P - Vandresa, pra começar, eu quero que você me diga o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.
R - O meu nome completo é Vandresa Lizandra Pantoni da Freiria. É um nome grande. Eu nasci em Ribeirão Preto em 23 de setembro de 1980.
P - E qual é a sua formação?
R - Eu s...Continuar leitura
P - Vandresa, pra começar, eu quero que você me diga o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.
R - O meu nome completo é Vandresa Lizandra Pantoni da Freiria. É um nome grande. Eu nasci em Ribeirão Preto em 23 de setembro de 1980.
P - E qual é a sua formação?
R - Eu sou formada em Relações Públicas, em Comunicação Social, e fiz uma pós em Administração.
P - E hoje em dia atualmente qual é o seu trabalho, qual é atividade principal?
R - Certo. Hoje eu trabalho na área de cidadania empresarial no Serasa, que é a maior empresa de formação de crédito do país.
P - E como que você conheceu o Ethos?
R - Essa é uma longa história, uma história legal porque é uma história meio que profissional que acaba se misturando com uma história pessoal de vida mesmo. Eu conheci o Ethos em 1999 na faculdade. Era uma aula normal e uma estagiária do Ethos, que era uma organização recém-criada, era a minha veterana, eu era "bixete", caloura dela. E ela foi fazer uma palestra na escola, na faculdade, eu fiz Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo e ela foi fazer uma palestra sobre o tema da responsabilidade social. Na época, ela organizava o Prêmio Ethos Valor e hoje ela é uma grande amiga, que é a Sheila Saraiva. E foi quando eu conheci, eu ouvi falar da primeira vez de Ethos, de responsabilidade social e naquele dia eu tive certeza de que eu queria trabalhar com isso.
P - E você trabalhou diretamente com o Ethos? Como foi?
R - Nessa época eu tive um contato mais acadêmico. Eu comecei a pesquisar sobre o tema e o Ethos também estava se formando e então eu fui estudar e ler as coisas. Eles tinham um site bem simples do que era o assunto e tudo mais. Então, sempre que eu estudava essa temática era no Ethos que eu ia buscar referência, fonte. Aí no final quando eu terminei a faculdade, isso foi no meu segundo ano de faculdade, quando eu terminei a faculdade eu fui morar fora, morei um ano no Canadá. Quando eu voltei eu comecei a trabalhar com uma pessoa que era ex-funcionária do Ethos, que é a Patrícia Canashiro que também trabalhou com a Sheila Saraiva
nessa equipe do Prêmio Ethos Valor, aliás, a Patrícia Canashiro foi a primeira coordenadora do Prêmio Ethos Valor e ela me convidou pra trabalhar com ela na Fundação Getúlio Vargas num outro prêmio que ela tinha já essa experiência de prêmios e precisava de uma assistente pra organizar o prêmio e eu fui trabalhar com ela. Então, trabalhar com a Patrícia Canashiro era, mais ou menos, trabalhar com o Ethos porque ela fez parte do início de tudo da história do Ethos e tudo mais. E na Fundação Getúlio Vargas a gente acabou fazendo vários projetos em parceria com o Ethos. Inclusive um indicador Ethos, esses projetos de indicadores Ethos, teve uma versão específica para o varejo. Que eu trabalhava no Centro de Excelência em Varejo nessa época. E daí nós tivemos bastante contato com uma outra equipe formada pelo Renato Móia, pela Gláucia, o pessoal de indicadores da época. E foi muito legal porque daí eu tive a real confirmação que o meu trabalho era o resultado também das minhas relações pessoais de como eu gostava de estar no meu dia-a-dia com aquelas pessoas com quem eu trabalhava. Isso é uma realidade assim bem constante hoje na minha vida também. Não tenho muito isso de Vandresa trabalho e Vandresa amigos separados. Não. É o que eu sou no trabalho e fora do trabalho.
