Projeto 50 Anos Tetra Pak Brasil
Depoimento de Nelson José da Silva
Entrevistado por Larissa Gomes e Valdir Bertoldi
São Paulo, 12 de setembro de 2007
Realização Museu da Pessoa
Código: TPK_HV006
Transcrito por Regina Paula de Souza
Revisado por Bruna Ghirardello
P/1 – Boa tarde seu Nelson.
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Projeto 50 Anos Tetra Pak Brasil
Depoimento de Nelson José da Silva
Entrevistado por Larissa Gomes e Valdir Bertoldi
São Paulo, 12 de setembro de 2007
Realização Museu da Pessoa
Código: TPK_HV006
Transcrito por Regina Paula de Souza
Revisado por Bruna Ghirardello
P/1 – Boa tarde seu Nelson.
R – Boa tarde.
P/1 – Para começar eu queria que o senhor falasse o seu nome completo.
R – Nelson José da Silva.
P/1 – E o local e data de nascimento?
R –
Garanhuns, Pernambuco.
P/1 – E a data?
R – Dez de janeiro de 1934 .
P/1 – Qual é a função que o senhor ocupa na Tetra Pak?
R – Jardineiro.
P/1 – O nome dos seus pais, poderia falar para nós?
R – Alfredo José da Silva e Hermina Maria da Silva.
P/1 – Onde eles nasceram?
R – Garanhuns, também. Minha mãe não nasceu bem em Garanhuns, nasceu em Palmeirina, município de Garanhuns.
P/1 – Tudo ali perto?
R – É... É a mesma coisa.
P/2 – Palmeirina é um bairro?
R – É um bairro.
P/1 – Ah certo. E quais as atividades deles? O que eles faziam?
R – Agricultor.
P/1 – Eram agricultores?
R – É.
P/1 – E o senhor morou lá por quanto tempo? Quando veio para cá?
R – Eu vim para cá com 27 anos.
P/1 – Então, antes disso morava lá?
R – Morava lá.
P/1 – Lá em Pernambuco?
R – É. Trabalhava em fazenda, trabalhei muito em engenho, de engenho eu conheço tudo.
P/1 – Ah é, então, desde pequeno trabalhando com plantas?
R – Com plantas.
P/1 – E o senhor trabalhava com os seus pais, como era o trabalho lá?
R – Não, ainda pequeno eu fui morar com a minha avó e comecei trabalhar como fazendeiro.
P/1 – Ah...certo. E quando o senhor era criança, como eram as brincadeiras?
R – Ah, nossas brincadeiras! Se fosse hoje nós ganharíamos prêmio...(risos)...
P/1 – Ah é?
R – É. Nossas brincadeiras eram pular, subir em árvore para pular, pular vara, muita coisa.
P/1 – E como era a cidade onde o senhor morava? O senhor morava na cidade ou na área rural?
R – Não, nós morávamos na área rural.
P/1 – Moravam num sítio?
R – No sítio, depois de grande, viemos para a cidade.
P/1 – E como era o sítio?
R – O sítio era muito mato, tinha muita mata lá. Muita água, muito peixe, passarinho. Era uma beleza.
P/2 – Seu Nelson, só voltando um pouquinho. O senhor, quando era criança, foi morar com a sua avó?
R – Fui.
P/2 – O senhor lembra quantos anos, mais ou menos, o senhor tinha?
R – Dez anos.
P/2 – E sua avó morava na mesma cidade, em outro lugar?
R – Não, no mesmo local, município de Garanhuns também.
P/2 – Ah, o senhor só mudou de casa?
R – Eu só mudei de casa.
P/2 – Então você cresceu na casa da sua avó?
R – Cresci com a minha avó.
P/2 – Lá também era um sítio, também era uma fazenda?
R – Era fazenda.
P/3 – E o senhor tem irmãos?
R –Tenho.
P/3 – Quantos?
R –Bom, nós éramos em sete irmãos, mas já faleceram dois.
P/2 – E você é mais velho ou mais novo?
R – Tenho dois irmãos gêmeos, faz quatro, cinco anos que eu não vejo e nem ninguém sabe onde ele está.
P/2 – Nenhum dos dois?
R – Não, um está em Garanhuns e um está desaparecido, não sei onde ele está .
P/2 – Ele é mais velho que o senhor ou mais novo?
R – Não, eu sou mais.
P/2 – O senhor é o mais novo?
R – É.
P/1 – É o caçula?
R – Não é bem o caçula, mas é perto.
P/1 – E os outros irmãos do senhor continuam...
R – Um continua aqui em Indaiatuba, a outra morreu, outro morreu também, lá no norte, em Garanhuns, e tem dois vivos ainda.
P/1 – Lá?
R – É, lá tem só um.
P/1 – Entendi.
R – E tem esse desaparecido, não sei se é vivo ou morto.
P/2 – Quando criança vocês conviviam juntos?
R – Juntos.
P/2 – Eles também moravam com a sua avó?
R – Não, moravam com o meu pai, mas moravam na mesma fazenda.
P/1 – E como foi quando o senhor saiu da casa dos pais e foi morar com a avó? Teve muita diferença?
