Depoente José Rubira
3ª série C - Professora Goretti - EMEIEF "ALA"
A HISTÓRIA DE UM PASTELEIRO
Em 1957, num sítio perto do rio Ribeira, nasceu um garoto chamado José Rubira. Quando era criança, para se divertir, nadava no rio com os amigos e os seus brinquedos era ele quem criava; confecci...Continuar leitura
Depoente José Rubira
3ª série C - Professora Goretti - EMEIEF "ALA"
A HISTÓRIA DE UM PASTELEIRO
Em 1957, num sítio perto do rio Ribeira, nasceu um garoto chamado José Rubira. Quando era criança, para se divertir, nadava no rio com os amigos e os seus brinquedos era ele quem criava; confeccionava carrinhos de madeira com rodinha de carretel de linha. Ajudava seus pais na roça, ia à escola com uma turminha de amigos e andava um quilômetro e meio para chegar lá. Também aprontava muito: tentava jogar seu cachorro para o amigo do outro lado do rio, “matava” aula e se escondia no mandiocal da diretora Vera, que morava ao lado da escola. Quando aprontava na escola, a professora colocava José ajoelhado no milho atrás da porta. E quando chegava em casa, apanhava com vara de marmelo.
Um dia, a diretora descobriu que Zé se escondia no mandiocal para matar aula e chamou seus pais. Quando José chegou em casa, sua mãe queria bater nele com a vara de marmelo, então, correu para o quintal e subiu numa goiabeira, porque estava com muito medo de apanhar.
Sua mãe mandou:
- Desce daí agora, Zé
- Não, porque a senhora vai me bater
- Desça daí que eu não bato em você
- Jura por Deus?
- Não, jurar por Deus é pecado
- Então, eu não desço
A mãe pede para o irmão de José ir buscar a foice...
E ela ameaça:
- Desce, senão eu corto a árvore e você vai cair nas pedras
- Eu não vou descer
Então, a mãe deu uma batida com a foice e a árvore balançou. E ele disse:
- Eu desço
- Jura por Deus que vai descer?
- Não, a senhora disse que jurar por Deus é pecado??
Nisso o pai chega e pergunta o que está acontecendo. O Zé responde:
- A mãe tá querendo bater em mim
Ela explica o que aconteceu. O pai fala:
- Desce daí que eu te seguro
- Jura que vai me segurar?
- Juro.
Ele desce e seu pai o segura, só que para a mãe lhe bater.
José foi crescendo, mas nunca gostou de estudar, só tirava notas ruins. Estudou até a 7ª série. Aos 18 anos, veio morar em Apiaí e conseguiu um emprego de motorista de caminhão na empresa Camargo Correa, mas não gostava desse trabalho.
Depois de algum tempo, ele se casou e teve três filhos. Junto com sua mulher, montou uma barraquinha de verduras na feira. Com o passar do tempo, surgiu a ideia de vender pastéis, porque sua esposa sabia fazer a massa.
No começo, desperdiçava muita massa, mas o tempo passou, até que conseguiu acertar e, consequentemente, a freguesia aumentou e com o dinheiro, montou uma pastelaria, mas seu pai era contra, queria que ele trabalhasse no sítio.
Hoje em dia, José Rubira tem alguns funcionários. Sua rotina é entre a casa e a pastelaria: ele acorda cinco horas da manhã vai para a pastelaria preparar a massa. Oito horas, volta em casa para dar banho no pai, dar café da manhã e colocá-lo no sofá e depois volta para a pastelaria. Ao meio dia vai almoçar e dar almoço para o pai e retorna à pastelaria. Três horas da tarde, vai para casa dar outro banho no pai e volta para a pastelaria e então, no final da tarde, fecha o seu estabelecimento. E ainda, toda quarta-feira e todo sábado, ele monta sua barraca na feira. Com essa rotina Zé, às vezes, se estressa, fica triste ou desanimado. Para se acalmar, ele sobe no “Morro do Padre” para sentir o cheiro do mato, que lembra o sítio em que viveu na infância. Hoje ele também tem um sítio, onde planta café e eucalipto, e vai pra lá nos finais de semana ou quando tira alguns dias de folga.
Nos dias atuais é separado, mas continua amigo da ex-esposa e, dos três filhos que teve com ela, somente a filha mora em Apiaí, possui também dois netos e sempre diz que seus filhos e seus netos são a sua alegriaRecolher