, todas as vezes que eu tenho qualquer dificuldade, enfim eu sei que eu posso contar com alguém. Então eu realmente eu não me sinto assim.
P/1 – E quais são as maiores alegrias?
R – Alegria. Olha, alegria eu acho que é você poder trabalhar a tanto tempo numa empresa como a Avon que se preocupa com a qualidade, que se preocupa com as mulheres, que se preocupa sempre em fazer o melhor, né, eu tenho assim muita alegria de poder participar, de ser um membro dessa empresa há tanto tempo, né? Eu também como a Avon estou, eu acabei de fazer 50 anos e assim, pra mim, é uma felicidade poder fazer parte desse grupo, sinceramente, eu estou muito contente.
P/1 – E o que você considera a sua maior realização na Avon?
R – Maior realização? Ah, eu não sei assim te dizer a maior realização, meu trabalho mesmo, meu tempo, né, de casa, eu poder ter trabalhado todo esse tempo e estar ainda trabalhando, eu poder doar alguma coisa de mim, né, pra empresa, eu acho que essa é a minha felicidade, é eles poderem ver em mim uma soma, uma pessoa que pode ajudar de alguma forma, eu acho que é muito gratificante mesmo você trabalhar e ser reconhecida, é muito bom.
P/1 – Como é o seu relacionamento com os colegas de trabalho?
R – Nossa, é maravilhoso! É muito bom, eu tenho muitos amigos, eu fiz muitos amigos e assim eu gosto demais, demais e eu gosto muito de pessoas, eu sou muito feliz de poder ter conquistado tantas pessoas, e ter tantos amigos e assim, e ter algum problema ou alguma dificuldade com alguma coisa e ter sempre a quem recorrer, é muito importante, é muito importante.
P/1 – E o que a Avon representa pros funcionários?
R – Olha, pra mim a Avon representa muito, né? Na Avon eu conquistei os meus bens materiais, né, foi na Avon que eu conheci o meu marido. Eu tive dois filhos, eles ficaram no berçário da Avon, então assim pra mim acho que a Avon representa muitíssimo, muitíssimo.
P/1 – E você poderia nos contar algum caso engraçado, pitoresco que aconteceu ao longo desses seus anos de Avon?
R – Bom, na verdade engraçado foi o meu tombo quando eu ingressei na Avon, né, foi super engraçado mesmo, porque imagina uma pessoa no primeiro dia de emprego já. E assim, e outras coisas assim, eu não me lembro assim, mas não me lembro, realmente, de nada assim pitoresco que eu possa, a não ser o meu tombo, é claro.
P/1 – Qual o seu estado civil?
R – Eu sou casada.
P/1 – E qual o nome do seu marido?
R – Devair Pinto, que também trabalha na Avon.
P/1 – E como foi que você o conheceu na Avon?
R – Eu, quando eu fui pra área da digitação eu era backup, ajudava a supervisora que trabalhava conosco e aí a Avon estava vendendo muito, muito e estava recrutando pessoas para digitarem e aí eu comecei a dar o teste pro pessoal e eu que dei o teste pro meu marido, né, eu que dei o teste. Até aconteceu uma coisa muito engraçada que agora eu lembrei, que quando eu fui passar o teste pra ele eu coloquei a mão em cima de onde ele ia digitar, aí eu falei “pode começar que o seu tempo já tá contando” ele falou “se a senhora tirar a mão de cima do pedido” (risos) aí eu “desculpa” e foi engraçado, né, a primeira vista eu até fiquei até meio, né, eu falei nossa que rapaz hein? (risos) Que amor de pessoa! (risos)
P/1 – E ele entrou nessa função?
R – Entrou, trabalhou conosco e depois eu comecei namorar com ele, namorei seis meses, me casei, estou casada há dezoito anos.
P/1 – E ele mudou de cargo?
R – Mudou. Mudou da digitação, ele foi pra trabalhar na área da contabilidade, que na época era contabilidade, né, hoje é área de finanças, depois ele foi trabalhar em CCR e, depois ele foi transferido para transporte que é em Osasco, que ele trabalha dezenove anos.