R – Não, porque eu morava na mesma fazenda. Um dia dormia na casa da minha avó, outro dia dormia na casa do meu pai e assim foi. Depois eu passei de uma vez para a casa da minha avó.
P/1 – E a sua avó era agricultora também?
R – Era.
P/1 – O senhor tem alguma lembrança marcante dessa época?
R – Ah tenho...
P/1 – O senhor podia contar?
R – Eu caí de um cajueiro, quase morri...(risos)...
P/1 – Ah é. Conta para nós...
R – Eu caí e para ir para casa precisei que me levassem. Eu lembro disso até hoje.
P/1 – Mas o senhor não se machucou muito não, ficou inteiro? (risos)
R – Fiquei inteiro. Mas se fosse hoje tinham me levado ao médico, porque eu fiquei mais de seis meses com o pescoço torto, da queda, mas naquele tempo... Principalmente lá no norte, era muito atrasado.
P/1 – E o senhor saía muito do sítio para ir para a cidade ou não?
R – Ah depois de grande eu saía.
P/1 – Depois de grande?
P/2 – Quando pequeno o senhor não ia à escola?
R – A minha tia tinha escola em casa, eu comecei aprendendo com ela, um pouco.
P/2 – Então, você estudava lá na fazenda mesmo?
R – Era.
P/1 – Com quantos anos, mais ou menos, o senhor começou a estudar? O senhor lembra?
R – Ah...mais ou menos com uns quatro
anos, mas eu quase não aprendia nada com ela não, porque...nem sei porquê. Depois que eu vim aprender um pouquinho aqui em Monte Mor, depois que eu vim embora para cá eu comecei a estudar à noite.
P/2 – E lá, a fazenda que o senhor morava era fazenda de quê?
R – Era café e cana.
P/2 – Você trabalhava junto com a sua família? Ajudava?
R – Não, eu trabalhava sozinho, quando eu comecei a trabalhar na fazenda com quatro anos, eu trabalhava sozinho.
P/1 – Seu Nelson, o senhor lembra quando foi a primeira vez que o senhor foi para
uma cidade grande, para uma cidade mais movimentada?
R – Morar ou?
P/1 – Não, visitar mesmo, passear, alguma coisa?
R – Visitar? Não, depois dos 15 anos nós íamos toda semana, um dia por semana íamos para a feira.
P/1 – E como era?
R – Naquele tempo só se fazia feira na cidade.
E de segunda-feira ou, às vezes, no sábado nós íamos à feira comprar as coisas.
P/1 – E o senhor disse que veio para Monte Mor com vinte e...?
R – Vinte e sete anos.
P/1 – E antes de Monte Mor o senhor morou em algum outro lugar?
R – Em fazenda.
P/1 – Aqui na região?
R – É... Lá perto de Monte Mor mesmo. Na fazenda de café do Chibabe, chamava... Alguma coisa Chibabe, o outro nome era Doicinho, Dolfinho...
P/1 - E como foi, como era Monte Mor quando o senhor chegou? Quando o senhor mudou para lá?
R – Ah, muito pequena. Não tinha quase nada, pequena mesmo. Monte Mor veio crescer de um certo tempo para cá.
P/3 – Seu Nelson, só voltando um pouquinho, o senhor veio de Garanhuns direto para Monte Mor?
R – Foi.
P/3 – Foi direto. E por que Monte Mor?
R – Porque eu tinha um cunhado que já morava lá. Então, por intermédio dele eu vim. Eu vim trazer meu pai, eu não queria nem saber de São Paulo, eu vim trazer meu pai. Quando eu cheguei o dono da fazenda me ofereceu um pomar de laranja meeiro, eu fiquei interessado e peguei o pomar de laranja meeiro e voltei. Isso foi em 1964 . Eu tirei duas safras de laranja e voltei para o norte de novo.
P/1 – E antes disso o senhor já tinha trabalhado com laranja?
R – Não.
P/1 – E como foi, de repente começar a trabalhar?
R – O dono da fazenda era agrônomo, ele ensinou tudo para nós, como fazia, como não fazia e nós aprendemos. Foi o ano que eu ganhei dinheiro aqui em Monte Mor, foi só aquele tempo, com laranja.
P/1 - (risos)... Foi com laranja?
R – Foi, em 1964, eu voltei para o norte com 750 conto, era muito dinheiro.
P/2 – Então, você veio arrecadou um dinheiro aqui e voltou para lá?
R – Aí eu fui para lá, fiquei um ano, no dia que inteirou um ano eu voltei para cá de novo. Cheguei aqui fui tocar roça, lavoura em água e o dinheiro foi embora, perdi tudo na lavoura.
P/1 – E era lavoura do quê?
R – Arroz, feijão e algodão.
P/3 – Mas a lavoura era do senhor?
R – Era minha... Bom, a metade, porque sempre fui meeiro.
P/3 – Ah...era meeiro?
R – É, quem toca lavoura é meeiro. Era...
P/3 – E aí, o senhor tinha um resto daquele dinheiro?
R – Acabou tudo, acabou com a lavoura. A lavoura não deu nada, não tinha preço e de repente veio uma chuva de pedra que acabou com todo o algodão que eu tinha. Quatro alqueires de algodão acabaram de uma vez, com pedra e chuva de granizo.
