Edna nasceu na Bahia no Bairro da Saúde. O seu nome foi escolhido por sua mãe que significa tornar-se jovem novamente. Ela é uma pessoa extrovertida e cheia de energia. Por vaidade ou amor próprio, vive consciente da sua importância, e isso a ajuda a correr os riscos que a leva ao sucesso. Com...Continuar leitura
Edna nasceu na Bahia no Bairro da Saúde.
O seu nome foi escolhido por sua mãe que significa tornar-se jovem novamente. Ela é uma pessoa extrovertida e cheia de energia. Por vaidade ou amor próprio, vive consciente da sua importância, e isso a ajuda a correr os riscos que a leva ao sucesso. Com a idade de 04 anos seus pais separam-se e por não ter como pagar pensão seu pai a leva para a fazenda onde trabalhava. Sendo assim foi afastada de sua mãe e levada para outra cidade.
Ele a deixou na casa do seu padrinho e foi trabalhar no roçado. Era uma fazenda enorme de criação de gado. A casa principal era cercada por um varandão. Possuía vários quartos, mas ela não podia passar da cozinha. E a saudade e a falta que sentia dos seus irmãos e mãe aumentavam a cada dia. Era uma solidão inquietante que apertava o coração e trazia lágrimas aos olhos. Estudou em um convento e andava quase uma hora para chegar à escola. Poe ser muito nova não consegue lembrar o nome de nenhuma professora, mas da Madre Assunção ela jamais esqueceu. Uma senhora muito carinhosa e paciente. Sempre teve muito orgulho do seu uniforme escolar, pois o considerava um traje muito bonito: saia comprida, meia ¾ branca, a blusa meia manga, uma gravata azul e sapato preto.
Escola não era lugar de brincadeiras e todos eram tratados com muito respeito. A matéria que ela mais gostava era ciências por estar próximo da sua realidade. Tudo que faz parte da sua vivencia é mais prazeroso para aprender. Até hoje ela gosta de plantas e animais.
Na casa do seu padrinho a educação sempre foi muito rigorosa. E o respeito aos mais velhos era requisito básico.
Certa vez, a família de seu padrinho se reuniu para comemorar o dia dos pais com um belo almoço. Ele pegou uma jaca para servir de sobremesa, removeu os caroços e colocou em pratinhos sobre a mesa. Mesmo sem ter terminado de almoçar Edna olhou para a quantidade de jaca nos pratinhos e achando que era pouco, acabou pedindo mais.
O Sr Magalhães se recusou a dar, pois nem havia terminado de comer seu prato de comida. Revoltada com a recusa empurra o prato de comida e fala que não quer mais. Esse foi seu maior erro. Fazer má criação a mesa.
Edna só ouviu a seguinte frase: - Termina de comer.
E quando terminou, ele arrancou uma jaca do pé bem madura e partindo-a ao meio falou em tom rude: - Come.
Teve uma hora que a coitadinha não aguentava mais de tanta jaca que comera. E seu padrinho ao perceber com voz branda disse: - isso é pra você aprender que primeiro se come tudo e depois se quiser pede para servir mais, nunca mais faça o que a senhora fez a mesa. Era
uma lição pra jamais ser esquecida.
Nunca teve uma bicicleta e muito menos bonecas para brincar, mas em compensação possuía um quintal imenso, varias árvores para subir, um velho balanço preso a árvore. Sua brincadeira preferida era o pé de lata. Brincadeira simples feita com duas latae e barbante. Já ouviu falar? Faça um furo no meio de cada lata, passe o barbante e prenda bem. E agora é só subir e brincar. Um já ia esquecendo, um riacho na fazenda para nadar. Aos 13 anos reencontrou sua mãe, ou melhor, ela a encontrou. E
sem pensar duas vezes foi morar com ela.
O terreno era enorme, cheio de árvores, a casinha de sape ficava bem no meio do terreno, com um riacho no fundo onde lavavam roupas e louças, água encanada e energia elétrica eram artigos de luxo. Muito das casas daquela região da Bahia eram feitas de bambu e barro, o telhado de palha de coqueiro.
E cada um dentro de casa tinha seus afazeres, sempre gostou muito de lavar roupa e colocar para quarar. Lembra ate hoje quando pegava a folha do mamão e esfregava bem para passava na roupa, depois batia a roupa na pedra que ficava dentro do riacho e colocava para pegar sol, quando secava era só enxaguar. A roupa ficava limpinha e branquinha. Primeiro namorado nunca se esquece. Eles se encontravam todo fim de tarde debaixo da jaqueira.
Ate o dia em que sua mãe descobriu.
Sua mãe nunca gostou de colegagem era cada um na sua casa. E quando adolescente aprontou muito. Certa vez estava namorando debaixo de uma jaqueira e uma amiga veio avisar que sua mãe estava a sua procura com uma varinha de goiabeira na mão. Eram dois morros, ela foi para um lado e ele para o outro. Mas, sua mãe viu. Correu muito. E terminou escondida em um matagal ao lado da casa que morava. E esperou escurecer achando que se livraria da surra ou sua mãe iria esquecer.
Ao entrar em casa, adivinha quem estava me esperando atrás da porta? Sua mãe. Levou uma surra e ficou de castigo. Como foi sua primeira surra, chorou muito. Só saiu do quarto no dia seguinte, muito fraca e triste. Como havia ficado escondida esperando anoitecer não comeu nada e ao ser posta de castigo permaneceu sem comer. E triste porque não pretendia aborrecer sua mãe, pois a amava muito.
Ela Namorou, noivou, mas não casou. Perdeu um filho aos 16 anos ao cair da escada. E ganhou sua filha aos 17 anos. Morou com o pai da sua filha por dois anos e acabou não dando certo. E pensando em melhorar de vida resolveu vir para o Rio de Janeiro. Foi necessário deixar sua filha com sua mãe, pois não sabia o que esperar quando chegasse ao Rio. Sua mãe sempre enfatizou: - O Rio de Janeiro é uma cidade onde o filho chora e a mãe não vê.
Ao chegar ao Rio de Janeiro a primeira surpresa. O local onde deveria ficar não foi possível. Sua prima que havia visitado recentemente sua mãe e se prontificou em dar estadia alegou que a casa era muito pequena e não havia lugar para duas pessoas.
Apresentando uma amiga que ofereceu moradia. Além de pagar parte do aluguel acabavam realizando todos os afazeres da casa.
Trabalhou em casa de família, supermercado, de recepcionista, diarista e cozinheira. Atualmente trabalha de cozinheira na Escola Municipal Paulo Roberto. Já dormiu embaixo de viaduto quando a maré estava ruim. Morou em casa de amigas por um tempo.
A vida não é fácil e quando se estas por baixo são poucos os que te dão a mão.
E por intermédio de uma amiga que conheceu Caxias e mora aqui ate os dias de hoje. Conheceu seu companheiro em um forró, sempre gostou de dançar, pois a música alegra a vida e espanta a tristeza. Estão juntos aproximadamente 13 anos e sua filha mora próximo dela. Atualmente sua filha esta casada e com dois filhos. Seus netinhos são seu xodó. Ainda espera muito da vida e tem muitos sonhos a realizar, não parou na vida, continua vivendo e sonhando.
Edna deixa uma mensagem para você que esta lendo este texto: - Respeitem sempre os seus pais e estudem muito para ter chances de um emprego bom e assim conquistar seus sonhos. Trace suas metas e siga em frente. O futuro só é incerto para quem não vai à luta. Vocês são mais que vencedores.Recolher