Museu da Pessoa

Curtindo a natureza

autoria: Museu da Pessoa personagem: William Graça Filho

P1 – Senhor William, o senhor poderia, por favor, nos dizer o seu nome completo, local e data de nascimento, por favor?

R – Meu nome é William Graça Filho, eu sou natural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul e eu sou de 6 de maio de 1964, ano da Revolução, né?

P1 – Quais os nomes dos seus pais?

R – Meu pai era William Graça e minha mãe (Talita?) Fernandes Graça.

P1 – Qual a origem da sua família?

R – Nós somos... meu pai tem uma origem... nós somos descendentes de portugueses por parte de pai e por parte de mãe, às vezes eu falo brincando, tem um lado meio dos índios de Mato Grosso lá

bem mato-grossense mesmo. Então é uma mistura aí de mato-grossense com português.

P1 – Certo. O senhor se lembra dos seus avós?

R – Lembro, perfeitamente.

P1 – Fala um pouco dos seus avós.

R – Maternos, né? Paternos eu não os conheci. Mas maternos eu tive assim uma grande felicidade de poder conviver com meus avós até a minha adolescência, eles eram de Mato Grosso, então todas as férias daqui nós íamos pra lá, então foi um relacionamento muito de avô mesmo com a minha família; comigo também.

P1 – Quais eram as atividades deles?

R – Meu vô era reformado militar e minha vó, assim, do lar, né? Porque minha mãe são 11 irmãos. Então sempre foi uma família assim, sempre teve uma casa muito cheia, muito, assim, movimentada e minha vó era bem do lar mesmo, de fazer todos os quitutes, de comandar uma casa com 11 filhos. Depois foram chegando os netos também, então era uma casa sempre movimentada.

P1 – Quais foram as atividades dos seus pais lá em Mato Grosso e depois aqui em Campinas?

R – É, assim, tem uma história. Meu pai, de profissão lá, ele era representante autônomo de uma empresa daqui do Estado de São Paulo. Chamava Fernando (Vonghel?), de calçados. E, daí, minha mãe era, assim, de casa mesmo, de tá cuidando da família, tudo assim. É (pausa), depois qual foi, desculpa, a pergunta? Fugiu.

P1 – Por que que cês vieram pra Campinas?

R – Isso, daí foi isso. Então, daí, meu pai representava essa empresa de São Paulo em Mato Grosso e teve o convite de representar essa mesma empresa em São Paulo. E como a família do meu pai tinha se mudado de Miranda, que eles eram de Miranda, Mato Grosso, eles vieram pra Campinas, meu pai teve essa oportunidade e veio também. Mas depois de um certo tempo começou a acontecer o inverso. Ele não ficou mais nessa empresa, então nós tínhmaos a moradia aqui em São Paulo, Campinas, mas meu pai fazia... voltou a representar a mesma empresa, mas em Mato Grosso, mas nós não voltamos a morar lá. Então nós estabelecemos aqui moradia em Campinas e tamos até hoje. Quarenta anos já em Campinas.

P1 – O senhor tem irmãos?

R – Tenho.

P1 – Quantos?

R – Tenho dois. Eu sou o caçula de três. Tem minha irmã e tem meu irmão mais velho.

P1 – E as atividades deles?

R – Nós somos, assim, comerciantes mesmo, nessa área de gastronomia de Campinas. Meus irmãos hoje têm restaurante em Campinas.

P1 – Quais as impressões que... O senhor disse que o senhor veio na adolescência...

R - Não, eu vim na infância mesmo.

P1 – Na infância mesmo?

R – É.

P1 – E quais foram as impressões que o senhor teve quando chegou em Campinas?

R – Aaaah... eu não posso falar... já me considero assim totalmente campineiro, né, eu não tenho hoje assim... não teria como avaliar essa mudança, eu não...

P1 – Era muito pequeno.

R – É, eu era muito pequeno, tinha três anos quando eu vim, tô há quarenta anos em Campinas.

P1 – Certo. E a sua família comentou alguma questão?

R – É, mas, eu acho que naquela época, acho que o fator é mais climático. Campinas sempre teve um clima bem mais ameno, bem mais fresco e Mato Grosso sempre foi um calor muito grande. O que eu lembro, o que eu trago de memória mais foi isso, esse fator mais climático, de uma mudança.

P1 – E as condições de vida de vocês, eram diferentes?

R – Não, acho que foi sempre...

P1 – Foram sempre as mesmas...

R – Foi um pouco as mesmas, é ____.

P1 – A mudança não provocou nenhuma melhora, nenhuma piora?

R – Eu acho que não, não chegou a abalar esse lado assim, economicamente, não.

P1 – Então o senhor disse que chegou aqui em Campinas com três anos...

R – Isso.

P1 – Então na verdade a sua infância praticamente toda foi vivenciada aqui em Campinas. Como era o bairro em que o senhor morava, a cidade, como era na sua infância, como o senhor tem essa lembrança, essa memória?

R – Então, de Camipnas eu posso falar bastante. Logo quando nós viemos, meu pai comprou uma casa ali no Cambuí, onde minha mãe mora até hoje, na parte um pouco mais baixa ali do Cambuí, já perto do (Arolsimbo?) Maia. Mas hoje, assim, a cidade... eu me lembro que nós brincávamos ali na rua de carrinho de rolimã, hoje é uma rua totalmente comercial. Campinas teve um crescimento fantástico. Eu sou totalmente... gosto demais de Campinas e acompanhei todas essas mudanças, por tá envolvido sempre, assim, no comércio mesmo... gosto de tá vendo essas mudanças... Campinas começou com o Cambuí ali onde nos temos morangos, começou... chegaram os prédios residenciais, foi totalmente mudando, as casas... as casas bonitas, casas antigas do Cambuí que foram... chegada dos apartamentos que são hoje considerados os melhores prédios de Campinas estão no Cambuí. Então toda essa mudança do Cambuí eu acompanhei bastante.

P1 – E quando o senhor era pequeno? O que que o senhor gostava de fazer quando era criança?

R – Nós brincávamos... ali no Cambuí nós tínhamos muito, assim, as amizades de quadras mesmo, assim, de duas, três quadras já tinha o suficiente pra ter 10, 15 moleques da mesma idade. Então era futebol na rua, era pega ladrão na rua... ali próximo do Cambuí, naquela parte baixa ali, no (Arosimbo?) Maia mesmo - hoje é um lado bem comercial da cidade - ele tinha o antigo morrão, onde era um morro de argila natural... então ele tinha uma nascente que virava um "Wet'n'Wild" do Cambuí da época... eram tobogãs mesmo, assim, de argila. Ali era uma região muito gostosa de se brincar. Às vezes... a escola também era no bairro. Estudei no João Lourenço Rodrigues no Cambuí, então era... ia a pé e voltava-se a pé.

P1 – Tinha muitos amigos.

R – É.

P1 – E o senhor se lembra das lojas que o senhor frequentava? Lembra de alguma loja que o senhor ia comprar alguma coisa pra sua mãe, algum artigo?

R – Tinha... é tinha, como chama, essas lojinhas de aviamentos, essas coisas. Minha mãe sempre gostou muito dessas costuras em casa. Tinha umas lojinhas ali no Cambuí, tinha as padarias, alguma padaria, né, que hoje ___ em comparação a hoje, mas tinha padaria onde é hoje a Massa Pura... era padaria de uma senhora já falecida, esqueci o nome dela, já já acho que eu lembro...

P1 – Não faz mal.

R – (risos)... que mais... tinha um supermercado no (Arosimbo?) Maia, foi na época que começou a entrar os primeiros supermercados ali na região... era o, acho que o Jumbo

Eletro, chamava Jumbo Eletro o supermercado antigo... esse era o que tinha próximo à redondeza.