P/2 – E que o senhor fez?
R – Fui tocando, plantando arroz, fui levando... Aí quando foi... Nem 1973, teve um homem daqui de São Paulo, que era diretor do Banespa, ele comprou um sítio lá e me colocou para tomar conta, fiquei sete anos tomando conta do sítio do homem. Em 1981 ele vendeu o sítio, eu saí do sítio dele, plantei arroz por mais um ano e pouco e depois entrei na Tetra.
P/3 – Só voltando um pouquinho seu Nelson, quando o senhor estava lá em Garanhuns, antes de vir para
São Paulo pela primeira vez. Tinha muita festa?
R – Tinha.
P/3 –Como eram essas festas?
R – A festa lá era muito boa, agora mesmo terminou a melhor festa de lá, foi sexta-feira, dia sete?
P/3 – Isso.
R – É, tem uma festa lá do dia sete para o dia oito, que era a melhor festa que tinha, naquele tempo não tinha lugar no Brasil que tivesse uma festa maior do que aquela.
P/3 – Mas era uma festa que era de algum Santo, do quê?
R – Santa Quitéria.
P/3 – Quem é Santa Quitéria?
R – É uma Santa lá da Frecheira, perto de Garanhuns. É um pouquinho fora de Garanhuns, hoje já está quase dentro, mas antigamente era muito fora. A festa é do dia sete para o dia oito, na verdade são nove noites, começa muito antes, mas o bom mesmo é do dia sete para o dia oito.
P/3 – Dava para arrumar muita namorada?
R – Ah dava...
P/3 – Dava...(risos)...
R – Naquele tempo, solteiro, dava.
P/3 – E seu Nelson, qual o tipo de música que o senhor ouvia muito lá, era forró?
R – Era...Luiz Gonzaga.
P/1 – O senhor dança bem forró?
R – Não, nunca dancei.
P/1 – Nunca dançou?
R – Nunca dancei, gostava muito, mas nunca dancei.
P/1 – Ficava só ali em volta olhando?
R – É, só olhando.
P/1 – Paquerando?
R – É.
P/1 – Seu Nelson, o senhor é casado?
R – Eu sou viúvo há 17 anos.
P/1 – E qual era o nome da sua esposa?
R – Era Maria do Carmo de Souza.
P/1 – O senhor tem filhos?
R – Tenho três. Tem um que trabalha na Tetra também.
P/1 – Você poderia falar o nome dos seus filhos também?
R – Ivaldo da Silva de Souza e Nelson José de Souza.
P/1 – E o senhor conheceu a sua esposa onde? Aqui em Monte Mor?
R – Não. Eu casei lá.
P/1 – Ah, o senhor veio casado para cá, então?
R – Eu vim para cá já casado.
P/2 – Conheceu ela numa festa dessas?
R – Não, ela era vizinha lá no sítio quando eu a conheci.
P/1 – E o senhor já morava em Monte Mor quando a Tetra Pak foi para lá?
R – Já. Eu conhecia ali quando era só mato, não tinha nem sinal de Tetra, aquela pista foi aberta, mais ou menos, entre 1972, 1973, ela não existia antes.
P/1 – E na época, Monte Mor era só o centro?
R – Era só o centro, mesmo a avenida tinha poucas casas. Ali onde tem aquele posto de gasolina não tinha nada, era só água, um lugar alagado.
P/1 – E os bairros em volta, o Jardim Paulista?
R – Não, ali era cana.
P/1 – Não existia?
R – Ali era só cana, não tinha nada. O meu patrão arrendava aquelas terra para
plantar batata, depois milho, nós quebravamos milho e arrancávamos batata lá.
P/2 – E seu Nelson, você disse que quando você chegou em Monte Mor você estudou um pouquinho?
R – Estudei.
P/2 – O que você estudava? Você começou a ir à escola?
R – Comecei.
P/2 – E gostou?
R – Gostei. Primeiro a professora ia dar aula lá na fazenda à noite, depois ela parou, ficou dando aula em Monte Mor e nós íamos para lá.
P/2 – Isso antes de você entrar na Tetra Pak?
R – Antes.
P/3 – E como foi que o senhor entrou na Tetra Pak?
R – Tem um rapaz lá, que já trabalhava lá, e ele me conhecia. Eu estava sem serviço ele disse: “Nelson, eu vou arrumar um serviço para tu na Tetra”. É o Pacote, sabem quem é o Pacote, não sabem?
P/1 – Sim.
R – Ele é gente boa. Foi ele que arrumou para mim.
P/1 – E o senhor começou lá como jardineiro já?
R – Já. Desde que eu entrei lá estou como jardineiro.
P/1 – E como era a Tetra Pak naquela época? A fábrica estava no comecinho, como era?
R – Quando eu entrei, era uma coisinha pequena, só tinha grama para roçarmos.
P/1 – Então, tinha bastante serviço?
R – Ah tinha, hoje não tem nada, antes era só grama. Não tinham aqueles prédios, tinha o quê? Dez por cento do que tem hoje, no máximo.
P/1 – E como foi o primeiro dia de trabalho, a primeira semana? O senhor estranhou, de sair do campo, na lavoura, para passar para dentro de uma empresa?
