Museu da Pessoa

História de vida de Adriana Maria Rosa

autoria: Museu da Pessoa personagem: Adriana Maria Rosa

Projeto: Instituto Ethos
Entrevistada por: Cláudia Fonseca
Depoimento de: Adriana Maria Rosa
São Paulo, 29/05/2008
Realização: Instituto Museu da Pessoa
Código: ETH_CB027
Transcrito por: Michelle de Oliveira Alencar
Revisado por: Leonardo Dias de Paula

P/1 – Muito bem, eu queria começar a entrevista, Adriana, com você nos dizendo o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Meu nome é Adriana Maria Rosa. Nasci em Marília, mas vim pra São Paulo muito cedo, com três meses. Nasci no dia 15 de agosto de 1974.

P/1 – Que bacana, então você veio com três meses por quê? Você lembra o motivo porque os seus pais mudaram?

R – Os meus pais se separaram, aí a minha mãe veio pra São Paulo, e aí eu vim junto. Eu era “super” bebê, e aí nem nunca fui pra Marília pra conhecer.

P/1 – É mesmo?

R – É uma coisa que eu preciso fazer urgente.

P/1 – Até porque Marília é uma cidade deliciosa.

R – É, todo mundo fala, né?

P/1 – Legal. E o quê que você faz hoje, Adriana?

R – Eu assumi a coordenação do projeto Ethos 10 anos. Eu trabalho já no Ethos há quatro anos e pouco. Eu trabalhava como assistente do Paulo e aí no começo desse ano a gente resolveu mudar o desenho lá do Ethos, fazer um

novo modelo de diretoria e ele acabou... a gente conversou e eu acabei assumindo esse projeto que tá sendo bem legal pra mim.

P/1 – E qual é a tua formação?

R – Eu “tô” fazendo Relações Internacionais. Na verdade, eu... teve muita coisa na minha vida que me desviou cada hora para um lugar. Eu comecei a fazer Farmácia, parei, que foi ótimo porque não tinha absolutamente nada a ver, e aí eu retomei agora fazendo Relações Internacionais que é a minha cara. E tô seguindo aí nesse caminho.

P/1 – E, quando você foi fazer Farmácia, o que é que te deu vontade na época, você lembra?

R – Eu tinha um tio que trabalhava na Johnson há muitos anos e ele... só que eu queria trabalhar com pesquisa, e eu era.... adolescente nunca sabe direito o que quer. Eu tinha muita admiração por ele e eu achava que eu ia seguir bem nesse caminho, eu realmente gostava. Tinha coisas que ligavam, né? Química que eu gostava muito que, enfim, tinha a ver. Aí eu decidi seguir por esse caminho. Mas aí quando eu comecei a fazer faculdade e ver que a área que eu queria trabalhar não tinha muito campo no Brasil, tal, eu acabei desistindo.

P/1 – A área que você queria naquela época?

R – Que era de pesquisa, assim, eu queria trabalhar com pesquisa...

P/1 – Pesquisa não é...

R - ... de medicamento, e aí era, eu vi que ia ser um caminho difícil, também comecei a não me identificar com a faculdade, as matérias, aí eu desisti.

P/1 – Daí, como é que foi essa trajetória? Você já conheceu o Ethos logo em seguida?

R – Não, não, isso foi eu tinha 19 anos. Aí depois disso eu fui morar na Noruega, fiquei um tempo fora. Voltei pro Brasil, aí fui morar, a minha família foi morar em Atibaia, passei um tempo. Depois morei na Suíça, também um ano. Aí quando eu voltei pro Brasil fiz um curso de comissária de vôo, porque aí eu queria só ficar viajando, achava que a vida era isso [risos]. Foi ótimo! E aí logo depois disso eu comecei a trabalhar no... eu terminei o curso, foi uma época que fechou a aviação, assim, ninguém tava contratando. E eu comecei a trabalhar num escritório de advocacia. E aí começou a dar “super” certo e era do lado da minha casa, eu fui, enfim, sendo promovida, aí acabei ficando lá quatro anos. Aí quando, e o Ethos era, na época, esse escritório era associado ao Ethos. Então eu conhecia, mais ou menos, de nome, mas eu não sabia muito bem como funcionava, não era a área em que eu trabalhava. Aí, quando eu saí de lá, depois de um tempo, uma amiga de lá que conhecia uma amiga do Ethos me indicou e eu comecei a trabalhar no Ethos.