P1 – Onde eram comprados os gêneros alimentícios, os itens de consumo da sua casa quando o senhor era criança?

R – Então, meu pai tinha bastante assim... essas viagens pra Mato Grosso, meu pai gostava muito de trazer muitos produtos de lá pra cá. Eu lembro que a gente, que era... até comentávamos esses dias em família que as compras antigamente eram compras mensais, né, de estoque, hoje a gente compra por dia, pra dois, três dias. Mudou muito isso. Então na região tinha assim alguns... aqueles pequenos armazéns, ainda tinha alguns que tinham espaço, antes de chegarem os supermercados, mas logo acho que já entrou um supermercado ali na região que foi esse que eu já citei.

P1 – A sua família, alguém da sua família tinha o hábito, sua mãe, uma tia, alguém tinha o hábito de comprar artigos em São Paulo, de precisar ir comprar artigos em São Paulo?




R – Não, na minha família, assim, não, mas tias, parentes, aqui em Campinas... eu tinha uma de Mato GRosso que gostava muito de vir pra São PAulo fazer compra... minha mãe algumas vezes, poucas vezes, São PAulo não era muito nosso roteiro não, uma coisa mais do interior, sim, mas São PAulo não era muito nosso caminho.

P1 – Como é que eram feirtas essas viagens pro interior, onde vocês iam habitualmente? QUal meio de transporte?

R – CArro, carro. Sempre nós tivemos um carro pra viagem, meu pai sempre teve carros bons pra viajar, isso era gostoso. Nós íamos pra Mato Grosso, sempre, assim, eram viagens muito boas. E trem, usava bastante o trem, pra MAto Grosso nós usávamos trem. Na época saia daqui de Camoinas e ia pra BAuru. Chegava em BAuru, eu lembro que saia quatro horas da tarde de BAuru e chegava em Campo Grande oito horas da manhã do dia seguinte. E eram viagens em cambines, meu pai comprava duas, três, cabines e dividia as famílias, era muito gostoso. Eram viagen marcantes.

P1 – Aqui em Campinas, o senhor já falou uma das escolas que frequentou. Quais outras escolas que frequentou?

R – Ah, eu frequentei acho que uma das mais concorridas de Campoinas, foi o (Culto à Ciência?). Eu estudei no (Culto à Ciência?) na época ainda que testava o vestibulinha, que tinha... era vestibulinho acho que chamava... escola (de admissão?), tinha que fazer uma escola (de admissão?) pra entrar na quinta série, né, que era...

P1 – O primeiro...

R – ...o primreiro não, era quinta série, né, quinta ginasial, do ginásio. Uma escola muito boa, que hoje está passando também por um restauro em Campinas aí... uma escola... (Culto à Ciência?) é onde estudou o Santos Dumont.

R – E depois do (Culto à Ciência?)?

R – Depois do Culto à Ciencia, eu fui pra uma escola já no centro de Campinas, chamava Ateneu (pausa)... acho que foi a último escola que estudei antes (depois?) de terminar o segundo grau.

P1 – A sua família tinha alguma expectativa na sua... numa carreira profissional pro senhor?




R – Acho que não (risos)... eu nunca tive isso muito definido, eu sempre gostei de comércio mesmo, sabe...

P1 – Então já sentia uma inclinação...

R – ...acho que sim, eu sempre vou ter... ter uma vida mais autônoma. Acho que eles sentiam que eu teria um vida mais autônoma, não seguir uma profissão. Eu sempre gostei de comércio mesmo... e comecei bem novo no comércio.

P1 – Isso. E, assim, depois... durante esse período que o senhor estudou na sua juventude, quais foram seus outros estudos fora o estudo regular? O senhor fez outros estudos, estudou alguma disciplina relacionada com a questão do comércio, ligada ao comércio?

R – Acho que na época não tinha-se muito isso. O que eu fiz... eu fiz datilografia na época, um curso que eu gostava, que eu fiz... fiz um pouco de violão e sempre gostei de fazer um pouco de canto. Eu cantava, assim, pra comunidade... até hoje nós cantamos. Eu canto num coral... e então eu cantava, na adolescência eu cantava na igreja presbiteriana num coral da adolescência, dos jovens adolescentes.

P1 – E o senhor frequentava a igreja e as festas? O seu lazer tava ligado à igreja e a outros setores? Como era? Conta um pouco.

R – Eu tinha um relacionamento com o pessoal da comunidade, da igreja, muito intenso, mas eu tinha um conhecimento também assim... uma amizade de escolas, então tinha um outro lado social fora também da igreja e acho que sempre foi muito saudável os dois.

P1 – Quais eram esses passeios, essas atividades de lazer?

R – De lazer da turma minha dos jovens adolescentes nós fazíamos sempre assim uma coisa meio regrada. Um dia tinha futebol, outro dia tinha encontros à noite, nós cantávamos... aí aos sábados e domingos nós sempre estávamos nos reunindo e ia pra alguma casa de alguma família de algum dos participantes, dos integrantes, né? E da parte da escola eu lembro que nós fazíamos bastante... como era um pessoal de rua também que tava assim... às vezes tinha alguns bailinhos de garagem que na época tinha... eu também ia... carnaval, alguns carnavais de clube, teve aqui no Regatas de Campinas, também teve alguns anos que eu frequentei, também era super interessante.

P1 – Como era a ida ao cinema? Os senhores iam ao cinema? Como era?

R – Olha, acho que cinema... eu comecei a ir no cinema depois acho que dos 17, 18 anos, não tinha muito cinema, não tinha muito acesso não. Eu não tinha muito acesso.

P1 – Como é que o senhor começou a atuar no comércio? Fala um pouco desse início pra gente.

R – O primeiro comércio meu que eu tive em Campinas foi uma casa de sucos. Eu tive uma temporada nos Estados Unidos depois que eu terminei o segundo grau e lá despertou o interesse por esse lado da gastronomia. Então assim que eu voltei dos Estados Unidos, numa das minhas vindas, a primeira vez que eu vim - foi em 86 - eu montei uma casa de suco em Campinas, chamava Sucos e Cia.

P1 – Por que o senhor foi pros Estados Unidos?

R –

Ah, eu trabalhei antes em banco, esqueci de falar, olha só, ixe... entrei num banco com dezoito anos, fui direto pro caixa. Trabalhava no caixa, era uma responsabilidade grande.

P1 – Mas aí já não estudava mais?

R – Não. Aí eu tava estudando um pouco à noite. Fiz cursinho à noite, bem na flauta, já queria trabalhar mesmo, o negócio era trabalhar logo.

P1 – Então conta como foi essa sua ida pros Estados Unidos.

R – Então, minha ida pros Estados Unidos começou em meados de 84, eu e mais cinco amigos. Nós, numa conversa assim de clube, "nós vamos pros Estados Unidos, vamos pros Estados Unidos" e começamos a arrumar a documentação pra ir pros Estados Unidos. Nesses seis que tentaram, quatro conseguiram o visto - porque já era difícil - e dois não conseguiram. Eu era um dos quatro que tinha conseguido. Nós fomos em quatro. Fomos direto pra Denver apenas com uma pessoa que indicou dizendo que Denver era uma cidade muito boa e tinha uma família lá que iria nos ajudar... brasileiros, que ia ser uma família, assim, acolhedora a nós quatro. Aí nós fomos em 84, eu permaneci lá até 85. Quando meu pai faleceu, eu voltei. Eu estava lá e foi nessa época que eu abri também, daí que eu vim, que eu montei essa casa de Sucos e Cia... que eu fiquei um ano com ela e retornei pros Estados Unidos. Daí eu vendi e retornei pros Estados Unidos. Quando eu permaneci por mais um ano lá. Na volta dessa segunda vez, já que foi em 87 que eu montei o primeiro restaurante meu aqui em Campinas, que chamava (Strogonoff?), onde meus irmãos tão... hoje eles que administram o (Strogonoff?), são os donos do (Strogonoff?) e eu fui pra um outro lado do comércio. Mas tive outros comércios, sempre gostei de bastante comércio, então... se for pra falar dos comércios (risos).