R – Eu não estranhei muito, porque quando eu entrei lá o meu serviço era quase como roçar, era só cuidar de grama.
P/1 – E além do Pacote, o Luiz Ribeiro, o senhor conheceu mais alguém, fez amizade lá, como foi?
R – Eu tenho muito amigo lá dentro. Inclusive há uns dois anos atrás eu quase saí de lá, porque iría mudar de firma, porque na verdade eu trabalho lá dentro, mas não é para a Tetra, sou terceiro.
Não sei se você sabe...
P/1 – Sei sim.
R – Então, outra firma entraria no lugar da minha e eu queria ir para o norte. E eu pedi para a firma me dar uns dias antes de eu entrar na outra, porque eu sempre estou passando de uma para outra. Eles falaram que íam ver, quando faltava um dia para aquela entregar e para a outra entrar, ela falou que não podia. Aí não sei quem contou para o Gilberto [Gilberto Balista], e o Gilberto veio me perguntar: “Nelson, você vai nos deixar?” E eu disse: “ Vou porque eu pedi para ir 15 dias para o norte e não deixaram, a firma disse que não podia”. Então ele falou com o Cássio, você conheceu o Cássio, não?
P/1 – O Cássio não.
R – O Cássio está no Estados Unidos agora.
P/1 – Não, não conhecemos.
R – Bom eles conversaram e meia hora depois o chefe da firma disse: “Nelson pode ir para a sua viagem...(risos)... Está
reservado seu lugar, pode ficar 30 dias lá que seu...(risos)...seu lugar está reservado”.
P/3 – E seu Nelson, o senhor sempre vai lá para o norte?
R – Vou, o ano passado eu fui, no mês de abril, é o mês das minha férias.
P/3 – E sempre que o senhor pode, na suas férias, o senhor vai lá visitar?
R – Toda vez.
P/3 – Sente uma saudade?
R – Ah sinto, minha vontade é de ir embora para lá...(risos)...
P/3 – O senhor quer ir para lá ainda, quando o senhor se aposentar?
R – Eu já aposentei, faz quatro anos que eu estou aposentado.
P/3 – E o senhor não estranhou, quando o senhor veio de lá para cá morar em Monte Mor, o senhor não sentiu falta de lá?
R – Sinto até hoje. Eu estou com quatro 5 anos, nunca acostumei aqui. Eu gosto muito de lá.
P/1 – E lá mudou muito?
R – Mudou, hoje tem pouca diferença daqui.
P/1 – Ah é?
R – É. Mudou muito, muito mesmo.
P/3 – Voltando para a Tetra Pak, quando ela estava sendo construída, o senhor pensou que o senhor iría trabalhar lá?
R – Não, eu não gostava de firma. Se eu gostasse eu tinha entrado na Tetra antes, mas eu não gostava não. Não me arrependi, porque na roça, apesar de ter tido prejuízo, Graças a Deus eu tenho minha casa boa e mais alguma reservazinha. Há três anos, fui lá para o norte e comprei dois terrenos na cidade para mim para construir uma casa, já era para eu ter construído, mas se Deus quiser esse ano eu construo. Então, não estou arrependido não.
P/3 – E os seus filhos pensam em ir junto, quando o senhor for para lá?
R – Não.
P/3 – Querem ficar?
R – Eles não vão porque dois são casados, casaram-se aqui e um é solteiro, mas nasceu aqui na Casa Verde, ele não acostuma lá não.
P/3 – Aqui na Casa Verde?
R – É.
P/3 – O senhor chegou a morar aqui em São Paulo?
R – Morei dois anos aqui.
P/3 – Olha, o senhor está escondendo as coisas, não tinha falado que tinha morado aqui! (risos)
R – É, porque ainda não tinham perguntado. (risos) Mas quando eu estive em Monte Mor eu falei que eu voltei para o norte.
P/3 – Isso.
R – Fiquei um ano lá, não foi?
P/3 – Foi.
R – Esse ano quando eu voltei eu vim para cá.
P/3 – Ah, o senhor veio aqui para São Paulo?
R – É, porque tinha um amigo meu, que nós fomos criados juntos lá e ele veio embora para cá. Um dia ele foi passear lá no norte e me trouxe, disse: “Nelson vamos ficar comigo lá em São Paulo”, e eu vim. Eles eram pobrezinhos que nem eu, até pior, era de família de gente rica, mas esse coitado era pobre também. Eles vieram, ganharam um dinherão na loteria e compraram bastante coisa aqui dentro de São Paulo, mas eles confiavam em muita gente também, por isso deram uma baixada. Então eu vim com eles, fiquei morando na Casa Verde e foi onde esse meu filho mais novo nasceu.
P/3 – E o que sua esposa achava dessas viagens. Vem para São Paulo, vem para
Monte Mor, vai embora, pega eles, volta?
R – Ela não fazia questão não, se fosse para voltar para lá ela voltava, se fosse para
ficar ela ficava. Logo a mãe veio morar aqui.
P/3 – Ah a mãe dela morava aqui em São Paulo?
R – Morava, morreu faz três anos. Mas os irmãos dela todos moram na Vila Dalila.