P/1 – E vocês têm filhos?
R – Nós temos dois filhos.
P/1 – Então como você comentou eles ficavam no berçário, né?
R – Exato, ficavam no berçário...
P/1 – Como era assim você levar os seus filhos e deixá-los no berçário?
R – Ah era maravilhoso, era maravilhoso, porque a gente fica tranquila quando sabe que os filhos da gente estão bem próximos da gente e são bem cuidados, né? Foi muito bom, e, também, eu pude amamentar, né, uma fase muito boa, tanto pra mãe quanto pra criança, né?
P/1 – Vocês tinham algum momento que poderiam ver as crianças?
R – Sim...
P/1 – Como é que funcionava a rotina?
R – Sim, nós tínhamos o horário para amamentar, né, e as crianças poderiam ficar no berçário, na minha época, eles ficavam até um ano, no máximo um ano e dois meses, naquele quebra galho que existe, né? Se não tivesse muita criança no berçário, enfim sempre eles davam um jeito, né? E hoje não, hoje eles ficam até dois anos me parece, né, a lei é outra, mas foi muito bom, muito bom mesmo.
P/1 – E o que você gosta de fazer nas suas horas de lazer?
R – Eu gosto muito de ler, gosto muito de ler.
P/1 – Que tipo de livro?
R – É, como eu te disse eu sou espírita, eu gosto muito de ler livros espíritas, né, eu também estudo, faço curso de evangelização, então eu gosto de ler pra ver se a gente aprende um pouco mais, né?
P/1 – E qual a importância da Avon para venda direta ou de porta em porta no Brasil?
R – Ah, é super importante, né? Nada como um falar pro outro, que fala pro outro, que fala pro outro, que fala pro outro, né? Essa ligação que existe é super importante.
P/1 – E qual a importância da Avon pra essa disseminação dos produtos de beleza entre as mulheres brasileiras, assim espalhar os produtos assim?
R – Não, assim, é muito importante. A Avon se preocupa muito com a qualidade do produto, né, então quando você usa você percebe que realmente aquilo tá surtindo efeito, que você realmente se você usa o Renew, se você usa um creme pras mãos, ou qualquer outro produto que seja, né, é por isso que é importante essa ligação de pessoa pra pessoa, essa venda direta, né, porque um vai falando pro outro, e vai falando pro outro, né? Então eu acho que é isso, né?
P/1 – E qual a importância no sentido de colocar a mulher no mercado de trabalho? Porque a Avon foi pioneira nisso.
R – Essa é outra coisa super importante, né, a Avon ela é preocupada com as mulheres. É, claro, a Avon ela trabalha para um público diversificado, ela trabalha tanto pro homem quanto pra mulher, mas ela tá mais centrada pra mulher, né, é uma empresa que se preocupa com a beleza da mulher, com a delicadeza da mulher, né? Então eu acho que é super importante pra nós, mulheres, essa oportunidade, né? Não só de usarmos os produtos que são feitos com carinho pra gente, mas também da gente poder tá trabalhando, né, ta mostrando que a mulher tá aí, em todos os lugares, né, em posições boas, como a gente tem várias pessoas na Avon, várias mulheres, né, com cargos importantes digamos assim, eu acho que é muito bacana isso, essa preocupação.
P/1 – Então como você avalia o fato dos produtos então nessa questão da venda direta chegarem nos lugares mais distantes através das revendedoras?
R – Então você vê que importância que tem, né? Só assim mesmo pras mulheres saberem, só com essa venda direta que é possível isso, né, porque a mulher que mora lá em Ribeirinha, por exemplo, que tem que atravessar um rio, que tem que pegar uma balsa ela conhece os produtos Avon, porque a gente tem a nossa representante e ela mostra, né, ela oferece os produtos, né?
P/2 – Você falou do departamento de qualidade, que ele sempre existiu, você tá há quanto tempo no departamento?
R – Eu estou no departamento há quatro anos.
P/2 – E como foi a modernização desse departamento? Por que você falou que ele sempre existiu...?