P1 – Então tem que falar, claro. Então seu primeiro estabelecimento comercial foi o Sucos...

R – Foi o Sucos...

P1 – Por que o senhor escolheu o Sucos?

R – Então, deixa eu ver se me lembro... (pausa)

P1 – Porque o senhor tinha trabalhado em banco...

R – É, tinha antes em banco, né? Eu saí do banco fui pros Estados Unidos, nos Estados Unidos despertou o interesse pela gastronomia, mas quando eu cheguei aqui, deixa eu ver porque que eu montei o casa de Sucos... (pausa) Ah tá, eu lembrei. Quando eu montei a casa de sucos foi por um motivo que minha mãe... não tinha a ver com o Sucos, mas com o Cia., que seria, que era Sucos e Cia. Minha mãe sempre fez uma esfirra muito boa, que eu considero a melhor esfirra ainda e na época ela começou a fazer pra mim... ela falou: "Filho, abre alguma coisa, né?" E eu falei: "Então vou por sucos", porque na cidade, é verdade, tinha uma loja de suco, que ainda tem hoje, eles são comerciantes de Campinas antigos, chamava Sucão e eu falei: "Ah, eu vou montar uma casa de sucos no Cambuí e por a esfirra da minha mãe." E realmente fez sucesso. Por oito meses que eu fiz foi um sucesso muito grande, mas uma vez conquistado eu queria voltar pros Estados Unidos, que quando eu vim por motivo de meu pai ter falecido, então parece que eu não tinha cumprido toda a minha meta lá nos Estados Unidos, né, então por mais que eu montei aqui, eu tava satisfeito, mas que queria voltar pra lá. Então foi quando eu voltei de novo pros Estados Unidos. Isso foi no final já de 86, meados de 86, daí eu fiquei mais seis meses nos Estados Unidos, que eu voltei pra montar daí o outro comércio que seria um restaurante mesmo. Eu queria ter um restaurante, que eu trabalhei nos Estados Unidos nessa parte de atendimento, de garçon. Peguei uma experiência assim e despertei o gosto mesmo pela parte de gastronomia. Daí nós voltamos, eu voltei e meus irmãos e um dos amigos meus que tinha ido junto comigo pros Estados Unidos. Nós montamos o primeiro (Strogonoff?). E daí, eu permaneci no (Strogonoff?) com meus irmãos até 98, onde eu fui pra

Souzas, um outro comércio, que foi o restaurante Casa Bonita. Daí, eu fiquei nesse restaurante durante dez anos. Mas tive outros comércios em Campinas também, quando tinha no começo o (Strogonoff?), eu tive uma oficina mecânica. Chamava-se (Padoque?). Era uma oficina de preparação de motores de carro, era uma oficina, assim, especial. Depois, pra Souzas eu fiz o Casa Bonita e fiz um outro que chamava-se Café Luneta. Era bem na entrada de Souzas e hoje ainda tem uma construção que nós fizemos muito de, assim, de arquitetura bem diferenciada, foi uma construção num barranco de um terreno mesmo, tá lá até hoje com outro comércio e eu sempre tive interesse de fazer os comércios, administrar por um tempo e passar pra frente. E dentre desse período eu tive mais também, que é uma pizzaria aqui em Campinas. Chamava-se Timbó, muito assim, antiga. Eu comprei essa pizzaria dos primeiros donos, reformei, fiquei também com ela alguns meses e passei pra frente. Daí tive na Norte-Sul também um bar, que essa foi uma idéia que nós também trouxemos dos Estados Unidos, chamava (Podium Sports Bar?). É um bar relacionado com temas esportivos, isso tinha visto também na Califórnia, isso em 95, 96. Eu vi isso na Califórnia achei muito interessante e foi bom que casou com um projeto da Brahma, que a Brahma tava abrindo nessa época __ Brahma Sports Bar, então teve assim uma liga muito boa do lado comercial, teve uma aceitação muito boa. Tive um outro restaurante no Cambuí também que era o (Exclusive Bar?) e (Strogonoff?), ele era um restaurante um pouco mais exclusivo com a mesma marca do (Strogonoff?), que era um restaurante menor, assim, um pouco mais sofisticado. Esse também foi um restaurante muito bom. Depois eu vendi pra um comerciante de Campinas também que tinha restaurantes ali no centro de convivência e tocou esse restaurante como (La Bodeguita?), que foi um restaurante espanhol. Vamos ver o que tem mais no comércio (risos) de Campinas. Ah (pausa) ...é, acho que em termos de comércio foi por aí. E hoje eu tenho meu restaurante Casa da Fazenda, dentro do (Floresta Park?), que é um projeto meu do parque num todo e que é parte, vamos dizer assim, desse projeto do parque, o restaurante Casa da Fazenda hoje já tá funcionando. Já é um... dentro do parque já tenho essa parte do restaurante. Tô pra inaugurar junto com a fazenda mesmo, no espaço de eventos, que é dentro no (Floresta Park?), tenho já uma sorveteria terceirizada, uma outra família que terceiriza o espaço da fazenda, né, o Floresta Park como uma sorveteria e tenho a parte do mini-sítio também, que é um projeto de mini-sítio que também é terceirizado com uma outra família lá de Souza, um rapaz com uma esposa que tomam conta dessa parte do mini-sítio. É um projeto de eco-turismo, é um projeto assim que eu tenho de... não sócio- ambiental, mas um projeto ambiental junto com o IBAMA. É um projeto que já tá bem encaminhado, que é projeto de... são criadouros conservacionistas com o lado de capacitação pra soltura depois de novo na natureza. São animais apreendidos pelo IBAMA no tráfico, animais machucados. Eu tô indo pra área de aves. A gente junto com um biólogo e uma faculdade de veterinária, nós vamos capacitar esses animais pra soltar de novo lá na fazenda. Então é um projeto que eu tô bastante otimista com isso, tô acreditando bastante e onde eu vou enriquecer o parque pras atividades de turismo e eco-turismo... depois com esse produto pronto, com esse espaço pronto, eu vou fazer o "bird watching" que é uma programação que tem em alguns países de primeiro mundo que é olhar os pássaros de longe com binóculos, não pode chegar perto e é um diferencial, que eu estaria tendo pro parque.

P1 – Quais são mais ou menos as dimensões do parque?

R – Hoje o parque tem dez alqueires, é um parque de dez alqueires. Dá... cada alqueire tem 24 mil metros, então 240 mil metros quadrados. É uma área grande.

P1 – Muito grande...

R – Isso, a primeira parte do parque é essa aí. Um projeto já que eu venho desenvolvendo há quatro anos, junto com a fazenda. A fazenda é a Fazenda São João. Um dos proprietários da fazenda tá junto nesse projeto do Floresta Park, que é o Antonio Carlos Couto de Barros Filho, é uma família também de Campinas, assim, quer dizer, eles são de São Paulo, mas moram em Campinas já há muitos anos e me acolheu muito bem com esse projeto, então também estão bem satisfeitos, bem contente com esse trabalho.

P1 – E você então vão em parceiria fazer esse trabalho.

R – Isso. (pausa) Já estamos em fase já quase já de implantação dos vivieros, já toda essa parte documentacional já está já...