P/1 – Você fez alguma entrevista, alguma coisa ou não, só foi?

R – Fiz e foi muito engraçado porque eu fui trabalhar com o Caio Magri e o Marcelo Linguite. Na época, o Marcelo era gerente de relações internacionais, e o Caio de políticas públicas, assessor de políticas públicas. E quando eu fui fazer a entrevista, foi a entrevista mais solta que eu já fiz na vida, além dessa, porque eu achei que era um trabalho voluntário, eu achava que o Ethos por ser uma organização... Eu falei: “Não, não deve ser remunerado”. Então eu lembro que eu cheguei e eu fazia a entrevista com eles, e eu falava: “E aí, mas como é que é o Ethos e tal?”, e aí pegava uma publicação, e eles começaram a me dar várias coisas para eu ler, e eu me empolguei pra caramba. Aí, no final, ele falou: “Não, então é isso e tal”. Aí eu fiquei e eu falei: “Putz, é aqui”, acho que teve uma empatia, acho que a gente acabou dando certo. No dia seguinte o Caio me ligou, o Marcelo, e aí eu comecei.

P/1 – Que ano foi isso, Adriana?

R – Isso foi em 1994.

P/1 – 1994?

R – Isso, fazem quatro anos e pouco agora, já.

P/1 – Não, 94, então 2004.

R – Desculpa, 2004.

P/1 – 2004.

R – Eu sempre falo 1994.

P/1 – Por quê?

R – Outro dia [risos], não sei, vem na cabeça. Outro dia alguém falou assim pra mim: “Então você começou antes do Ethos?” Eu falei: “É!”[risos]. Quase isso, 2004.

P/1 – Que engraçado! Nesses quatro anos o quê que mais mudou no Ethos que você percebeu?

R – Mudaram muitas coisas, né? Eu acho que primeiro, assim, mudou o tamanho, né? A gente tinha uma estrutura completamente diferente na antiga sede, eram salas onde as pessoas ficavam meio, cada, tinham os departamentos ali, as áreas mais separadas. Essa mudança de espaço que teve no começo do ano passado uniu mais as pessoas, todo mundo fica junto ali. Agora, apontar quais mudanças é um pouco difícil porque a gente tá sempre mudando, né? O Ethos tem uma vitalidade, assim, sabe, a coisa começa a impactar lá fora, o Ethos já entra com tudo, no outro dia já tem alguma coisa, todo mundo conversando, onde a gente vai mexer nisso, vamos reunir empresas, enfim, qualquer conflito que aconteça. Então é difícil você falar o que mudou, porque muda sempre, né? É muito dinâmico mesmo, e eu acho que isso é a coisa mais marcante do Ethos.

P/1 – Já é da cultura, né, da organização?

R – Já é da cultura.

P/1 – Tá. E, Adriana, nesses quatro anos que você tá trabalhando mais especificamente com essa área de responsabilidade, esse engajamento das empresas. Você acha que as empresas mudaram o olhar, elas hoje estão mais interessadas?

R – Eu acho que sim. Eu percebo que algumas mais que outras, obviamente, né? Não dá pra colocar todas as empresas no mesmo patamar. Ontem ainda uma pessoa me perguntou qual a importância das fundações, né, das organizações ligadas as empresas e eu falei: “Depende do quanto a empresa externaliza isso através de uma fundação, e o quanto eles trazem isso pra dentro da cultura”. Porque responsabilidade social empresarial é isso, né? Você trazer pra dentro nas suas atitudes, e não, enfim, que a gente começou, no começo desse estudo aí sobre o Ethos, a gente percebe que, quando teve a idéia de se criar o Ethos, ninguém sabia o que era responsabilidade social no Brasil. Então eu acho que assim, muitas pessoas ainda não sabem que é o que eu falei: depende do compromisso da empresa com, enfim, enxergar a verdade mesmo do que isso significa nas atitudes do dia-a-dia. Mas eu vejo muita, eu vejo muita coisa mudar, né? Eu tenho visto as empresas, assim, eu não sei se foi porque eu entrei no Ethos e comecei a ver algumas empresas realmente afim, sabe, de ir atrás, de mudar as coisas. Converso com funcionários dessas empresas e eu pergunto: “É isso mesmo? É legal mesmo?”. E aí você tem uma outra visão, né? Eu acho que é um movimento que tende a se tornar cada vez mais forte, eu acho que não tem muito outro caminho, né?