P/3 – É, conheço. E seu Nelson, me conta uma coisa, quando o senhor entrou na Tetra Pak, o senhor já entrou como terceiro?
R – Já. Nas sete firmas que eu trabalhei lá dentro eu era terceiro.
P/1 – As firmas vão embora e o senhor fica?
R – E eu fico, não me deixam sair, eu vou ficando.
P/2 – E quando o senhor entrou na Tetra Pak, o senhor sabia o que era a Tetra Pak? O que ela fazia, o que ela produzia?
R – Sabia, eu sabia que ela fazia o acabamento de papel para embalagem de leite, suco. Eu sabia.
P/2 – Porque o senhor já morava em Monte Mor.
R – É, eu morava ali em Monte Mor já.
P/2 – Você acha que a Tetra Pak ajudou muito a cidade?
R – Muito, até hoje. Se a Tetra Pak sair de Monte Mor, acho que a cidade acaba.
P/3 – Nossa!
R – É.
P/1 – Tem alguma coisa, que o senhor acha que a Tetra Pak fez para Monte Mor que...?
R – Ah ela dá caminhão para a Prefeitura, ambulância para o hospital...
P/1 –E seu Nelson, quando a Tetra Pak foi para Monte Mor já tinha bastante empresa lá ou começou depois?
R – Não. Mais ou menos, as empresas chegaram lá quase numa época só, porque só um prefeito levou essas empresas para lá, ele faleceu o ano passado, o Zé Caetano. Ele trouxe a Tetra Pak, trouxe a Asvotec e Haver [Haver & Boecker]. Essas três empresas chegaram praticamente de uma vez só.
P/1 – E aí mudou muito lá?
R – Mudou muito.
P/1 – O que mudou?
R – A cidade.
P/1 – Cresceu muito?
R – É, deu muita vida à cidade.
P/1 – O senhor devia ter amigos, eles, os vizinhos, quando as empresas estavam para vir eles comentavam: “Ah, será que vai melhorar? Será que não?”. Como era?
R – Sempre se comenta. As outras demoraram, fraquejaram um pouco, só a Tetra que nunca caiu, esteve sempre subindo, agora a Asvotec e a Haver caíram muito, deram uma quebrada.
P/2 – E o que o senhor acha que as outras pessoas acham da Tetra Pak, quando conta para alguém que você trabalha lá?
R – Todo mundo acha que é uma grande empresa.
P/3 – Seu Nelson, o senhor podia contar um pouquinho para nós, como é o seu dia de trabalho? O que o senhor faz?
R – Eu sou jardineiro, quer dizer, eu faço de tudo, eu podo, faço plantio, molho, rego as plantas. De manhã cedo, o nosso primeiro serviço é varrer, lá de dentro até a rua lá fora, esse é o nosso primeiro serviço e depois meu serviço não precisa do chefe dizendo: “Vai fazer aquilo ou vai fazer aquilo, ele não manda, eu já sei o que eu tenho que fazer” .
P/3 – Quer dizer, desde quando o senhor tinha lavoura para quando foi para a Tetra Pak não mudou muito, porque o senhor continuou mexendo com a terra, não é?
R – É.
P/3 – Que é o que o senhor gosta...
R – É, não mudou nada.
P/2 – E seu Nelson, conta para nós, porque nós ouvimos falar de uma história de loteria, como foi isso? (risos)
R – (risos)... Ah, eu ganhei um pouquinho de dinheiro na loteria. Eu já estava em Monte Mor, foi na loteria esportiva, ganhei 80 conto naquela época.
P/2 – Naquela época era bastante?
R – É, dava para comprar um carro novo, um Corcel II novo, foi o ano que saiu o Corcel II novo.
P/2 – E o senhor comprou?
R – Não, empreguei na minha casa.
P/3 – E o senhor ficou conhecido como o homem da loteria?
R – É, às vezes, a turma fala, nem todo mundo sabia disso, ficaram sabendo depois daquela entrevista, mas ninguém sabia não.
P/3 – E o senhor foi...
R – Eu não falava para ninguém.
P/3 – É bom não espalhar. Quando ganhamos dinheiro.
R – É.
P/3 – Mas isso deve ter sido na década de 1980?
R – Que eu ganhei na loteria? Não, foi em 1974.
P/3 – Ah, foi 1974?
R – É.
P/3 – E como foi quando o senhor viu que ganhou? Porque deve ser uma alegria!
R – É, mas você sabe? As oito horas da noite deu o resultado e eu já sabia que eu tinha ganho, mas só fui falar em casa no outro dia. No outro dia que a turma ficou sabendo que eu tinha ganho.
P/3 – Antes de sair o resultado o senhor tinha certeza que o senhor tinha ganhado?
R – Não, naquela época eles davam o resultado logo que terminava o jogo. Aí eu já fiquei sabendo que eu tinha acertado.
P/3 – E por que o senhor só foi contar no outro dia?
R – Ah eu fiquei meio quieto.
P/1 – E no dia seguinte foi uma festa então?
R – Ah foi.
P/2 – Aí dividiu a alegria com todo mundo?
R – É, um dinheirinho que chega de uma vez só é bom.
P/3 – Mas o senhor continua jogando?
R – Continuo.