P1 – Porque existem alguns espaços já assim no Brasil...

R – Existe, existe. Conservadores conservacionistas e conservadores comerciais, os dois podem ser, né, e eu tô indo pro lado conservacionista mais pra animais pra soltura. E que o comercial você pode até criar, reproduzir, mas é um outro trabalho.

P1 – E aí a soltura vai se dar no habitat...

R – É, no habitat natural que... nós tamos aqui assim na região, que é uma região de mata atlântica, né, considerada 250 quilometros do mar, ainda considerada mata atalntica, então são animais da região, animais de mata atlantica, aves, né, tô indo pra parte de aves. Animais silvestres, mas na parte de aves. Então tem todos os animais aqui da região, catalogados, que existem já nas regiões, então o que o IBAMA conseguir apreendier, conseguir trazer é dentro das características do habitat dele, né, da onde ele vive.

P1 – Certo. O senhor comentou que foi pros Estados Unidos e quando foi pros Estados Unidos trabalhava no banco, depois saiu, foi pros Estados Unidos já. Quando o senhor voltou pela primeira vez, quantos anos o senhor tinha?

R – Quando eu voltei a primeira vez dos Estados Unidos em 85, tinha 21, eu fui pros Estados Unidos com 19 pra 20.

P1 – E aí começou então a ser um empresário já no comércio. Como era o sistema do seu trabalho? Como é que o senhor trabalhava, a sua lógica?

R – Olha, eu acho que uma coisa assim meio de, vamos falar, de natureza, né? Porque como perdi meu pai, assim, não tive um auxilio pra alguma coisa assim em termos de pai. Minha mãe podia ajudar, mas dentro de casa, alguma coisa assim ela já poderia estar me ajudando. Então acho que é uma coisa assim da própria natureza minha mesmo, de gostar de comércio, de gostar de conversar com clientes, assim, eu tenho facilidade pra isso e gosto dessa parte de gastronomia, de alimentação de entretenimento, né, e agora ___ um trabalho novo, esse que eu tava falando agora de... dessa parte de ambiental, mas é uma coisa que eu acredito muito. Eu acho que as empresas hoje que não tiverem com esse lado sócio-ambiental, não tiverem chegando nisso, acho que são empresas que vão começar a estar fora.

P1 – Quando o senhor decidiu abrir esse novo estabelecimento, (Floresta Park?), com uma proposta de eco-turismo, gastronomia, essa conjuminação aí de atividades, como é que o senhor pensava a clientela, sua clientela?

R – É, vou falar um pouco do eco-turismo, que eu acabei não falando. Então, o eco-turismo... quando eu montei lá o parque, assim, eu tive um foco pra uma atividade bem específica de bicicleta que é o ("free ride downhill"?). São bicicletas que andam morro abaixo com alguns obstáculos, né, o "downhill" é o morro abaixo... o “free ride” é morro abaixo, mas com alguns obstáculos de rampas. Então esse foi um dos focos do eco-turismo. Hoje eu eliminei um pouco a parte de pistas. Eu tenho essa parte de bicicletas, mas sem as pistas. As pistas foram criadas e eu não tive, assim, um grande sucesso nessa parte das pistas por falta até de uma parceria com alguma empresa especializada no ramo de bicicleta, o que não era o meu caso. Eu não queria administrar essa parte de, como eu poderia falar (pausa)... eu tinha muitos problemas com a parte civil, de responsabilidade civil do parque na parte dessa bicicleta, porque é um esporte onde os riscos são muito grandes, os riscos são muito altos... são bicicletas que descem em alta velocidade e tem-se muitos acidentes mesmo, então pra que isso fosse uma coisa viável... são projetos que tem hoje no Canadá, tem nos Estados Unidos, projetos fantásticos. No Canadá tem um projeto desse que descem... tem dia que tem duas mil bicicletas ao mesmo tempo num parque. Então eles usam muitos desses parques na época que tem o degelo, eles usam esses parques de esqui na montanha, eles usam pro "free ride", pro "downhill". Então nos Estados Unidos e no Canadá funciona-se muito bem, só que lá é cobrado entrada, tem umas taxas altas de seguro, tudo então lá funciona. Aqui eu não consegui legalizar isso, regularizar isso e a parte de acidentes é muito grande. Então pra se manter uma ambulância no local, pra ter isso, o custo ficava sendo inviável, então eu meio que desisti disso. Então, a parte do eco-turismo que eu comecei no parque com a parte de bicicletas foi um pouco abandonada. Hoje eu tenho a parte de bicicletas, mas na modalidade tradicional, que é o "cross-country", que é andar no campo só em longas trilhas. Isso existe e eu faço lá na fazenda até com uma certa regularidade. Daí eu fui pro lado da parte do arborismo, tô começando com arborismo na fazenda. O arborismo eu tenho a parte da... o arborismo eu tenho os trajetos, as pistas, que fala.... são trajetos suspensos que onde você entra assim na copa das árvores, com segurança, tudo, e vão fazendo os trajetos e termina sempre numa tirolesa, que é descer na cadeirinha. Despenca morro abaixo, também, mas com freio, né, embaixo no final tem um freio e essa tirolesa que eu tenho na fazenda é bastante divertida, é bem assim aproveitada por jovens, as pessoas gostam bastante. Daí, o que eu trabalho bastante é na parte de caminhadas. Nós fazemos bastante caminhadas com empresas dentro da fazenda. Vêm empresas, tomam um café da manhã e saem pra caminhadas, tem um professor que dá um alongamento, monitorado, tudo dentro da fazenda, com trilhas internas de três a doze quilômetros. Então, depende da proposta da pessoa que tá contratando, assim, eu tenho essas... com graus de dificuldade mais leves, mais forte... e trabalho com turismo escolar. Daí, eu tenho a mata ciliar, onde passa um riacho dentro da mata ciliar, então tem um lado de lazer e o lado pedagógico também de nós abordamos hoje até... fala-se muito de água, fala de reflorestamento, fala-se de erosão... tenho tema pra cada série que nós estamos trabalhando de primeira a quarta série. Então dentro desse aí a gente tem sempre um lado pedagógico que atende também o currículo escolar que tá sendo feito nas escolas de primeira à quarta série. Eu tenho já formatados alguns produtos já pra cada série escolar.

P1 – Como é essa participação na sua proposta? É sempre institucional durante a semana? Fala um pouco desse perfil. Por exemplo, o senhor disse que tem empresas que já desde o café da manhã vão lá, fazem caminhadas, organizam pros seus funcionários, escolas. Como é a frequência das pessoas individualmente, quer dizer, ou familiarmente ou individualmente, como é? Existe a formação de grupos? Como é a proposta?

R – Então, a proposta do parque é... até hoje eu estou aberto regularmente aos sábados, domingos e feriados, faça chuva ou faça sol, eu falo, porque como eu tô um pouco lá na área rural, onde se tem hoje dois quilômetros de terra, então faça chuva ou faça sol eu abro mesmo aos sábados, domingos e feriados, a partir das 8 e 30 eu atendo regularmente. Começo com o café da manhã, vai até às 11 e 45. Daí, da meio dia e 30 até às 15 e 30 o almoço, depois essa área de lazer funciona junto com o funcionamento do restaurante, né, vai até às 18 horas tá aberto o parque. E tem a sorveteria que eu disse, uma sorveteria que está junto também. Então é aberto ao público regularmente. Peço pra que faça algumas reservas, tudo assim, caso tenham mesas superiores a dez pessoas, tudo, pra que tenha... já chegue e já esteje com seu lugar reservado, mas estamos aberto faça chuva ou faça sol.