P - Você lembra de algum episódio? Você me falou quase como um marco de sacar que você tinha prazer em trabalhar com as pessoas. Você lembra de alguma história que você viveu nessa época em função disso?
R - Tem muitas histórias. Uma história específica? Você quer saber de algum momento?
P - É. Que você percebeu que esse seu alinhamento, com essa sua afinidade com as pessoas te dava prazer?
R - Sim, sim. Eu tenho um caso que é bem ilustrativo. Eu organizava o prêmio de excelência, o prêmio de responsabilidade social para o varejo. Nessa mesma linha de prêmios para estudante na área de responsabilidade social a gente na Fundação Getúlio Vargas tinha o prêmio de responsabilidade social para empresas varejeiras. Então supermercados, padarias, farmácias, o varejo nacional sendo premiado por suas iniciativas no campo da responsabilidade social. E eu lembro que era o primeiro prêmio. Então, a gente tinha o apoio do pessoal do Ethos que também acabou nos ajudando na própria organização e no julgamento do trabalho. Eu não sei exatamente qual era o papel, mas algum apoio estrutural do Ethos. As próprias pessoas, eu tenho muitos amigos que trabalham no Ethos e então essa ponte inevitavelmente aconteceu. Então eu fui ao dia da cerimônia, na entrega do prêmio que é um evento importante que acontecia no auditório da Fundação Getúlio Vargas e a gente recebeu varejistas do Brasil inteiro que foram os selecionados. Se eu não me engano eram 10 ou 12, não tenho certeza do número. E eu estava com esse meu grande amigo que é o Luiz Macedo que hoje trabalha na Fundação Getúlio Vargas que é um dos finalistas do prêmio Ethos Valor. Então, você vê que as coisas se misturam. Ex-finalista do Prêmio Ethos Valor está trabalhando na área, trabalha com responsabilidade social, morava com o pessoal do Ethos e também veio do interior do sul. Então as coisas se misturam. Então esse grande amigo fala, nós éramos parceiros nessa época do projeto: "o pessoal está chegando, o pessoal está chegando do Brasil inteiro e a gente não tinha muita experiência de como organizar um prêmio tão grande e eu lembro que chegou uma senhora que era uma das participantes do prêmio com um presente assim na mão. Isso eu lembro, eu tenho essa visão muito clara. Eu não sou muito boa de nomes, se o Luiz Macedo estivesse aqui ele falaria o nome agora, eu trabalho bem em dupla. Esqueci o nome da senhora, mas ela trabalhava numa padaria, isso eu tenho uma visão muito clara. E ela falou muito com a gente durante o processo de capacitação e de inscrição e seleção para o prêmio. Eu sei que ela trouxe um presente pra mim e para o Luiz e nos entregou assim no dia da cerimônia. E ela veio da Amazônia. Então isso pra mim foi uma coisa assim: “nossa”, depois de um ano de trabalho, de seleção de projetos, ela veio e trouxe. O projeto dela nem foi selecionado, agora que eu estou lembrando isso. Ela nem era uma das finalistas, mas nos entregou esse presente que eram doces amazônicos, sabe? Com cupuaçu, essas coisas, açaí. Nem lembro exatamente, mas doces amazônicos. E queijo, queijo para o Luíz. Foi até engraçado. A mulher vem da Amazônia e traz queijos e doces amazônicos. Isso eu achei de uma beleza assim. Tão gratificante de ver que o seu trabalho na verdade eu pude ter uma representação clara de que nós estávamos ajudando pessoas. Então isso foi muito legal. O projeto dela era um projeto bem pequenininho, tinha uma padaria que ajudava a comunidade. Um varejo deste tamanho, não era um grande supermercado com projetos belíssimos como nós tivemos. Mas sim era o varejo nacional pequenininho e que faz alguma coisa para a comunidade do entorno.
P - Legal...
R - É essa história que eu acho que eu tenho pra te contar.
P - E atualmente como que você acha que a sua atuação se alinha com o Instituto Ethos? Em que ponto que vocês se convergem?