P/1 – Se a gente comparar o caminho que as empresas brasileiras estão seguindo com as empresas lá fora, você acha que a gente tá num grau bom de desenvolvimento dessa interiorização, dessa responsabilidade social?

R – Eu acho que a gente tá num grau bom porque existe uma diferença no Brasil, né? Eu acho que o Brasil tem urgências, e até mesmo pela questão da Amazônia tá aqui com a gente, eu acho que o empresário brasileiro ele acaba, eu acho que a realidade chama ele mais rápido, né? Eu não posso dizer muito de como é fora daqui, eu conheço, por exemplo, você vê empresas na Europa, e eu já morei lá, você vê que a qualidade de vida das pessoas é totalmente diferente, então eu não sei, assim, qual, as empresas tem uma outra postura já histórica, entendeu? Tá na cultura deles, a exigência da população com a empresa, a empresa com a população, é uma coisa que já caminhou nesse sentido. A gente sempre teve essa cultura maior de exploração. Mas eu acho que o Brasil tá gritando de muitas formas, entendeu? Essas desigualdades, a violência muito presente, que é uma coisa que a gente sabe que vem das desigualdades também, a Amazônia, né, que tá todo mundo aqui de olho e a gente nunca teve a atenção que deveria ter. A gente se vendeu demais. Então eu acho que as empresas brasileiras, acho que até por uma questão de necessidade mesmo, tem um comprometimento assim maior, diferente.

P/1 – Umas pessoas que passaram por essa nossa atividade, por essa nossa cabine, comentaram que ainda há empresas que utilizam a responsabilidade social mesmo como valor de mercado, né? Você sente que isso tá mudando, ou até que confundem a questão da filantropia. Quer dizer, você estava dizendo que o conceito de responsabilidade ainda não é bem entendido, né, você acha que falta o quê pra que essas empresas compreendam, que elas mudem?

R – Olha, hoje teve a plenária aqui com o Ray Anderson de manhã, e teve uma pergunta pra ele que é assim: “Você teria”... Em 1994, que foi quando a Interface decidiu mudar, né, o sistema de gestão, aconteceram coisas que levaram a essa mudança, e alguém perguntou se isso, a Cíntia Ferrari da TV Cultura, acho, que mandou essa pergunta: “Se vocês estivessem, se essa demanda tivesse vindo dos funcionários vocês teriam mudado?”. E ele respondeu que ele, honestamente, achava que não, até porque você não sabe o caminho, enfim, você não para pra questionar, assim, aquilo que você está tirando da natureza, qual o custo disso. Então, o que vejo na verdade é que, infelizmente, muitas empresas usam ainda a responsabilidade social como marketing, tem propagandas assim absurdas que a gente vê na TV que, sabe, você fala: “Que é que é isso?”. Uma pessoa fala: “Isso é responsabilidade social, isso é não sei o que”. Às vezes eu fico indignada, falo: “Eu preciso fazer alguma coisa, não é isso, né?”. E assim, isso é muito triste, quando é puro marketing é muito triste, porque até pegando o exemplo do Ray Anderson eu acho que a mudança acontece quando o dirigente mesmo, CEO da empresa, cai a ficha, entendeu? Muitas vezes, eu acho que a vida de todas as pessoas tem muitas coisas, a maioria das coisas a gente muda quando a gente tem um impacto, e eu acho que isso acaba acontecendo em muitas empresas, eu não acredito muito, que aí que tá, empresas são pessoas, né? E eu não acredito muito que elas teriam essa atitude se alguma coisa não começasse a pegar ou financeiramente ou, às vezes, acontece alguma coisa com a família, alguma coisa que te faz questionar valores mesmo. Eu acho que isso é a diferença, assim, entre as empresas que estão a fim e as que ainda não estão afim, mas precisam entrar nessa onda porque é o que tá pegando, entendeu, infelizmente. Mas acho que isso vai, a tendência é mudar cada vez mais.

P/1 – Mudar, né? E o que você acha que é o maior desafio do Instituto Ethos, o desafio presente do Instituto Ethos?