P2 – E aí há um preço que inclui tudo, o café da manhã, o almoço, e o dia todo no eco-turismo e tal ou depende do que cada um quer fazer?

R – Depende o que cada um quer fazer das atividades. Hoje eu também não cobro pra entrar ainda no parque, não é cobrado e cada um tem um preço: o café da manhã é um preço, o almoço é outro, o passeio a cavalo, o pesque e solte, tirolesa. Nós temos um comando interno, onde essa pessoa anda com um comando e vai... cada responsável por sua área vai anotando. Daí então um caixa central que fecha tudo, que ainda é o caixa do restaurante.

P1 – Mas, por exemplo, o cliente pode fazer a tirolesa, pode levar um lanche pra comer, não necessariamente ir ao restaurante, por exemplo?

R – Não. Ele pode tá, ir lá só pra fazer a tirolesa ele pode. Eu não deixo entrar alimentos de fora na área do parque, vamos dizer assim. Não tenho nenhuma fiscalização, mas a gente... não é permitido, vamos dizer assim.

P1 – Certo. E qual é o número de funcionários que vocês têm agora?

R – Hoje funcionários, vamos dizer assim... fixos que trabalham comigo, eu tenho três... quatro fixos, contando com mão de obra que fica na fazenda mesmo, lá no sítio mesmo. São quatro. E daí tem os oscilantes, que são os extras que trabalham os finais de semana, que eu tenho já uma carteira de alguns que já trabalharam comigo há muitos anos, né, então cada dia que eu encaixo... mas é, assim, nosso grupo de trabalho dos finais de semana é na faixa de dez a doze funcionários.

P1 – Sem contar os terceirizados, então?

R – Sem contar os terceirizados, que daí cada um já é responsável pelo seu espaço.

P1 – Mas ao todo tem muito mais...

R – Chego a ter uns 14, 15 funcionários... grupo, né, seria a staff, né, staff de 14, 15 ao total.

P1 – Sem contar os...

R – Daí com terceirizados, com todos.

P1 – Existe uma mudança no número dos frequentadores, dependendo do período?

R – Do período nem tanto. O que mais atrapalha é o fator climático. Quando chove tem a barreira de ter dois quilômetros de terra. Não é barro, que é uma região ali de saibro, nossa região tem bastante saibro e a Prefeitura ali mantém mesmo as estradas boas, então eu não tenho problema de barro, mas o fator climático é o que mais atrapalha hoje no comércio rural. Porque atinge a todos, eu sei, atinge a todos.

P1 – Qual é a contribuição do comércio de Souzas, por exemplo, pra sua empresa?

R – Ali pra região que eu tô, é uma região bem rural é muito pouco... o comércio de Souzas é muito pouco que contribui. Souzas é uma cidade hoje, assim, é um distrito de Campinas, é uma cidade que a gente fala que é uma cidade dormitório. As pessoas vão muito pra... é uma região só de condomínios fechados. Existe um comércio próprio, até que existe, mas não faz diferença pro meu comércio não. Não agrega, pra mim não agrega não. Tem já, assim, hoje, uns 20% de turismo que já é um turismo de fora da região metropolitana de Campinas; deve ter por volta de 10% a 15% também o pessoal já de São Paulo, capital, e daí um pouco, assim, também de Campinas. O restante seria assim de Campinas. Campinas e região mesmo.

P1 – Certo. Em Souzas, quais os estabelecimentos comerciais que o senhor citaria como os de maior referência, os mais conhecidos em Souzas?

R – Tem vários. Inclusive na parte de gastronomia. Eu sou o presidente da associação de Souzas e Joaquim Egídio, que chama-se ADEGAS. É uma associação de dirigentes de estabelecimentos de gastronomia de Souzas e Joaquim Egídio. Souzas hoje e Joaquim Egídio é uma região muito forte na gastronomia, é um referencial da região mesmo nossa lá, é a gastronomia. Nessa associação nossa nós temos hoje por volta de 35 a 40 associados. Só como restaurantes e bares e restaurantes. Os mais tradicionais comércios hoje de Souzas tem (Le Troquet?) , que é um dos pioneiros em Souzas; eu vim logo depois do (Le Troquet?), eu vim logo depois com o Casa Bonita - hoje não existe mais. Depois tem... Souzas tem uma pizzaria também tradicional e antiga, é a República; depois desce mais um pouco pra Souzas tem o (Deck?); daí do lado rural de Souzas tô eu, que é o Floresta Park com a Casa da Fazenda também; daí nós já vamos começando a atravessar pro lado de Joaquim Egídio, onde começa o (Buffet Belmonte?), também trabalha na área de entretenimento, de lazer, de eco-turismo também, são muito bons; depois entra numa divisa de cidade e outra, existe um restaurante muito bom hoje lá que é o Fogão Mineiro, que é do Pedrinho, muito bom; daí tem um antigo lá em Souzas que é o Zé do (Cleto?), também tá na beira do riacho, também bem tradicional, muito antigo... entra em Joaquim Egídio, começa os tradicionais ali, é o Bar do Marcelino, é o Bar do Durval; depois atravessa um pouco mais Joaquim Egídio tem o Café Maritaca; tem Vila Paraíso e o Estação (Marupiara?). Esses são... eu passei citando os mais, assim, conhecidos, tradicionas, ali da região, isso eu falei. Depois entra um pouco pras outras. Depois tem as fazendas também que hoje... até um trabalho nosso junto com a Secretaria de Turismo de Campinas, é um trabalho de roteiro, de turismo de fazendas, né, um roteiro que tá sendo já desenvolvido junto com as fazendas e eu tô nesse roteiro, me incluo nesse roteiro. É um trabalho já de alguns anos junto à Prefeitura e agora nós estamos em fase de implantação desse roteiro de turismo rural aqui na região.

P1 – E quais seriam os objetos de estudo do roteiro rural? Essas fazendas seriam fazendas de açúcar, antigos engenhos, antigas fazendas de café? Fala um pouquinho sobre isso.

R – Esse roteiro rural envolve a parte cultural, sem dúvida. As fazendas da região eram fazendas que antes até do café... Souzas e Joaquim Egídio teve o auge do café, foi uma região muito cafeeira lá. As fazendas de lá, acho que quase todas eram muito fortes na região do café e então abrange-se isso, tem algumas fazendas que hoje já recebem esse turismo rural, já tem o receptivo. Eu tô dentro dessas fazendas também. Uma delas, depois tem a Santa Maria, que é uma fazenda histórica maravilhosa, inteirinha restaurada. Vale a pena ser conhecida, eles também tem restaurantes na fazenda. Depois tem uma outra fazenda histórica aberta... tem a Santa Maria, tem a Casa da Fazenda. Aberta assim ao público tem também acho que a Fazenda das Cabras. É uma que tá abrindo agora pra esse turismo também. É muito bonita mas a região toda... mesmo que passe por fora é uma região que tem já um roteiro de estradas vicinais que passam por essas fazendas. Inclusive uma das fazendas da região é a Fazenda Gariroba. É uma fazenda até conhecida, na época da... Adriana Galisteu ficou por lá pra escrever o livro do Ayrton Senna, "Caminho das Borboletas" que é na nossa região onde tem mesmo o Caminho das Borboletas, que é um lugar, assim, que a gente passa de bicicleta por uma estradinha mesmo onde a mata fecha inteira e ali é a região das borboletas. Cê passa assim e as borboletas saem que é lindo. É nossa região, né? Essa Fazenda Gariroba tem campo de golfe com 18 buracos, que eles chamam de "eighteen roles", que é onde já fica o campo de golfe profissional, é um campo de golfe profissional. Acho que um dos únicos da região ou até do Estado de São Paulo. Eu sou suspeito a falar, que a região nossa lá, nossa, eu gosto demais daqui, né, então... Nós temos também três hidrelétricas pequenas daqui da região. Tem a Usina de Macaco Branco, a Usina de Jaguari e a Usina de Salto Grande. São duas que são usinas do Rio Atibaia, uma usina do Rio Jaguari. São usinas com turbinas da GE, antigas demais. Tem usinas dessas que pode-se ser visitadas marcando com antecedência. São aquelas construções antigas, aquelas construções inglesas de usina mesmo, com todas as turbinas importadas, muito bem conservadas pelas companhias que exploram... essa CPFL e não sei qual uma delas que são aí, mas são muito bem conservadas, então uma região muito... de um turismo cultural, de um turismo de natureza, muito privilegiada. Nós temos picos altos de serras na região ali de Souzas e Joaquim Egídio, onde avista-se Itatiba, Paulínea... então alguns lugares altos, super bonitos que dá acesso a todos, é questão de poder tá vindo e conhecer a região.