P/3 – Muito bem.
R – E eu gasto muito dinheiro com loteria.
P/3 – É? (risos)
R – Eu gasto muito dinheiro, viu? Eu até...
P/1 – Já dava para ter ganho outro prêmio já com o tanto que gastou? (risos)
R – É, o que eu ganhei já gastei há muito tempo, mas se eu for vender a minha casa hoje... Está certo que eu não deu para fazer a casa, mas o que eu empreguei na casa hoje eu nunca vou gastar, só se vender a casa, mas aí gasta à toa, então...
P/2 – Queria ganhar para poder ir para o norte, ficar lá.
R – É.
P/3 – E seu Nelson, o seu filho que trabalha lá na Tetra Pak
tem quantos anos?
R – Olha, certinho, certinho eu não sei não.
P/3 – Não... Mais ou menos?
R – Trinta e oito anos, mais ou menos, entre 38 e 39.
P/3 – Mas ele não é terceiro? Ele é...?
R – Não, ele trabalha para
a Tetra mesmo.
P/1 – E ele faz o que lá seu Nelson?
R – Ele trabalha na impressora. Aquele rapaz que estava aqui deve saber quem é ele, porque ele trabalha lá também.
P/2 – Ele é o mais novo?
R – Não, é encostado ao mais novo. O mais novo é 13 anos mais novo que ele.
P/2 – Nossa, bem novinho. E eles moram com você?
R – Só o mais novo, o caçula. Ele não, ele tem casa, é casado, mas ele mora numa rua e eu moro na outra, no mesmo bairro.
P/1 – Todo mundo pertinho?
R – É.
P/3 – E ele foi trabalhar lá, por quê?
R – Ele trabalhava na Haver, depois saiu de lá e já foi entrando na Tetra.
P/1 – Mas foi o senhor que aconselhou, que falou: “Vai trabalhar na Tetra Pak”, ou não?
R – Ele já conhecia lá. E o Pacote é muito amigo dele, eles vivem juntos, então o Pacote arranjou para ele e ele entrou.
P/1 – Como foi para o senhor, quando o seu filho foi trabalhar junto?
R – Ah, foi bom.
P/1 – Foi bom? O senhor gostou?
R – É, foi bom. Não faz muito tempo, ele está lá, mais ou menos, entre sete, oito anos, mais ou menos isso.
P/1 – Seu Nelson, eu fiquei sabendo, faz pouco tempo, que lá na Tetra Pak tem um viveiro?
R – Tem.
P/1 – E como é o viveiro? Onde fica?
R – Lá no fundo, lá em riba.
P/1 – E o que vocês fazem lá no viveiro?
R – Nós formamos os vaso para os escritórios.
P/1 –E o senhor trabalha lá dentro do viveiro, também, ou não, só para fora?
R – Em tudo, tudo sou eu.
P/1 – É tudo o senhor?
R – É, tudo sou eu que comando, os negócios de plantas, tudo sou eu.
P/1 – E o senhor tem ciúme das plantas?
R – Não, só se for lá e quebrar, a gente não acha bom não.
P/1 – O senhor dá bronca? (risos)
R - (risos)... às vezes, nós damos...(risos)...
P/1 – E tem alguma história engraçada que o senhor viveu lá na Tetra Pak ou então ficou sabendo?
R – Não, tem não.
P/1 – Não? Não consegue lembrar?
R – (risos)...
P/3 – O senhor está escondendo o jogo?
R – (risos) Não, lá teve uma historinha, mas eu não vou contar, porque, sabe como é, às vezes, o rapaz pode não gostar...(risos)...
P/3 – Mas o senhor não precisa contar o nome.
R – Ah, mas só em dizer... Não, para contar a história tem que falar tudo, não tem jeito, não...(risos)
P/2 – Qual é a parte do seu trabalho que você mais gosta? Tem alguma coisa?
R – Que eu gosto mais?
P/2 – É.
R – Ah, eu gosto de tudo, tudo que eu faço eu gosto.
P/1 – E seu Nelson, mudou muito o trabalho, de quando o senhor entrou para
agora? Bom, tem menos planta,
como você já disse, mas como foi?
R – Lá dentro da Tetra mudou muito.
P/1 – Mudou?
R – Meu Deus do Céu, mudou da água para o vinho de quando eu entrei lá para
hoje.
R – É muita exigência lá dentro...(risos)... Quando eu entrei lá não tinha muita exigência não.
P/1 – Era mais tranquilo?
R – É, isso aí mudou muito.
P/1 – E a relação com as pessoas, com os outros funcionários, mudou também? O senhor acha que é diferente?
R – Não, isso não.
P/1 – Todo mundo sempre teve um bom relacionamento?
R – É.
P/1 – Mesmo quando o senhor da bronca que está pisando na grama, alguma coisa, assim? (risos)
R – Não...(risos)... Mas sabe, muita coisa a gente vê e tem que ficar quieto. Porque, vai fazer o quê?
P/3 – Seu Nelson, nesses anos que o senhor está lá na Tetra Pak teve alguma coisa que o senhor sempre lembra, que te marcou? Alguma situação, alguma coisa que aconteceu e que o senhor gravou?
R – Não!