R - Eu não tenho dúvida do alinhamento. O alinhamento é realmente algo que existe na prática. O Serasa é uma empresa que está preocupada com a questão da responsabilidade social na sua estratégia de negócios. Então é algo que está no cerne na estratégia mesmo da existência de uma empresa que lida com crédito pra decisão de negócios nesse país. Então, hoje o Serasa faz parte de um grupo internacional chamado Experience, Grupo Experian, líder mundial em serviços de informação, fornecendo dados e ferramentas de análise a clientes em mais de 80 países. Recentemente, nós tivemos essa mudança no controle acionário e nós temos tido a oportunidade de apresentar esse novo controlador a influência, a importância, da responsabilidade social, mais recentemente da questão da sustentabilidade, para a manutenção, para a sobrevivência do negócio. Porque o Serasa sempre foi uma empresa muito preocupada com isso. Com uma direção que estava. O senhor Élcio que foi o presidente do Serasa por muitos anos, é um líder carismático que tem a responsabilidade social assim no seu sangue. Então, ele passava isso para o seu negócio. Agora com a mudança no controle acionário é algo que a área de cidadania empresarial tem se mobilizado intensamente para trazer isso para a manutenção disso nesse novo sistema. Desde 2000, nós patrocinamos, o Serasa patrocina o Prêmio Ethos Valor. Quando eu nem era do Serasa. Eu estou há dois anos no Serasa, eu não tenho nem dois anos de empresa. Desde 2000 o Serasa patrocina o Prêmio Ethos Valor nessa crença acreditando mesmo que investimento em projeto de cidadania e sustentabilidade e responsabilidade social é pensar numa sociedade melhor, é investir numa sociedade melhor. Que não existe aqui nesse evento, hoje a gente está cansado de saber que não existe empresa boa e sociedade ruim, não existe empresa lucrativa numa sociedade que é pobre, numa sociedade que é desigual. A gente precisa ter as coisas alinhadas e o Serasa tem no Ethos uma fonte pra tudo o que a gente precisa. Responsabilidade social independente do setor, da temática é no Ethos que a gente busca. Nós temos relacionamentos assim dos mais diferentes assuntos. Responsabilidade social com foco em fornecedores, com focos em relatório corporativo que a gente o Ethos também tem como parceiro o Global Report Initiative, que é a GRI, que a gente se espelhe e faz a nossa balança, o nosso relatório corporativo seguindo esse modelo. Então são diferentes as vertentes que a responsabilidade social do Ethos, do modelo Ethos, é pensado dentro da nossa gestão Serasa. A gente faz indicadores Ethos, os indicadores do Serasa, há anos é preenchido no modelo indicadores. Então são muitas as iniciativas, nós também sediamos inúmeros projetos do Ethos no Serasa. Nós temos um auditório, a gente recebe os eventos do Ethos. Temos parceria com a ISO 26000 que acontecem lá as reuniões. Então existe um envolvimento grande. O senhor Élcio, o nosso ex-presidente, é do conselho. Então, tem uma relação grande assim com o Instituto. E eu tenho vários amigos do Ethos e então isso é muito gratificante.
P - Você falou dos indicadores. É bem legal, é bem importante até para o Ethos. Quais os impactos que você vê da ação de responsabilidade social e empresarial dentro do Serasa.