P1 – Pra esses roteiros desses passeios existem monitores treinados pelas fazendas? Como é esse trabalho? Uma parceria entre a Prefeitura e as fazendas? Esses territórios, essas regiões, esses picos que você menciona, eles ficariam dentro das propriedades ou eles estão em outras terras? Como é esse turismo?

R – Então, esse turismo sim, nós estamos desenvolvendo um trabalho aí junto, que seria com a Secretaria de Turismo, com a ADEGAS, que é a nossa associação e com a Faculdade de Turismo da PUC. Então é um trabalho compartilhado onde vai ter sim os monitores fazendo já um roteiro que sai de Souzas, sai do centro de Souzas, uma praça que nós estamos inaugurando lá que vai ser o centro de informações e turismo de Souzas e Joaquim Egídio. Isso já é um projeto de alguns anos também pra conquistar esse espaço, onde lá em Souzas nós temos o que seria um trabalho até em comunidade, onde um rapaz de lá, ele tem um ônibus, aquele que nós chamamos de jardineira, mas na verdade ele é daqueles ônibus americano que chama aquele "school bus", aqueles ônibus amarelo assim, aqueles ônibus americano que na verdade ele também tem uma estrutura muito forte, é quase uma estrutura de um caminhão, onde ele pode tá andando pelas fazendas lá que já acontece, já faz isso, assim, não regularmente, mas em alguns eventos ele já faz isso, já tem um roteiro. Então nós teríamos também já esse... (pausa) esse produto, né, esse turismo de fazenda com monitores sim. Mas um trabalho compartilhado entre uma associação, a Prefeitura, a Secretaria de Turismo e faculdade da PUC aqui de Campinas na parte de turismo.

P1 – E na parte histórica? Como é que vocês...

R – A parte histórica nós temos também... esses alunos e monitores da PUC estão sendo preparados pra falar do centro histórico ali de Souzas. Souzas tem um centro histórico, como Joaquim Egídio também tem um centro histórico que tem já uma matéria que fala-se sobre esses (pausa) ...nós temos ali a parte... deixa eu ver se eu consigo falar... tem as igrejas, que são as igrejas bem antigas. Nós temos uma parte de patrimônio. Tem umas construções assim... Souzas e Joaquim Egídio, acredito que todo o centro histórico já foi tombado hoje, então nós temos matas tombadas na região como o centro históricos de Souzas também já foi tombado. Então tem sim. Eu sei que a Revolução de 32 passou muito na região ali, então tem bastante... eu já ouvi histórias de uns antigos que contam essa parte da Revolução de 32, que o exército de São Paulo derrubou uma ponte, a ponte que passa entre Souzas e Joaquim Egídio ali, pra o exército de Minas não entrar muito, não avançar... então, tem bastantes histórias da região ali sim.

P1 – O senhor disse que está nesse trabalho do comércio há muito tempo e que o senhor tem uma família. A sua família participa das atividades? Como é? Primeiro conta como o senhor constituiu a sua família.

R – (risos) É que eu tive dois casamentos, daí não sei como falar... (risos).

P1 – Ah não tem problema, fala o que o senhor quiser falar...

R –

É... (pausa) Então, quando eu comecei no comércio, eu comecei ainda solteiro. Depois, do meu primeiro casamento, a minha primeira esposa se envolveu bastante nessa parte de restaurante sim, ela gostava. Até falei que ela era uma boa administradora, que ela era bem segura, gostava de marcar as coisas, tudo na ponta do lápis, o que já não é o meu caso. Então nós tivemos ali uma parceria boa também nessa parte comercial. Daí, meus filhos nasceram. Minha filha eu falo que foi criada dentro de restaurante mesmo, assim de comércio, meu filho também... mais até minha filha porque nós levavamos ela.... eu tinha um restaurante que trabalhava no período do almoço e à noite, né, e nós levavamos ela dentro dum cesto, então ela era... de casa pro restaurante e do restaurante pra casa dentro dum cesto, então... Pegou gosto pelo comércio também. Hoje essa minha filha tá com 17 anos, me ajuda bastante no restaurante. Tem assim uma facilidade muito grande pra enxergar as coisas de restaurante, o funcionamento de restaurante. Gosta bastante. Meu filho também hoje já com quase pra 15 anos também já assumiu a parte do bar. Ele gosta de tá em contato, tá fazendo sucos, servindo as bebidas... tá bastante envolvido com a parte de restaurante sim. Hoje eu tenho o segundo casamento. Minha esposa também se envolveu bastante nessa parte... ela é advogada, mas ela não tá atuando tanto na área de advocacia, não tá exercendo e tá assim me ajudando muito na parte de contatos, parte eventos, trazendo os eventos pra fazenda, esses eventos escolares, eventos sociais. Isso ela tá se envolvendo bastante com isso.

P1 – O senhor falou eventos sociais. Quais seriam esses eventos sociais que cês promovem na fazenda?

R – Eu procuro fazer uma coisa... quando eu falo "evento social", eu gosto de trabalhar bastante com ou empresas ou com casamentos, com famílias, esse tipo de trabalho. Agora tô orçando um churrasco pra 1500 pessoas, então é bastante trabalho, é uma coisa bem grande pra se atender e é uma empresa de São Paulo. São Paulo tem uma procura muito grande por espaços assim na área rural, um espaço grande, e eu tenho também acreditado bastante nesse mercado de São Paulo, que se for ver hoje não chega a 120 quilômetros de São Paulo a propriedade, o Floresta Park. Então é considerado ainda, já um turismo de um dia, onde dá pra se vir um dia e voltar no mesmo dia, que eu não tenho ainda... É o meu projeto ter as acomodações lá de chalés, inclusive eu tenho dois prontos, mas estão prontos e parados. Quando eu tiver de oito a dez eu vou começar tá operando também como pousada, uma pequena pousada. Então pra o turismo de um dia eu tenho até focado um pouco o público de paulistano em São Paulo, tô indo atrás de algumas divulgações pra que seja feito em São Paulo.

P1 – Como é o casamento?

R – O casamento na fazenda é lindo. Eu acho que o casamento na fazenda vai muito bem de dia, no final da tarde também acho que fica super lindo. Eu mesmo casei agora em maio na fazenda de novo. Meu segundo casamento... Casei de dia e é muito acolhedor, assim, foi uma época de maio, estava muito lindo. Pegamos uma noite muito... do entardecer pro anoitecer é muito bonito em fazenda, eu gosto bastante. E na hora do almoço eu tenho bastante procura pra casamentos de dia. Casamentos hoje que eu vejo que o foco lá na fazenda são casamentos não muito grandes. Casamentos menores, de 70 a cem pessoas que temos bastante procura para esse número de público.