P/3 – Nada que...?
R – Não.
P/3 – Que o senhor lembra e o senhor fala: “Ai naquela época...”.
R – Não, não tem não.
P/1 – Seu Nelson, o senhor trabalha já há vinte e... Até esqueci já...(risos)...
R – É vinte e poucos anos.
P/1 – Vinte e poucos anos, não é? Vinte e um?
R – É, 21 anos e pouco.
P/1 – Então o senhor viu a Tetra Pak crescendo?
R – Vi.
P/1 - O senhor imaginava, quando começou a trabalhar, que a Tetra Pak viraria o que é hoje?
R – Nós sempre imaginávamos, porque a Tetra Pak sempre ouvíamos falar que a Tetra tinha muito movimento, muito dinheiro, pagava muito bem, então, nós sempre pensamos que ela iria subir.
P/1 – E no comecinho o senhor é comprava leite em caixinha?
R – Não, eu nunca comprei não, eu não bebo leite.
P/1 - ...(risos)... Então, o senhor não é um grande consumidor?
R – Não, o leite se fosse por mim acho que iria tudo a baixo.
P/2 – Toma suco?
R – É o suco eu gosto, mas leite não.
P/3 – E quando o senhor ganhou na loteria, voltando, por que eu gostei disso, quando o senhor ganhou na loteria algumas pessoas lá na Tetra Pak ficaram sabendo ou não?
R – Não, porque eu não trabalhava lá, foi muito tempo antes de trabalhar lá.
P/3 – Ah, foi antes?
R – Foi muito antes, eu ainda fui plantar tomate, depois ainda fui tomar conta do sítio desse homem, que eu falei que fiquei sete
anos, foi muito antes.
P/3 – E esse sítio era lá em Monte Mor?
R – De quê?
P/3 – Desse sítio, desse...?
R – É, lá em Monte Mor, era.
P/3 – E ali é uma região do quê? De cana...?
R – Cana e tomate.
P/2 – Ainda é?
R – Ainda é.
P/2 – Então, as cidades que o senhor já morou foi lá em Garanhuns, São Paulo e Monte Mor?
R – É.
P/2 – Não teve nenhuma dessas que você esqueceu e não contou para nós ainda?
R – Não, não morei em outra não.
P/1 – E qual o senhor gostou mais?
R – Garanhuns mesmo...(risos)...
P/1 – Quer voltar para terra, não quer?
R – É, lá eu gostei. Aqui foi onde eu arrumei alguma coisa, mas eu gosto é de lá.
P/1 – E o senhor não ficou em São Paulo, por quê? Por que decidiu voltar para
Monte Mor?
R – Porque eu não gostei não daqui não. E além de não gostar, o rapaz que eu morava junto lá na chácara, não era nem chácara era clube, o Barueri, não sei se você conheceu... O clube do Laudo Natel, governador daqui de São Paulo, era dele esse clube, ele comprou e me colocou lá. Depois começou a cair um pouco e ele vendeu. Aí andou procurando uma casa para comprar e me dar, e eu dizia: “Não, eu não quero, eu vou embora, eu já morei em Monte Mor e vou experimentar um pouco lá” e fui embora para lá de novo.
P/1 – E quando o senhor voltou para Monte Mor o senhor não estranhou? Porque, sair de São Paulo e voltar para Monte Mor, não foi...?
R – Não, lá é melhor do que aqui e quando eu fui para lá, fui para o sítio. Não foi bem para dentro da cidade.
P/1 – Então, o senhor gosta da vida no campo?
R – Ah eu gosto, mas eu não acostumo mais no sitio, eu tenho vontade de comprar um, mas só para estar lá de dia, de noite tenho que voltar para a cidade.
P/1 – E hoje em dia lá em Monte Mor o senhor faz o quê, de fim de semana para se divertir?
R – Nada, eu não saio de casa, os outros trabalham no sábado, eu não trabalho no sábado, porque eu trabalho a semana pagando o sábado. Então, no sábado eu fico em casa, sábado, domingo eu estou em casa, não saio de lá.
P/1 – Só descansando?
R – É.
P/1 – Assistindo televisão, fazendo o quê?
R – É, assistindo televisão, às vezes, não tem mais o que assistir, porque na televisão hoje só um joguinho e o repórter, o jornal, o resto não dá mais para
assistir, porque não tem mais nada que presta.
P/3 – E seu Nelson, quando o senhor está lá na Tetra Pak o quê o senhor tem que fazer no seu dia-a-dia. Todas as suas atividades, funções? O seu chefe é terceiro ou é da Tetra Pak?
R – Não é...
P/3 – Funcionário da Tetra Pak?
R – O chefe é terceiro. Mas ele não precisa nem falar o que precisa fazer.
P/3 – Não precisa?
R – Não, nem precisa, só quando quer mudar algum serviço.
P/2 – Então, quando chega gente nova lá para trabalhar com vocês é você que explica como faz?
R – Se for na minha área é, agora, se não for é o chefe que manda, que diz o quê que vão fazer.
P/2 – Ah, é dividido por área lá?
R – É, porque a área de jardinagem é uma, a área de quem varre e quem... Como se diz? Quem trabalha no escritório, são outras.