R - Dentro do Serasa? A gente tem essa questão da responsabilidade social não como algo separado. "Ah, isso é uma coisa que a área de cidadania que cuida". Não. A gente tem essa preocupação que responsabilidade social tem que estar permeado nos processos da empresa. Tem que estar permeada. É aquela coisa da transversalidade da responsabilidade social. Claro que nós temos projetos que é só a área de cidadania que gerencia. Por exemplo, o voluntariado da empresa é a área da cidadania que gerencia. O voluntariado corporativo. Um projeto que nós temos reconhecido pela ONU [Organização das Nações Unidas], que é o Programa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência coordenado pelo João Ribas. Esse projeto é referência internacional. Nós temos um documento da United Nation Voluntary reconhecendo esse projeto do Serasa como algo importante para a sociedade. Então, isso é coordenado sim pela área de cidadania. Mas nós temos uma série de alternativas que são de cidadania, de responsabilidade social, mas que não são exclusivamente da nossa área que são oito pessoas, mas sim que tem essa visão na relação de negócio ter a questão da responsabilidade sócio-ambiental, por exemplo. Nós temos um (rating? - “classificação de risco de crédito”), um (rating) ambiental. Então o que significa isso? O Serasa é uma empresa de análise de informação para crédito. Nada mais claro e óbvio de ter indicadores também ambientais na sua nota, no seu (rating). Então isso é uma coisa inovadora. Nenhuma empresa no mundo tinha pensado e o Serasa se inovou nisso e recebeu reconhecimento da GRI por esta iniciativa de incluir critério socioambientais no rating econômico das empresas, ou seja, é realmente a questão do triple bottom line. Pensar os aspectos econômicos, sociais e ambientais para a questão do sucesso empresarial. Então, eu consigo com certeza fazer esse link de responsabilidade social com sucesso de organização. O Serasa sempre está na lista das 20 empresas de sustentabilidade. É um ranking mais recente da Revista Exame, se eu não me engano, das 20 melhores empresas em sustentabilidade. Estamos sempre na seleção das melhores empresas pra se trabalhar do grupo Great Place Work Institute. Então, eu não tenho dúvida que a questão de sustentabilidade, de responsabilidade social tem a ver com esse sucesso empresarial.
P - Em relação a sociedade em geral vocês atendem ao público também. Quais feedback vocês têm em função de atuarem desta forma?
R - O Serasa tem uma série de postos de atendimento ao cidadão espalhados pelo país todo. Dentro de Poupatempo, por exemplo, dentro do Rio-Centro nós temos postos de atendimentos. E sempre são feitas pesquisas nesses postos de atendimento para o cidadão. E nós temos índices altos em torno dos 92 por cento de satisfação com o serviço da Serasa. Então, é algo realmente de se reconhecer. O Serasa não tem só essa visão empresarial, essa imagem empresarial, mas também com o seu trabalho com o cidadão. Nós temos uma visão muito clara de que a questão da inadimplência para o Serasa não é boa para o Serasa que exista mais que a sociedade seja mais inadimplente, que mais pessoas entrem no cadastro de pessoas negativas. De maneira nenhuma. O Serasa quer uma sociedade sadia na questão financeira. Que tenha essa consciência de seu histórico financeiro. Então a gente trabalha pra isso, com publicações voltadas para a população pra questão de como cuidar do seu histórico financeiro, como não se endividar, como saber da questão da compra a crédito. Então existe esta preocupação da empresa com essa visão de longo prazo da economia.
P - Você teve alguma situação de observar esse retorno da sociedade pessoalmente que não fosse só pelos indicadores institucionais?
R - Algum caso você está me perguntando assim? Da sociedade como um todo do trabalho da Serasa. Você está perguntando da população ou de algum projeto?
P - Pode ser um projeto também que você tenha visto e que deu certo, que te marcou. Que projeto que te marcou no Serasa?