R – É verdade.
P/2 – ...Com essa crescente de produtos como que consegue acompanhar tudo isso?
R – Nós tivemos recentemente uma reforma no laboratório, né, onde chegaram novos equipamentos, um lugar de acordo com essa demanda, inclusive ficou um super laboratório, muito bonito, muito bem equipado, né, pra realmente atender a demanda.
P/2 – E hoje em dia conta com quantas pessoas?
R – Nós temos acho que 60 funcionários. Eu não sei te precisar direito, mas acho que são 60 funcionários.
P/2 – Certo. Outra coisa que a gente queria saber também, você já estava na Avon na época da greve?
R – Sim.
P/2 – Você acompanhou? Como foi isso?
R – É, teve uma greve na Avon, né, onde algumas pessoas ficaram... eu não sei, essa greve foi uma greve meio atrapalhada, talvez uma greve onde as pessoas nem soubessem exatamente porque estavam lá, né? Tanto que não deu em nada, mas eu já estava na Avon.
P/2 – Já estava?
R – Já estava, nessa época eu trabalhava na digitação.
P/2 – Então foi uma greve que não teve assim um desfecho?
R – É, não teve uma boa repercussão, talvez as pessoas nem soubessem... Bom, pra mim eu senti isso porque eu era muito jovem, então você fica meio que perdida numa situação, mas passando-se alguns dias e aquilo acabou...
P/2 – Foi curta?
R – Foi curta e de lá pra cá não teve mais, né, nós não tivemos mais, acho que era uma falta de amadurecimento eu acho, né, eu acredito, não sei.
P/2 – Você pode falar pra gente um pouquinho da SIPA?
R – Bom, um pouquinho. O que eu vou falar pra você da SIPA? A SIPA ela ta preocupada, ela é preocupada com o seu desempenho de segurança na empresa, né, então nós temos alguns funcionários que são representantes da empresa, temos também alguns funcionários que é da parte dos patrões, das pessoas que empregam, e todos estão voltados para segurança no trabalho. Então esses representantes, eles apontam, né, os possíveis... me faltou a palavra... acidentes, né? É pra prevenir acidente, né? A SIPA existe para prevenir os acidentes e teve uma época que eu fui secretária da SIPA, eu trabalhei um bom tempo como secretária da SIPA. E é muito bom, porque às vezes quando, a gente não tem noção, né, as vezes a gente não sabe que determinadas coisas pode causar alguns danos, então quando a gente tem um grupo que é voltado pra isso, é super importante, né? Pra poder prevenir os acidentes.
P/1 – Então qual a sua visão, voltando a pensar assim nas ações da Avon, qual a sua visão a respeito das ações sociais que ela realiza?
R – Maravilhoso. Nós temos o Instituto Avon que é super preocupado, né, com a saúde da mulher, é importantíssimo, isso é maravilhoso. Fora isso também a gente fica também podendo ajudar quando existe uma catástrofe como enchentes, a gente pode contribuir, é super importante, o Instituto Avon é importantíssimo, é importantíssimo mesmo.
P/1 – Vocês têm acesso às informações do que acontece?
R – Sim, sim, nós temos um jornal na Avon, a Avon Já, que nos é passado todas as informações não só essas, mas as informações de lançamentos de produto e tudo que ta acontecendo dentro da empresa, né? Aquilo que um funcionário realmente deve saber, nos é passado. Não só pelo jornal, porque na verdade, uma pessoa encarregada do departamento, um representante do departamento ta passando essas informações pra outras pessoas.
P/1 – Você já participou de alguma atividade?
R – É no nosso departamento as pessoas fazem, né, costumam fazer isso, né?
P/1 – E, na sua opinião, qual a importância da Avon na história dos cosméticos?
R – Ah, importantíssimo, né? Imagine um Renew aí que é um produto maravilhoso, eu posso dizer de cadeira que é um produto maravilhoso, porque eu tenho 50 anos e uso Renew, e vou deixar a modéstia de lado, mas eu acho que a minha pele é maravilhosa (risos).