P/1 – Ah...certo. Seu Nelson, lá na Tetra Pak, nós vimos que já tiveram um monte de gente famosa que foram lá visitar. Já teve os atletas da campanha “Beba Leite”... O senhor chegou a conhecer alguém lá?
R – Não.
P/1 – Nunca viu ninguém passando por lá?
R – Não.
P/2 – Mas você acaba conhecendo muita gente. Estando ali pela cantina...
R – É, mas as vezes não dá para vermos, porque as vezes ficamos lá para trás roçando grama.
P/3 – E dá muito trabalho cuidar do jardim lá, porque é muito. É muito grande?
R – É muito, mas o que mais dá trabalho era a grama, hoje tem pouca grama.
P/3 – E é o senhor sozinho ou tem mais?
R – Não, somos em quatro.
P/3 – Quatro ?
R – É.
P/3 – Mas o senhor é o mais antigo?
R – Sou, os outros são todos novatos, de duas firmas para cá. Eu já passei por sete.
P/3 – E fora a grama, o viveiro quem cuida é o senhor ou são os quatro?
R – Nós quatro, mas mais eu, mas, por exemplo, se eu estou de férias os outros cuidam.
P/3 – Cuidam quando o senhor não está lá?
R – É.
P/1 – E quando o senhor entrou na Tetra Pak. O senhor falou que foi trabalhar com laranja e não entendia nada e o dono ajudou o senhor...
R – É, o dono era agrônomo.
P/1 - E na Tetra Pak, o senhor teve que aprender muita coisa, a lidar com planta?
R – Sempre tem o que aprender. Sempre aprendemos alguma coisa.
P/1 – E tem alguma planta lá que é mais difícil de cuidar? Que precisa de... Sei lá, muita água, ou então, pouca água?
R – Não, lá não tem muita não, é mais ou menos.
P/1 – E um cantinho preferido do jardim, o senhor tem? Que você acha que é o mais bonito?
R – Tem, tem algum lugar que é mais bonito sim.
P/1 – Qual o senhor acha?
R – É ali no...Negócio, esqueci.
P/3 – Fica na frente ou fica mais para o fundo?
R – Não, no prédio novo embaixo, é... Esqueci o nome do...
P/2 – Técnico, não é o técnico? Não?
R – Não, é...
P/2 – Onde tem a amora, a amoreira? Ali perto do prédio embaixo?
R – Não, quando sai da área de esporte e desce, eu esqueci, aquele nome dali é...
P/3 – O senhor cuida também lá do clube de campo, lá do clube do outro lado?
R – Não, lá são outros dois. Lá eu não vou não.
P/1 – Lá deve dar mais trabalho.
R – É, lá tem muita coisa para fazer para dois.
P/1 – Seu Nelson e as festas da Tetra Pak?
R – Muito boas.
P/1 – Teve alguma que o senhor falou: “Nossa, essa foi a melhor”?
R – Essa que vai vir agora é melhor que a de São João.
P/1 – E todo ano tem?
R – Todo ano, tem São João e dezembro.
P/3 – Ah, a próxima é dezembro?
R – É.
P/3 – Que é de Natal, de final de ano?
R – Natal.
P/3 – E o senhor participa de todas as festas que tem lá? Como é isso?
R – Não, eu não sou de muito de festa não, eu sempre vou, só que eu não demoro muito lá, eu vou fico uma hora, às vezes nem uma hora, mas as festa são muito boas.
P/1 – E se o senhor não vai, também, depois todo mundo fica: “Oh seu Nelson, onde o senhor estava?”.
R – É, pergunta sim, mas eu sempre vou, só que eu não demoro muito, nós temos o convite e vamos olhar um pouco, não é?
P/2 – Prestigiar.
P/3 – Seu Nelson, logo no começo o senhor falou do Pacote. Que foi ele que...
R – Foi, ele quem arrumou para mim.
P/3 – E o senhor conhecia ele de onde?
R – Ah eu conhecia ele porque ele sempre ia à casa do meu filho.
P/1 – E ele já trabalhava na Tetra Pak nessa época?
R – Ele já trabalhava.
P/1 – O senhor lembra o que ele fazia lá, ou não?
R – Não, não lembro. Eu nunca perguntei para ele o que ele começou fazendo. Hoje eu sei o que ele faz, quer dizer, mais ou menos, eu sei que ele é chefe, mas não sei de quê, sei que ele não pega mais no pesado não...(risos)...
P/3 – Então, antes dele ser seu amigo ele era amigo do seu filho?
R – É.
P/3 – E foi ele que indicou o senhor para ir para lá?
R – Foi.
P/3 – E depois o seu filho? Que entrou agora a pouco tempo?
R – É... Eu acho que foi, porque eles tinham muita amizade, deve ter sido sim.
P/3 – Seu Nelson, nós estamos no final. Eu queria perguntar para o senhor se o senhor quer falar alguma coisa que nós não perguntamos, que o senhor acha que é importante?
R – Não, estou satisfeito.
P/1 – Satisfeito? Nós também...(risos)...
R - ...(risos)...
P/1 – Muito obrigado seu Nelson, pela participação.
R – Nada, às ordens..
[Fim da Entrevista]Recolher