R - Eu acho que eu posso dizer do Programa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência que é um programa. Porque essa questão da legislação, da cota, todas as empresas hoje no Brasil independente do seu porte, têm uma questão da cota. E se você for pensar elas são obrigadas a contratar pessoas com deficiências, mas o Serasa tem uma preocupação que é além da legalidade. É além. Existe a legalidade. Sim, nós cumprimos a cota, mas nós temos uma preocupação de capacitação desse deficiente para atuar não só no Serasa. Então existe um curso, capacitação. Ele pode simplesmente se não trabalhar no Serasa buscar alternativas de inclusão social e econômica de procurar emprego. Então, isso no Serasa é muito forte. A primeira vez que eu entrei no Serasa eu vi aquele lugar e falei: "Gente, esse lugar não existe". Porque é um prédio todo acessível aqui em São Paulo. Acessibilidade você anda e é impossível você não ver isso aqui no prédio. Os deficientes visuais têm todo o aparato suficiente para trabalhar com dignidade da mesma forma que nós. O que é trabalhar com dignidade? Nós não temos o nosso computador quando a gente trabalha? Eles têm além do computador um programa, um software, que lê a mensagem pra ele enquanto ele está conectado. Tem o programa Lê para Ele. O deficiente físico tem todo o aparato necessário para trabalhar com dignidade. Então, ele tem as rampas necessárias, os banheiros necessários. E o deficiente auditivo da mesma forma: vai participar de uma reunião? Tem intérprete de libras. Então, eu acho que isso é uma coisa bem prática. Não é um discurso, nós temos isso e isso está aí para a sociedade ver. Nós temos quatro fóruns anuais que a cada três meses nós fazemos fóruns de discussão sobre o tema da empregabilidade. No ano passado nós tivemos a Bárbara Mori, que é uma expert do tema de direitos humanos e focada em empregabilidade em pessoas com deficiência da OIT [Organização Internacional do Trabalho]. E ela esteve no Brasil a convite da Serasa para uma palestra e nós tivemos assim uma satisfação muito grande de receber um reconhecimento de uma expert no assunto falando que realmente o Serasa é best nesse assunto. Então, eu não tenho dúvida que esse é um bom exemplo pra contar pra vocês.
P - Você trabalha próximo a alguém que é do Programa?
R - Sim. Duas pessoas: O João Ribas é o coordenador. Ele é deficiente físico, cadeirante. E a Priscila Brancaneschi (?) que estava comigo hoje de manhã que é deficiente visual e é psicóloga e trabalha no Serasa também.
P - E você tem alguma história com eles?
R - Ah, histórias engraçadas tem muitas. Eu sou amiga dos dois. A Priscila, principalmente, porque é menina e então sempre tem aquelas coisas, você quer perguntar, curiosidades, histórias engraçadas. Tem aquela coisa de você querer ajudar tanto que você acaba sendo a chata. Então, você quer ajudar e não tem que ir com o tempo você vai percebendo que é a mesma coisa. Diversos somos todos. Então, tem até acho que é o livro do [Reinaldo] Bulgarelli que é da diversidade que existe em todos nós. Então, tem muita história engraçada. O Serasa é um lugar assim muito bonito cheio de plantas, árvores, lagos e sempre tem aquelas histórias que eu não sei é mito ou se realmente alguns deficientes visuais já caíram no lago, aquelas coisas assim. Coisas boas, sempre coisas boas pra contar e pra compartilhar e tudo mais.
P - E olhando agora esses dez anos do Ethos que a gente está comemorando agora em 2008 você participou bem do princípio. Qual que você acha que foi a melhor realização do Ethos? A ação do Ethos que te marcou bastante que você se lembra?
R - Olha, eu acho que, talvez, a primeira conferência que eu participei. O PEV [Prêmio Ethos Valor], que é o Prêmio Ethos Valor, sem dúvida eu acho que é a iniciativa que tem mais. Não só por o Serasa patrocinar oito anos, independente disso, mas que tem mais continuidade, é um projeto de longo prazo mesmo. E pelo papel educacional que existe é um projeto que nunca deve acabar porque sempre vai existir universitário e cada vez mais esse é um tema que tem que ser estudado. Na verdade, eu acredito que este Prêmio Ethos Valor que agora, hoje, não chamam mais esse Prêmio Ethos Valor, chama Futuros Gestores. Porque o que era um prêmio agora é uma capacitação, uma formação dos futuros líderes das empresas. Então ele é um projeto que ele vai ser transformado a cada ano. Acabei de vir de um almoço com a patrocinadora do prêmio. Nós estávamos almoçando com a coordenadora, com a Luciana, e ela falando desse prêmio e o que se espera de mudanças para 2009 e eu consigo visualizar coisas muito boas acontecendo vindo por aí. Mas além desse, eu acho que a conferência é um marco muito grande. Tem um grande evento. Esse Ethos sem dúvida o evento nacional de maior relevância para o tema da responsabilidade social. Eu não tenho dúvida disso. Não só nacional, na verdade ele é nacional, mas com abrangência internacional. Então ele se pensou num evento de responsabilidade social que tem que ter na agenda para o ano que vem é a conferência do Ethos.