P1 – Você percebe uma certa fidelidade da clientela? Quais são as estratégias de divulgação desses eventos que você pode promover?

R – Eu acho que a minha melhor divulgação são com as pessoas que já estão dentro do meu próprio estabelecimento, vamos dizer assim. Então eu procuro tirar o máximo que eu posso das pessoas que tão lá dentro e isso eu consigo ter um retorno depois da pessoa... ou então ela tá voltando mesmo, ou ela tá programando alguma coisa. Sempre alguém que vai lá, ou ela tem uma empresa ou ele trabalha ou ele faz alguma coisa, tá pensando em casar, então se a gente tá lá dentro e tá oferecendo, é aí que eu tenho conseguido laçar as pessoas, vamos dizer assim, comercialmente falando. E ____ que as pessoas voltem também seria... é sempre tá ali mostrando o que a gente tem a oferecer. As crianças, que também trazem bastante os pais, que a gente sabe que os pais vão onde as crianças querem ir. Também a parte dos animais, dos bichinhos, do playground pra pequenininhos, assim, uma coisa bem rural, que as crianças que vão descobrem isso. Saem um pouco desse lado do consumo, do computador, de shopping e começam a querer voltar lá. Eu tenho essa parte dos animais... de cavalo, passeio a cavalo, a tirolesa... agrada demais a criançada, agrada muito. E tá bem próximo à região central de Campinas.

P1 – O senhor disse que tem a proposta de fazer uma pousada com chalés pra acomodação das pessoas. Quais outros projetos fora esses que o senhor já mencionou da preservação e transformação, do acréscimo da pousada dentro da fazenda, o senhor poderia mencionar?

R – De antemão o projeto dos viveiros. É o projeto do salão de eventos, que tá praticamente pronto. Um salão pra eventos maiores, uma área coberta e uma área externa. Está já em fase de inauguração agora para o final de novembro acho que estaríamos inaugurando essa parte do salão de eventos. A pousada, acredito que a partir do final do ano que vem consiga já tá num desenvolvimento... dando início de novo a essa nova fase da parte de hotelaria, falando assim na parte de hotelaria de tá podendo receber as pessoas lá. Eu gosto muito dessa parte relacionada a atividades no campo; de caminhada, de um "tracking", de algumas... então isso é um trabalho que eu não tenho desenvolvido muito ainda, mas é um projeto que eu tenho e gosto. São provas de aventura, são desafios. Eu fiz um último agora, um desafio pra uma escola que eu criei. Uma gincana e entre cem alunos. Dividimos em quatro grupos de 25 com quatro monitores pra cada grupo só pra tá junto monitorando, mas eles tinham que sair dentro de uma pequena mata ciliar com reflorestamento de eucalipto e com uma certa direção. Eles tinham que saber contar passos e direcionar a partir de um início, de uma bússola. Uma coisa bem superficial, mas já com uma certa orientação, pra uma navegação com bússola. Pra saber, assim, se locomover diante a uma bússola. Então esse é um dos produtos que eu tenho, que eu gosto de fazer, de passar pras escolas. Então essa parte de atividades rural, mais esportiva rural que é um projeto que eu quero dar continuidade e estar sempre fazendo. Tem muitas coisas novas. Eu fiz também um trabalho - foi à noite - pra se direcionar através das estrelas. Foi um rapaz do exército que foi dar um curso lá pra nós também, que é muito interessante. Tem muita coisa pra se fazer em termos disso, que é bem gostoso, bem diferente.

P2 – Pelo que você tá contando pra gente, você começava um comércio, aí quando parecia que tava estabilizada você passava pra outro. Então parece que você sempre precisa de mudança, de planejamento. Você acha que agora, na Casa da Fazenda, no Floresta Park, com todas essas atividades que você pode tá sempre inventando, tá pegando idéias de vários lugares e colocando dentro do Floresta Park, você acha que finalmente você vai se estabelecer nessa área, nessa casa de comércio? Ou você acha que não?

R – Pergunta interessante. Eu passo muito por isso mesmo. Minha mãe fala que eu nunca vou parar. Mas eu acho que não. O Floresta Park tá... eu sinto que ali eu tô bem realizado. Tô fazendo no que eu tenho a fazer. Eu acho que também o tempo vai passando, a gente vai acalmando um pouquinho. (risos)

P1 – Quais foram os maiores desafios enfrentados pelo senhor no comércio?

R – Foi um que eu esqueci de falar, que eu montei um apadaria na Bahia. Essa foi muito difícil pra mim. Financeiramente, como um realização profissional que eu achava que tinha que dar certo e queria que desse certo. Eu saí daqui, levei meus filhos e montei uma padaria no Arraial D'Ajuda, ao lado de Porto Seguro e sofri. Sofri bastante. Eu não conseguia montar equipe, não conseguia ter as coisas. É tudo mais difícil, é tudo mais complicado em termos de abastecimento. Porque hoje aqui você tem grandes atacadistas ao seu lado; lá não tem nada. Você tem que ter uma estrutura grande pra sobreviver. Não é fácil. Então essa foi, comercialmente falando, essa montagem da padaria... eu montei uma padaria, assim, padrão, vamo dizer assim, padrão bom de Campinas e levei lá pro Arraial D'Ajuda. Foi uma mudança toda daqui, com o todos os equipamentos, saindo daqui de Campinas, levando tudo pra lá, a montagem toda lá, levando padeiros daqui de São Paulo... levei padeiro, confeteiro, tudo daqui pra lá numa estrutura grande e essa foi difícil.

P1 – Quanto tempo o senhor ficou?

R – Foi um ano e meio.

P1 – Aí teve que voltar praqui com tudo?

R – Tudo não, voltei com a dívida. Ficou muita coisa pra lá, eu voltei com a dívida (risos). Não foi fácil não. Foi uma fase difícil.

P1 – Com certeza. Quais foram os seus segredos? Quais os segredos que o senhor poderia dizer, que o senhor teria pra um estabelecimento ser bem sucedido?

R – Acho que a primeira coisa é gostar realmente do que faz. Eu gosto muito do que eu faço em termos de restaurante, gastronomias, ____. E eu acho que tem que haver mudanças, tem que tá sempre acompanhando as mudanças novas, as tendências, tem que tá sempre... e acreditando mesmo no que faz. Eu acredito que isso é o "feeling", o "feeling" de cada um, o que cada um sente pra por no seu próprio comércio, no seu próprio empreendimento. E gostar de pessoas, eu gosto muito de pessoas. Acho que nesse ramo meu tem que gostar de pessoas. Se não gostar de pessoas... Eu acho que eu vejo mais ou menos por aí.

P1 – Como é que o senhor organiza a decoração, o ambiente? Como o senhor organiza o ambiente do seu restaurante? Como é que o senhor pensa na decoração, na edificação do Floresta Park?

R – Isso eu acho que é uma coisa, assim, também que a gente tem com a gente. Eu, por exemplo, olho, quando olhei a parte do restaurante, da Casa da Fazenda, é muito relacionado a coisas antigas, a história, a coisa de antiguidades. Eu tenho uma facilidade pra isso, pra ter... as coisas antigas parece que me atraem, parece que vêm atrás de mim. Hoje eu tenho um acervo de peças antigas na Casa da Fazenda muito grande. Isso faz com que... parece, assim, a decoração vai se encaixando ali nessas antiguidades que eu tenho na fazenda. É um lado meu que eu gosto muito, essas coisas antigas mesmo. Vou convidar vocês pra ir conhecerem lá, pra ver que é bem legal. A parte de antiguidades, de móveis, eu tenho um acervo muito que eu gosto de peças de trem, tudo relacionado à parte de trem. Eu tenho muita coisa do café também, eu tenho muita coisa. Bastante equipamento, bastante peças, eu tenho bastante.

