Tenho na memória dias especiais, que ficam bailando algumas vezes no meu pensamento, últimamente, tenho sentido vontade de relembrar esses dias especiais, esse que vou contar é um deles.
Venho de uma família grande, de origem italiana, dos dois lados, pai e mãe.
Gente que fala muito, ri muito, ...Continuar leitura
Tenho na memória dias especiais, que ficam bailando algumas vezes no meu pensamento, últimamente, tenho sentido vontade de relembrar esses dias especiais, esse que vou contar é um deles.
Venho de uma família grande, de origem italiana, dos dois lados, pai e mãe.
Gente que fala muito, ri muito, briga muito e se ama muito.
Ser especial numa família assim sempre foi uma tarefa difícil, então o jeito era surpreender.
Foi o que fiz numa manhã de setembro, já faz algum tempo.
Acordei com um burburinho diferente, e quando levantei viu que a casa toda estava revirada, não era como a sexta-feira, dia tipico da faxina, era muito mais do que isso, pois tudo estava fora do lugar, não só as cadeiras, que ficavam em cima da mesa, nos dias de faxina.
Desci e fui para a sala e vi que os móveis não estavam mais lá, corri então para o quintal, atrás de minha bicicleta, e graças aos céus ela estava no seu lugar de sempre, embaixo da escada, não tive a menor preocupação, fui até ela, e zás, rua.
Quando cheguei na rua, a fronteira final, uma mão bem grande me segurou e quando olhei vi aquela figura enorme que eu tanto gostava mais que sempre estava rodeado de tanta gente, meu avô paterno,o vovô Nicolau, que me segurou e disse : Dorinha onde você pensa que vai ? E eu ri, e disse, vou para rua vô, vem comigo, ele sorriu e veio comigo, aquele dia especial se transformou num dia mágico, meu avô só para mim, afinal, não era fácil, tê-lo por perto, sou a décima neta de dezoito,ficamos o dia todo, juntos, brincamos o tempo todo, sinto até hoje sua risada, suas mãos no meu ombro, me segurando, me protegendo, me ensinando manobras nunca tentadas, foi o máximo.
Depois de alguma horas nessa delícia, ele me pegou no colo me abraçou bem forte e nos despedimos, e eu nem imaginava o quanto aquele dia seria importante para a minha vida.
Nunca mais ficamos tão perto um do outro, mas ficou a lembrança maravilhosa de um dia mágico, o dia da mudança, da casa da Batates, no Jardim Paulista,para a casa da Aclimação, onde morei até me casar, quase 24 anos.
Até hoje quando passou lá, na rua Batataes, posso ouvir sua voz grave e carinhosa, falando comigo.Recolher