P - Você falou que você já consegue visualizar algumas coisas futuras. Uma direção, pelo menos?
R - Para o PEV?
P – É?
R - Que na verdade agora é o Prêmio Futuro Gestores.
P - Pensando numa coisa mais macro, na atuação do Instituto Ethos em geral, qual que você acha que é o maior desafio?
R - É muito difícil mesmo. Mas o desafio.
P - O que você gostaria de ver sendo realizado talvez?
R - Eu queria mais empresas menores participando. A questão é essa. Eu acho que se eu tivesse que colocar um desejo eu acho que as grandes empresas não que elas já tenham a questão da responsabilidade social resolvida. Não, não é isso. Mas ela já tem essa consciência da necessidade, da urgência do tema. Nem que elas não saibam muito como fazer elas estão preocupadas com isso. Isso já de alguma forma já as tocou.
P - Por que o impacto delas também é muito grande?
R - É grande. E a responsabilidade social seja por marketing, porque existe sim, ou por estratégia é algo que para as grandes empresas é inevitável. Agora eu acho que se a gente pensar em Brasil, que Brasil, grandes empresas são poucas. Se você for pensar do que se compõe realmente, qual é a estrutura, o segmento de empresas brasileiras é micro e pequena empresa. E micro e pequena empresa eu acho que ainda hoje não está, essas empresas não estão ainda alinhadas com esse tema. Então se eu pudesse vislumbrar alguma coisa de grande desafio daqui pra frente seria o foco em micro e pequenas empresas. Então, pensar em estratégias de saber essas empresas pra se alinharem com o tema, projetos que capacitação ou mesmo iniciativas voltadas para cada segmento. Por exemplo, o programa de responsabilidade social no varejo da Fundação Getúlio Vargas, eles têm essa preocupação de não terem somente exemplos de grandes supermercados, grandes redes varejistas, mas sim pequenas empresas. A professora Roberta Cardoso a Fundação Getúlio Vargas diz isso em todas as suas palestras com muita clareza. Que o nosso diferencial vai ser quando a gente tiver o varejinho ali do lado da sua casa, aquele mercadinho, aquela mercearia fazendo alguma coisa. Esse sentido de comunidade se dá com as pequenas empresas. Não são com grandes empresas que a gente tem a relação de comunidade. E se a gente quer pensar no mundo como uma grande comunidade a gente vai ter que pensar nas pequenas empresas. É isso.
P - Ah, legal. Você tem mais alguma coisa que você gostaria de deixar registrado? De falar algum assunto que a gente não tocou, mas que você lembrou no meio do caminho?
R - Não. Acho que eu estou bem contente. Consegui falar bastante das pessoas que fizeram parte e que fazem parte dessa minha história e da história da responsabilidade social. Estou bem contente de poder fazer esse depoimento.
P - Legal. E essa experiência de contar o que você achou?
R - Eu achei ótimo porque você fica lembrando das pessoas que fizeram e fazem parte da sua vida. E sem dúvida nenhuma o Ethos é um grande impulsionador de ideias e sentimentos.
P - Então, eu quero agradecer Vandresa por você compartilhar com a gente parte da sua trajetória pelo Museu da Pessoa. Obrigado!
R - Obrigado você!
--FIM DA ENTREVISTA--Recolher