P1 – Como é que o senhor trabalha as formas de pagamento no Floresta Park?

R – Pagameto: dinheiro, cheque e cartão Visa. Eu tenho uma parceria com a Visa. Já há alguns anos de comércio e eu continuo trabalhando com Visa Electron e Visa Crédito também a gente trabalha. São as formas de pagamento.

P1 – O senhor tam problemas com inadimplência?

R – Quase zero. Não tem muito que se queixar, de forma alguma.

P1 – Eu perguntei se vocês tinham estratégias de abordagem, de publicidade, né? E aí o senhor respondeu que eram as estratégias de atendimento mesmo ao cliente enquanto ele estivesse dentro do seu estabelecimento. O senhor faz promoções?

R – Faço. Tem a divulgação por material gráfico. Eu gosto um pouco de material gráfico. Tenho sempre comigo aonde eu posso estar deixando isso pessoalmente. Acho que na rua não funcionaria, não gosto, mas eu entregando, eu tando assim, eu gosto de ter o material gráfico. Alguma coisa de outdoor... eu tenho dois pontos fixos: um em Souzas é fixo e tenho um outro na cidade que é intinerante, mas com lonas. Isso eu tenho, eu gosto. Acho que me ajuda bastante. E eu tô fechando agora com uma assessoria de imprensa um trabalho de três meses pra ver como vai ser o resultado na assessoria de imprensa. Já fiz isso em outros comércios e gosto bastante. Acho que uma assessoria de imprensa funciona bem.

P1 – E essas promoções... O senhor faz promoções ou não? Via pacotes, por exemplo.

R – Faço, não regularmente, faço, agora no momento eu tô sem nenhuma promoção, mas eu sempre tenho alguma coisa assim.

P1 – Que tipo de promoção o senhor faz?

R – Eu fiz café da manhã mais o almoço, dava quase 20 por cento, 16 ou 17 por cento quem fazia o café da manhã e o almoço. Mas acabou não sendo uma estratégia boa porque o café da manhã é muito bom, muito farto e as pessoas não querem dar (risos) e não ficam pro almoço, não tava dando certo. As pessoas fechavam comigo, mas chegava lá falava: "Ah, mas não dá pra ficar pro o almoço, que nós comemos demais aqui". Então não foi uma estratégia boa. Eu fiz algumas de tirolesa, dando algumas tirolesas grátis. Isso foi interessante, preciso voltar a fazer. Quando eu dou também algumas pescas, assim, grátis também, sempre ajuda. Algum tipo de promoção de promoção sempre dá. Eu uso muito o mailing nosso, que é o mailing eletrônico. Isso é uma forma de tá divulgando isso.

P1 – Como o senhor perceberia a cidade de Campinas hoje? Como um todo e depois comercialmente.

R – Como um todo...(pausa) Acho que Campinas como um todo... mais ou menos eu divido Campinas, pelo tempo que eu vivo aqui, que eu conheço... da Anhaguera pra lá, a Anhanguera cortando, é uma Campinas, da Anhanguera pra cá, acho que seria um outro lado de Campinas, um lado mais privilegiado, vamo dizer um pouco assim, de moradia, de comércio, de região mesmo da cidade, esse lado aqui. Mas Campinas hoje acho que é um pólo turístico, acho que turismo de negócios tá entre os maiores do Brasil, acho que perde pra poucas cidades. Nós temos aqui o turismo de negócios muito forte. As faculdades são as melhores que tem. Eu sou muito suspeito pra falar. Campinas é uma cidade muito boa, muito estruturada, muito sólida. Tem de tudo. Tudo que se lança em termos de Brasil, Campinas é uma das primeiras cidades a tá recebendo isso, as novidades. Campinas é uma cidade que tem de tudo, hoje, tem de tudo.

P1 – Como é que o senhor vê Campinas? O senhor disse no turismo, no ecoturismo, que é a sua área?

R – Aí nós tamos começando. Como é um trabalho de começo que eu também começo junto, então acho que tá acontecendo e não tamo ficando parado, não tá parado, estagnado. Tem andado, eu sinto que a Secretaria de Turismo onde é uma secretaria que hoje eu tenho um contato bem estreito com a Prefeitura na Secretaria de Turismo. Eles são muito interessados, eles tão realmente acreditando nessa... e é a nossa região, é o foco onde eu estou, então por isso que eu também acredito muito. Souzas e Joaquim Egídio, os olhos hoje da Secretaria de Turismo de Campinas tá voltado muito pra essa região nossa, da parte do ecoturimo. E nós somos os pioneiros, tanto a (Belmonte?), que até tá na minha frente, como agora o Floresta Park, nós somos os pioneiros nessa parte de ecoturismo. E tem essas empresas prestadora de serviços de Campinas, como a (Pisa Tracking?), a (Ecoventure?), são empresas hoje especializadas em ecoturismo mesmo, de Campinas e região. Tem aquele outro hotel Solar das Andorinhas que tem o arborismo... acho que é muito grande o arborismo deles. Acho que é o maior da região aqui também e tá sempre com bastante pessoas praticando, bastante pessoas.... Nós tamos começando um projeto aqui em Souzas também de tá fazendo um "bóia cross", que tá usando o rio Atibaia, que corta Souzas. Tudo também nessa parte de ecoturismo. Então tá acontecendo.

P1 – Que liçoes o senhor diria que tirou da atividade comercial pra sua vida?

R – (pausa) São várias lições. A gente tem que... (pausa) Deixa eu pensar... Vamo pular essa, já eu volto pra essa?

P1 – Claro. O que o senhor acha dessa proposta do Sesc do Estado de São Paulo, de recuperar nesse momento do grande projeto "Memórias do Comércio", recuperar a memória do comércio de Campinas e região?

R – Eu acho isso fantástico. Eu fico assim até muito honrado de poder tá participando desse projeto do Sesc. Até eu tava conversando com um amigo meu, também que é comerciante aqui bem bom de Campinas e quando eu falei do Sesc ele falou assim: "Poxa, você sabe que é uma das coisas que o Brasil tem a sério é esse negócio do Sesc." Ele falou assim pra mim, eu achei super interessante. Uma das coisas que o Brasil tem sério é isso. E ele tá envolvido com alguma coisa do Sesc na região do litoral. Santos, Guarujá, Bertioga, tem alguma coisa do Sesc?

P1 – Bertioga.

R – Bertioga, né? É alguma coisa assim. E daí ele tava comentando isso, da seriedade do Sesc. Campinas tem comerciantes, assim, de muitos sucessos aqui, que fizeram histórias no Brasil. Então acho um trabalho fantástico esse, fantástico. Memórias do comerciante achei assim um tema muito lindo, muito lindo.

P1 – O senhor gostaria de fazer algumas outras considerações encerrando a nossa entrevista, seu depoimento?

R – (risos) Eu tenho que agradecer a vocês aí. Acho que deu pra falar bastante coisa da minha vida, dos sucessos. Acredito que tivemos bastante sucesso em minha família, nós trabalhamos muitos anos, eu e meus irmãos, juntos, né? Nós aprendemos bastante coisa juntos do comércio, depois nós separamos comercialmente. Eu tive uma carreira mais solo no comércio, meus irmãos continuam junto. Hoje nós tamos denovo num outro projeto junto também, que é a parte de buffet, de tá atendendo como restaurante mesmo, mas em buffets. Indo até os locais, fazendo mais essa parte de buffets. Só isso só tá muito ótimo. Agradeço a vocês a oportunidade.

P1 – Nós é que agradecemos senhor William, muito obrigada.

P2 – Obrigada.