R – Maior desafio presente? Eu acho que a gente entrou numa fase agora, assim, depois de dez anos isso é uma coisa até que eles dizem muito que assim já falamos, né, de responsabilidade social. Tem que internalizar isso, ou seja, assumir esses valores, ou agir por marketing, todo mundo já sabe, enfim, o que é, eu acho que a fala tá decorada. Eu acho que o desafio maior do Ethos agora é realmente fazer com que esses dirigentes internalizem isso de uma forma mais radical, entendeu? Eu acho que uma das coisas que mais o Ethos tem que trabalhar é realmente na questão da desigualdade social, eu vejo assim, a gente se envolve com muitas coisas, você pega aí, por exemplo, como eu tava falando a questão da Amazônia. Tá todo mundo olhando pra Amazônia, a gente tá falando muito. A gente eu não digo o Ethos, a gente, todo mundo, tá falando muito na questão do Meio Ambiente. Praticamente é só nisso que se fala, até mesmo a questão da responsabilidade social virou responsabilidade ambiental, propaganda é sempre permeando essa questão. Então eu acho, eu vejo um desafio muito grande pro Ethos, assim, fazer com que as empresas entendam que desigualdade não é só, enfim, combater desigualdades e você até preservar o Meio Ambiente, tudo isso, você tem que pegar na raiz do problema, né? E eu acho que o maior problema são as desigualdades sociais. Assim, isso é um impacto muito grande, uma pessoa que mora, que tem uma condição extremamente precária de vida ela não vai pensar no Meio Ambiente, entendeu? Ela não tem cabeça pra pensar nisso. Então eu acho que o desafio do Ethos é esse, a coisa começou a andar muito pro lado ambiental e a gente precisa trazer todo mundo de volta: “Olha, não é só isso, tem muita coisa pra fazer pra que as pessoas se conscientizem pra isso”. Acho que esse é o desafio agora, que a gente tem entrada, né, pra fazer isso.

P/1 – Tem entrada. E aí, olhando pra frente, essa é a postura que você acha que o Ethos vai ter nos próximos dez anos? Faz um exercício de futurologia.

R – Eu acho que sim, eu acho que sim. Quando a gente tava montando aqui a exposição dos dez anos, teve uma conversa com o Paulo que foi muito interessante, acho que ele justamente falou sobre isso, a gente queria colocar... É, na verdade o pessoal que montou a exposição teve uma idéia de fazer umas, uns desenhos com PET pra representar os catadores, né? E, enfim, as dificuldades, as diversidades de catadores na cidade de São Paulo. Cada região você vê catador de uma forma, com carrinho de um jeito e tal e como os sonhos são baixos, ele falou que tinha conversado com um catador que falou que o maior sonho da vida dele era que os resíduos caíssem dentro do carro que ele não precisasse abaixar pra pegar, que já era um senhor de idade. E a gente “tava” comentando isso, realmente, que os sonhos eram baixos e tal. E nesse dia o Paulo falou: “A gente corre o risco de demonstrar que a desigualdade tá só aí”, e aí o Paulo começou a dar uma série de exemplos nesse sentido, ele falou: “Se a gente colocar PET a gente reforça a questão do Meio Ambiente”. PET quase todo mundo recicla, hoje em dia todo mundo coloca pra reciclar, ele falou: “Não é o maior problema de todos”, ele falou “E o desafio do Ethos é combater as desigualdades, não só essa questão”. Foi então, se a gente colocar o catador, a gente tá deixando de fora um monte de gente que precisaria ser vista, um monte de problemas. Então aquilo são coisas que te fazem acreditar, realmente, que você fala: “Tá, tá é esse o caminho, né?” Foi muito legal!

P/1 – Legal. E a maior realização, se você tivesse que dizer assim: “Não, Cláudia, a maior realização do Ethos é...”

R – Maior realização do Ethos é... A maior realização?

P/1 – Você já falou várias.

R – É, eu “tô” querendo pegar uma palavra.

P/1 – Mas eu tava querendo ver se você tem uma que você acha, que você considera que tenha sido realmente a maior realização do Ethos nesses dez anos.

R – Ah, no que passou?

P/1 – Sim.

R – Eu acho que foi se manter assim firme, entendeu? A gente sempre tá segurando a onda, fazendo uma conversa boa entre governo, empresa, organização, sociedade civil, é uma, isso é um desafio muito grande, né? São públicos que conversam através do Ethos. A maior realização do Ethos é estar em pé, é ter continuado, é estar fazendo dez anos, eu acho que essa é a maior de todas.