P/1 – Tem mais alguns outros produtos que você gosta e usa além do Renew?
R – Eu uso muitos produtos da Avon, muitos. Eu uso _____________, né, que é pra fortalecer, eu uso creme pras mãos, eu uso batom, eu uso, rímel, acho que só, que eu me lembre.
P/1 – E qual o fato mais marcante que você presenciou na sua trajetória lá dentro?
R – Marcante? É, no momento eu não me lembro assim de nenhum fato marcante.
P/1 – Tudo bem.
P/2 – Uma mudança, uma promoção, uma alteração de diretoria?
R – Pra mim, aconteceu uma coisa que pra mim foi super marcante. Teve uma determinada época quando foi lançado, quando abriu o CD de Osasco, nosso departamento iria ser transferido para Osasco. Nessa época eu tinha meu filho, né, que é o mais velho e eu não poderia ir pra Osasco, porque eu não teria com quem deixar o meu filho, né, então eu conversei com meu líder e ele me falou que teria que ir, eu falei que não poderia, enfim, aí ele falou bom, então vou perder o emprego, eu iria perder o emprego por conta disso. Só que o Correio entrou em greve, aí ele chegou pra mim e falou “você pode entregar os malotes na TAM pra gerentes de setor?” “posso, eu não to fazendo nada, claro que eu posso!”, aí eu fui e comecei a entregar os malotes, porque o Correio tava em greve e a gente tem o Correio pra buscar esses malotes, aí eu fui, eu levava e tal. Só que teve um dia nessa semana que eu tava fazendo esse serviço que eu virei o pé, a TAM inclusive não existe mais, por conta do avião que caiu, as escadarias lá eu fui descer e torci meu pé e aí eu fiquei em casa. Quando eu voltei a trabalhar eles tinham desistido e o meu departamento não iria mais, ou seja, eu não tinha mais perdido o meu emprego. Então assim, isso é uma coisa super marcante pra mim, foi maravilhoso isso, né? O que foi terrível, a primeira vista, que foi eu ter torcido o meu pé, foi a minha sorte pra estar até hoje na Avon.
P/1 – Ah, porque você ficou um tempo afastada...?
R – Eu fiquei uma semana afastada...
P/1 – Aí foi o tempo da decisão?
R – Foi o tempo de decisão deles que a área de serviço não iria mais pra Osasco.
P/1 – Nossa. E quais foram os maiores aprendizados de vida que você obteve?
R – Nossa, eu aprendi muito. Na verdade eu acho que quando a gente tá aberta pra aprender, a gente aprende tudo e aprende bastante e eu aprendi bastante, eu aprendi a dividir, né? Eu aprendi a ouvir, eu aprendi a conviver, eu assim, a Avon pra mim sempre foi uma família e eu trabalho há tanto tempo, não tem como ser diferente, né? É uma coisa meio que de reciprocidade, né?
P/1 – E o que acha da Avon estar resgatando a sua memória através desse projeto?
R – Ah, eu acho super importante, super importante, né? Mostrar essa empresa, essa mega empresa, é muito bom, é bom conhecer, né? Porque a gente, nós não éramos essa mega empresa, né, nós viemos no dia a dia, no comprometimento, na qualidade, na busca, na entrega, então isso é super importante. É importante porque serve como exemplo e ser exemplo é sempre bom, sempre bom ser um bom exemplo.
P/1 – E o que achou de ter participado dessa entrevista? Desse projeto?
R – Ah, eu gostei muito, eu fiquei meio nervosa, mas assim, eu acho assim muito importante, é muito legal você trabalhar há tanto tempo numa empresa, saber que a empresa se preocupa com você, né, saber que você tem alguma coisa pra dizer dessa empresa, eu gostei demais de ter participado, eu fiquei muito satisfeita de terem me convidado, eu tenho muito orgulho de fazer parte dessa mega empresa que é a Avon.
P/1 - Tem mais alguma coisa que gostaria de contar pra gente?
R – Não.
P/1 – Não? Então em nome da Avon...
[Fim da Entrevista]Recolher