P/1 – Legal. E a tua maior alegria no Ethos nesses quatro anos?

R – A minha maior alegria?

P/1 – É.

R – Ah, teve tantas coisas que a gente conseguiu fazer que foram, realmente, uma alegria, sabe? Eu lembro na campanha do fracionamento de medicamentos, enfim, ter conhecido pessoas como o Oded, por exemplo. Aliás, eu acho que eu vou apontar isso como a maior alegria, teve várias, tiveram várias, não quero nem ser injusta, mas chegar perto do Oded, ouvir ele falar de perto foi uma das coisas mais marcantes da minha vida. Ele é uma grande liderança, uma pessoa, e nem brasileiro ele é, e o amor que ele tem, assim, por esse país, pelas ações, é uma pessoa extraordinária. Acho que a minha maior alegria foi ter conhecido ele assim, tocar, sabe, falar “Ah, ele é meu amigo!” [risos]. Muito legal!

P/1 – Legal. Pra gente encerrar: lição pra tua vida desses quatro anos de trabalho no Ethos, pra ti.

R – Que, onde quer que a gente esteja, a gente sempre tá muito longe de onde a gente deve chegar. Eu acho que quando eu entrei no Ethos, eu sempre fui uma pessoa do bem, sempre procurei fazer as coisas certas e você vê, a gente vê que tá muito longe, entendeu? Sempre muito longe, né? A gente fala: combater desigualdade, fazer isso, fazer aquilo e a gente se pega em todos os dias fazendo alguma coisa, discriminando de alguma forma, separando as pessoas e, enfim, cada dia você aprende que você tá muito aquém de onde você pode chegar. Acho que isso é uma coisa que tem sido constante desde que eu estou no Ethos, e fica cada vez mais forte, é isso.

P/1 – Legal. Ah, faltou uma pergunta que a gente tem feito pra todo mundo, acho que vou fazer também pra Adriana. O que você acha dessa iniciativa do Ethos de abrir pra que as pessoas dessem o seu depoimento por meio do Museu da Pessoa.

R – Nossa, acho fantástico! Acho fantástico! Primeiro que vocês são ótimos, né? Foi uma experiência muito legal trabalhar com o Museu, o pessoal da Cenário também que colocou essa exposição em pé. Tem uma coisa que tá acima do trabalho que eu acho que é o carinho que a gente se envolve pra fazer as coisas. E eu tive muita sorte de trabalhar tanto com vocês como com o pessoal da Cenário, porque, assim, isso foi muito além do trabalho, tava comentando isso agora ali fora, se você põe carinho, meu, não teve nada errado nesse tempo todo desde que a gente começou, tudo foi fluindo e foi ficando em pé. E aí eu falei: “Isso é o carinho que você se envolve mesmo com as coisas”. Então, o que você me perguntou mesmo, Cláudia?

P/1 – O que é que você achava da iniciativa do Ethos de abrir...

R – O que eu achava da iniciativa. Então, essa coisa de abrir esse ano é a primeira vez que a conferência não só abre esse espaço aqui, pro depoimento das pessoas, como abre também, a gente tá com a proposta esse ano de recolher sugestões de verdade, sair da conferência com um material que indique um caminho pros próximos dez anos. Isso pra mim marcou, fez a diferença nesses... Eu já participei de cinco conferências, essa sem dúvida é a melhor. Porque assim, a gente só vai saber o que tem pra mudar mesmo quando a gente escutar os outros, né? Esse desafio que eu tava te falando agora, de saber que cada dia a gente pode ser melhor, é realmente assim parar e escutar o que você tem pra me dizer, como eu posso melhorar pra você. E fazer esse exercício assim eu acho que é andar 70% do caminho, fazer é fácil, acho que o que é legal é você escutar o outro, saber o que o outro espera de você. Então essa abertura que o Ethos esse ano se permitiu, assim, escutar, eu acho que isso vai fazer a diferença pros próximos mesmo.

P/1 – Legal! Então tá bom, Adriana. O Instituto Ethos e o Museu da Pessoa agradecem a sua entrevista.

R – Eu agradeço vocês, você, todos vocês, obrigada.

P/1 – Obrigada, Adriana.